Os homens já sabem: depois dos 45 anos, é preciso iniciar
o acompanhamento médico com o urologista para o diagnóstico precoce do câncer
de próstata. A disseminação da informação e o aumento da conscientização
masculina fez com que crescesse o número de diagnósticos da doença. Segundo o
INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2010, eram esperados 52 mil novos
casos. Já para 2014, a expectativa era de 68 mil, ou seja, um número 30% maior
em apenas quatro anos.
De acordo com o urologista da Rede de Hospitais São Camilo
de São Paulo, Adriano Pinto, três fatores estão associados ao desenvolvimento
do câncer de próstata. “A idade é o mais importante, pois o diagnóstico e a
mortalidade aumentam após os 50 anos. Na sequência, está a hereditariedade.
Parentes de primeiro grau com a doença aumentam de três a 10 vezes a chance de
desenvolver câncer de próstata, seja por fatores genéticos ou pela exposição
aos mesmos hábitos alimentares ou estilo de vida. Por fim, a etnia. Quando
comparados a outros grupos populacionais, a incidência do problema é maior em
negros”, revela.
Para diagnosticar precocemente a doença, é preciso
realizar, anualmente, o exame físico (toque retal) e um exame de sangue chamado
PSA, sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico. “O uso do PSA
revolucionou o diagnóstico precoce, porém, ainda hoje, existem casos de câncer
de próstata com PSA baixo. Por isso, não é possível dispensar o exame físico. O
toque retal ajuda a detectar nódulos prostáticos endurecidos, mesmo com baixos
valores de PSA. Um exame complementa o outro”, explica o especialista.
Caso o câncer de próstata seja confirmado, o médico vai
indicar o tratamento mais assertivo. “Se o tumor estiver localizado apenas na
próstata, é realizada uma cirurgia para retirada do órgão. Se o câncer já tiver
avançado e produzido metástases, o tratamento se torna mais complexo com o uso
de hormônios. No passado, quando esses hormônios deixavam de funcionar no
controle da doença, não havia quase nada que ajudasse o paciente. As grandes
novidades estão justamente nessa área de tumores resistentes ao tratamento,
para os quais foram descobertas novas substâncias que produzem respostas
excelentes”, conta.
Hábitos saudáveis sempre ajudam, mas ainda são
desconhecidas as formas de prevenir o câncer de próstata. Por isso, para ter
boas chances de cura, o diagnóstico precoce é fundamental. “Em 1990, o controle
efetivo da doença localizada chegava a 70%. Nos dias de hoje, pode ser tão
elevado quanto 95-98%, se o diagnóstico for feito em fase inicial e o
tratamento adequadamente instituído”, reforça.
Adriano Pinto é urologista da Rede de Hospitais São Camilo
de São Paulo
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