O impacto da pandemia e o retorno às consultas foram alguns dos temas debatidos entre especialistas durante encontro promovido pelo FórumDCNTs
Pesquisa realizada com
mais de 1.700 brasileiros com diabetes com o objetivo de compreender o impacto
da pandemia em pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, em especial
diabetes, foi tema de debate durante encontro de especialistas realizado pelo FórumDCNTs. Esse estudo revelou
que mais da metade alterou sua rotina que ajudava no controle da doença, por
exemplo, mudanças nos hábitos alimentares, redução de atividades físicas e
acesso aos medicamentos e serviços de saúde.
De acordo com o estudo liderado por Mark Barone,
Coordenador do FórumDCNTs, Doutor em Fisiologia Humana pela USP e
Especialista em Educação em Diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD),
59,5% das pessoas reduziram as atividades físicas, 59,4% observaram variação na
glicemia e 38,4% adiaram as consultas médicas. “Aproveitamos o momento para
identificar barreiras ainda existentes para pessoas com diabetes que, mesmo com
a descoberta da insulina há 100 anos e o acesso gratuito a essa medicação no
SUS, essa ainda é uma das doenças que mais causa complicações e mortes
prematuras em brasileiros e brasileiras. Portanto, nosso alerta sempre é para a
prevenção ou, em casos já diagnosticados, a importância de realizar o
tratamento diariamente”, afirma Dr. Mark Barone.
Durante o debate, especialistas afirmaram que, ao
mesmo tempo em que o Brasil é o país da América do Sul que mais gasta por
pessoa com diabetes, e um dos países que mais investe em tratamento para esta
condição no mundo, ainda assim a taxa é muito elevada de casos de doença renal,
cardíaca, ocular e mortalidade em pessoas menores de 60 anos, devido ao
diabetes. Um dos principais fatores de risco da maioria das doenças crônicas, e
que têm se tornado cada ano mais prevalente, é o excesso de peso.
Doenças Crônicas durante a pandemia:
Os pontos destacados nas pesquisas de 2020 são hoje
os mesmos que requerem atenção, segundo os especialistas. “É importante retomar
as consultas médicas de rotina, à prática de atividades físicas e melhorar o
acesso das pessoas aos medicamentos. Com isso, vamos começar a frear o avanço
das graves complicações resultantes da glicemia elevada em pessoas com
diabetes. Além de diminuir a qualidade de vida da pessoa, ainda acarreta altos
custos aos cofres públicos”, enfatiza o Coordenador do FórumDCNTs.
Convidados a colaborar com a temática, os especialistas chegaram à
conclusão de que é necessário investir na Atenção Primária à Saúde (APS),
melhorar a dispensação dos insumos e preparar a saúde pública e saúde
suplementar para a alta demanda de pessoas. Além disso, as autoridades
destacaram a importância da educação em diabetes tanto aos trabalhadores da
saúde quanto à pessoa com diabetes e seus familiares, para que possam tomar as
decisões mais adequadas em seus autocuidados. “Sendo essencial, é claro que
para além do conhecimento as pessoas precisam ter acesso a locais onde possam
se exercitar, a alimentos saudáveis a custos acessíveis, a profissionais
capacitados e precisam que seus medicamentos nunca faltem”, conclui Dr. Mark
Barone.
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