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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Automedicação mascara doenças e abuso pode levar a outros distúrbios


De acordo com Dr. Heron Rached, coordenador do centro de cardiologia do Hospital Leforte, uso indiscriminado de alguns medicamentos pode causar sérios danos à saúde


Quando o assunto é automedicação, o Brasil apresenta números alarmantes. Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF) cerca de 77% dos brasileiros tomam algum tipo de medicamento sem qualquer orientação médica. Outra pesquisa feita pela Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), realizada em 2019, dos dez medicamentos com venda mais expressiva no Brasil, três possuem venda livre e estão ao alcance de qualquer pessoa nas farmácias. São os analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios.

“Muitas vezes a automedicação pode mascarar problemas mais graves. Se a pessoa apresentar sintomas não habituais, o correto é procurar ajuda médica”, diz o Dr. Heron Rached, coordenador do centro de cardiologia do Hospital Leforte.

Segundo ele, o uso indiscriminado de medicamentos também acarreta outros problemas à saúde. “O excesso de analgésicos e antiinflamatórios pode levar, por exemplo, à hipertensão arterial. E, em estágios mais graves, à insuficiência renal. Já quando falamos em automedicação com drogas ansiolíticas e antidepressivos, a atenção especial deve ser dada aos efeitos colaterais, que incluem principalmente quadro depressivos maiores e até suicídio”.

Para o especialista, a falta de um olhar mais atento à saúde é um fator que leva a índices tão altos de automedicação no Brasil. “Em países que possuem modelos mais bem estruturados de saúde a tendência é que haja um menor índice de automedicação. A boa notícia é que o advento de novas tecnologias, incluindo a telemedicina, permitirá um maior acesso aos promotores de saúde que orientarão melhor a população sobre o uso correto de medicações”, afirma.


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