Para algumas mulheres só a possibilidade de
descobrir um nódulo na mama já é algo angustiante, pois, o medo do câncer é
enorme. Diante disso, muitas preferem não realizar o autoexame ou, ao encontrar
um caroço, optam por esperar sumir, limitando demais o combate mais eficiente –
até mesmo sem a necessidade de cirurgia – que ocorre quando a doença é
descoberta e tratada logo depois do aparecimento dos primeiros sintomas.
No mês que marca o “Outubro Rosa”, campanha
mundialmente conhecido pela defesa do diagnóstico rápido da segunda maior causa
dos cânceres nas mulheres, a médica e acupunturista, Dr. Márcia Yamamura, que é
professora da Escola Paulista de Medicina, fala da importância da
conscientização e como a medicina tradicional chinesa pode ajudar as pessoas
com a doença. “Atualmente, em pelo menos em 25% das mulheres que são diagnosticadas
com câncer a doença atingiu as mamas. Por isso, essa campanha tem grande
importância para conscientizar o público feminino dos perigos e também tudo que
pode ajudar no processo. Obviamente, a Acupuntura nunca será o tratamento
principal da doença, porém, dependendo do estágio, a prática ajuda a fazer, por
exemplo, a ressecção desse nódulo, o esvaziamento dos linfonodos na axila,
entre outros procedimentos auxiliares, que irão complementar a radioterapia ou
a quimioterapia”.
Ainda segundo a especialista, essa área da medicina tradicional chinesa ajuda muito com os sintomas causados pelos tratamentos convencionais contra o câncer. “A acupuntura é extremamente benéfica para as náuseas e vômitos, e também tem um efeito secundário com relação a fadiga e ao apetite. Ela ajuda ainda a controlar a dor sentida no pós-operatório e quando o tumor ainda se encontra. Isso, aliás, é valido para todos os tipos de tumores, não só o de mama.
Porém,
para que a pessoa consiga usufruir desses benefícios é muito importante que a
paciente realize esse tratamento com um profissional médico especialista em
acupuntura, pois podem haver contraindicações dependendo do caso”, orienta.
Apesar das muitas teorias e mitos, o câncer nada
mais é que uma doença que surge quando alguma célula do organismo sofre uma
mutação, perde suas características naturais e passa a se multiplicar de forma
desordenada, invadindo órgãos e vasos sanguíneos. Mesmo com a sua prevenção não
sendo totalmente possível, em função da multiplicidade de fatores relacionados
ao surgimento da doença, existem alguns fatores, segundo a médica, que parecem
influenciar nas chances de a mulher desenvolver o câncer de mama. “Um dos
exemplos e ter tido a primeira menstruação antes dos 12 anos; nunca ter tido
filhos; ter engravidado depois dos 30 anos; ter feito reposição hormonal, entre
outros. Também existem fatores ambientais, genéticos e o estilo de vida. O
componente genético é tão importante que a gente deve ficar em alerta quando
alguém da família materna apresenta câncer de mama”, afirma a médica, alertando
para a necessidade de realizar exames periódicos. “É muito importante a
realização do autoexame com uma frequência mensal, ou seja, que a própria
mulher conheça a própria mama e note diferenças na forma, contorno e se há
nódulos. No caso de dúvida, ao invés de ficar com medo, a mulher deve procurar
rapidamente um médico especialista.
Só ele poderá orientar sobre a necessidade
de exames mais detalhados ou não”.
Há, por outro lado, algumas atitudes que ajudam a
prevenir o câncer de mama, entre elas, manter hábitos saudáveis, o que inclui
uma dieta pobre em alimentos gordurosos, atividade física regular, pouca
ingestão de bebidas alcoólicas e se manter longe do cigarro. “A acupuntura
também ajuda na prevenção, já que tem grande função emocional, ou seja, se a
mulher passou por alguma mágoa, tristeza ou foi ferida em sua feminilidade,
pode acabar adoecendo por conta desses traumas. A medicina tradicional chinesa
defende que a nossa mente e corpo são totalmente conectados, sendo assim, os
sentimentos podem sim levar ao desenvolvimento de diversas doenças, entre elas,
o câncer”, conclui.
Dra. Marcia Lika Yamamura -
Pediatra, acupunturista e Diretora do Center AO . Professora Colaboradora
do Setor de Medicina Chinesa-Acupuntura da Disciplina de Ortopedia do
Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UNIFESP / EPM. Supervisora do PRM
Acupuntura da UNIFESP. Mestre em Epidemiologia pelo Departamento de Medicina
Preventiva da UNIFESP. Vice presidente Científica do Colégio Médico Brasileiro
de Acupuntura (CMBA). Diretora do Center AO (Centro de Estudo e Pesquisa da
Medicina Chinesa).
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