A expressão Mundo Bani ganhou a mídia recentemente e não por acaso. Bani na verdade é uma sigla Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible que significa Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível, ou seja, uma descrição do que estamos vivendo, em todos os aspectos, inclusive no da gestão.
O conceito do Mundo
Bani foi criado pelo antropólogo e futurista norte-americano, Jamais Cascio, em
2018, ou seja, antes da pandemia. Ele considerou que o outro acrônimo, ou
sigla, como preferirem, a VUCA - Volatility, Uncertainty, Complexity e
Ambiguity ou Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, adotada a
partir dos anos 1980 para relatar os imprevistos e a rapidez com que as
mudanças ocorriam no mercado, já não representava o mundo, diante de mudanças
tão velozes que vinham sendo vivenciadas. A pandemia da Covid-19 só fez
demonstrar o quanto Cascio estava certo. Tudo mudou de novo e rapidamente.
Nada na história da
humanidade foi semelhante ao que estamos vivendo hoje, mesmo que já tenhamos
tido, pelo menos, outras cinco pandemias, peste bubônica ou peste negra, no
século 14; varíola, que perseguiu a humanidade por mais de 3.000 anos; cólera
em 1817; gripe espanhola, em 1918 e, mais recentemente, em 2009 a gripe
suína, a primeira pandemia do Século 21, que até poderia ter sido mais
semelhante ao momento atual, mas não foi, porque ela não resultou numa
quarentena mundial. O fato é que nada exigiu tantas mudanças quanto
agora.
Para os gestores das
empresas, o nível de incertezas é notadamente muito maior do que em anos
anteriores e este cenário é agravado pelo fato de que, na maior parte dos
casos, os sistemas de gestão das companhias ainda são condizentes com um
período em que as mudanças aconteciam de maneira mais lenta. Os planos de
negócio que as organizações estão acostumadas a criar, estão carregados de
premissas e suposições quanto às variáveis de mercado. Assim, quanto maior o
grau de incertezas no ambiente de negócios, ou seja de desconhecimento do
comportamento das variáveis, maior o risco do não cumprimento das metas
estabelecidas. Esta situação é uma fragilidade grave para as organizações. É
quase impossível gerir numa velocidade inferior à velocidade das mudanças e
esperar bons resultados.
Neste sentido, a
incorporação do OKR - Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados
Chave - no sistema de gestão das empresas é um antídoto para a fragilidade dos
sistemas atuais na medida em que orienta a empresa a trabalhar por resultados
em ciclos curtos. Esse é o segredo do mercado agora é do que está por vir:
planejar e agir em ciclos curtos, orientando-se pelo impacto causado pelas
ações e reajustando a rota quando necessário.
Pedro Signorelli - especialista “insider” na implementação de OKR em
empresas de diversos tamanhos e segmentos, e ministrando palestras e workshops
de implementação de OKR.
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