No Dia Mundial do AVC, neurologista do Hospital Santa Catarina - Paulista ressalta a importância de hábitos de vida saudáveis, atenção aos sintomas e ao início precoce do tratamento para evitar incapacidades funcionais
Comum especialmente
entre os homens idosos, o acidente vascular cerebral, popularmente conhecido
como AVC ou derrame, está se tornando um ponto de atenção nas consultas médicas
dos jovens. Cerca de 100 mil mortes são causadas por essa condição no Brasil
todos os anos, segundo o Ministério da Saúde, sendo a segunda principal causa
de morte no país.
Um quarto dos
acidentes vasculares cerebrais acontecem em pessoas com menos de 65 anos. No
início do século, a incidência entre os homens de 15 a 34 anos aumentou 64%, e
41% entre as mulheres nas mesmas faixas etárias.
Aproveitando a
proximidade do Dia Mundial do AVC (29/10), o neurologista do Hospital Santa
Catarina - Paulista, Dr. Maurício Hoshino, esclarece que além da idade
avançada, fatores relacionados ao estilo de vida dos jovens também podem ser
fator de risco para um derrame. "Podemos citar o colesterol alto, como
resultado da má alimentação, o sobrepeso, o tabagismo, o uso de entorpecentes
ou de substâncias alcoólicas em excesso. Além disso, existem condições de risco
que podem acometer todas as idades, como a hipertensão, o diabetes tipo 2 ou
mesmo um histórico familiar de acidentes vasculares cerebrais", afirma o
especialista. "Fazer atividades físicas e evitar alimentos demasiadamente
gordurosos são medidas simples e essenciais para prevenir doenças neurológicas",
completa.
O que é e como
prevenir as sequelas
O AVC acontece
quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a
paralisia da área que ficou sem circulação. A complicação pode se apresentar em
dois tipos: o AVC hemorrágico, quando um vaso se rompe, causando sangramento
que pode atingir diferentes regiões do cérebro; e o AVC isquêmico, quando uma
artéria entope e a circulação de oxigênio é interrompida, levando a morte de
células cerebrais. Esse último é responsável por 85% dos casos no Brasil.
Os sinais que
indicam a doença podem variar de acordo com a gravidade do quadro, mas os mais
frequentes são a perda súbita da força ou da sensibilidade em um dos membros do
corpo e a alteração da fala ou dos movimentos da boca. Esses, aliás, são
sintomas que podem se tornar permanentes mesmo para quem se recupera. Uma das
principais causas de incapacidade em todo o mundo, o AVC gera algum prejuízo
funcional em 70% dos pacientes, e 30% desenvolvem dificuldades de locomoção.
Por isso, o
diagnóstico precoce é fundamental para dar início ao tratamento mais assertivo,
que pode incluir sessões de fisioterapia, fonoterapia e terapia ocupacional.
"O processo de reabilitação física e psicológica é o que pode garantir a
recuperação gradativa das funções comprometidas pelo quadro. Com as medidas
restritivas adotadas durante a pandemia, associadas ao temor de exposição do
próprio paciente e cuidadores, notamos uma maior dificuldade para início do
tratamento do AVC, e até mesmo o retrocesso para aqueles que já estavam em
curva de melhora", afirma o Dr. Hoshino.
Relação com a
Covid-19 e doenças do coração
O neurologista Dr.
Maurício Hoshino lembrou ainda que os pacientes que se recuperam do AVC podem
apresentar um risco maior de complicações para outras duas condições que estão
entre as mais letais do Brasil: a Covid-19 e o infarto. Um estudo recente da
Faculdade de Medicina da Medicina da Universidade de São Paulo mostrou que o
AVC isquêmico está relacionado a casos de infarto do miocárdio. Já durante uma
infecção pelo coronavírus, o tratamento em hospital com uso de medicamentos
imunossupressores pode levar a uma maior vulnerabilidade do sistema
imunológico.
Hospital Santa Catarina
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