Especialistas
reforçam a necessidade de observar o aumento dos diagnósticos da doença
localmente avançada e metastática neste momento. Pandemia impactou diretamente
as idas ao médico
A pandemia de Covid-19
mudou a forma como as pessoas se relacionam e conduzem as suas atividades,
impactando, também, idas ao médico e exames periódicos para a detecção do
câncer de mama. Com a rotina de consultórios médicos afetada, os diagnósticos
tardios da doença podem se tornar ainda mais frequentes, de acordo com as
convidadas da live "Olha pra Você: os impactos da pandemia e a
retomada dos cuidados com o câncer de mama", realizada pelo Instituto
Avon, braço social da Avon pela garantia dos direitos de mulheres com foco no
enfrentamento à violência contra mulheres e meninas e na atenção ao câncer de
mama, na última quarta-feira (27).
Mediada pela gerente
de causas dos Instituto Avon, Regina Célia Barbosa, a conversa reuniu Fabiana
Makdissi, médica mastologista, Head do centro de referência da mama do A.C.
Camargo Câncer Center; Luciana Holtz, psico-oncologista, especialista em
Bioética e Health Literacy e fundadora e presidente do Instituto Oncoguia,
Érica Hobold, coordenadora da FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições
Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) e Mariana Lorencinho, coordenadora da
causa de câncer de mama do Instituto Avon.
Mariana lembrou o
grande desafio deste ano que é priorizar o câncer de mama diante da Covid-19.
"A grande preocupação do Instituto Avon é como mudar a chave das mulheres
após o ‘fique em casa’ e o medo em relação à doença. O que a gente não acha, a
gente não trata".
Segundo um
levantamento baseado em dados do DATASUS, desenvolvido pelo Instituto Avon em
parceria com a organização de jornalismo de dados Gênero e Número, que mensurou
o impacto da pandemia da Covid-19 no tratamento e diagnóstico do câncer de
mama, o Brasil contabilizou 473 mil procedimentos de diagnóstico de câncer de
mama a menos que em 2019 - o que representa uma queda de 28%.
A médica mastologista
Fabiana Makdissi lembrou os impactos da pandemia para as pacientes com câncer
de mama. "Quando nós usávamos a hashtag ‘fique em casa’ no início da
pandemia, tínhamos dificuldade de dizer quem deveria estar em casa. No período
Covid-19 vimos menores volumes de diagnósticos de câncer inicial e mais
pacientes com tumores localmente avançados e metastáticos. Agora que temos a
vacina é hora de todo mundo voltar a realizar seus exames e consultas médicas.
Temos pacientes represadas, que chegarão até nós com diagnósticos
avançados", e complementa, "o medo só vale a pena se gerar movimento
pela busca de assistência. A informação empodera e dá escolhas".
Luciana Holtz,
presidente do Instituto Oncoguia, citou a força da informação para combater o
medo. "Ao mesmo tempo que temos que seguir falando da prevenção, temos que
prover o acesso. O estigma do câncer é o desafio número um. As pessoas sentem
medo do câncer pelo pouco que sabem sobre a doença e paralisam, pois não querem
encontrá-lo. A mamografia é um exame que procura o câncer de mama. Devemos seguir
tirando as pessoas do superficial sobre a enfermidade, colocando holofote nas
boas notícias, trocando o que tem de ruim e pejorativo pelas informações
positivas, pois as barreiras podem ser minimizadas".
O convite para que as
mulheres voltem a realizar seus exames de rotina é uma das preocupações da
FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da
Mama. A coordenadora Érica Hobold comentou sobre o trabalho do grupo durante a
pandemia de Covid-19. "Estatisticamente, mais de um milhão de mulheres
deixaram de fazer a mamografia no último ano", explica. "O Governo
Federal lançou recursos para que os estados promovam iniciativas para rastreio
do câncer de mama e câncer de colo do útero. A FEMAMA está trabalhando junto
com a Secretaria da Mulher para colaborar com a secretarias estaduais para que
a verba seja empregada da melhor forma possível".
Regina Célia, gerente
de causas do Instituto Avon, concluiu a conversa convocando todas as mulheres a
retomarem os exames de rastreamento. "Dá tempo de marcar o exame. Não
precisa ser só agora em outubro. O Outubro Rosa é todo dia para todas as
mulheres. Façam seus exames".
A live está
disponível nos canais do Instituto Avon no Youtube e Facebook . Para mais
informações sobre o câncer de mama, acesso e direitos das pacientes acesse o
portal Giro pela Vida .
Instituto Avon
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