"Quem
fala sobre suicídio não se mata, só quer chamar a atenção". Esse é um dos
pensamentos mais errados que já ouvi e, infelizmente, por muitas vezes. Quem
fala sobre tirar a própria vida já está há alguns passos de consumar o fato,
por isso é essencial que todos prestem atenção no comportamento das pessoas ao
seu redor e até em si mesmos, pois os fatores que levam à tal ação podem surgir
em qualquer indivíduo, independentemente do sexo, classe social ou
faixa-etária.
Para entender
a gravidade do tema, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo,
segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O resultado são 800 mil
mortes por ano. No Brasil, o suicídio é a segunda causa de morte de jovens
entre 15 e 29 anos, mais um motivo para que as "ameaças" de suicídio
sejam levadas a sério, pois elas atingem pessoas cada vez mais novas.
Falar sobre
suicídio não estimula mais pessoas a cometerem. O diálogo, esclarecimentos e
tratamento de doenças consideradas fatores de risco são a melhor forma de
prevenir o problema. Quanto mais falamos (e ouvimos, principalmente), mais
promovemos uma rede de apoio às pessoas que passam por algum tipo de
sofrimento.
Mas
por que as pessoas cometem suicídio?
Existe um
conjunto de fatores envolvidos. Os transtornos mentais estão relacionados em 90%
dos casos. Catástrofes, perda de entes queridos, grandes desfalques
financeiros, abuso sexual, bullying, solidão e antecedentes familiares de
suicídio são algumas das causas associadas, mas é importante ressaltar que todo
ser humano passa por adversidades como essas e que a exclusão da própria vida
não é a solução.
É preciso dar
atenção e ouvir a pessoa que fala sobre suicídio. Frases como: "você tem
tudo", "pensa na sua família" e "não fala besteira",
definitivamente não ajudam, pelo contrário, faz com que o indivíduo se sinta
cada vez mais culpado. Se entendermos que na mente da pessoa vulnerável não
está o encerramento da vida, mas o encerramento da dor, teremos mais condições
de ajudá-la.
Ao se deparar
com alguém propenso a se suicidar, procure compreender o que motiva essa pessoa
a pensar sobre suicídio, ouça as suas justificativas e então mostre que existem
alternativas para lidar com os problemas. Indique buscar imediatamente a ajuda
de profissionais especializados como psicólogos e psiquiatras. Hoje esses
especialistas estão também nas clínicas médicas populares, onde os preços são
bastante acessíveis, justamente para que pessoas necessitadas tenham um
acompanhamento médico adequado e ao seu alcance.
O apoio da
família, das amizades sólidas, das crenças que amparam e dão esperança também é
importante para que o indivíduo restabeleça a sua mente. Outra medida de
combate ao suicídio é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que disponibiliza
atendimento gratuito 24 horas para dar apoio emocional e prevenir o pensamento
suicida.
Numa era em
que o conveniente é enviar mensagens instantâneas e com respostas rápidas, o
olho no olho ainda é insubstituível. Se conhecer alguém com fatores de risco ou
se você mesmo sentir dificuldade de conversar com o próximo, busque auxílio
especializado o quanto antes. Dê valor à vida!
Danielle
de Paula Santos - psicóloga da
Doktor's, clínica médica popular localizada em São Paulo. Mais informações: www.doktors.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário