PhD neurocientista, mestre psicanalista e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu discorda do conceito pejorativo sobre a ansiedade.
A ansiedade é um transtorno que afeta cerca de 19 milhões de brasileiros. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país é, inclusive,
considerado a sociedade mais ansiosa do mundo. Os sintomas de uma crise de
ansiedade variam de pessoa para pessoa, mas podem ser percebidos com a
sudorese, a falta de ar, a hiperventilação, a sensação de boca seca, os
formigamentos e as náuseas, por exemplo. Por isso, a ansiedade é quase sempre
descrita de modo negativo. Porém, o mestre psicanalista e biólogo Dr.
Fabiano de Abreu acredita que o transtorno pode ser olhado
com uma visão mais branda. “A ansiedade só é ruim quando não controlada”,
afirma.
Para ele, a sensação é como uma potência com um limite e quando este é
ultrapassado, pode causar certa confusão. “Primeiro não podemos esquecer que a
ansiedade é como uma pendência. Se não existisse, não nos moveríamos para
conquistar as metas. Sem contar que a sua natureza é instintiva, para nossa
sobrevivência, logo, nunca podemos vê-la como nossa inimiga. Nosso inimigo
somos nós mesmos e a falta de capacidade de controlar-se”, defende.
Para o Dr. Fabiano De Abreu, a ansiedade existe dentro de uma ambiguidade
constante, na qual existem modos de tirar proveito de uma situação que,
outrora, só traria prejuízos físicos e emocionais. “A ansiedade acima do limite
prejudica o processo de memorização, mas há um ponto linear onde ajuda no
processo de memorização”, exemplifica.
Ainda de acordo com ele, existem formas de se aprender a lidar com situações de
pico de ansiedade. Primeiramente, deve-se identificar o problema para nomear e
racionalizar a sensação; depois, pode-se buscar maneiras de enfrentar o motivo
causador da ansiedade, como uma forma de autoconhecimento; também deve-se
procurar formas de espairecer, mudar o foco e permitir que a mente se liberte
da sensação extrema; por fim, ao superar a crise, é necessário compreender os
motivos que levaram a ocorrência e repensar a situação, para que no futuro se
tenha melhor controle sobre ela. “Respire fundo, prenda-se a bons pensamentos,
distorça o pensamento do que te deixa ansioso e, mediante ao relaxamento
momentâneo, ainda ansioso, use o controle através da inteligência emocional,
para que sua ansiedade sirva de potência sináptica para concluir melhor suas
tarefas”, aconselha o psicanalista.
Fabiano
de Abreu Rodrigues - PhD, neurocientista com formações também em
neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística,
neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à
aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição
clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito;
Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University
International e membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade
Brasileira e Portuguesa de Neurociências.
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