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sábado, 25 de maio de 2019

Glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível



O glaucoma é uma doença multifatorial que danifica o nervo óptico e, se não tratada, pode causar perda de visão. A doença é assintomática, ou seja, ocorre sem a manifestação de sintomas perceptíveis. “Daí a necessidade de realizar exames oftalmológicos periodicamente, já que o problema pode piorar com o passar do tempo”, esclarece a médica oftalmologista Dra. Heloisa Russ, especialista em glaucoma.

A doença é causada principalmente pela elevação da pressão intraocular, que ocorre quando há acúmulo de fluido no olho (cuja função é carregar nutrientes para o cristalino e para a córnea e manter a tensão ocular), seja pelo aumento da produção ou diminuição da drenagem. “Se não for tratada adequadamente, pode levar à perda da visão, alerta Dra. Heloisa.

O problema é considerado a principal causa de cegueira irreversível no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma anualmente, o que totaliza 60 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de glaucoma, a doença atinge 2% dos brasileiros acima dos 40 anos, resultando em cerca de um milhão de pessoas. “O problema não atinge somente os adultos, crianças também podem ser acometidas pela doença, porém os casos são mais raros, enfatiza a médica.


Diagnóstico


Para identificar o glaucoma é necessário examinar o interior do olho, observando através da pupila. Dra. Heloisa conta que é realizada a averiguação da pressão intraocular (por meio da tonometria) e a avaliação do nervo óptico no exame de fundo de olho. Além disso, outros exames devem ser feitos para que o oftalmologista possa ter certeza que o paciente é portador de glaucoma e como este pode ser tratado. Os principais exames são: acuidade visual, avaliação do nervo óptico, campimetria, exame com lâmpada de fenda, gonioscopia (uso de lentes especiais para verificar os canais de circulação do ângulo), imagens do nervo óptico, tomografia do nervo óptico, resposta do reflexo da pupila e tonometria para medir a pressão ocular. “Após esses exames podemos confirmar o diagnóstico do paciente”, complementa a especialista.


Tratamento

Pode ser realizado por meio de colírios, laser ou cirurgia. O objetivo do tratamento consiste em reduzir a pressão intraocular. “Quando os colírios ou o laser não são suficientes para alcançar o controle da pressão ocular, o médico pode sugerir a realização de cirurgia”, ressalta a especialista.


Fatores de risco associados ao glaucoma:



- miopia elevada;

- pressão intraocular elevada;

- idade acima de 40 anos;

- negros são mais propensos a desenvolver glaucoma do que pessoas caucasianas, asiáticas e latinas;

- histórico familiar de glaucoma pode elevar as chances de um indivíduo desenvolver a doença também;

- doenças no olho, como alguns tumores, descolamento de retina e inflamações, aumentam o risco de glaucoma;

- fazer uso por muito tempo de medicamentos à base de corticosteroides;

- espessura corneana fina.

Além disso, entre os principais fatores de risco que podem levar à doença estão diabetes, problemas cardíacos, distúrbios vasculares (hipertensão e hipotensão arterial), hipertireoidismo e apneia do sono. “Estudos apontam que pessoas portadoras de diabetes e hipertensão arterial estão mais propensas ao glaucoma”, destaca Dra. Heloisa. 





Dra. Heloisa Russ - Possui uma densa formação acadêmica, é graduada em Medicina pela UFPR, fez Residência Médica em Oftalmologia pela Unicamp, onde também realizou Mestrado e Sub-especialização em Glaucoma. Em seguida, se tornou Doutora pela USP e Pós-Doutora pela Unifesp.  A médica oftalmologista é membro de diversos Conselhos e Associações, dentre os quais estão o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a Sociedade Latino-Americana de Glaucoma, a ARVO (The Association for Research in Vision and Ophthalmology) e a Sociedade Brasileira de Glaucoma. Dra. Heloisa Russ é também autora de artigos científicos e capítulos de livros na área de Glaucoma e Oftalmologia Social. Além disso, é professora associada da pós-graduação da UFPR e da Unifesp.

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