Infectologista da
Rede de Hospitais São Camilo esclarece dúvidas sobre sintomas e procura por
atendimento médico
Com a confirmação do status de pandemia do novo
coronavírus (Covid-19), feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
pacientes com sintomas respiratórios estão cada vez mais em dúvida sobre como
distinguir a doença de uma gripe ou resfriado simples, e quando procurar
ou não atendimento médico.
De acordo com a infectologista da Rede de Hospitais
São Camilo de São Paulo Dra. Michelle Zicker, as doenças que atingem o sistema
respiratório costumam se manifestar de forma semelhante, o que dificulta uma
avaliação somente considerando sinais e sintomas.
A especialista afirma que os principais sintomas da
Covid-19 são febre, tosse e dificuldade para respirar. Ressalta, no entanto,
que a população deve estar atenta a outras manifestações do corpo, como coriza,
dor de garganta, congestão nasal, dor de cabeça, produção de escarro, dores no
corpo, vômitos e diarreia.
“A recomendação é que somente pacientes que
apresentem esses sintomas – febre, tosse e dificuldade para respirar – se
dirijam às unidades de saúde. Pessoas que estejam com a saúde em dia, sem
nenhuma manifestação clínica, ou com sintomas leves, como coriza, não precisam
procurar atendimento médico como medida de ‘precaução’ de saúde”, orienta a
Dra. Michelle.
Há algumas semanas, apenas pessoas que tivessem
retornado de viagem ao exterior ou tido contato com viajantes eram consideradas
como potenciais portadores do coronavírus. Entretanto, com o anúncio da
transmissão comunitária do vírus em São Paulo e no Rio de Janeiro, o governo
incluiu na lista de suspeita também aqueles sujeitos que vivem em cidades com ao
menos um episódio confirmado e que sejam internados devido a uma Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A infectologista destaca também a necessidade de
atenção com pessoas que correm maior risco ao contrair o coronavírus.
“Pacientes com idade avançada ou com doenças crônicas de base podem evoluir com
as formas mais graves da infecção e, portanto, devem ter cuidado intensivo com
os hábitos de higiene e aglomerações". E frisa: “na iminência de qualquer
piora dos sintomas, deve procurar por reavaliação médica imediatamente”.
O diagnóstico se dá por meio de um teste específico
para o Covid-19, disponível nas redes pública e privada. A recomendação para os
médicos é que eles avaliem, primeiro, o quadro clínico do paciente e solicitem
o exame somente para os pacientes que serão internados por SRAG. Os testes não
são aplicados de forma geral e para todos os interessados.
Segundo a especialista, há estudos em andamento
para avaliar a eficácia de vacinas e medicamentos para prevenção e tratamento
do vírus respectivamente. “Contudo, algumas recomendações são feitas para os
infectados com a doença, entre elas o isolamento domiciliar e o uso de alguns
medicamentos para dor e febre”, explica.
Plano de contingência
Para dar assistência a pacientes que apresentam
sinais e sintomas compatíveis com a infecção pelo novo coronavirus, a Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo organizou um consistente plano de
contingência.
As medidas da Instituição incluem espaço exclusivo
para internação de portadores do Covid-19, no anexo da Unidade Pompeia, com 92
leitos (sendo 45 designados para UTI); pronto atendimento médico
diferenciado para pessoas que sejam triadas com sinais e sintomas do vírus, à
parte do pronto-socorro principal das Unidades da Rede; e ampliação de
contato remoto entre familiares e pacientes, por meio de videochamadas, para
diminuir a circulação de possíveis portadores do vírus. Além disso, tem
instituído restrições a visitas hospitalares aos pacientes internados.
“Estamos aptos técnica, assistencial e
estruturalmente para oferecer à população um atendimento de excelência,
contribuindo no enfrentamento da transmissão do vírus em nível nacional”,
ressalta a infectologista, membro do Comitê Interno à frente do plano de
contingência da Rede São Camilo.
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