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quinta-feira, 16 de maio de 2019

4 dicas para preparar seu pet à chegada de um bebê na família

Créditos: Envato Elements

Muitos pais que têm cães de estimação se preocupam com a convivência entre o bichinho e o novo membro da família; com o Dia das Mães chegando, especialista em comportamento animal Cleber Santos tem uma boa notícia para esses casais: é possível, sim, que os pets e bebês convivam de forma harmoniosa e saudável
 
A chegada de um bebê, sem dúvida, muda a rotina de uma família, desde os preparativos até o momento em que a criança nasce. Tais mudanças acabam afetando também o comportamento e a vida dos pets que já viviam na casa antes da chegada do novo membro, e conviviam com os novos pais.

Com a nova dinâmica da casa, os cães acabam, inevitavelmente, perdendo a atenção total que ganhavam anteriormente e terão que dividi-la com o bebê. Com isso, é possível que os pets tentem retomar o espaço perdido de várias formas possíveis, levando até mesmo parte dos tutores, algumas vezes, a questionarem se é viável o convívio entre cão e bebê, e gerando dúvidas a respeito do assunto.

Segundo Cleber Santos, especialista em comportamento animal e proprietário da ComportPet, a boa convivência depende do adestramento e dos cuidados com o cão, desde o início de sua criação, e é bem possível, sim - e, inclusive, benéfico para a criança -, ter um cachorro e um bebê vivendo juntos.

“Ter um pet em casa durante beneficia a criança em diversos sentidos, pois ajuda no desenvolvimento emocional e físico dos bebês, melhora a agilidade e o estímulo sensorial, desenvolve a linguagem e a comunicação, entre outros. Ambos - criança e pet - aprendem a brincar juntos e, assim, gastam energia. Além disso, a convivência melhora questões de confiança e autoestima, criando um vínculo de carinho, afeto e respeito que será levado pela criança para a vida inteira”, comenta.

Cleber lista 4 dicas que podem ajudar a criar um vínculo positivo dos pets com o bebê que chega em casa:


Resolva questões de comportamento antes do bebê chegar

Deixar para cuidar dessas questões após ao nascimento do bebê não é uma boa ideia, pois os pais não terão tempo para gerenciar o comportamento do pet, já que o foco total agora é com o bebê. Então, o ideal é que todas as questões sejam resolvidas com adestramento, antes mesmo do novo membro chegar em casa.

“Caso não tenham treinado o cão quando ainda era filhote, é muito importante que os pais da criança encontrem um adestrador e iniciem o trabalho com o pet assim que souberem da chegada do novo bebê. Pode ser que os novos pais deixem portas abertas, por exemplo, alimentos ou mesmo acessórios e produtos do bebê em locais de fácil acesso ao cão, entre outras situações que podem se tornar um problema se os tutores deixarem tudo ‘para a última hora’”, explica Cleber.

Adapte o cão à nova rotina que ele irá enfrentar

Mudar a rotina dos pets gradativamente é fundamental para sua adaptação à chegada de um bebê na família. Questões como horários, alimentação, atenção e brincadeiras devem ser alteradas aos poucos. "A família deve acostumar o cão com a chegada do bebê antes mesmo do nascimento, deixando que ele participe dessa nova fase. Um grande erro é tentar isolar o animal, deixando-o preso em um cômodo ou na cozinha", pontua o especialista.

Uma ótima atitude que os tutores podem tomar é fazer com que o cão conviva com objetos do dia a dia do bebê, como o seu carrinho, suas roupas, seus brinquedos e outros objetos que irão diminuir a sua curiosidade e se tornarão parte da rotina da casa e da vida do pet. Até mesmo o shampoo e a colônia do bebê devem ser introduzidos na vida dos cães, para que se acostumem com o seu cheiro.

“É importante que os tutores se atentem ao fato de que essas mudanças de hábito têm que ser feitas de maneira gradual. Restrições farão parte da sua nova rotina, como deixar de subir no sofá ou ter acesso a algum lugar da casa. Por isso que é importante prepará-lo antes e não simplesmente puni-lo quando o fizer”, explica.  

Estabeleça limites

Como em toda relação, é necessário que haja um limite para o convívio entre crianças e animais de estimação. Principalmente no início, o exagero pode causar problemas para toda a família. “Adaptar os locais da casa à chegada do bebê e demarcar os limites até onde os pets podem acessar no começo dessa nova rotina é essencial. Aí entra, mais uma vez, o trabalho com o profissional especializado, que deve ser feito desde o início da gestação”, recomenda o adestrador.

Outro ponto importante é o fato de que, independentemente de serem criados juntos, o bebê e o cão não podem nunca ficar sozinhos. “Jamais deixe a criança junto de um cão sem supervisão de um adulto, mesmo que não seja mais bebê. Crianças têm comportamentos imprevisíveis, assim como os cães, e isso pode gerar reações inesperadas, mesmo que eles convivam bem diariamente. Então, sempre redobre a atenção e nunca permita que eles fiquem sozinhos”, alerta Cleber.


Dê tempo para que ambos aprendam a conviver entre si

Seu pet não vai se acostumar com um novo integrante da família da noite para o dia. Diante disso, é necessário tempo, dedicação e atenção por parte dos tutores para adaptá-lo ao novo dia a dia da casa. “Quando o bebê nasce, é normal que o animal de estimação fique carente e com ciúmes, afinal, perderá a atenção que tinha por parte de seus tutores e, a partir de agora, terá que dividir seus pais, sua casa e suas coisas com outro ser que está chegando. Por isso, os pais têm de fazer com que o animal veja a criança como parte da rotina e da casa, sem tirar seu espaço, para evitar competições. Além disso, não é recomendável que ambos convivam diretamente durante os três primeiros meses de vida do bebê, mas a aproximação entre eles pode, sim, existir, aos poucos”, explica o especialista.





Cleber Santos - Especialista em comportamento animal, atua como adestrador de cães há 12 anos, quando cuidava do canil de treinamento durante o serviço militar. Trabalhou para grandes canis do interior de São Paulo, treinando cães de policiais de todo o Brasil. Além da experiência profissional, fez diversos cursos, estágios e especializações, inclusive em outros países - Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile e Alemanha. Desde 2010, está também à frente da ComportPet, centro que oferece consultoria comportamental, adestramento e serviços de hotelaria e creche, além de atendimento veterinário, estética animal e terapias alternativas para pets, como a musicoterapia. É um dos únicos profissionais do Brasil que também adestra gatos, e vem sendo requisitado como adestrador de pets de famosos, entre eles o DJ Alok.

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