Estudo feito pelo Centro de
Tecnologia de Embalagem do Estado de São Paulo (CETEA), a pedido da Abeaço,
testou a migração de agentes tóxicos para alimentos e bebidas acondicionados em
dois tipos de embalagem: baldes plásticos e latas de aço. Nos dois casos, as
embalagens haviam sido utilizadas para acondicionar tintas à base de água, sem
solventes derivados do petróleo. O estudo detectou a migração de elementos,
majoritariamente em baldes plásticos, como ftalatos, além de Tercbutano,
Ciclohexano, Tolueno, Etilbenzeno e Xileno, sendo que algumas dessas
substâncias estão relacionadas a doenças graves.
A presidente da Abeaço
explica, porém, que as embalagens de tintas não podem ser reutilizadas. Isto
porque há migração e o uso não previsto para o acondicionamento de alimentos e
bebidas, inclusive de água, é proibido pela ANVISA. “Acreditamos que as
embalagens reutilizadas que tenham acondicionado tintas com solventes à base de
petróleo, como as tintas a óleo, podem trazer ainda mais risco à saúde”,
explica a engenheira de alimentos.
Nos baldes plásticos a
situação é mais delicada, visto que os baldes para comercialização de alimentos
são bastante parecidos com os que acondicionam tintas e a rotulagem pode ser
facilmente removida, o que impede que os consumidores saibam que tipo de
material a embalagem acondicionava anteriormente.
O estudo do CETEA recomenda
que fabricantes dos produtos envasados em embalagens próprias para produtos
químicos alertem os consumidores finais quanto à não reutilização,
principalmente para alimentos e bebidas. “Como entidade que representa o
segmento de embalagens de aço, ainda que saibamos da impossibilidade de
reutilizar latas de tintas e vernizes, consideramos necessário dar este alerta
à população, especialmente neste momento em que muitas famílias terão a
necessidade de guardar água em casa”, explica.
A executiva ressalta que,
muitas vezes, o consumidor confunde reciclagem com reutilização. “Reciclagem é
descartar a embalagem da forma correta, para que ela seja revalorizada”, diz
Thais.
O segmento de embalagens de
aço já conta com um programa de logística reversa aprovado pelo Ministério do
Meio Ambiente, que envolve instalação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) de
latas de tintas e alimentos vazias, cooperativas, catadores, entrepostos e
siderúrgicas, que transformam as latas em aço novamente. “As latas de aço são
100% e infinitamente recicláveis”, finaliza.
Associação Brasileira de Embalagem de Aço - Abeaço
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