O especialista em Governança Corporativa, Eduardo Valério, explica como este processo ajuda a manter a empresa viva ou ampliar os negócios
Em um levantamento recente feito pela consultoria Alvarez &
Marsal, o mercado de fusões e aquisições se prepara para crescer 25% ainda em
2021. Baixas taxas de juros e alta liquidez oferecida por bancos centrais mundo
afora, impulsionam bolsas de valores e aquecem este mercado.
O CEO da GoNext Governança e Sucessão, Eduardo Valério, explica
que este mercado tem uma dinâmica própria. Segundo o especialista em governança
corporativa, quando as empresas atingem determinados níveis de crescimento,
esses níveis ficam cada vez mais complexos e exigem investimentos e gestão
maiores. Neste movimento, as empresas são assediadas por grupos ou fundos de
investimentos, com o objetivo de acelerar o crescimento destas companhias já
consolidadas e, consequentemente, dar novos saltos.
“É justamente aí que começam as grandes movimentações nos mercados
de fusões e aquisições das empresas, que é um processo natural da economia
aberta. Empresas que se juntam com outras visando se fortalecer num mercado
cada vez mais competitivo”, explica Valério.
Normalmente um dos objetivos do processo de fusão e aquisição é
que essa empresa que foi adquirida receba a injeção de um determinado capital
para crescer de forma acelerada e possa, então, ter o corte mínimo necessário
para abrir o seu capital na bolsa de valores, ou seja, vender ações.
Maturidade
A maturidade de uma empresa acontece
de várias maneiras. Quando se tem taxas de crescimento estáveis por muitos anos
a fio, um pouco superior a inflação do ano, isso é sinal que a empresa está
numa maturidade, até perigosa, porque pode estar caminhando para uma estagnação,
ou seja, não está crescendo.
É natural que para ter novos ciclos de crescimento em uma
empresa se evite a estagnação. No caso das empresas familiares, é importante
que as novas gerações venham para mudar esses patamares, para que ela continue
crescendo. Muitas vezes as competências são encontradas dentro da família,
outras vezes não.
“Quando a empresa está num estágio de maturidade, e não encontra
perspectivas dentro da família com sucessores capazes de fazer essa virada, a
empresa começa a ver a possibilidade da venda, para que continue viva nas mãos
de outros donos. Assim, os donos originais receberão pela empresa um valor
justo de mercado por aquele negócio e poderão iniciar um novo projeto”, comenta
Valério.
Para fazer a aquisição e promover esse movimento de crescimento
da empresa, existe uma metodologia realizada por empresas especializadas. “É um
trabalho muito bem estruturado, que exige experiência e conhecimento de mercado
para a execução. O planejamento estratégico deve ser transformado num plano de
negócio, que é consolidado em números e projeções financeiras”, esclarece o
especialista.
De acordo com Valério, no plano estratégico tem que haver todas
as simulações do que é mais vantajoso, que não quer dizer que seja mais barato.
A estratégia de quem vai vender também tem que estar clara. “Muitas vezes a
empresa não consegue fazer frente aos desafios do seu setor, seja por
dificuldade de acessar recursos, dificuldade de acessar tecnologias necessárias
para se manter competitiva, e mais do que tudo, é preciso conscientização sobre
a hora de sair de cena”, pontua.
“Muitos empresários acham que é uma derrota vender a empresa,
mas eu digo que é o contrário, é uma vitória, pois ele chegou com a empresa até
este momento, vai receber um valor justo de mercado para contemplar todos os
anos de luta. Portanto, não é um ato de vergonha ou derrota, é um ciclo natural
da empresa”, destaca o especialista.
GoNext Talk
Ouça o novo episódio do GoNext
Talk: Episódio 05: Como a Governança Corporativa influencia o
processo de Fusões e Aquisições? by GoNext Talk (anchor.fm)
GoNext Governança & Sucessão
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