Nervosismo,
desespero, infelicidade e baixa autoestima estão entre os sentimentos
relatados pelos devedores. 33% estão mais irritados e chegam a brigar com familiares e amigos
relatados pelos devedores. 33% estão mais irritados e chegam a brigar com familiares e amigos
O consumidor que fica
inadimplente acaba tendo uma série de consequências, como a negativação do nome
e restrição ao crédito. No entanto, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojista
(CNDL) mostra que, ao ficarem endividados, os consumidores adquirem um
estado emocional negativo e que pode se transformar em mudanças de
comportamento, alterando as relações sociais e até causando falta de
produtividade no trabalho. Cerca de 48% dos inadimplentes entrevistados afirmam
sentir vergonha por terem dívidas.
Outros sentimentos negativos
mais relatados são a infelicidade (46%), insegurança e o medo de não
conseguirem quitar as pendências (44%), e nervosismo, irritação e desespero
(44%). Quando se referem à autoestima, 43% disseram que ela foi afetada devido
às dívidas que possuem há mais de três meses. E quanto maior o valor da dívida,
maior também o nível de preocupação do inadimplente: 67% dos que devem R$ 5.000
ou mais, têm nível de preocupação alto ou muito alto.
Como efeitos diretos das
dívidas e dos sentimentos gerados por elas, 53% relataram alterações de
apetite, seja aumento ou perda. Outros 39% afirmaram estar com insônia, e 31%
terem medo de atender o telefone.
33% estão mais irritados e
fazem agressões verbais a familiares e amigos
De acordo com a
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os efeitos práticos da
inadimplência são previstos e esperados por todos. "Quando alguma dívida é
contraída e o pagamento atrasado, o consumidor sabe que terá consequências no
seu dia a dia e em relação ao seu orçamento", diz. "Porém, é difícil
prever o impacto que estas dívidas terão sobre as suas emoções e o que isso
ocasionará em seu comportamento", analisa.
Cerca de 33% dos inadimplentes
afirmam estarem mais irritados, agredindo verbalmente familiares e/ou amigos.
Esse tipo de comportamento é mais frequente à medida que a dívida é mais alta,
e também entre as pessoas que têm maior nível de preocupação com a dívida (48%).
Como forma de aliviar a
ansiedade, 26% passaram a usar mais os vícios que já possuem, como cigarro,
comida e bebidas com álcool - o percentual aumenta para 43% entre os
pertencentes às classes sociais A e B.
Outro comportamento mais
preocupante é que 18% dos consumidores inadimplentes passaram a ficar nervosos
e até já fizeram agressões físicas a familiares e/ou amigos - 22% entre as
mulheres e 12% entre os homens.
31% estão mais desatentos e
menos produtivos no trabalho
A pesquisa mostra que as
dívidas também afetam o ambiente de trabalho: cerca de 31% dos consumidores
inadimplentes estão mais desatentos e pouco produtivos em suas atividades
profissionais, aumentando para 42% entre os que possuem altos níveis de
preocupação. Outros 22% alegaram também perder a paciência com colegas de
trabalho.
"A inadimplência pode impactar
seriamente a atividade profissional, tanto em termos de desempenho quanto no
que diz respeito à capacidade de se relacionar no ambiente de trabalho",
diz Kawauti. "Se a situação
fugir do controle, a queda na produtividade e a falta de paciência no trato com
as pessoas podem colocar o emprego do consumidor em risco".
Quatro
em cada dez inadimplentes estão desconfortáveis com suas dívidas
O SPC Brasil também gerou um termômetro
de sentimentos para medir o impacto do valor das dívidas que os inadimplentes
possuem há mais de três meses. Foi identificado que quatro em cada dez (43%)
deles se sentem desconfortáveis pela situação em que estão com suas pendências
atrasadas.
Chama atenção o fato de 24% dos
inadimplentes afirmarem estarem confortáveis em relação às dívidas, enquanto
33% não apresentam alterações no estado emocional. O indicador médio geral, que
corresponde à média das notas obtidas por todos os entrevistados, é de 44%.
Para o educador financeiro do SPC Brasil
e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o
termômetro sintetiza a pesquisa, ao mostrar que as preocupações decorrentes das
contas em atraso podem trazer danos físicos e psicológicos aos inadimplentes.
"Os sentimentos negativos relatados, como perda de sono, irritação, vergonha
e baixa autoestima podem comprometer a capacidade de julgamento do consumidor,
dificultando ainda mais a saída do processo de endividamento", analisa o
educador. "De modo geral, os resultados sugerem que, ao impactar o estado
emocional, as dívidas acabam por interferir diretamente na saúde e na qualidade
de vida."
O termômetro também mostra que, quanto
maior a dívida, maior o desconforto relatado e também que as mulheres se
encontram no grupo "levemente desconfortáveis" em relação às dívidas
que possuem, com um indicador de 41%, enquanto os homens estão "sem
alteração" de sentimentos, com 48%.
Meu Bolso Feliz - www.meubolsofeliz.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário