O médico cirurgião geral Igor Vieira, da Aliança
Instituto de Oncologia explica como ser um doador, os principais riscos e
obstáculos para a doação
Nesta quinta-feira (27/09) é lembrado o Dia
Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. A data foi criada para conscientizar a
população sobre a importância da ação, que visa salvar a vida de milhares de
pessoas.
Igor Vieira, médico cirurgião geral com
especialidade no aparelho digestivo da Aliança Instituto de Oncologia, explica
que há dois tipos de doador: o vivo, que pode doar pulmão, rim, parte do fígado
e medula óssea; e o cadáver, que doa as duas córneas, os dois pulmões, o
coração o fígado, os dois rins, o pâncreas, o intestino e a até a pele. De
acordo com ele, em média 35 mil pessoas estão na lista de espera para
transplante, por falha de algum desses órgãos.
O médico aponta que é de extrema importância
comunicar os familiares, sobre o desejo de doar órgãos, ainda em vida.
"Não precisa assinar papel nenhum, nem colocar na identidade. Mas a
família tem que saber, pois ela é que toma a decisão de doar os órgãos quando o
paciente tem morte cerebral", comenta.
Mas e os
riscos?
Vieira aponta que a taxa de rejeição de doação no Brasil é de cerca de 40% dos pacientes com morte cerebral. A nível mundial, esse índice cai para 25%. Segundo o médico o maior problema é a falta de informação sobre a morte cerebral.
Ele relata que muitas famílias não acreditam que o
paciente faleceu, pois os órgãos continuam funcionando, mas não há nenhuma
atividade cerebral. A falta de informação também é um grande obstáculo para a
doação de órgãos.
"Os familiares têm medo de não poder enterrar
o ente querido ou ainda de não poder fazer funeral com caixão aberto. Além de
não concordarem com o diagnóstico de morte cerebral, que ocorre quando não há
mais nenhum tipo de atividade cerebral, mas os outros órgãos funcionam
normalmente por um tempo", destaca.
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