Entender sobre a idade fértil
permite que casais tenham maior controle sobre a hora de começarem uma família.
Métodos contraceptivos e a ampla disponibilidade de tecnologias reprodutivas
aumentam significativamente as possibilidades, ao compararmos com o passado.
Segundo a ginecologista
especialista em reprodução assistida Cláudia Navarro, é possível aguardar para
ter um filho mais tarde, apesar de essa espera poder dificultar um pouco a
gravidez. “Isso porque a fertilidade diminui naturalmente com a idade e
gestações tardias têm, em geral, maiores riscos de complicações”, ressalta.
A verdade é que, apesar de existir
uma idade fértil, não há uma idade ideal para se engravidar e há muito o que
ser considerado, inclusive, a disponibilidade para ser pai ou mãe. “Logo, não é
por ter mais de 30 ou 40 anos que você não está hábil para ter um bebê
saudável”, conta Cláudia.
Veja, abaixo, o que é importante
saber em cada faixa etária, para saber como engravidar nas diferentes fases de
sua vida.
Aos 20 anos
Essa faixa etária é o auge da
idade fértil, pois as mulheres são mais férteis e têm melhores chances de engravidar.
Segundo a médica, há maior número
de óvulos de boa qualidade aos 20 anos. Além disso, os
riscos de complicações são menores.
“Com 3 meses de tentativas, com 25
anos, as chances de engravidar chegam a quase 20%”, diz Cláudia.
Aos 30 anos
Quando chegam os 32 anos, a
fertilidade começa a cair gradualmente. A partir dos 35, a velocidade em que
isso ocorre é acelerada.
“Mulheres nascem com cerca de 1
milhão de óvulos, que vão sendo perdidos a cada ciclo menstrual, se não usados.
Por volta dos 37 anos, esse número cai para cerca de 25 mil óvulos restantes”,
lembra a ginecologista.
Com 35 anos, as chances de
engravidar com os mesmos 3 meses de tentativas mencionados acima caem para 12%.
Além disso, cresce o risco de
aborto espontâneo e anomalias genéticas. Por isso, em gestações de mulheres
nessa faixa etária, é comum que os médicos peçam exames extras para
acompanhamento.
Aos 40 anos
É natural uma queda acentuada da
capacidade reprodutiva aos 40 anos. As chances de se engravidar com 3 meses de
tentativas chega a 7%.
A especialista ainda ressalta que,
além da redução da quantidade de óvulos restantes, cai também sua qualidade.
“Óvulos mais velhos podem ter mais problemas cromossômicos, por isso aumentam
as chances de defeitos congênitos” pontua.
Nessa faixa etária, é possível
engravidar, mas são maiores os riscos de:
- Nascimento prematuro
- Baixo peso do bebê
- Defeitos congênitos
- Natimorto
Ainda segundo Cláudia, diabetes,
pressão alta e outras condições que complicam a gestação também são mais comuns
em quem já passou dos 35 anos. Elas podem se exacerbar na gravidez, como, por
exemplo, na pré-eclâmpsia.
Possibilidades para engravidar
mais tarde
É recomendado que quem tem mais de
35 anos e vem tentando engravidar há mais de 6 meses, verifique com um
especialista em reprodução assistida se há algum problema de fertilidade.
A especialista conta que o médico
irá identificar se há algum problema e propor os próximos passos. Medicamentos
que estimulam a produção de óvulos e técnicas como fertilização in vitro (FIV),
podem ajudar nesse processo.
“Outra opção é usar óvulo de uma
doadora saudável, que será fertilizado com o esperma do parceiro e, depois,
transferido para seu útero”, lembra Cláudia Navarro.
Quando a preservação da fertilidade é uma opção, o ideal é realizar o
congelamento de óvulos bem mais cedo, quando eles ainda
aparecem com melhor qualidade e maior quantidade.
“Se você tem certeza que deseja
esperar, converse com um médico de sua confiança para ter certeza de que está
tudo certo e avaliar se você pode seguir com seus planos de ter uma família
mais tarde”, finaliza Cláudia.
Cláudia Navarro - especialista em reprodução
assistida e diretora clínica da Life Search. Graduada em Medicina pela UFMG em
1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (ginecologia e obstetrícia) pela
instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando
principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida,
endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.
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