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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Mapeamento genético e terapia-alvo mudam paradigmas no tratamento do câncer de ovário


 Com os avanços médicos, câncer pode ser encarado hoje como uma doença crônica e tratável


Responsáveis pela produção dos hormônios femininos e dos óvulos, os ovários são de suma importância para a saúde feminina. E, quando algo não vai bem com a saúde desse órgão, é importante investigar as causas, sinais e possíveis sintomas que possam identificar condições mais graves, como o câncer de ovário, tipo de câncer de alta letalidade que acomete mais de 6 mil mulheres ao ano no Brasil¹.

No dia 8 de maio, é celebrado o Dia Mundial do Câncer de Ovário, data que atenta para a importância da conscientização dessa doença que, por ser assintomática em estágios iniciais, ainda costuma ser diagnosticada em fases avançadas. Hoje a maioria dos casos é identificado após a quinta década de vida².

Entre os principais fatores de risco para o câncer de ovário, além da idade, é possível destacar a obesidade, além do histórico reprodutivo e familiar da mulher³. 


Desvendando a doença

Um dos grandes desafios para a classe médica é o de detectar o câncer de ovário precocemente. Quando o tumor já está em fases mais avançadas, os principais sinais são: dores no abdômen e nas costas, gases, cansaço frequente, estômago inchado, ciclo menstrual irregular, vômitos e queda de cabelo3.

A boa notícia é que, após o diagnóstico, o médico possui uma série de alternativas para o tratamento, que deve ser avaliado conforme o estágio em que o tumor se encontra. Quando diagnosticado em estágios I e II, a indicação é a cirurgia para retirada do ovário e da trompa comprometida, associada ou não à quimioterapia4. Nesse caso o útero e o outro ovário são preservados, garantindo a possibilidade de futuras gestações.

Já quando o câncer está em estágio III, onde o tumor já invadiu estruturas próximas perto do útero, é indicada a cirurgia radical de retirada dos dois ovários, trompas e útero, seguido de quimioterapia pós operatória4. O estágio IV é considerado o mais grave do câncer de ovário, quando a doença já se espalhou para outros órgãos, e o tratamento indicado é a quimioterapia associada ou não a  uma terapia anti-angiogênica4.

Embora os sintomas quase silenciosos do câncer de ovário façam com que a doença seja diagnosticada em fases mais avançadas, uma gama maior de tratamentos trazem atualmente perspectivas mais otimistas para os pacientes. É o caso da terapia-alvo, como explica a Diretora Médica da AstraZeneca, Maria Augusta Bernardini. “Dispomos hoje de terapias-alvo que atacam efetivamente o tumor, preservando as células saudáveis e a qualidade de vida das pacientes. Os avanços científicos recentes já nos permitem considerar o câncer uma doença crônica e perfeitamente tratável, o que tira o estigma de ‘sentença de morte’, principalmente no caso do câncer de ovário, uma doença que ainda nos desafia de diversas formas”.


Como detectar e tratar mais cedo? 

Se os sintomas do câncer de ovário são tão difusos, uma das chaves para identificar esse câncer mais cedo pode estar nos genes, como explica a Dra. Angélica Nogueira Rodrigues, Presidente do EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos. “Cerca de 15% dos tumores de ovário são causados por mutações germinativas nos genes BRCA 1 e 25”, informa. 

A especialista ainda complementa: “É essencial que mais mulheres saibam e reconheçam que existe essa mutação, para que juntamente com seu médico, possam tomar as decisões mais assertivas sobre sua saúde”.


O papel do mapeamento

O mapeamento genético não só ajuda a identificar qual é a mutação como auxilia o médico na tomada de decisão do melhor tipo de tratamento. Para confirmar o diagnóstico de uma mutação, o mapeamento é feito por meio de testes genéticos, que no geral são simples de serem realizados, necessitando somente de uma amostra de sangue ou saliva6. O exemplo mais famoso que trouxe a questão do câncer com mutação genética à tona é o da atriz Angelina Jolie, que é portadora da mutação BRCA e decidiu fazer a retirada de tumores de mama e ovários de forma preventiva, em 2013. 

Segundo o Dr. Rodrigo Guindalini, Oncogeneticista e Coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Português de Salvador, Bahia, existem casos pontuais onde o mapeamento genético é indicado, são os chamados “grupos de risco”, ou seja, pessoas com incidência de câncer em várias gerações na família6.






AstraZeneca



Referências:
  1. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-ovario
  2. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-ovario
  3. http://www.oncoguia.org.br/conteudo/atencao-mulheres-veja-quais-sao-os-primeiros-sintomas-de-cancer-no-ovario/10693/7/
  4. https://www.vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-ovario-tipos-de-cancer/cancer-de-ovario-tratamento-2/
  5. https://www.vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/cancer-de-ovario-tipos-de-cancer/cancer-de-ovario-fatores-de-risco-2/ https://www.ladoaladopelavida.org.br/mapeamento-genetico
  6. https://www.ladoaladopelavida.org.br/mapeamento-genetico


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