Opinião
Todos em casa ou apenas
os de maior risco? Ambas podem ser alternativas acertadas. Cada uma no seu
tempo.
Hoje, há quem prefira a
primeira alternativa (comungo com estes), outros a segunda. Houve até quem
admitisse a proposta de isolamento algum, afastada face ao risco de grandes
perdas. As perdas em questão seriam ponderadas na balança de nossos valores
morais e esses dão destaque ao indivíduo, valorizam os idosos e os
fragilizados.
Assim, deixar-nos levar
inertes pela epidemia representaria desastre de grandes dimensões.
Decidiu-se mitigá-la:
"achatar a curva". Sem perder de vista as consequências do isolamento
horizontal (reclusão extrema e paralisação da Economia), priorizou-se evitar as
mortes dos mais frágeis da sociedade.
Sim. Dar fôlego ao
sistema de Saúde talvez poupe alguns deles. Amargaremos
destarte profundos efeitos colaterais - uma grande recessão -, mas o
faremos conscientemente.
Assim fazendo, o
prejuízo será maior? É uma hipótese.
Na tomada de decisão, a
hipótese distante perde do maior peso que tem o perigo real, próximo e
iminente.
A decisão de isolamento
horizontal preocupa, mas não pesará insuportável e indelével na consciência da
sociedade. Pagar-se-á caro... Que assim seja.
Por outro lado, que
atentos à progressão da doença, aproveitemos as oportunidades que surgirão
(espero bem que nas próximas semanas) e façamos transição para o isolamento
vertical, caso isso venha a ser exequível.
Essencial será,
portanto, ter olhos abertos, mãos rápidas e firmes.
José Luiz Gomes do Amaral
Presidente da Associação Paulista de Medicina
Presidente da Associação Paulista de Medicina
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