É preciso estar
atento ao falar com as crianças porquê algumas palavras e ações podem impedir o
desenvolvimento pessoal e, até mesmo, criar traumas
‘Você é burro’, ‘você é desatento’ e ‘olha o que
fulano já fazia na sua idade’ são alguns exemplos de frases que podem
desenvolver crenças limitantes, ou seja, ideias que a pessoa considera como
verdadeiras e que impedem o crescimento pessoal. Embora estes conceitos possam
ser criados em todas as fases da vida, são mais prejudiciais quando gerados até
os 11 anos, pois é a época em que a criança forma os filtros com a qual
enxergará o mundo.
“Nosso cérebro está programado para considerar como
verdadeiro tudo o que acreditamos, ou seja, tudo no que cremos acaba se
manifestando em nossas vidas”, explica Gisa Azeredo, coach e terapeuta
comportamental. “Assim, se a vida toda alguém me disse que relacionamentos são
difíceis, eu já terei uma resistência e pensamentos negativos ao me relacionar
com as pessoas.”
Segundo a profissional, o mesmo ocorre com a
criação de traumas e fobias. Exemplo é que disseram a uma criança que olhar para
borboletas poderia cegá-la, desenvolvendo o medo do inseto. Porém, hoje, mesmo
adulta e consciente de que isso não é possível, a menina continua temendo
borboletas porquê foi criado um trauma.
Vale destacar que, apesar do contato com pais ser
maior, os pensamentos limitantes podem ser criados por qualquer pessoa, tais
como professores, médicos e amigos. No entanto, ainda que uma das principais
fontes criadores destas ideias seja a fala, elas também podem surgir a partir
da observação das experiências de outras pessoas e de imposições sociais – como
padrões de beleza e de vestimenta.
Para evitar o mindset (modo de pensar) limitante
desde a infância, a orientação é alterar a conotação negativa das frases ditas
às crianças. Por exemplo, ao invés de dizer que ela está fazendo determinada
atividade errada, é possível sugerir uma mudança: ‘o que você acha de fazermos
deste jeito?’. Além disso, Gisa destaca que as comparações nunca devem ser
feitas. “Dizer o quanto alguém é melhor do que a criança gera muitos traumas.
Somos únicos e ninguém deve ser comparado”, completa.
Um dos caminhos para superar os pensamentos
limitantes é a ressignificação. Para isso, o primeiro passo é identificar com
clareza qual é a crença e, em seguida, buscar quais situações a desencadearam.
“Depois, é preciso encontrar uma crença, que seja fortalecedora, para
substituir a ideia limitante”, afirma a especialista. “Mas, para que o mindset
seja, de fato, alterado, é necessário que esta nova crença se torne um hábito e
uma verdade para a mente.”
No cotidiano, com o objetivo de mudar as crenças
pessoais, Gisa destaca que é necessário querer que estas mudanças aconteçam,
uma vez que elas dependem apenas da própria pessoa. “Algumas ações podem
contribuir neste processo, como acreditar que você está em evolução constante,
buscar treinamentos comportamentais e terapias”, assinala.
Gisa
Azeredo - Formada em Practitioner em PNL (Programação
Neurolinguística), Coach, Análise Quântica e Constelação Familiar, Gisa Azeredo
trabalha, desde 2008, com o objetivo melhorar a vida das pessoas por meio do
desenvolvimento pessoal, fazendo com que elas encontrem o caminho para a
realização de objetivos mantendo as emoções e as questões comportamentais em
equilíbrio. Acreditando que as pessoas podem ter uma vida melhor fazendo o que
realmente gostam, a profissional se dedica a treinamentos e coaching pessoal e
empresarial, uma vez que tem vivência no ambiente corporativo na área
administrativa e comercial, como a Petrobrás, onde trabalhou por seis anos.
Além disso, Gisa também é palestrante e terapeuta comportamental.
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