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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Latino-americanos são os mais preocupados no mundo com Zika vírus





Mais de 18 mil pessoas em 27 países participaram de levantamento sobre a epidemia


A América Latina é a região mais preocupada com o Zika vírus no mundo, segundo pesquisa global realizada pela Ipsos. Sete em cada dez entrevistados da região estão apreensivos em relação à epidemia, que é apontada com a principal causa da alta de casos de bebês com microcefalia e de pacientes com a síndrome de Guillain-Barré.

A doença também tem causado preocupação no Oriente Médio e na África, onde 45% dos entrevistados declararam estarem apreensivos com o vírus, e na região da Ásia-Pacífico, onde a proporção de preocupados é de 43%. A América do Norte (34%) e a Europa (33%) estão entre os menos preocupados. A empresa de pesquisa ouviu mais de 18 mil pessoas de 16 a 64 anos em 27 países no período de 19 de fevereiro a 4 de março. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Entre os países, o Brasil é que apresenta o maior índice de apreensão em relação à epidemia – 64% dos entrevistados no país estão muito preocupados. Na sequência, aparece Colômbia (50%), Peru (47%) e Argentina (39%). “É natural que o brasileiro seja o povo mais preocupado com o Zika nesse momento, afinal o país é o mais atingido pelo vírus e pela sua possível relação com a microcefalia”, afirma Danilo Cersosimo, diretor de contas de Public Affairs da Ipsos no Brasil.

A epidemia pode ter um impacto significativo no setor de turismo da América Latina. Quatro em cada dez entrevistados afirmaram estar menos propensos a viajar para o México, Porto Rico ou países da América do Sul.

No Brasil
A Ipsos também realizou uma pesquisa especificamente no território nacional. Foram ouvidos 1.200 homens e mulheres acima de 16 anos em 72 cidades das cinco regiões do país em fevereiro. A maior parte da população se mostra preocupada, principalmente as mulheres e os moradores da região nordeste, onde 95% dos entrevistados estão apreensivos com a epidemia. Esse sentimento é menor na região norte, onde o número de entrevistados que estão preocupados com a epidemia cai para 73%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

A apreensão é grande também porque, para mais da metade dos entrevistados (54%), faltam informações confiáveis sobre o vírus e porque a epidemia mostra que o país precisa de maior quantidade de médicos – 70% concordam com essa afirmação. 

As mulheres estão mais preocupadas do que os homens com o Zika vírus. De acordo com a pesquisa, 89% das entrevistadas disseram que estão preocupadas ou muito preocupadas com a epidemia que atinge o país. Entre os homens, esse número cai para 83%. Esse dado se confirmou na pesquisa global da Ipsos: entre as mulheres, 49% estão preocupadas; entre os homens esse número cai para 42%.

Mais da metade dos entrevistados acredita que o Zika vírus é responsável pelo crescente diagnóstico de casos de microcefalia em bebês (61%) e, para a maioria dos brasileiros, é recomendável adiar a gravidez por conta da epidemia de Zika - 68% dos entrevistados concordam com essa afirmação. Essa questão gerou mais divergência entre homens e mulheres: 75% das entrevistadas concordaram com o adiamento da gravidez, contra apenas 59% dos entrevistados. O aumento dos casos de bebês com microcefalia levanta também uma discussão sobre o direito ao aborto. Um terço dos brasileiros afirma que quando o diagnóstico é feito durante a gestação, mulheres grávidas deveriam ter o direito de abortar.

“O brasileiro, que é maciçamente contra o aborto, se torna mais maleável nos casos de gravidez decorrentes de estupro ou quando há risco de o bebê nascer com alguma deficiência grave, por exemplo,” afirma Cersosimo.

Olimpíada e Zika
A preocupação de que o Zika vírus pode afetar o turismo também foi sentida na pesquisa nacional. Metade dos entrevistados concorda que a epidemia prejudicará os Jogos Olímpicos, que serão realizados no Rio de Janeiro em agosto de 2016. Mas uma parcela considerável, um em cada quatro brasileiros, ainda se posiciona indecisa, não concordando ou discordando dessa afirmação. No mesmo levantamento, 54% dos entrevistados acharam correto que os turistas estrangeiros cancelem suas viagens ao Brasil.


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