Mulheres com silicone também precisam se prevenir
Chegamos
ao mês da Campanha Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização
para o controle do câncer de mama. Criado no início da década de 1990 pela
Fundação Susan G. Komen for the Cure, a data traz mais visibilidade à doença
que mais acomete mulheres em todo o mundo, constituindo a maior causa de morte
por câncer nos países em desenvolvimento.
Só
no Brasil é o segundo tipo mais incidente na população feminina: Sessenta
e seis mil casos novos de câncer de mama são estimados para o ano de 2021 no
Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca, 2020). Portanto é
urgente falarmos sobre a importância de um maior acesso aos serviços de
diagnóstico e de tratamento preventivo o que reduz a mortalidade. Toda mulher
com câncer de mama tem o direito aos cuidados paliativos para o adequado
controle dos sintomas além de todo o suporte social, espiritual e psicológico
para o enfrentamento da doença e o resgate da autoestima.
Segundo
Flávia do Vale, Ginecologista Obstetra e coordenadora da Maternidade do
Hospital Icaraí, o diagnóstico precoce consegue identificar o tumor ainda em
sua fase inicial, o que aumenta as possibilidades de um tratamento mais eficaz.
“Diversos
estudos mostram que por meio da realização de exames preventivos é possível
diagnosticar precocemente o câncer de mama, levando a um tratamento mais
assertivo e aumentando as chances de cura. Realizar visitas periódicas ao
médico e fazer um check-up anualmente, garante às mulheres mais plenitude e
qualidade de vida, explica a médica.
Dessa
forma, cerca de 30% dos cânceres de mama poderiam ter sido evitados com exames
de rotina, como por exemplo, a mamografia de rastreamento, exame que deve ser
feito em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama e é recomendado para
mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
“Fora
dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam ainda mais e o
cuidado precisa ser ainda maior”, alerta Flávia lembrando que além dos exames
preventivos, hábitos de vida saudáveis como alimentação rica em legumes e
verduras, atividade física regular, evitar o tabagismo e consumo exagerado de
bebidas alcoólicas e controle do peso corporal ajudam a reduzir o número de
casos e consequentemente a mortalidade.
“O
diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta a sobrevida das mulheres em
comparação com o diagnóstico de tumores em fase avançada. O rastreamento por
meio da mamografia diminui a mortalidade em cerca de 20% nas mulheres entre 50
e 69 anos. Mulheres nessa faixa etária devem fazer o exame de rastreamento a
cada dois anos”, explica lávia lembrando que mulheres mais jovens também
precisam estar atentas e é muito importante que elas percebam qualquer sinal
diferente nas mamas como:
• Presença
de caroços fixos e indolores, o que está presente em 90% dos casos;
• Alterações no mamilo;
• Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
• Presença de líquido anormal dos mamilos.
Logo,
o rastreamento mamográfico anual é recomendado para as mulheres entre 40 e 74
anos. As mulheres de alto risco com base na história familiar e exame genético,
devem ser submetidas a rastreamento anual de câncer de mama com mamografia
começando 10 anos antes da idade de diagnóstico do parente mais jovem, embora
não antes dos 30 anos.
A
médica lembra que atualmente, não se recomenda o auto exame periódico como
método para rastreamento do câncer de mama.
“A mulher deve ser estimulada a
conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de
câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em
situações do cotidiano. Estar familiarizado com a aparência e a sensação de
seus seios pode ajudá-la a notar sintomas como caroços, dor ou mudanças no
tamanho que podem ser preocupantes. Isso pode incluir alterações encontradas
durante o autoexame da mama”, explica Flávia lembrando que fazer o autoexame das
mamas não reduz o risco de morrer de câncer de mama por não ser eficiente em
detectar lesões em fases muito precoces e iniciais da doença.
Câncer de Mama e Cirurgia Plástica
Mulheres que fizeram plástica também precisam se cuidar
O
número de mulheres jovens que colocaram silicone nos seios praticamente dobrou
em oito anos. Segundo cirurgiões plásticos essa demanda continua a crescer. Uma
constatação facilmente comprovada nas ruas, escolas e academias de ginástica.
“Não há evidências de que os
implantes mamários aumentem o risco de desenvolver câncer de mama. Porém, as
próteses mamárias, podem obscurecer as imagens da mamografia, diminuindo a
capacidade das mamografias de detectar o câncer de mama”, explica Flávia
complementando que a mamografia continua sendo a ferramenta de escolha para o
rastreamento do câncer de mama.
Mas
às vezes os médicos podem recomendar outros exames adicionais para completar o
rastreio de câncer de mama nessas pacientes como a mamografia tridimensional
(também chamada de tomossíntese) ou a ressonância magnética das mamas.
Finalizando,
a médica lembra que apesar das limitações do rastreamento mamográfico em
mulheres com implantes, sua sobrevivência não é diferente.
“O resultado em pacientes que
desenvolvem câncer de mama, mesmo com implantes, é o mesmo daqueles sem
implantes” conclui.
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