Dizer que o mundo muda a uma velocidade surreal já
virou balela. É fato que a história do século XXI será muito diferente do
século XX. O problema é que fomos preparados e moldados para um mundo que se
torna cada vez mais distante. Não por acaso, surgem as síndromes de burnout,
do pânico, depressão e o aumento na taxa de suicídios, demonstrando claramente
a falta de preparo para se adaptar. Por isso, listei aqui cinco habilidades que
julgo indispensáveis e urgentes para qualquer profissional que deseja ter
sucesso nesses novos tempos.
#1 - Liderança: Esqueça aquela velha máxima de que liderança é coisa para gerente,
diretor ou presidente. Liderança é uma questão de atitude, um estado de
espírito, e não um cargo ao qual você foi designado. E, antes de ser líder na
sua empresa, você precisa ser líder na sua vida. O futuro é dos protagonistas,
não dos coadjuvantes. É preciso assumir a autoliderança e a
autorresponsabilidade para ter sucesso. Você é o senhor do seu destino. Nada de
terceirizar escolhas para depois culpar sua geração, a crise, o governo ou quem
quer seja. Trace suas metas e parta para cima seja dentro de uma empresa ou na
sua própria aventura empreendedora.
#2 - Resiliência: Se o mundo muda, a gente muda junto com o mundo. Ser nostálgico ou
depressivo não vai adiantar de nada. Sim, as regras mudaram em pleno jogo e
você vai ter que trocar os pneus com o avião em pleno voo. Darwin já dizia que
não são os mais fortes os que sobrevivem e sim aqueles que melhor se adaptam.
Ninguém está dizendo que mudar é fácil, mas é inevitável. E dói. Dói muito. Ter
que sair da cama quentinha sabendo que chove granizo do lado de fora desanima
qualquer mortal. A boa notícia é que resiliência é como um músculo, quanto mais
forte, menor será o esforço. Acredite, com o tempo, você vai acabar se
acostumando com o fato de que a incerteza é a única certeza.
#3 - Criatividade: Nada de respostas velhas para perguntas novas. Aquelas frases feitas,
as cartilhas “infalíveis” que você recebeu dos seus pais, avós e professores
que tanto se preocuparam em te preparar para o mundo, não servem mais de muita
coisa. Agora, ou você cria suas próprias escolhas, ou será obrigado a seguir a
dos outros. E aqui também tem boa notícia. Criatividade não é um dom especial,
um talento para poucos. É uma habilidade que pode - e deve - ser desenvolvida
por todos. E se você adora fórmulas e processos bem definidos, pode acreditar
que existem várias para estimular a sua criatividade. E
funcionam! É preciso começar de alguma forma.
#4 - Pensamento sistêmico: Sabe aquele roteiro mágico de que você nasce, vai para a escola, faz
amigos, se apaixona, faz uma faculdade, ganha dinheiro, compra uma casa, viaja,
etc, etc, etc...? Então, já deu para perceber que ele não funciona para todo
mundo o tempo todo, certo? E a razão de sofrermos tanto quando algo foge desse
“padrão” é que aprendemos a desenvolver apenas o pensamento linear: isso “mais”
isso é igual àquilo. Ou seja, se eu for uma boa menina, encontrarei um príncipe
encantado. Se for um bom aluno, terei um ótimo emprego. Mas, se o mundo é
sistêmico, o seu modo de pensar também deve ser. Vale
a pena se aprofundar nesse assunto. Há vários autores bárbaros que ensinam
como desenvolver essa nova forma de ver o mundo.
#5 - Aprendizagem contínua: Você fez faculdade, pós-graduação, MBA, mestrado, doutorado, PHD.
Agora, é só pendurar seus diplomas na parede e correr para o abraço, ok?! Óbvio
que não. O futurista Alvin Tofler disse que “os analfabetos do século XXI não
serão aqueles que não sabem ler ou escrever, mas sim os que não tiverem
capacidade de aprender, desaprender e reaprender”. Ou seja, durante toda a sua
vida, você vai ter que jogar fora conhecimentos obsoletos e se abrir para o
novo. No livro Teoria U, Otto Scharmer ensina a importância do “deixar ir” para
“deixar vir”. Então, melhor aceitar que mais dia, menos dia, você vai precisar
se render ao conceito de lifelong learn, ou seja, vai ter que
estudar para sempre! Aceita que dói menos e cura mais rápido.
Marília
Cardoso - sócia-fundadora da PALAS, consultoria pioneira
na implementação da ISO 56.002, de gestão da inovação.
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