Nossos hábitos são condicionados nos
primeiros anos de vida, por isso é muito importante o estabelecimento de regras
e comportamentos saudáveis desde cedo; Excesso de peso pode acarretar em
crianças doenças típicas de adultos, como pressão alta e alterações no
colesterol
Atualmente
enfrentamos a triste realidade de crianças com menos de cinco anos de idade
diagnosticadas com obesidade. A Organização Mundial de Saúde aponta este como um dos maiores problemas
de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de
adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de
crianças acima do peso e obesas no mundo poderá chegar a 75 milhões, caso nada
seja feito. No Brasil, de acordo com a última
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2009, cerca de 50% dos
meninos e 43% das meninas de cinco a nove anos já apresentam excesso de peso
sendo que 16% e 11% respectivamente são obesos.
Hoje, é possível observar em crianças
o desenvolvimento de doenças antes típicas em adultos, como pressão alta e
alterações no colesterol, além de problemas psicológicos e dificuldades de
socialização.
Segundo Mariana Nacarato, consultora
em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas
Alimentícias, Pães & Bolos Industrializados, (ABIMAPI), a obesidade
infantil é decorrente de uma mistura de fatores.
É claro que o ambiente doméstico
possui grande importância na constituição dos hábitos alimentares da criança.
Mas em alguns casos, como os de tendência genética, por exemplo, os pais não
têm tanta culpa. De todo modo, eles são responsáveis pela compra e preparo de
alimentos, além de serem “exemplos” através dos seus próprios costumes diários.
“Culpar apenas a família ou
determinados alimentos é fazer uma análise muito simplificada de tudo que está
envolvido na alimentação infantil. Desmame precoce, alimentação excessiva,
falta de atividade física e problemas familiares podem levar ao sobrepeso e, se
não cuidado, à obesidade“, afirma a nutricionista.
É importante inserir na rotina dos
pequenos porções diárias de carboidratos, proteínas, além de verduras, legumes
e frutas. Diferentemente da imagem de vilão da saúde, o carboidrato é um
nutriente essencial na alimentação infantil. Segundo o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), baseado na Organização Mundial da Saúde (OMS), a
recomendação de carboidratos durante a infância é entre 55% e 75% do total de
calorias consumidas diariamente.
Deficiências alimentares na infância
prejudicam o processo de maturação do sistema nervoso, o desenvolvimento mental
e intelectual, e aumentam a vulnerabilidade às infecções. A falta de energia
ainda é a maior causadora destes problemas. Por isto a importância da oferta
adequada dos carboidratos como arroz, trigo e seus derivados – massas, pães,
bolos e biscoitos, que também são fontes de vitaminas e sais minerais. “Além do
fornecimento de energia necessária para o desenvolvimento e crescimento, o
carboidrato se oferecido de forma correta pode ajudar a prevenir a obesidade”,
completa a especialista.
A alimentação da criança acima de
dois anos, por exemplo, já deve ser igual ao restante dos adultos, a única
diferença é que será em menor quantidade. Envolvê-la na preparação dos pratos e
realizar refeições em conjunto, são estratégias que ajudam a adquirirem hábitos
saudáveis.
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