Isoladamente, o exame de toque – realizado na
investigação de câncer de próstata – não oferece altas taxas de confiabilidade.
Quando associado ao exame PSA (antígeno prostático específico), a dupla
oferece 92% de acerto no diagnóstico. Por isso é tão importante conhecer em
detalhes esse exame laboratorial. Quanto maior o nível de PSA no sangue, maior
também é a chance de o paciente ter câncer de próstata – que é o segundo mais
comum entre brasileiros, com quase 70 mil novos casos por ano. De acordo
com o médico radiologista Leonardo Piber, do Centro de Diagnósticos Brasil
(CDB), em São Paulo, é fundamental que homens entre 50 e 75 anos se submetam a
esse simples exame de sangue todos os anos.
Piber diz que conhecer os fatores de risco para o
câncer de próstata contribui muito para evitar negligência ou alarmismo. “A
maioria dos casos acontece por volta dos 65 anos, mas a investigação
diagnóstica deve acontecer entre 50 e 75 anos. Quando há parentes diretos que
já enfrentaram a doença, o recomendado é iniciar os exames anuais a partir dos
40 anos. Trata-se de um tipo de câncer que mata mais de 13 mil pessoas todos os
anos e é particularmente agressivo para homens com uma dieta rica em gorduras
ou que são de fato obesos”.
O médico afirma que, quando a análise do sangue
detecta alteração importante, normalmente o paciente é encaminhado a novos
exames de imagem para diagnosticar precocemente o câncer de próstata, já que a
doença oferece boas chances de cura quando tratada logo no início”. “O PSA
é uma proteína encontrada em grandes quantidades no sêmen e em pequena
quantidade no sangue, mas é o suficiente para indicar quando há risco. Pode
acontecer de o nível de PSA estar alto por conta de alguma inflamação ou
infecção na glândula prostática. Daí a importância de o médico fazer o toque
retal e encaminhar o paciente para exames de imagem, considerando idade,
histórico familiar, medicamentos de uso contínuo e até mesmo determinados
suplementos que afetam o tamanho da próstata”.
Quando tanto o toque retal quanto o nível de PSA
apontam para o câncer de próstata, Leonardo Piber diz que outros exames costumam
contribuir para chegar a um diagnóstico preciso, como o ultrassom transretal e
a biópsia. “A ressonância magnética também costuma ser empregada para
sabermos a localização exata do tumor, bem como se ele se espalhou pela
próstata”. Independentemente dos exames que serão realizados, o
médico chama atenção para o fato de que inicialmente a doença costuma ser
assintomática, ou seja, não apresenta sintomas relevantes. Mesmo assim, o
paciente pode começar a sentir dificuldade ou dor ao urinar, urgência em urinar
(principalmente à noite), urinar em pouca quantidade e mais vezes, verificar
sangue na urina, e sentir dor persistente nas costas ou nos quadris.
“Quando o câncer de próstata atinge outros órgãos, o
paciente também pode ter dor nos ossos, fraqueza generalizada, perda de peso
sem motivo aparente, anemia e falência renal. Por se tratar de uma doença que
pode ser diagnosticado e tratado com sucesso logo no início, é importante que
os homens levem a sério os exames preventivos, principalmente essa dobradinha
entre toque retal e exame de PSA assim que atingem a meia-idade”, adverte o
médico radiologista.
Dr. Leonardo Piber - médico radiologista do Centro
de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo – www.cdb.com.br
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