A
recomendação das autoridades de diversos países é a mesma: isolamento. O
aumento dos casos do novo coronavírus (Covid-19) alterou a vida de milhões de
pessoas que precisaram adaptar a rotina, o trabalho, o lazer e a forma de se
comunicarem.
De acordo com o Departamento de Assuntos
Econômicos e Sociais das Nações Unidas, em 2018, 55% da população mundial – ou
4,2 bilhões de pessoas – viviam em centro urbanos. E com a pandemia, as
cidades, cada vez mais estruturadas para acolher a maior quantidade possível de
pessoas, ficaram vazias.
“É na cidade onde as pessoas realizam, por
excelência, as trocas. O isolamento é algo completamente atípico, que deve
ocorrer apenas em situações específicas, como na atual pandemia ou em guerras”,
afirma Evandro César dos Santos, mestre em educação e coordenador do material
de cidades da BEĨ Educação no Colégio do Carmo, em Santos.
Segundo o especialista, o vírus está causando
um impacto nunca antes visto
nas
cidades brasileiras, já que o país jamais
tinha restringido o
acesso ao espaço público –
do
comércio a áreas destinadas
ao
lazer. “Em um momento como este, notamos a dinâmica da vida urbana. Levamos
nossa
rotina de trabalho ou estudos automaticamente e não percebemos a falta que
itens básicos do direito à cidade nos fazem”, diz.
Ele também ressalta que o isolamento tem um
impacto no bem-estar das pessoas, principalmente das mais pobres, já que o
receio de perder o emprego gera preocupação e agrava quadros de estresse e
ansiedade. Por isso, quanto mais cedo todos se conscientizarem, ficando em
casa e assim reduzindo a transmissão do vírus, mais rápido as pessoas poderão
recuperar seus hábitos. “Durante grandes catástrofes, as pessoas tendem a
refletir mais sobre seu papel no coletivo. Afinal, a cidadania se faz na
cidade, e em uma cidade onde todos tenham empatia pela situação do outro.”
BEĨ Educação
Nenhum comentário:
Postar um comentário