Pessoas com 60 anos ou mais representam mais de 11% da população mundial e estima-se que aumente 22% até 2050. O envelhecimento populacional está associado a um acréscimo de doenças relacionadas à imunosenescência, incluindo maior suscetibilidade a infecções. A imunosenescência refere-se ao declínio do sistema imunológico associado ao envelhecimento. A idade avançada prejudica a imunidade inata e adaptativa, limitando a resposta aos patógenos e às vacinas. Clinicamente, essas limitações aumentam potencialmente a morbidade e a mortalidade neste grupo etário.
Para a nutricionista Adriana Stavro, no momento a preocupação é com a pandemia.
Por apresentarem risco aumentado se acometidos pelo vírus, os idosos foram
prioridade para imunização. Porém, estudos apontam probabilidade de uma
resposta fraca em indivíduos frágeis ou desnutridos, o que reduziria a eficácia
das campanhas de vacinação.
A baixa resposta às vacinas, está relacionadas não apenas à fragilidade
relacionada a idade, mas também às deficiências de micronutrientes. A
subnutrição diminui as defesas imunológicas, tornando o indivíduo mais
suscetível adoenças. Uma resposta imune eficaz requer um estado nutricional
adequado.
Ao reconhecer isso, Autoridades Europeia para a Segurança dos Alimentos,
autorizou alegações de saúde de função nutritiva para vitA (incluindo β-
caroteno), B6, B9 (folato), B12, C, Ee D, e os minerais Zinco, Selênio, Ferro e
Cobre. Cada um desses micronutrientes, tem papel importante no suporte
imunológico e na redução do risco de infecções.
Estudos em idosos, associaram deficiências nos marcadores imunológicos a
baixosníveis de vit B6, vit C, Zn e Fe. Um sistema imunológico saudável precisa
de vários micronutrientes, incluindo vitamina A, D, C, E, B6, B12, folato,
zinco, ferro, cobre e selênio, que desempenham papel vital, muitas vezes
sinérgicos em cada estágio da resposta imune.
Essas deficiências imunológicas também têm sido associadas a baixas respostas
às vacinas.
• Uma revisão sistemática e meta-análise de nove estudos envolvendo 2.367
indivíduos encontraram taxas de soroproteção mais baixas para o vírus influenza
A subtipo H3N2 e para o vírus influenza B naqueles com deficiência de vitamina
D.
• Uma relação de causa e efeito entre o estado de micronutrientes e as
respostas à vacinação foi demonstrada por meio de ensaios clínicos randomizados
em pessoas mais velhas. Por exemplo, idosos entre 65-85 anos que consumiam ≥5
porções de frutas e vegetais por dia em comparação com idosos da mesma faixa
etária que consumiam ≤2 porções, a resposta à vacinação pneumocócica no grupo
que consumiu a maior quantidade de frutas e vegetais foi melhor.
• Outro estudo com 88 indivíduos com mais de 65 anos, que receberam 60, 200 ou
800 mg de vit E por 235 dias, demonstrou melhora na resposta a algumas vacinas
como hepatite B, tétano, difteria e pneumocócica em comparação com o grupo
placebo.
• Em uma revisão sistemática de 2020 que incluiu 28 estudos, que avaliou a
insuficiência de minerais, incluindo 7203 idosos (≥60) vivendo de forma
independente em 13 países ocidentais e 2.036 vivendo em instituições em sete
países ocidentais. A deficiência de zinco foi observada em 31% das mulheres da
comunidade e 49% dos homens. A ingestão de selênio foi igualmente comprometida
com deficiência em 49% das mulheres e 37% dos homens na comunidade e 44% das
mulheres e 27% dos homens nas instituições. Além disso, insuficiência de ferro,
iodo e cobre foi observado em ambas as populações.
• Específico para o Reino Unido, a Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição de
2019 mostrou piora na ingestão alimentar e escassez crônica de vários dos
nutrientes envolvidos no apoio às funções imunológicas. Estes incluíam vit A,
B12, C e D e os oligoelementos Zinco, Selênio e Cobre. Essas deficiências de
micronutrientes podem limitar a eficácia das vacinas da COVID 19.
Por isso alimentos fontes de vit A(vísceras (principalmente fígado), gemas de
ovos, leite e seus derivados e frutas e legumes amarelos e alaranjados como
manga, mamão, cajá, caju maduro, goiaba vermelha, abóbora, tomate e cenoura)
Vit do complexo B (Leite e derivados, carne, ovos, vegetais folhosos verdes,
carne vermelha, peixes, leveduras, cereais integrais, brócolis, cenoura,
tomate, soja e castanhas)vit E(semente de girassol, amendoim, amêndoas, nozes,
óleos de milho e soja, gérmen de trigo, azeite de oliva, vegetais de folhas
verdes, fígado, gema de ovo)VitD (para ser sintetizada, precisa da exposição da
pele aos raios ultravioleta do sol.
Óleo de fígado de bacalhau, salmão, atum, arenque, truta e sardinha, gema de
ovo e fígado são alimentos fontes) VitC (camu-camu, acerola, laranja, limão,
mamão, morango, abacaxi, brócolis, couve e pimentão e os minerais) Zinco
(amendoim, amêndoa, camarão, carne vermelha, castanhas, chocolate amargo,
feijão, grão-de-bico) Selênio(peixes, carnes de boi, frango, queijos, leite e
ovos, os alimentos de origem vegetal, destacam-se as castanhas-do-pará, a
castanha-de-caju) e Ferro (carne bovina, suína, frango, peixes, feijão,
espinafre, brócolis, couve) devem estar presente na alimentação de todos os
maiores de 60 anos, em quantidades adequadas por um período de 2 semanas antes
de receber a vacina e deve ser mantida até 2 semanas depois de receberem a
dose.
Adriana Stavro - Nutricionista
Funcional e Fitoterapeuta - Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis
- Mestre do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.
Instagram: @adrianastavronutri
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