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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Idade fértil: saiba suas chances de engravidar em cada faixa etária


Entender sobre a idade fértil permite que casais tenham maior controle sobre a hora de começarem uma família. Métodos contraceptivos e a ampla disponibilidade de tecnologias reprodutivas aumentam significativamente as possibilidades, ao compararmos com o passado.

Segundo a ginecologista especialista em reprodução assistida Cláudia Navarro, é possível aguardar para ter um filho mais tarde, apesar de essa espera poder dificultar um pouco a gravidez. “Isso porque a fertilidade diminui naturalmente com a idade e gestações tardias têm, em geral, maiores riscos de complicações”, ressalta.

A verdade é que, apesar de existir uma idade fértil, não há uma idade ideal para se engravidar e há muito o que ser considerado, inclusive, a disponibilidade para ser pai ou mãe. “Logo, não é por ter mais de 30 ou 40 anos que você não está hábil para ter um bebê saudável”, conta Cláudia.

Veja, abaixo, o que é importante saber em cada faixa etária, para saber como engravidar nas diferentes fases de sua vida.


Aos 20 anos

Essa faixa etária é o auge da idade fértil, pois as mulheres são mais férteis e têm melhores chances de engravidar.

Segundo a médica, há maior número de óvulos de boa qualidade aos 20 anos. Além disso, os riscos de complicações são menores.

“Com 3 meses de tentativas, com 25 anos, as chances de engravidar chegam a quase 20%”, diz Cláudia.


Aos 30 anos

Quando chegam os 32 anos, a fertilidade começa a cair gradualmente. A partir dos 35, a velocidade em que isso ocorre é acelerada.

“Mulheres nascem com cerca de 1 milhão de óvulos, que vão sendo perdidos a cada ciclo menstrual, se não usados. Por volta dos 37 anos, esse número cai para cerca de 25 mil óvulos restantes”, lembra a ginecologista.

Com 35 anos, as chances de engravidar com os mesmos 3 meses de tentativas mencionados acima caem para 12%.

Além disso, cresce o risco de aborto espontâneo e anomalias genéticas. Por isso, em gestações de mulheres nessa faixa etária, é comum que os médicos peçam exames extras para acompanhamento.


Aos 40 anos

É natural uma queda acentuada da capacidade reprodutiva aos 40 anos. As chances de se engravidar com 3 meses de tentativas chega a 7%.
A especialista ainda ressalta que, além da redução da quantidade de óvulos restantes, cai também sua qualidade. “Óvulos mais velhos podem ter mais problemas cromossômicos, por isso aumentam as chances de defeitos congênitos” pontua.

Nessa faixa etária, é possível engravidar, mas são maiores os riscos de:

- Nascimento prematuro

- Baixo peso do bebê

- Defeitos congênitos

- Natimorto

Ainda segundo Cláudia, diabetes, pressão alta e outras condições que complicam a gestação também são mais comuns em quem já passou dos 35 anos. Elas podem se exacerbar na gravidez, como, por exemplo, na pré-eclâmpsia.


Possibilidades para engravidar mais tarde

É recomendado que quem tem mais de 35 anos e vem tentando engravidar há mais de 6 meses, verifique com um especialista em reprodução assistida se há algum problema de fertilidade.

A especialista conta que o médico irá identificar se há algum problema e propor os próximos passos. Medicamentos que estimulam a produção de óvulos e técnicas como fertilização in vitro (FIV), podem ajudar nesse processo.
“Outra opção é usar óvulo de uma doadora saudável, que será fertilizado com o esperma do parceiro e, depois, transferido para seu útero”, lembra Cláudia Navarro.

Quando a preservação da fertilidade é uma opção, o ideal é realizar o congelamento de óvulos bem mais cedo, quando eles ainda aparecem com melhor qualidade e maior quantidade.

“Se você tem certeza que deseja esperar, converse com um médico de sua confiança para ter certeza de que está tudo certo e avaliar se você pode seguir com seus planos de ter uma família mais tarde”, finaliza Cláudia.




Cláudia Navarro - especialista em reprodução assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (ginecologia e obstetrícia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.  

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