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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Fatores de risco potencialmente evitáveis continuam a contribuir para crescimento de casos de câncer

O alerta é do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), com base em números do INCA e do relatório de 2023 do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel). A recomendação é investir em conscientização sobre fatores de risco evitáveis, como tabagismo, etilismo e, sedentarismo para que até 2040 a estimativa do Organização Mundial da Saúde (OMS) - de 30 milhões de casos novos de câncer - o que representaria um aumento de 36%, em relação aos atuais 19 milhões de casos/ano -, não se concretize    

Aumento do número de casos de câncer está relacionado
ao aumento da população e maior interação com fatores de risco
 Divulgação/IUCR

 
Até 2040, teremos no mundo 30 milhões de novos casos de câncer. Um aumento de 36% em relação aos 19 milhões de casos/ano registrados hoje. Os dados são uma projeção da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS). O aumento de casos está relacionado ao crescimento da população e, principalmente, à interação das pessoas com fatores de risco para o desenvolvimento do câncer, como tabagismo, infecções (como HPV), má alimentação e falta de atividade física, que pode levar à obesidade. “Todos esses fatores de risco são potencialmente evitáveis”, alerta Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O crescimento do número de novos casos  de câncer no Brasil, infelizmente, acompanha a tendência mundial. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número de novos casos de câncer por ano no país saltou de 625 mil no triênio 2020-2022 para 704 mil casos esperados para cada ano do triênio 2023-2025, representando um aumento de 12,7%. Além disso, o  relatório de 2023 do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), mostra que o país está mais doente.

Realizado com dados coletados nas cinco regiões do país entre janeiro e abril deste ano,  o Covitel comparou as informações com o cenário pré-pandemia. O inquérito mostra, por exemplo, queda na autopercepção da saúde dos pesquisados. Antes da pandemia, 75,6% dos entrevistados consideravam sua saúde boa ou muito boa. Esse índice caiu para 62,8%. “Ao relacionar os dados do Covitel com epidemiologia do câncer, o cenário é preocupante”, avalia Guimarães.


Consumo de tabaco e álcool

Os dados relacionados ao tabagismo, causa de 80% a 90% dos casos de câncer de pulmão, além de fator de risco importante para outros tipos de cânceres, como de bexiga e  de cabeça e pescoço (cavidade oral, laringe, faringe, garganta) são alarmantes, mesmo com a redução de 14,7% para 11,8% no consumo de cigarros, revelada pelo Covitel.  Isso porque, alerta Guimarães, outras formas de consumo de tabaco passaram a entrar no cotidiano das pessoas: o narguilé atinge 8,6% da população entrevistada (22,5% na faixa dos 18 aos 24 anos); o cigarro eletrônico (8,0% no geral e 23,9% no recorte de 18 a 24 anos). “É preciso lembrar que qualquer forma de consumo de tabaco é prejudicial à saúde e muitas pessoas não são conscientes disso”, afirma. Também o uso abusivo de álcool, fator de risco para câncer e outras doenças, continua presente na vida de 22,1% da população brasileira.

O uso abusivo de álcool (quatro doses em uma mesma ocasião para mulheres e quatro doses em uma mesma ocasião para homens) faz parte da vida de 22,1% dos brasileiros. O consumo de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de alguns tipos de câncer como o de boca, garganta, esôfago, laringe, fígado e mama. O risco é diretamente proporcional à quantidade de álcool consumida e ainda maior quando há uso do tabaco e álcool concomitantemente.


Mais pessoas sedentárias  

Entre os fatores que aumentam o risco de câncer estão
 sedentarismo, tabagismo, obesidade 
 Divulgação/brain4care

A prática de atividade física, que ajuda na prevenção do câncer, dentre eles o de próstata, e, da mesma forma, reduz o risco de recidiva para quem  teve sucesso no tratamento da doença, faz parte da rotina de apenas 31,5% dos entrevistados. Uma queda em relação ao relatório anterior, quando 38,6% afirmaram praticar, pelo menos, 150 minutos de atividade física por semana.

A vida sedentária contribui para que as pessoas fiquem acima do peso ideal, situação de 56,8% dos brasileiros; ou, mais grave, obesos, 22.8%. Além de aumentar o risco para câncer, a obesidade também é fator de risco para diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras.

“Conscientizar a população sobre os fatores de risco evitáveis e criar cada vez mais estratégias de saúde pública que auxiliem, por exemplo, os dependentes químicos do tabaco a abandonar o hábito de fumar são fundamentais”, conclui.

 

Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães – IUCR

 

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