Os dados são de
pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde e CDC dos EUA na Paraíba. Pelo novo
boletim são 4.046 casos em investigação de microcefalia, 1.046 confirmados e
1.814 descartados
O
estudo de caso-controle realizado na Paraíba mostra, preliminarmente, que
mães que tiveram o vírus Zika no primeiro trimestre da gestação apresentaram
maior probabilidade de terem crianças com microcefalia. O Ministério da
Saúde, em pareceria com o governo da Paraíba e Centro de Controle e Prevenção
de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados Unidos, continua com a análise
das amostras de sangue coletadas nas mães e bebês paraibanos. Somente após
esta fase, os resultados finais serão divulgados. O resultado inicial do
estudo, apresentado em João Pessoa (PB), também não encontrou nenhuma
associação da microcefalia com a exposição de produtos como inseticidas, por
exemplo.
“Faz parte deste estudo a
investigação de pessoas que não foram acometidas pela microcefalia. Somente
após o processamento das amostras de sangue coletadas, comparando os casos e
os controles, é que poderemos estimar com mais clareza o risco de ser
acometido pela doença e a relação do Zika com a microcefalia”, explica o
assessor da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Eduardo
Hage, destacando o empenho das equipes na fase de campo da pesquisa. “O
estudo se deu de forma ágil, ética e eficaz. As equipes deram passos
importantes na busca por respostas para o problema que preocupa o mundo”,
acrescentou o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde,
Antonio Nardi.
A pesquisa, que começou no dia
22 de fevereiro, contou com a atuação de oito equipes – compostas pelas
instituições envolvidas – que investigaram a proporção de recém-nascidos com
microcefalia associada ao Zika, além do risco da infecção pelo vírus, em 56
municípios do estado. Ao todo, foram entrevistados 165 casos de mães que
tiveram bebês com microcefalia e 446 controle (mães e bebês da mesma região
sem microcefalia). Entre os bebês, 52% são do sexo feminino e 48% do sexo
masculino, na faixa-etária de 0 a 7 meses.
NOVO
BOLETIM – Em todo o Brasil, 4.046 casos suspeitos de microcefalia
estão em investigação, de acordo com o novo boletim divulgado nesta
terça-feira (5) pelo Ministério da Saúde. Desde o início das investigações,
em outubro de 2015, até 2 de abril – foram 6.906 notificações em 1.307
municípios de todas as unidades da federação. Dos casos já concluídos, 1.814
já foram descartados e 1.046 foram confirmados para microcefalia e outras
alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita.
Destes, 170 já tiveram
confirmação laboratorial para o vírus Zika. Nestes casos, foi realizado
exame laboratorial específico para o vírus Zika. No entanto, o Ministério da
Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do
número de casos relacionados ao vírus. Ou seja, a pasta considera que houve
infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico
final de microcefalia.
Até o dia 2 de abril, foram
registrados 227 óbitos (fetal ou neonatal) suspeitos de microcefalia e/ou
alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação
(abortamento ou natimorto). Destes, 51 foram confirmados para microcefalia
e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 148 continuam em
investigação e 28 foram descartados.
Cabe esclarecer que o Ministério
da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações
do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação
com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como
causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose,
Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.
O Ministério da Saúde orienta as
gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes
aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de
mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e
camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
PESQUISAS
– Outro estudo realizado por um grupo de pesquisa sobre a epidemia
de Zika (MERG) apontou que, de 100 mães de crianças com microcefalia
entrevistas no Estado de Pernambuco, 59 notaram a presença de exantema
(erupção cutânea) durante a gravidez, sintoma comum em pessoas infectadas
pelo vírus Zika. A pesquisa foi publicada em uma revista científica do Centro
de Controle e Prevenção de Doenças Transmissíveis (CDC), dos Estados Unidos.
Fazem parte deste grupo,
especialista da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco – Centro de Pesquisa Aggeu
Magalhães (Fiocruz/CPqAM), da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS), do Ministério da Saúde, do Instituto de Medicina
Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), da Universidade Federal de
Pernambuco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Secretaria de
Estado de Saúde de Pernambuco, da Universidade Federal da Fronteira Sul, da
Universidade de Pernambuco, do Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde
e da London School of Hygiene & Tropical Medicine.
Distribuição
dos casos notificados de microcefalia por UF, até 2 de abril de 2016
Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 27/02/2016).1 Número cumulativo de casos notificados que preenchiam a definição de caso operacional anterior (33 cm), além das definições adotadas no Protocolo de Vigilância (a partir de 09/12/2015) que definiu o Perímetro Cefálico de 32 cm para recém-nascidos com 37 ou mais semanas de gestação e demais definições do protocolo.2 Apresentam alterações típicas: indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus Zika em testes laboratoriais.3 Foram confirmados 82 casos por critério laboratorial específico para vírus Zika (técnica de PCR e sorologia).4 Descartados por apresentar exames normais, por apresentar microcefalia e/ou malformações congênitas por causas não infecciosas ou por não se enquadrar nas definições de casos.*5 Conforme informado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, 162 casos se encontram em investigação para infecção congênita. Destes, 39 são possivelmente associados com a infecção pelo vírus Zika, porém ainda não foram finalizadas as investigações.*6 Dados de Roraima referente a SE 12, até o dia 23 de março. (Não atualizado).Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 2/04/2016).Amanda Mendes
Agência
Saúde
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quarta-feira, 6 de abril de 2016
MICROCEFALIA: estudo aponta que 1º trimestre pode ser de maior risco para grávidas
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