Neurocientista
com formação em neuropsicologia, Dr. Fabiano de Abreu explica o que há por trás
do terror gerado pela icônica fantasia de palhaçoDivulgação
Aumento do batimento cardíaco, aceleração da respiração e contração muscular são reações comuns de quem se encontra em um estado de medo. A sensação de alerta extremo é importante para a sobrevivência dos seres e ocorre quando, por alguma razão, o indivíduo se sente ameaçado. O halloween é um momento interessante para a análise do medo, visto que nele, figuras aterrorizantes do imaginário humano são colocadas em evidência.
Além de vampiros, bruxas e fantasmas, no halloween, é fácil de encontrar pessoas vestidas de palhaços, seja a versão boa, que tem por objetivo causar risadas, ou a versão assustadora, que serve de inspiração para sucessos cinematográficos de terror no mundo inteiro. Afinal, por que temos tanto medo de palhaço? O neurocientista com formação em neuropsicologia, Dr Fabiano de Abreu acredita que a natureza ambígua do palhaço seja a responsável pelo terror causado por ele. “A figura do palhaço se enquadra no famoso ditado 'lobo em forma de cordeiro'. Pois, por não sabermos o que está por trás daquela máscara, o nosso cérebro ativa um sinal de alerta de perigo diante deles”, detalha.
O neurocientista também defende que o medo de palhaço pode ter raízes mais profundas que são alimentadas pela própria ideia de deboche e desconforto intrínsecas às atitudes de um palhaço. “São personagens espalhafatosos, que gostam de zombar das outras pessoas com brincadeiras que não inspiram conforto e segurança. Geralmente, eles acabam amedrontando as crianças com essas atitudes e se tornam um símbolo de terror”, afirma.
Para reverter a ideia de
que o palhaço é um ser perigoso, é importante que as famílias ensinem às
crianças a enxergarem o personagem como alguém divertido e que traz coisas
boas. “Pode ser algo parecido com o que acontece com o Papai Noel no Natal.
Mesmo com a fantasia, o cérebro traz aquela ideia de um bom velhinho, um idoso
não vai fazer mal que não vai fazer mal”, exemplifica.
Fabiano
de Abreu Rodrigues - PhD, neurocientista com formações também em
neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística,
neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à
aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica.
Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do
Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e
membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e
Portuguesa de Neurociências.
*Coluna*
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