Setor
de Lojas de vestuário, tecido e calçados foi determinante para o resultado; no
período, foram cortadas quase sete mil vagas
Mesmo
não estando entre as localidades com maior redução proporcional de vagas no
comércio varejista, a capital paulista possui o maior saldo negativo do Estado
no acumulado dos sete primeiros meses de 2015: -14.194 empregos, queda de 2,1%
na comparação com o ano passado. Apenas em julho, foram eliminadas 438 vagas,
resultado de 24.725 admissões contra 25.163 desligamentos, o que resultou em
uma ocupação formal de 666.074 empregados.
As informações são da Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP),
elaboradas com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do
CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e o impacto do seu
resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no estado de São Paulo,
obtido com base na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais).
No acumulado do ano, das nove
atividades varejistas pesquisadas pela FecomercioSP, oito apresentaram resultados
negativos, dos quais os piores foram Lojas de vestuário, tecido e calçados
(6,3% de queda da ocupação formal e eliminação de 6.924 vagas) e das
Concessionárias de veículos (-4,7% e eliminação de 1.231 empregos formais), as
quais registraram saldo negativo de trabalhadores em quase todas as regiões
paulistas. O único resultado positivo foi observado no segmento de Farmácias e
perfumarias (2,1%), reflexo do desempenho positivo das vendas no setor.
Para a FecomercioSP, a redução do
quadro de funcionários no varejo é consequência direta da queda das vendas, do
aumento dos custos e da falta de perspectiva de retomada da economia nos
próximos meses.
Desempenho estadual
Até julho de 2015, considerando os
dados do Ministério do Trabalho e a metodologia da FecomercioSP, o comércio
varejista paulista possuía 2.133.235 trabalhadores, dos quais 666.074 (31,2%)
estavam localizados na capital. Do número geral, 29,8% estavam empregados na
atividade de Supermercados, seguida por Outras atividades (16,4%) e Lojas de
vestuários, tecidos e calçados (13,3%).
De acordo com a Federação, de
janeiro a julho deste ano, o que se viu foi a redução de estoque em 57.235
postos de trabalho - resultado de 617.369 admissões contra 674.604
desligamentos -, o que representa uma queda de 2,6% em relação a dezembro de
2014. Desde 2007, é a primeira vez que há fechamento de vagas no varejo
paulista para o período.
Apenas em julho foram eliminadas
5.135 vagas no varejo paulista, decorrência de 78.339 admissões contra 83.474
desligamentos, o que resultou em uma ocupação formal de 2.133.235 empregados
(-0,2% em relação a junho).
No acumulado do ano, das nove
atividades varejistas pesquisadas pela FecomercioSP, os piores desempenhos
relativos são das Lojas de vestuário, tecido e calçados (-8%) e das
Concessionárias de veículos (-5%), que registraram saldo negativo de
trabalhadores em todas as regiões paulistas. Em contrapartida, os melhores
resultados foram observados nos segmentos de Supermercados (-0,9%) - mesmo com
redução de mais de 5.000 vagas - e Farmácias e perfumarias (1,1%), única
atividade a apresentar alta, com criação de 1.763 postos de trabalho no
período.
Para a Entidade, o varejo de
Vestuários, tecido e calçados é uma das principais atividades a sentir a
redução da demanda das famílias, que devido à crise financeira, estão
consumindo menos e concentrando seus gastos em bens essenciais, como
alimentação e medicamentos.
Na análise da Federação sobre o
desempenho de cada um dos 645 municípios paulistas no ano, os maiores saldos
negativos foram observados em São Paulo (-14.155 empregos); Itapevi (-2.415
empregos); Ribeirão Preto (-1.981 empregos); as maiores gerações de vagas, por
outro lado, foram observadas em Aparecida (228 empregos); Barrinha (183
empregos) e Mairinque (141 empregos). Os municípios de menor porte sustentam a
geração de vagas e, com isso, aliviam um pouco o saldo negativo do varejo
estadual, influenciado pela perda de vagas no setor de cidades maiores.
Para a FecomercioSP, os
desligamentos dos funcionários estão diretamente ligados ao desempenho de
vendas do comércio varejista. Com receitas menores, os empresários se veem na
necessidade de adequar os custos ao cenário de demanda arrefecida, e uma das
formas é a redução do quadro de colaboradores.
Maiores e menores saldos no varejo
paulista
1 - São Paulo: -14.155 empregos
2 - Itapevi: -2.415 empregos
3 - Ribeirão Preto: -1.981 empregos
4 - Campinas: -1.808 empregos
5 - Osasco: -1.419 empregos
6 - Guarulhos: -1.346 empregos
7 - Sorocaba: -1.282 empregos
8 - São José dos Campos: -1.215
empregos
9 - Jundiaí: -1.128 empregos
10 - Piracicaba: -1.071 empregos
1 - Aparecida: 228 empregos
2 - Barrinha: 183 empregos
3 - Mairinque: 141 empregos
4 - Carapicuíba: 138 empregos
5 - Arujá: 135 empregos
6 - Vinhedo: 92 empregos
7 - Elias Fausto: 70 empregos
8 - Torrinha: 62 empregos
9 - Itaquaquecetuba: 58 empregos
10 - Campos do Jordão: 56
empregos
Nota metodológica
A pesquisa analisa o nível de
emprego do comércio varejista. O campo de atuação está estratificado em 16
regiões do Estado de São Paulo e nove atividades do varejo: Autopeças e
acessórios; Concessionárias de veículos; Farmácias e perfumarias; Lojas de
eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento; Matérias de construção;
Lojas de móveis e decoração; Lojas de vestuário, tecido e calçados;
Supermercado e Outras atividades. As informações são extraídas dos registros do
Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de
trabalhadores no Estado de São Paulo, com base na Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS).
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