Desde a chegada da pandemia em território nacional, defendo o uso clínico da cloroquina e anticoagulantes. A decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM), em 23 de abril, de liberar o medicamento para pacientes com sintomas leves ou já em estado crítico é louvável e de grande importância para conter o COVID.
Receito cloroquina há mais de 40 anos para pacientes com artrite reumatoide, lúpus hertematoso, malária e outras doenças e nunca tive um caso de efeito colateral, pelo contrário. Aliás, a prova da inocuidade do medicamento e que até agora era vendido sem prescrição médica. Ademais, a ação antiviral do é eficiente e deve ser explorada, ainda mais em tempos caóticos como o atual.
Acredito que a experiência da Medicina se aprende à beira do leito, não com decoreba. A maioria dos profissionais de saúde nunca prescreveu o medicamento.
Quem é contrário, ou a maior parte deles, buscou informações com o dr. Google e se amedrontou por eventuais consequências de seu uso, que são raras mesmo. Entretanto, essas consequências podem ser até consideradas desprezíveis, dentro do contexto de benefícios e vantagens que traz para o combate ao coronavírus.
Se utilizada logo nos primeiros sintomas do coronavírus e associada ao Zinco, Azytromicina e anticoagulantes, a droga tem o potencial de destruir o agente invasor. Ressalto, porém, que não deve nunca ser utilizada como prevenção, muito menos como automedicação. O médico é quem tem expertise para avaliar e conduzir sua utilização em cada quadro.
Em meio ao exercício de farmacologia que tomou conta do País nos últimos meses - onde indivíduos sem o mínimo de conhecimento saem por aí cheios de opiniões absurdas sobre medicamentos a serem utilizados durante a pandemia –, destaco, mais uma vez, o valor da experiência médica.
A prescrição consciente da cloroquina e de anticoagulantes é urgente para aplacar o efeito devastador do COVID-19 no Brasil. Cabe ao médico ter o cuidado e a destreza necessários para sua prescrição.
Deixando de lado os jogos políticos que dificultaram a liberação do tratamento à base de cloroquina, a decisão excepcional do CFM levou em conta os interesses dos brasileiros. Eles são e sempre deverão ser a nossa prioridade enquanto profissionais da saúde.
Antonio Carlos
Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
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