Com modelo de atuação integrado, startup
social SAS Brasil foca em soluções de acesso à saúde especializada
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Triagem
de pacientes durante as Expedições nos Sertões, da SAS Brasil, em Bananeiras
(PB).
Foto: SAS Brasil
Maria Aparecida, 57,
moradora de Bananeiras, na Paraíba, estava há dois anos na fila de
espera do SUS aguardando um procedimento dermatológico e mal
acreditou quando recebeu a ligação dizendo que finalmente seria atendida. A
história dessa senhora se repete inúmeras vezes no território brasileiro
.
Segundo dados da Demografia
Médica do Brasil de 2020, 65 milhões de pessoas vivem em regiões sem
acesso a médicos especialistas no país. Em cidades como Tibau do Sul
(RN), Bananeiras (PB), Araripina (PE) e Tamandaré (PE), atendidas pela SAS
Brasil durante a Expedição Sertões (ação que aconteceu durante o maior rally
das Américas), a taxa é de menos de dois médicos para cada mil habitantes. Num
comparativo, em São Paulo, são 5,6 médicos para a mesma quantidade de
pessoas .
Em cada uma dessas
cidades, os desafios para ter acesso à saúde especializada se repetem. Quando
um morador precisa ser atendido em alguma especialidade que a cidade não possui
atendimento, ele entra na fila de regulação do SUS e passa a competir por uma
vaga em um dos centros de referência com todos que estão na mesma situação em
outros municípios.
A espera por uma
simples consulta, exame ou procedimento pode durar anos, como em Tamandaré
(PE), onde uma paciente aguardava há 10 anos um atendimento para urologia.
Quando a pessoa finalmente consegue uma vaga, o município precisa arcar com o
transporte daquele paciente até o centro de referência. Em algumas cidades,
como Araripina, também em Pernambuco, a viagem pode chegar a 1.400
quilômetros (ida e volta).
Para isso, é preciso
se programar. A viagem desses pacientes normalmente começa antes do dia clarear
e só termina com o pôr do sol. Idosos e crianças precisam da disponibilidade de
alguém da família, que muitas vezes precisa faltar no trabalho para conseguir
acompanhá-los
Isso sem falar dos
pacientes que precisam de um tratamento contínuo, como o caso de Milene,
moradora de Tamandaré. Aos 32 anos, mãe de 4 filhos, ela não só precisa de
acompanhamento periódico devido uma doença genética, mas precisa de exames
recorrentes em Recife, distante 100km, para garantir sua elegibilidade
para tomar uma medicação.
Trazer o médico
especialista para perto, seja presencialmente ou com a telessaúde, é uma das
premissas do modelo de atuação da startup SAS Brasil, que desde 2013 atua com
soluções para o acesso à saúde especializada no país.
Com um modelo de atuação
integrado ao SUS, definido pela equipe da SAS Brasil como modelo e atenção
de Saúde 1.5, a organização age como uma engrenagem entre a atenção
primária e secundária e tem o objetivo de aumentar a resolutividade das
demandas reprimidas, reduzindo as filas de espera do Sistema Único de Saúde.
Bananeiras, na
Paraíba, colhe os resultados dessa ação. Por lá, em dois dias de expedição, a
SAS Brasil foi responsável por zerar a fila de espera do SUS para cinco
especialidades médicas: odontopediatria, oftalmopediatria, ortopedia, urologia
e dermatologia.
"Na prática, são
mais de dois anos de atendimentos realizados em dois dias. Para muitas dessas
especialidades, nossa cota mensal era de duas ou três consultas, apenas",
afirma Ledna Jeronimo, secretária de saúde de Bananeiras, ao contar o impacto
da SAS Brasil para a Saúde do município.
No ritmo atual da fila
da regulação, a espera desses pacientes poderia chegar a mais de 30 meses. Na
prática, se não existissem novas demandas, pelos próximos dois anos o município
não precisaria se preocupar com a fila de regulação para essas cinco
especialidades.
"Cerca de 80%
desses pacientes que estão na fila precisam de uma simples consulta e
orientação. Os outros 20% que realmente precisam de algo mais complexo, se atendidos
num período menor de tempo, podem ter um tratamento mais rápido, barato e
simples", afirma a médica e CEO da SAS Brasil, Adriana Mallet.
O resto é pura
matemática. Se as 10 pessoas que esperavam na fila têm acesso mais rápido a
um especialista e 8 podem ter o problema resolvido apenas com uma consulta ou
orientação, os 2 restantes, que realmente precisam continuar na fila para
um atendimento mais complexo (cirurgias, quimioterapias etc), serão atendidos
mais rapidamente, aumentando a taxa de resolução. Mais economia para o SUS.
Menos sofrimento para o paciente.
Confira: https://bit.ly/relatorio_Sertoes2021
Ana Beatriz Arruda e Marina Cardoso
Da SAS Brasil
SAS Brasil
https://sasbrasil.org.br/
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