Preocupações
com a saúde
financeira têm tirado o sono de muita gente: além do grande número
de desempregados, tanto por conta da crise do novo coronavírus quanto pela
situação econômica que o país já enfrentava, temos comércios fechados, salários
diminuindo, contratos sendo finalizados.
Embora
a renda básica emergencial, popularmente chamada de coronavoucher, tenha
auxiliado um certo número de pessoas, há muitos que, apesar disso, ainda não
têm conseguido fazer com que as contas fechem.
A
preocupação com o bem-estar familiar, com a perda de qualidade de vida e,
claro, com a situação geral da nação - o Brasil, infelizmente, é um dos países
com maior número de mortos pelo novo coronavírus -, têm provocado, além de
dificuldade para dormir, ansiedade profunda, mudança de hábitos alimentares e
até crises de pânico.
O
que podemos fazer para aliviar as sensações em questão? Como manter a saúde
mental em épocas de isolamento, com os problemas que temos enfrentado e diante
de uma pandemia? Falaremos mais sobre o assunto abaixo.
Ansiedade: problema do nosso tempo
Os
transtornos de ansiedade têm ganhado espaço na mídia já há algum tempo.
Frequentes em boa parte da população que trabalha, estuda e está sempre alerta,
os transtornos têm sido relacionados ao frenesi da vida moderna, às cobranças
nos âmbitos familiar e profissional e, acredite, até ao desenvolvimento das
redes sociais.
Em
sociedades cada vez mais competitivas e que estimulam “trabalhar enquanto os
outros dormem” como forma de estar sempre na frente dos competidores, não é de
surpreender que as doenças de ordem mental estejam dominando cada vez mais
pessoas.
Durante
o isolamento social e a quarentena, é possível desenvolver transtornos do
gênero: o medo do que está lá fora, a aproximação do vírus do núcleo familiar,
a incerteza acerca do futuro, as perdas profissionais e a ausência de contato
social podem desestabilizar significativamente as pessoas.
Quem
já enfrenta os transtornos deve ter cuidado redobrado, uma vez que as
circunstâncias já citadas podem fazer com que o ansiedade fique descontrolada.
Nesses casos, é fundamental continuar com a ajuda médica à distância e buscar,
se possível, o atendimento de um psicólogo (também online).
Crises de pânico: o que são?
De
acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, pessoas que
têm crises de ansiedade recorrentes podem ter transtorno de pânico (ou síndrome
do pânico). O diagnóstico, lembramos, deve ser feito apenas por um profissional
competente.
As
crises de pânico têm frequência e duração variada e, geralmente, são bastante
intensas. Para que uma pessoa tenha síndrome do pânico, é preciso que ela tenha
crises recorrentes - ou seja, sim, é possível que uma pessoa, em situação
atípica, tenha um quadro de crise de ansiedade sem ter, no entanto, o
transtorno já citado.
Os
sintomas da crise incluem: dores na região do peito, dificuldade para respirar,
taquicardia, sensação de palpitação e medo de morrer. Há quem sinta mãos e pés
gelados ou tenha um quadro de sudorese excessiva durante a crise, mas isso não
é uma regra.
Como lidar com uma crise de ansiedade?
Ao
perceber a aproximação dos sintomas já descritos, é importante que o indivíduo
afetado tente permanecer calmo: não é uma tarefa fácil, é verdade, mas ter
consciência sobre o fato faz com que seja menos doloroso ter que lidar com ele.
O
ideal é que a pessoa afetada comece a trabalhar com a sua respiração: vale
respirar fundo em cinco segundos, prender a respiração por mais cinco e soltar
no mesmo tempo. Esse exercício, embora simples, ajuda a desviar a atenção da
crise e promove calma e relaxamento físico.
Há
quem diga que observar os elementos ao redor e listá-los em voz alta - “eu vejo
uma mesa branca, um par de cadeiras azuis, três livros”, por exemplo - ajude.
Vale a pena tentar, uma vez que os mecanismos de manutenção de bem-estar variam
de pessoa para pessoa.
Se
você estiver com alguém, peça para que a pessoa fique ao seu lado, para que
segure a sua mão e respire com você. É importante que ela saiba que não é hora
de falar alto ou de forma acelerada, nem de tentar “parar” a crise com
comandos. A compreensão de outrem ajuda aquele que está tendo problemas.
Para
diminuir a recorrência de crises, busque ajuda especializada, evite comer
alimentos ricos em açúcar ou consumir bebidas com cafeína, tente manter
horários para dormir e acordar, veja menos os noticiários, faça meditação,
converse com amigos e familiares pela internet e, sempre que possível, pratique
atividade física.
Mesmo
em momentos de isolamento, quando não se pode sair para andar ou para fazer
exercícios, é possível encontrar formas de distrair a mente e manter o corpo em
pleno funcionamento.
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