Aprender sobre a
condição e se preparar para os desafios são pontos muito importantesUnsplash
“Meu filho tem autismo. E agora?” Essa é a pergunta
que geralmente acompanha o primeiro impacto de mães e pais ao receberem o
diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em linhas gerais, o transtorno
do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado
por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na
comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos
e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e
atividades.
Os sinais de alerta podem ser percebidos já nos
primeiros meses de vida, e o avanço nos protocolos e estudos acerca do tema têm
proporcionado diagnósticos mais precoces. Entender mais a fundo sobre o quadro
permite que pais e cuidadores tenham mais ferramentas para lidar com os
desafios do dia a dia, bem como para proporcionar mais qualidade de vida para a
criança.
Em 2018, a empresária Ingrid Monte identificou em
seu filho, com pouco mais de 2 anos, algumas características clássicas de quem
está dentro do Espectro Autista, como não responder ao seu chamado, baixo
contato visual e a não interação, além da falta de interesse por outras
crianças. Até então, Ingrid Monte ainda não tinha o diagnóstico médico. “Quando
descobri o autismo do meu filho, senti um abismo imenso e percebi o quanto eu
estava despreparada. Debater a questão era algo muito difícil tanto para as
escolas, quanto para as famílias e para a sociedade em geral. Tudo é muito
complexo, pouco aprofundado, sem contar o emocional. A mãe nunca espera esse
tipo de diagnóstico”, pontua Ingrid Monte.
“No autismo, o diagnóstico é feito por uma equipe
composta por profissionais de diferentes áreas avaliando aspectos do
comportamento da criança”, explica a Psicóloga Especialista em ABA, Julia Amed,
da clínica multidisciplinar de cuidado e desenvolvimento de crianças autistas e
suas famílias, Genial Care. “Para se chegar ao diagnóstico final e fechar o
laudo, são utilizados instrumentos de medida/avaliação validados
cientificamente”.
O que é preciso saber ao
descobrir o diagnóstico?
1) O autismo não tem cura
O Transtorno do Espectro Autista não tem cura pois
não é uma doença, e isso é algo muito importante a saber. No entanto, é crucial
saber que existem intervenções primordiais para o desenvolvimento do potencial
da criança e suas habilidades, o que impacta diretamente na qualidade de
vida.
2) É necessário conhecer bem o
autismo
“Uma vez recebido o diagnóstico, é preciso ir atrás
de informação. Isso é algo fundamental para os pais, que terão ferramentas para
compreender as necessidades dos filhos, buscando as melhores soluções para cada
situação. O conhecimento sobre o transtorno também é muito importante para
munir esses pais que precisam lidar com desafios e dificuldades diárias”,
ressalta a Psicóloga Especialista em ABA, Julia Amed.
3) Observe as reações do seu
filho
O autismo não é, definitivamente, uma condição
previsível. A cada dia podem acontecer situações diferentes e novos desafios.
Por isso, é crucial observar a criança em busca de perceber o que desencadeia
comportamentos desafiadores, o que estressa, o que assusta, assim como o que
provoca uma resposta positiva ou calmante. Isso auxilia a solucionar problemas
e prevenir ou transformar situações mais difíceis.
4) Persistência e acolhimento
Não desistir, por mais desafiador que seja, é
primordial para o suporte e desenvolvimento da criança. “O acompanhamento
adequado traz diversos benefícios para a criança, como a evolução e intervenção
de qualidade, a melhora dos comportamentos desafiadores e a maior independência
e melhor futuro. Também é positivo para os pais e cuidadores, com o
protagonismo na evolução da criança, menos sobrecarga e mais descanso, com
suporte e acompanhamento”, aponta a Psicóloga Especialista em ABA, Julia Amed.
5) O cuidado é a chave
Pode parecer uma orientação clichê ou generalista,
mas acredite: seu filho é único e merece todo amor e cuidado. “Nos momentos
mais desafiadores dos cuidados relacionados ao TEA, não é incomum que haja nos
pais uma sensação de cansaço ou impotência. Porém, não se esqueça que é muito
importante para a criança saber que é amada e aceita como é, e isso realmente
tem um grande poder de transformação. Pais bem orientados em relação ao cuidado
ajudam a potencializar a evolução de seus filhos”, finaliza Julia Amed.
Genial Care
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