Um percentual considerável de pacientes que ingressam na Unidade de Terapia
Intensiva – UTI apresenta a Fraqueza Muscular Adquirida na UTI (FAUTI). Essa
variação é decorrente do status nutricional prévio à admissão na UTI, e a
equipe médica deve considerar, além da quantidade de massa magra pré-existente, as comorbidades do paciente.
O estado nutricional anterior à
admissão da Unidades de Tratamento Intensivo é determinante no desfecho do
paciente, tanto em relação ao tempo de internação quanto à sobrevida e tempo de
utilização de ventilação mecânica desse paciente.
A fraqueza é causada principalmente pelo longo tempo de permanência
na UTI, assim como pelo tempo de ventilação mecânica, estado inflamatório,
resistência anabólica imposta ao paciente, estado catabólico que o indivíduo se
encontra e pela inadequação calórica e proteica apresentada.
De acordo com a nutricionista clínica da CMW Saúde, empresa distribuidora de
produtos para saúde, Maria Eugênia Gutheil, quanto maior for a perda de massa
muscular na UTI, maior serão as complicações clínicas e pior será o desfecho do
paciente. “Dentre essas complicações, podemos elencar a redução da imunidade,
aumento de infecções, redução da cicatrização de feridas, aumento de fraqueza
muscular, pneumonia, sobrevida e mortalidade”, adverte ela.
Segundo Maria Eugênia, a nutrição na
assistência domiciliar para a recuperação do paciente é muito importante,
principalmente quando falamos nas metas calóricas e proteicas. “Complementar a
alimentação do paciente pode ajudar em sua recuperação. Se o paciente vai para
casa em regime de alimentação enteral, muitas vezes a tolerabilidade da fórmula
nutricional vai corroborar com a inadequação nutricional, principalmente
proteica. A fórmula deve apresentar boa tolerabilidade, isso relacionado a
qualidade proteica”, salienta a especialista.
Na opinião de outra nutricionista
clínica, Luanna Caramalac, “nos casos de FAUTI, é importante entrar com uma fonte
proteica adequada, ingestão de aminoácidos que têm poder de absorção grande
pelo organismo, além de uma alimentação com fontes proteicas como ovos, carnes,
frango, etc. É preciso investir na saúde da microbiota intestinal para que o
órgão absorva os nutrientes, além da complementação com vitaminas como Complexo
B, Vitamina D que auxilia na imunidade, Vitamina K 2 para poder absorver a
Vitamina D, magnésio, zinco, entre outros”.
Para Luanna, muitas vezes, depois que o
paciente sai da UTI é preciso ministrar doses de ataque, com maior teor de
suporte nutricional para a recuperação do organismo. “Também é importante
promover uma biogênese mitocondrial para poder restabelecer o organismo.”
“O paciente que realizou a jornada na
UTI é um grande candidato a suplementação oral domiciliar e precisa mantê-la
para ter efetividade e assim melhorar a reabilitação nutricional. Essa
suplementação deve ser mantida por no mínimo 30 dias, tendo como ideal 12
semanas”, finaliza Maria Eugênia.
Dra. Luanna
Caramalac Munaro - atua na área da saúde integrativa com o foco em prevenção e
tratamentos de doenças crônicas não transmissíveis, como: doenças autoimunes,
depressão, infertilidade, câncer, diabetes, HAS, compulsão alimentar e
emagrecimento. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional- VP, em
Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase, Pós- graduanda em Nutrição
Comportamental- IPGS, formação em modulação intestinal.
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