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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Com a pandemia, aumentou o número de pacientes com Fraqueza Muscular Adquirida na UTI. Nutricionistas indicam soluções


Um percentual considerável de pacientes que ingressam na Unidade de Terapia Intensiva – UTI apresenta a Fraqueza Muscular Adquirida na UTI (FAUTI). Essa variação é decorrente do status nutricional prévio à admissão na UTI, e a equipe médica deve considerar, além da quantidade de massa magra pré-existente, as comorbidades do paciente. 

O estado nutricional anterior à admissão da Unidades de Tratamento Intensivo é determinante no desfecho do paciente, tanto em relação ao tempo de internação quanto à sobrevida e tempo de utilização de ventilação mecânica desse paciente. 

A fraqueza é causada principalmente pelo longo tempo de permanência na UTI, assim como pelo tempo de ventilação mecânica, estado inflamatório, resistência anabólica imposta ao paciente, estado catabólico que o indivíduo se encontra e pela inadequação calórica e proteica apresentada. 

De acordo com a nutricionista clínica da CMW Saúde, empresa distribuidora de produtos para saúde, Maria Eugênia Gutheil, quanto maior for a perda de massa muscular na UTI, maior serão as complicações clínicas e pior será o desfecho do paciente. “Dentre essas complicações, podemos elencar a redução da imunidade, aumento de infecções, redução da cicatrização de feridas, aumento de fraqueza muscular, pneumonia, sobrevida e mortalidade”, adverte ela.

Segundo Maria Eugênia, a nutrição na assistência domiciliar para a recuperação do paciente é muito importante, principalmente quando falamos nas metas calóricas e proteicas. “Complementar a alimentação do paciente pode ajudar em sua recuperação. Se o paciente vai para casa em regime de alimentação enteral, muitas vezes a tolerabilidade da fórmula nutricional vai corroborar com a inadequação nutricional, principalmente proteica. A fórmula deve apresentar boa tolerabilidade, isso relacionado a qualidade proteica”, salienta a especialista.

Na opinião de outra nutricionista clínica, Luanna Caramalac, “nos casos de FAUTI, é importante entrar com uma fonte proteica adequada, ingestão de aminoácidos que têm poder de absorção grande pelo organismo, além de uma alimentação com fontes proteicas como ovos, carnes, frango, etc. É preciso investir na saúde da microbiota intestinal para que o órgão absorva os nutrientes, além da complementação com vitaminas como Complexo B, Vitamina D que auxilia na imunidade, Vitamina K 2 para poder absorver a Vitamina D, magnésio, zinco, entre outros”. 

Para Luanna, muitas vezes, depois que o paciente sai da UTI é preciso ministrar doses de ataque, com maior teor de suporte nutricional para a recuperação do organismo. “Também é importante promover uma biogênese mitocondrial para poder restabelecer o organismo.”

“O paciente que realizou a jornada na UTI é um grande candidato a suplementação oral domiciliar e precisa mantê-la para ter efetividade e assim melhorar a reabilitação nutricional. Essa suplementação deve ser mantida por no mínimo 30 dias, tendo como ideal 12 semanas”, finaliza Maria Eugênia.



Dra. Luanna Caramalac Munaro - atua na área da saúde integrativa com o foco em prevenção e tratamentos de doenças crônicas não transmissíveis, como: doenças autoimunes, depressão, infertilidade, câncer, diabetes, HAS, compulsão alimentar e emagrecimento.  Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional- VP, em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase, Pós- graduanda em Nutrição Comportamental- IPGS, formação em modulação intestinal.

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