Pesquisar no Blog

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Tratamento inovador para dermatite atópica é lançado no Brasil


Dupixent é a primeira terapia alvo biológica para o tratamento da dermatite atópica


Pacientes adultos com dermatite atópica moderada a grave cuja doença não é adequadamente controlada com tratamentos tópicos ou quando estes tratamentos não são aconselhados passam a contar agora com uma nova opção de tratamento da doença. Com comercialização no Brasil pela Sanofi, Dupixent® (dupilumabe) inaugura uma nova geração de tratamentos biológicos para a dermatite atópica.

A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica com sintomas frequentemente aparentes como lesões na pele1,2,3,4. Os casos moderados a graves da doença são caracterizados por erupções cutâneas que geralmente cobrem grande parte do corpo e podem incluir coceira intensa e persistente e ressecamento da pele, rachaduras, vermelhidão, crostas e formação de líquido5. A coceira é um dos sintomas mais incômodos para os pacientes e pode ser debilitante. Além disso, nos casos moderados a graves, a doença impacta aspectos da qualidade de vida dos pacientes, como sono, ansiedade e depressão6,7.

Estudos científicos recentes revelaram que pacientes com dermatite atópica têm maior quantidade das interleucinas 4 e 13 (IL 4 e IL 13), que são duas proteínas responsáveis por iniciar o processo inflamatório que ocorre nas camadas mais profundas da pele, provocando os sintomas da doença8.

“A descoberta de como ocorre o processo inflamatório da dermatite atópica foi uma grande vitória da ciência, pois permitiu o desenvolvimento de novos tratamentos. Dupixent® é a ponte entre essa vitória científica e a vida dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave cuja doença não é adequadamente controlada com tratamentos tópicos ou quando estes tratamentos não são aconselhados”, comenta a líder médica de área terapêutica da Sanofi, Suely Goldflus.

Dupixent® é um anticorpo monoclonal humano desenvolvido especificamente para inibir a sinalização excessiva de duas proteínas-chave, IL-4 e IL-13, que são consideradas as principais causas da inflamação subjacente persistente na dermatite atópica9.

O medicamento é administrado por meio de injeção subcutânea e pode ser aplicado pelo próprio paciente seguindo as orientações do médico e da bula do produto. Dupixent® pode ser usado com ou sem uso concomitante de corticoides.


Impacto e tratamento da doença

A dermatite atópica apresenta graus de gravidade que variam entre leve, moderado e grave. Os casos moderados e graves são os menos comuns, mas os que causam maior impacto físico e emocional para os pacientes. Ansiedade e depressão são consequências para 51% dos pacientes moderados a graves, que também relatam dificuldade para dormir cinco ou mais noites por semana (55%)10.

Ainda com os pacientes mais graves, 93% afirmam sentir vergonha ou insegurança e 83% dizem que a doença influencia na escolha de roupas no dia a dia. Cerca de 63% sentem coceira por mais de 12 horas por dia e 77% dessas pessoas relatam dor ou desconforto moderado ou extremo, além de apresentarem maior propensão a infecções sérias ou com risco potencial de vida10.

A dermatite atópica pode ser tratada com cremes hidratantes específicos e medicamentos tópicos, incluindo corticoides. Entretanto, alguns pacientes não respondem a essas terapias ou não têm recomendação para utilizá-las. Neste caso, restava como opção somente um tipo de medicamento imunossupressor sistêmico aprovado no Brasil, com indicação restrita para pacientes com a forma grave da doença e uso recomendado por até um ano11,12.

Neste cenário, o arsenal terapêutico até o momento era limitado para o tratamento da dermatite atópica de maneira eficaz e segura no longo prazo, principalmente no caso de pacientes adultos que convivem com a doença por muitos anos, em geral por mais de 25 anos, e representam a maior população de pacientes graves.
Dupixent® foi classificado nos Estados Unidos pelo FDA (Food and Drug Administration) como breakthrough therapy para pacientes adultos com dermatite atópica moderada a grave. A designação breakthrough therapy foi criada pelo FDA para agilizar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos desenvolvidos para condições graves ou com risco de vida. A primeira vez que essa designação foi concedida para uma doença dermatológica, exceto em cânceres dermatológicos, foi para Dupixent.


Desenvolvimento clínico

Atualmente, Dupixent® também está sendo avaliado para o tratamento da dermatite atópica em crianças (6 meses a 11 anos). O medicamento foi recentemente aprovado pelo FDA para adolescentes com dermatite atópica (12 a 17 anos) e para pacientes asmáticos a partir de 12 anos, nos quadros moderada a grave com um fenótipo eosinofílico ou em casos de pacientes dependentes de corticosteróides. Dupixent® também está sendo avaliado em outras doenças inflamatórias, como polipose nasal, esofagite eosinofílica, alergia à grama e alergia alimentar. Um futuro ensaio está previsto para doença pulmonar obstrutiva crônica. Esses usos potenciais são investigacionais e a segurança e a eficácia não foram totalmente avaliadas por nenhuma autoridade reguladora.

Dupixent® (dupilumabe) está sendo desenvolvido em conjunto pela Sanofi e Regeneron em um acordo de colaboração global.





Sanofi





Referências
1  - Eichenfield et al. Guidelines of Care for Atopic Dermatitis. J Am Acad Dermatol. 2014;70(2):338-51.
3 - Gelmetti and Wolleberg. Atopic dermatitis- all you can do from the outside. Br J Dermatol. 2014;170 Suppl 1:19-24.
4 - National Institutes of Health (NIH). Handout on Health: Atopic Dermatitis (A type of eczema) 2013. Available at: http://www.niams.nih.gov/Health_Info/Atopic_Dermatitis/default.asp. Accessed October 2016.
5 - Mount Sinai. Patient Care Atopic Dermatitis. Available at: http://www.mountsinai.org/patient-care/health-library/diseases-and-conditions/atopic-dermatitis#risk. Accessed August 2017.
6 - Zuberbier T et al. Patient perspectives on the management of atopic dermatitis. J Allergy Clin Immunol. 2006;118(1):226-32.
7 - Torrelo A et al. Atopic dermatitis: impact on quality of life and patients' attitudes toward its management. Eur J Dermatol. 2012 Jan-Feb;22(1):97-105.
8 - S. Mrabet-Dahbi, M. Maurer. Does allergy impair innate immunity? Leads and lessons from atopic dermatitis. Eur. Journal of Allergy and Clinical Immunology. 2010 Nov;65(11):1351-6. doi: 10.1111/j.1398-9995.2010.02452.x / Ax. Wang, N, Xu Landén. New insights into T cells and their signature cytokines in atopic dermatitis. IUBMB Life. 2015 Aug;67(8):601-10. doi: 10.1002/iub.1405. Epub 2015 Jul 14.
9 - Simpson et al. Two Phase 3 Trials of Dupilumab versus Placebo in Atopic Dermatitis. N Engl J Med. 2017 Mar 16;376(11):1090
10 - Simpson EL et al. Patient burden of moderate to severe atopic dermatitis (AD): Insights from a phase 2b clinical trial of dupilumab in adults. J Am Acad Dermatol. 2016 Mar; 74(3): 491-8
11 - Prezzano JC and Beck LA. Long-term treatment of atopic dermatitis. Dermatol Clin. 2017;35:335-349.
12 - Blauvelt A, de Bruin-Weller M, et al. Long-term management of moderate-to-severe atopic dermatitis with dupilumab and concomitant topical corticosteroids (LIBERTY AD CHRONOS): a 1-year, randomised, double-blinded, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2017 Jun;389(10086):2287-2303.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados