A instrutora de RH da Udemy Ana Cristina Moraes dá dicas para os líderes abordarem o assunto nas empresas
Até
pouco tempo atrás, a saúde mental não era um tema muito abordado nas empresas, nem
pelas equipes de RH nem pelos gestores. Com a chegada da pandemia, mesmo que já
fosse necessário, falar do assunto se tornou quase obrigatório.
A
Udemy Business, o braço
de treinamento corporativo da plataforma de aprendizado online Udemy, divulgou
no final do ano passado um estudo sobre as tendências de aprendizado para as
empresas para 2021 – e uma delas estava relacionada à saúde mental.
Entre
2019 e 2020, os cursos para aprender habilidades como gestão da ansiedade,
resiliência e gestão do stress tiveram um crescimento de quatro dígitos em
consumo por parte dos funcionários das empresas que são clientes da
Udemy Business. Os aumentos espantosos nos consumos de cursos sobre gestão da
ansiedade, resiliência e gestão do stress foram de 3.967%, 1.296% e 1.015%,
respectivamente.
Mas,
mesmo que falar sobre saúde mental no ambiente de trabalho tenha se tornado
tendência, muitas empresas ainda não sabem como iniciar esse papo. A instrutora
de RH na Udemy Ana Cristina Moraes dá
algumas dicas para os gestores que querem tratar do tema com os funcionários.
São elas:
1-
Comunicação é tudo
A
comunicação entre os funcionários e os gestores precisa ser fluída, clara e objetiva,
ainda mais em tempos de home office – de acordo com Moraes. “Primeiramente, os
líderes precisam praticar a escuta ativa, ou seja, escutar atentamente os
funcionários e buscar compreender o que eles querem dizer e quais são as suas
angústias e anseios, além de prestar atenção na sua linguagem corporal”, diz
ela.
Além
de escutar, a instrutora diz que os gestores devem deixar claro para os
funcionários que eles podem contar com o seu apoio. “Por exemplo, para
renegociar prazos, marcar reuniões de feedback etc. É importante transformar
isso em ação também”, complementa ela.
2-
Atenção aos sinais enviados pelos funcionários
Principalmente
nos tempos atuais, quando muitas equipes estão trabalhando à distância, pode
ser difícil para os gestores perceberem que um colaborador está precisando de
ajuda por conta do seu estado emocional.
A
ferramenta Stress-APGAR, divulgada pela publicação Harvard
Business Review, é uma adaptação para a saúde mental de uma
ferramenta para monitorar a saúde de recém-nascidos que pode ajudar os líderes
nesse processo. Na ferramenta, cada letra significa um ponto de atenção que o
gestor deve ter com o funcionário: A é para “appearance” (aparência, em
português), P é para “performance” (desempenho), G é para “growth tension”
(stress de crescimento), A é para “affect control” (controle de emoções) e R é
para “relationships” (relacionamentos).
Isso
significa que, se a aparência do colaborador não estiver boa (por causa de noites
mal dormidas fazendo hora extra), por exemplo, o gestor deve ficar em alerta e
tomar alguma providência.
3-
Os líderes também precisam estar bem
Segundo Moraes, é papel dos líderes dar
segurança psicológica à equipe e assegurar as condições necessárias para que
ela atue de forma harmônica e alcance os melhores resultados possíveis. “A
pandemia pediu que os vínculos entre líderes e funcionários se estreitassem,
inclusive para minimizar qualquer risco de o trabalho dar errado. Mas também
para apoiar o funcionário num cenário tão desafiador”, diz ela.
Também é importante que os líderes
estejam bem emocionalmente. “Inclusive para que eles possam apoiar as próprias
equipes e se tornar referências para elas”, afirma a instrutora.
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