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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Entenda como “segurar o choro” pode afetar a saúde mental

No Dia Nacional do Choro (23), especialistas do CEJAM explicam como a anulação de sentimentos pode prejudicar o bem-estar 


Chorar é uma das manifestações humanas que transcende culturas e épocas. A linguagem emocional considerada universal permite às pessoas expressarem uma ampla gama de sentimentos, desde tristeza até um alto pico de felicidade. 

Mas, apesar da sua importância na hora de colocar fortes sentimentos para fora, ainda existe uma certa pressão social em torno do ato, fazendo com que muitas pessoas não se permitam vivenciá-lo plenamente.

Não à toa, desde a infância, é comum ouvir frases como “engole o choro”. Essa afirmação, entre outras, pode internalizar a ideia de que expressar emoções é inaceitável, sinal de fraqueza ou até mesmo vergonhoso. 

De acordo com a psicossomática, ciência que estuda os efeitos psicológicos a partir dos processos orgânicos do corpo, “segurar” o choro pode acarretar consequências bastante negativas tanto para o organismo como para o bem-estar. 

“A saúde é um estado de equilíbrio entre o corpo e a mente. Quando as emoções são reprimidas e o choro é evitado, o corpo reage de forma negativa, porque algo está em desarmonia”, afirma Vania Bastos, psicóloga da UBS Jardim Herculano, gerenciada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. 

Alguns dos sintomas mais comuns que o corpo pode sentir ao reprimir emoções são esgotamento afetivo, instabilidade do humor, estresse acumulado, alteração da pressão arterial, problemas digestivos e, em casos mais graves, potencialização de distúrbios mentais, como ansiedade, estresse e depressão. 

Porém, cada indivíduo é único, e o processo de somatização é uma experiência individual, podendo manifestar-se a curto ou longo prazo, dependendo das circunstâncias pessoais. 

E, no meio disso tudo, os homens são os mais afetados. O tabu que existe em torno do assunto, principalmente por conta da pressão social sobre o masculino, enfatiza a ideia de que eles devem ser fortes e controlados emocionalmente, evitando expressar qualquer tipo de vulnerabilidade. 

“Nesses casos, uma boa estratégia é buscar compreender limites emocionais e se permitir romper padrões de comportamento obsoletos, que não fazem mais sentido. Seja homem, mulher, criança, idoso, se deu vontade de chorar, é preciso vivenciar esse momento de forma genuína”, enfatiza a profissional. 

Ainda segundo a psicóloga, o autoconhecimento é o principal caminho a ser traçado para desconstruir toda essa visão negativa. “Algumas práticas como meditação, sessões de terapia, práticas corporais e atividades físicas ao ar livre podem ajudar a evoluir o corpo e a mente, resultando na construção de uma boa saúde mental”, ressalta.
 

Linha de cuidados de saúde mental

Independentemente de idade ou gênero, pessoas que têm dificuldades em expressar sentimentos podem buscar ajuda gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com foco na saúde mental dos pacientes, algumas das unidades de saúde gerenciadas pelo CEJAM oferecem qualidade e atenção assistencial por meio de uma Linha de Cuidado dedicada exclusivamente ao tema. 

A partir dela, profissionais de saúde desenvolvem estratégias, a fim de otimizar o acompanhamento em saúde mental da população. A equipe é multidisciplinar e, a depender da unidade, conta com profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos, educadores físicos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, farmacêuticos, nutricionistas, entre outros, que trabalham em sintonia, de acordo com cada caso individual. 

“O choro é compreendido como um dos mecanismos de equilíbrio para liberar possíveis excessos causados pelas situações conflituosas que enfrentamos ao longo de nossas vidas. O cuidado em saúde mental busca facilitar o processo de utilização e desenvolvimento de recursos pessoais, tão essenciais dentro dessa dinâmica emocional”, explica Maria Carolina de Raphael Nogueira, gerente do CAPS AD III Jardim Ângela, um dos serviços de saúde mental que compõe a Atenção Especializada do SUS, na zona Sul de São Paulo. 

Outras ferramentas utilizadas para o cuidado da saúde mental são as Práticas Integrativas Complementares (PICs), que são intervenções também desenvolvidas por diversas categorias profissionais de saúde. Os atendimentos ocorrem através de práticas como auriculoterapia, caminhada, alongamento, trabalho com horta, culinária, aromaterapia, dança circular, meditação/mindfulness, musicoterapia, reflexoterapia, reiki, shantala, yoga, tai chi pai lin, entre outras. 

Mais informações sobre os serviços prestados podem ser adquiridas na sua Unidade Básica de Saúde de referência.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
cejamoficial.


Biópsia embrionária é aliada da medicina reprodutiva na análise de doenças cromossômicas

 

Embriologista da Origen BH explica como é feito o procedimento, balizado pelo Conselho Federal de Medicina 


A biópsia embrionária, cujo objetivo é selecionar embriões geneticamente normais, é uma especificidade da medicina reprodutiva muito relevante nos processos de fertilização in vitro. Isso porque os exames permitem aos médicos e embriologistas analisarem cromossomos e buscar por doenças genéticas já conhecidas pela ciência.  “Essa seleção ocorre por meio de testes genéticos préimplantacionais. Esperase, com isso, uma diminuição dos riscos de doenças genéticas e um aumento das taxas de implantação em fertilização in vitro”, diz a embriologista da clínica Origen BH, Renata Bossi que acaba de participar em São Paulo do lançamento do livro 30 anos da embriologia no Brasil, do qual participou escrevendo sobre a análise genética do embrião. A publicação foi lançada durante o congresso da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (REDLARA) e da Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva (Pronúcleo), e contou com a presença de especialistas da Origen e de outras clínicas brasileiras.  

Segundo Renata, os exames são autorizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) - o que não está autorizado, do ponto de vista ético, é analisar os embriões só para selecionar o sexo do bebê. “Do ponto de vista legal, não podemos realizar a manipulação genética nem em gametas (óvulos e espermatozoides), muito menos em embriões”, explica a embriologista, acrescentando que não pode haver nenhuma tentativa, nem modificação do material genético usado no processo de fertilização in vitro.  

Os exames ou testes genéticos pré-implantacionais existentes na atualidade são três: o PGTA, em que se faz a busca da quantidade dos cromossomos; o PGTM, quando existe uma doença gênica na família, como fibrose cística, esclerose lateral amiotrófica ou anemia falciforme, dentre outras, que estão associadas à alterações em regiões específicas de cromossomos específicos; e o PGTSR, usado em embriões de pacientes que sabidamente têm alterações nos números ou modificações de algum cromossomo e não querem passar para os embriões uma doença ou uma condição de portador.

De acordo com Renata Bossi, o objetivo maior dos testes genéticos é ter embriões saudáveis para transferência para o útero. E ela é taxativa ao dizer que não existe recomendação para os futuros pais realizarem exame genético antes de tentar tratamento de reprodução assistida. “Há indicações médicas para fazer exames prévios ao tratamento, em caso de três abortamentos ou mais ou em casos de doenças genéticas presentes em familiares. As chances de o casal ter alguma mutação ou alteração é pequena em relação às outras causas de infertilidade. E quem irá analisar a necessidade desse tipo de exame é o médico que acompanha o processo da reprodução assistida”, diz.

Segundo ela, o PGTA não vai atrás de uma doença específica, mas faz uma sondagem no número dos cromossomos em busca de alguma alteração genética que possa acarretar doença para o futuro bebê. “Os testes genéticos realizados no embrião têm uma eficácia de 98%, o que não quer dizer que a criança vai ser livre de qualquer doença, pois ainda existem as doenças de origem não genética, que podem levar à alterações no desenvolvimento do bebê. Isso é muito importante ressaltar, pois os testes fazem uma varredura nos cromossomos dos embriões para identificar alguma perda ou ganho em alguma região dos cromossomos, que pode levar a doenças”, acrescenta a embriologista.

  

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


26 de abril: endocrinologista pediátrico alerta para riscos da hipertensão infantil

O Dr. Miguel Liberato associa a obesidade infantil como um grande fator de risco

 

O dia 26 de abril é voltado à Prevenção e Combate Nacional à Hipertensão Arterial. Reconhecida como um problema global de saúde pública, a hipertensão requer atenção até mesmo durante a infância, devido ao aumento de casos, principalmente associados ao sobrepeso e à obesidade nessa faixa etária.

 

Segundo o endocrinologista pediátrico Dr. Miguel Liberato, crianças maiores de 3 anos devem ter sua pressão arterial medida pelo menos uma vez por ano, pois a hipertensão nessa faixa etária é frequentemente assintomática, podendo apresentar sintomas como cefaleia, irritabilidade e distúrbios do sono. “A obesidade infantil está crescendo cada vez mais em todo o mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde já nos revelam que o número de crianças e adolescentes obesos aumentou drasticamente na última década, com projeções alarmantes para o futuro próximo”, conta o especialista.

 

No Brasil, estima-se que até 2035, metade das crianças e adolescentes estarão com excesso de peso, posicionando o país entre os primeiros no ranking mundial de obesidade nessa faixa etária. “O impacto a longo prazo é preocupante, já que a obesidade na infância tem alta probabilidade de persistir na vida adulta, aumentando o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome metabólica e certos tipos de câncer”, explica.

 

Para o Dr. Miguel, a prevenção da obesidade infantil deve começar em casa, com medidas para promover hábitos alimentares adequados desde os primeiros dias de vida. O aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida é crucial, assim como a introdução de alimentos complementares saudáveis e a promoção de atividades físicas adequadas para cada idade. “Reduzir o tempo de tela e estabelecer uma rotina de sono saudável são igualmente importantes na prevenção da obesidade infantil”, recomenda ele.


Casos de hepatite A aumentam 85% no Paraná, em 2024

 

Vacina contra hepatite A é aplicada em duas doses,
 com intervalo de seis meses  
Créditos: Envato

Em Curitiba, três mortes foram confirmadas; prevenção e alerta aos sintomas podem fazer a diferença

 

Em 2024, em menos de quatro meses, o Paraná já registra aumento de 85% nos casos confirmados de hepatite A, na comparação com todo o ano de 2023. De janeiro até agora, foram 74 casos confirmados da doença no estado. Ao longo de todo ano passado, foram 40 confirmações. Os dados são da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA-PR). A maior parte das notificações é da Região Metropolitana de Curitiba. Foram 68 casos em 2024, contra 26 em 2023.

Em meio a esse cenário, a Prefeitura de Curitiba emitiu alerta aos serviços de saúde para sinais e sintomas da doença. Pelos números da administração municipal, foram 100 casos confirmados até o dia 18 de abril. A média histórica era de dez casos por ano. 62% dos pacientes com a doença precisaram de internamento. 6% deles necessitaram de cuidados intensivos, ou seja, foram encaminhados para UTI. Curitiba registra três mortes por hepatite A no período: uma mulher de 29 anos e dois homens, de 40 e 60 anos. A maior parte dos casos confirmados, 81%, acomete homens jovens, com idade entre 20 e 39 anos.

A empresária Julia Franciosi Gottschild, de 33 anos, ficou internada dois dias em decorrência da doença. “Começou no dia 5 de abril. Tive muita dor de cabeça, indisposição, sensação ruim, como se fosse enxaqueca. Passou alguns dias, procurei atendimento médico e só me deram remédio para dor de cabeça”, explica. Após três dias tentando tratar a dor de cabeça, Julia começou com quadro de febre, muito cansaço, perda de apetite e dor muito forte no abdômen. Além disso, percebeu que seu xixi estava muito amarelo e notou uma coloração amarelada também na pele.

“Na sexta-feira, fui ao Hospital São Marcelino Champagnat. Achei que ia passar apenas por uma consulta, mas fiquei internada. Fiz exames e descobri que estava com hepatite A. Fiquei de sexta a domingo no hospital, acompanhando como o meu corpo reagia à doença, já que não tem remédio específico para hepatite A”, conta a empresária. O marido dela, o empresário João Felipe Gottschild, de 36 anos, ficou internado por uma semana no hospital.


Sintomas e prevenção

Julia fez um alerta a seus seguidores nas redes sociais. Ela orientou que as pessoas façam exame de sangue para descobrir se possuem anticorpos para hepatite A. Caso não, fez um apelo pela vacinação. “A doença é terrível. Tem vacina disponível e, quem não tomou, deveria tomar”, enfatiza a influencer.

O gastroenterologista dos Hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Jean Tafarel, explica que as pessoas podem contrair hepatite A apenas uma vez na vida. Quem já teve a doença, portanto, está imune. Quem não teve, pode procurar imunização.

“A prevenção pode ser feita com a vacina, que hoje é comercializada. São duas doses, com intervalo de seis meses. Para grande parte da população, ela está disponível apenas em Centros de Vacinação. No entanto, faz parte do calendário vacinal do SUS para crianças abaixo de 5 anos, desde 2013, e também é disponibilizada no Centro de Referência Imunobiológicos Especiais para alguns grupos de pessoas imunossuprimidas, como pessoas vivendo com HIV e transplantados”. O médico afirma que é necessário buscar a prevenção. “São cuidados de higiene e de manipulação dos alimentos. A gente deve cuidar da lavagem das mãos, lavagem dos alimentos, buscar ingerir apenas água filtrada”, explica.

A hepatite A é uma inflamação do fígado causada por um vírus, chamado vírus A. Esse vírus A é um dos mais comuns de o ser humano contrair, pois a transmissão é via fecal oral, isto é, a pessoa pode adquirir o vírus por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados ou na relação sexual, quando existe exposição da boca à região anal. Mas a forma mais comum de contaminação é quando a pessoa ingere água e alimentos contaminados. Também é possível haver a ingestão quando a pessoa entra em contato com água de enchente, contaminada com o vírus, que indiretamente respinga na boca.

“Uma vez o vírus dentro do organismo, ele tende a se alojar no fígado, promove a inflamação do órgão porque ele se replica dentro da célula hepática. O sistema imune vai até o fígado, agride essa célula e acaba havendo o dano hepático. Os sintomas vão desde febre, mal-estar geral, náuseas, vômitos e desconforto abdominal que pode predominar no lado direito. Pode aparecer icterícia, que as pessoas chamam de amarelão. É aquela coloração amarelada na pele, nos olhos. A urina também pode ficar mais escura e alguns pacientes podem observar as fezes um pouco mais claras”, esclarece o gastroenterologista.

  

Hospital São Marcelino Champagnat



Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose: o que é, sintomas, fatores de risco e como tratar

 Ginecologista Loreta Canivilo explica tudo sobre a patologia que afeta cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil 

 

No dia 7 de maio é celebrado o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose. O intuito desta data é aumentar a conscientização sobre essa doença que atinge a qualidade de vida das mulheres.

A endometriose é uma condição onde o tecido semelhante ao revestimento interno do útero cresce em lugares fora do útero. Isso pode incluir os ovários, vias urinárias e até mesmo o intestino.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil, que representa aproximadamente 15%, são afetadas por essa condição de saúde. Esta doença atinge uma a cada dez mulheres em idade reprodutiva, que seria entre 15 e 45 anos. No mundo, estima-se que 176 milhões de mulheres são impactadas pela endometriose, sendo que metade dos casos de infertilidade feminina são atribuídos a ela.

Os sinais mais frequentes são dores fortes, menstruação pesada e fadiga extrema, que tendem a aumentar durante o período menstrual. “Dores na hora da relação sexual também é um dos principais sintomas”, conta a ginecologista Loreta Canivilo.

Mulheres que possuem familiares com endometriose tem seis vezes mais probabilidade de desenvolverem a doença.  “Alguns dos fatores de risco são ciclos menstruais frequentes, menstruações que duram muitos dias, menstruar muito cedo, não ter filhos, entre outros”, explica Canivilo.

Para a detecção da endometriose é necessário realizar alguns exames como exame pélvico com toque vaginal e retal, ultrassom, ressonância magnética e laparoscopia.


Tratamento

Além do procedimento cirúrgico, existem outras formas de realizar o tratamento desta patologia. A gestrinona é a mais indicada em muitos casos. Sendo um implante hormonal, de natureza sintética, que se assemelha à testosterona, exercendo propriedades androgênicas, antiprogestogênicas e antiestrogênicas. “Usar a substância de forma ética é maravilhoso, enquanto tivermos profissionais que estiverem fazendo o uso incorreto do hormônio, o tratamento clínico da endometriose fica em risco”, ressalta a Dra. Loreta.

Para muitas mulheres que não desejam ou não podem passar por uma cirurgia, o tratamento com gestrinona pode haver uma regressão das lesões e dores. “No entanto, para cada paciente existe um tipo de tratamento, entre eles tem os anti-inflamatórios, e medicamentos para suprimir a atividade dos ovários. É fundamental analisar e entender os hábitos, como alimentação, atividade física, pretensão de engravidar, entre outras questões”, explica Loreta. Ela ressalta a importância de um acompanhamento médico para controlar as consequências da endometriose que são muito sérias e prejudicam a qualidade de vida da mulher em âmbito geral. 

 

Dra. Loreta Canivilo - Médica ginecologista, obstetra e ginecoindócrino Loreta Canivilo, é especialista em reposição hormonal feminina, estética íntima feminina e tratamentos de doenças do útero e endométrio. A profissional possui diversas pós-graduações em instituições de referência como: Reprodução, Ginecologia Endócrina no Hospital Sírio Libanês e Medicina em Estado da Arte no Hospital Albert Einstein. É especialista em Nutrologia e Endocrinologia pela Faculdade Primum, referência em educação em medicina. Nas redes sociais, Loreta já possui mais de 30 mil seguidores - @draloreta, e oferece conteúdo explicativo sobre assuntos relacionados à saúde da mulher, gestação, reposição hormonal e implantes.


Pesquisa revela variante genética na escoliose

 

Por mais que a escoliose seja um dos problemas de coluna mais vistos no mundo, pouco ainda era compreendido na medicina acerca das causas e influências de certas tipologias deste diagnóstico. Agora, uma nova pesquisa identificou uma variante genética presente na escoliose idiopática do adolescente, em uma descoberta que pode contribuir muito para o desenvolvimento de tratamentos mais assertivos, personalizados e precoces que garantam a qualidade de vida ao paciente.

De acordo com dados da própria OMS, cerca de 2% e 3% dos adolescentes em todo o mundo são afetados por essa patologia. Contudo, suas causas ainda eram desconhecidas no ramo, o que tornava mais difícil sua prevenção nesta faixa etária e elevava a importância do acompanhamento periódico com profissionais especializados para sua identificação em estágios iniciais.

Com este novo achado, por outro lado, esta dificuldade pode estar prestes a ser eliminada. Conduzida por Antonio Eulalio Pedrosa Araujo Junior, a pesquisa envolveu 202 pacientes diagnosticados com escoliose idiopática do adolescente, além de 555 pessoas sem a doença, e conseguiu captar uma diferença notória desta variante genética entre os casos de presença e ausência do problema.

Além do fato dessa escoliose combinar diversos fatores com teorias variadas sobre sua origem, incluindo questões genéticas, erros metabólicos e alterações no crescimento ósseo, o estudo identificou que a maioria dessas alterações genéticas estava em mulheres abaixo dos 18 anos, com baixo peso ou com índice de massa corporal considerado normal.

Isso pode estar relacionado a dois fatores principais: primeiro, pela sequência genética ser ligada ao cromossomo X, e segundo, pela musculatura da mulher ser mais fraca, o que faz com que ela tenha um anteparo contra a deformidade da coluna menor, pela musculatura ter menos potência pela menor concentração de testosterona, o que leva a uma hipotrofia muscular.

Também foi observado, ainda, que pacientes que apresentavam uma sequência genética específica têm um maior risco de desenvolver a doença. Isso faz com que a incidência desta patologia entre pessoas da mesma família seja alta, corroborando, dessa forma, com o que já vinha sendo identificado na parte clínica.

É claro que ainda precisamos aguardar e observar de que forma essa descoberta será transportada aos consultórios. Porém, ela já abre uma margem extremamente positiva para aperfeiçoar o diagnóstico desta tipologia em adolescentes, possibilitando uma descoberta antecipada que evite seu agravamento e piora da qualidade de vida aos pacientes.

Em um exemplo prático, a pesquisa pode viabilizar, como exemplo, o desenvolvimento de algum teste genético específico para tratar preventivamente pacientes que têm uma maior probabilidade de terem escoliose, além de também abrir espaço para a execução de novos trabalhos científicos voltados a verificar se a aplicabilidade desta sequência genética também pode ser vista em outros tipos de escoliose e outras faixas etárias.

Mesmo ainda em estágio muito inicial, a descoberta desta variante genética é um passo importante no aprimoramento do diagnóstico e tratamento da escoliose idiopática em adolescentes, assim como sua expansão para outras tipologias deste problema, de forma que possamos ter cada vez mais métodos assertivos que garantam a saúde dos pacientes, em todas as faixas etárias.  



Dr. Carlos Eduardo Barsotti - cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School. Com mais de 19 anos de experiência na área, é um dos poucos profissionais do país a realizar intervenções de alta complexidade, principalmente na correção de escoliose. https://drcarlosbarsotti.com.br/


5 mitos e 5 verdades pouco ditas sobre diabetes

Enquanto muitos profissionais exaltam e incentivam a busca de um único padrão de beleza, Dra Marcela Rassi fala sobre a importância de mudar o discurso para saúde 

 

Atualmente quase 11% da população brasileira convive com o diabetes. O número parece ser pouco expressivo, mas são mais de 15 milhões de pessoas que precisam lidar com esse diagnóstico, bastante presente mas ainda com muitos mitos que precisam ser esclarecidos.

Dra Marcela Rassi, médica endocrinologista, lista 5 mitos e 5 verdades sobre diabetes. Confira:

Mito 1: Diabetes é causado pelo consumo excessivo de açúcar

Muitos creditam o desenvolvimento do diabetes ao consumo excessivo de açúcar, mas a realidade é que embora a alimentação inadequada seja um fator de risco expressivo, diabetes é uma condição complexa que pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo genética, estilo de vida e história médica pessoal. Embora o consumo excessivo de açúcar possa contribuir para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, especialmente quando combinado com outros fatores de risco, como obesidade e falta de atividade física, ele não é a única causa da doença. O diabetes tipo 1, por exemplo, é uma condição autoimune em que o corpo ataca as células produtoras de insulina, não tendo relação direta com a ingestão de açúcar


Mito 2: Apenas pacientes com sobrepeso ou obesas podem desenvolver diabetes

O diabetes tipo 2 está fortemente ligado à obesidade e excesso de peso, mas pessoas com peso normal também podem desenvolvê-lo. Fatores genéticos e estilo de vida desempenham um papel significativo.


Mito 3: Diabetes é uma “doença da terceira idade”

Pelo contrário, por conta dos maus hábitos cada vez mais presentes no estilo de vida atual, o diabetes tipo 2 é um diagnóstico que vem crescendo entre crianças e adolescentes. Já o diabetes tipo 1, particularmente, é bastante comum em jovens.


Mito 4: Insulina é a cura para o diabetes

A insulina não cura o diabetes; ela controla os níveis de glicose (açúcar) no sangue e é fundamental para o controle e a qualidade de vida de pacientes diabéticos.


Mito 5: Pacientes com diabetes nunca podem comer açúcar

Pessoas com diabetes podem consumir açúcar, mas precisam monitorar sua ingestão e equilibrá-la dentro de uma dieta saudável e equilibrada. A chave está no controle da quantidade e na escolha de opções mais saudáveis. Além disso, é importante considerar o impacto do açúcar na glicemia e ajustar a dose de medicamentos, como insulina, conforme necessário.


Verdade 1: O diabetes tipo 2 pode ser prevenido ou retardado com alterações no estilo de vida

A mudança dos hábitos, especialmente as que estão ligadas à alimentação e atividade física regular, bem como a manutenção de um peso saudávelsão medidas altamente eficazes na prevenção e controle do diabetes tipo 2.


Verdade 2: O estresse pode afetar os níveis de glicose no organismo

Quando uma pessoa está estressada, o corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina, que podem aumentar os níveis de glicose no sangue. Daí a importância em cuidar também da saúde mental, pois o estresse pode dificultar o controle dos níveis de açúcar no sangue, comprometendo a qualidade de vida do paciente com diabetes. 


Verdade 3: O diabetes afeta a saúde bucal

Pacientes com diabetes precisam ter maior atenção à saúde bucal, pois estão mais propensos ao desenvolvimento de gengivite e periodontite.


Verdade 4: O diabetes pode contribuir para complicações renais

O controle inadequado do diabetes pode, sim, causar danos aos rins. Diabetes sem controle aumenta o risco de insuficiência renal e pode levar à necessidade de diálise.



Verdade 5: O diabetes gestacional pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no pós-gestação

Mulheres que desenvolveram diabetes gestacional têm risco aumentado no desenvolvimento de diabetes tipo 2 numa fase posterior da vida. Isso destaca a importância do acompanhamento médico regular e da adoção de hábitos de vida saudáveis para reduzir esse risco. O recomendado é fazer monitoramento anual dos níveis de glicemia mesmo depois da gestação. 

 

Dra Marcela Rassi - formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás. Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade de São Paulo (USP) Doutora em Endocrinologia pela mesma universidade - e com passagem pelo National Institute of Health (Estados Unidos), Dra Marcela certificou-se internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Lifestyle Medicine, a instituição mais renomada mundialmente neste tema. Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, do American College of Lifestyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, Dra Marcela é também professora da Pós Graduação em Endocrinologia da Sanar e Afya-IPEMED. Além disso, é presença constante em eventos de sua área, tanto como palestrante como participante, mantendo-se sempre atualizada no que há de mais moderno na Medicina do Emagrecimento, do Estilo de Vida e do estudo hormonal.

 

DOR NO CALCANHAR. SERÁ QUE É BURSITE? DESCUBRA AQUI E SAIBA COMO TRATAR.

Se você anda sentindo dores, inchaço e sensibilidade na parte de trás do calcanhar, perto de onde pega o sapato, existe uma possibilidade de que você esteja enfrentando uma bursite no calcanhar. Confira abaixo os sintomas e dicas de como lidar com o problema.

 

É provável que você já tenha ouvido falar em bursite. Trata-se de uma inflamação na Bursa: uma espécie de bolsa cheia de um líquido gelatinoso cuja função é amortecer e eliminar o atrito e proteger as articulações. A Bursa está presente em várias partes do corpo: quadril, ombros, joelhos, calcanhar etc.  

No Calcanhar a Bursa fica na região posterior, entre o osso e o tendão de Aquiles. Além de reduzir atrito, ela também ajuda a facilitar o movimento, explica Mateus Martinez, diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor no vídeo “Bursite no Calcanhar: o que é, causas e tratamentos”.  

Como saber se as dores nos pés são causadas pela bursite no calcanhar

Além de sensibilidade e dores na parte de trás do calcanhar, a Bursite no calcanhar ou Bursite Retrocalcânea, também pode ocasionar inchaço e vermelhidão na região. A dor pode ser intensa e piorar com a atividade física ou quando a área afetada é pressionada. Há quem tenha dificuldade para caminhar ou até para ficar em pé. Mas os sintomas nem sempre são iguais para todo mundo, alerta Mateus Martinez. E a gravidade e a intensidade dos sintomas podem variar de acordo com o problema que está provocando a bursite no calcanhar. 

 

O que causa a Bursite no Calcanhar? 

Sobrecarga - A dor decorrente da bursite no calcanhar acontece, na maioria das vezes, por sobrecarga: atividades físicas que geram impacto repetido no calcanhar, como saltos e corrida, por exemplo. Pancadas e lesões na região do calcanhar também podem irritar ou inflamar a Bursa.  

Calçados Inadequados – sapatos apertados ou muito rígidos podem pressionar ou atritar contribuindo com o surgimento da bursite no calcanhar. E se o modelo não oferece o suporte adequado para o arco plantar o impacto no calcanhar aumenta. 

Outras Patologias – A bursite pode aparecer por decorrência de outras patologias como: gota, artrite, esporão de calcâneo e tendinite de Aquiles. Nesses casos, as dores podem ocorrer também em outras partes dos pés, dificultando a identificação do problema.  

 

Como tratar a Bursite no Calcanhar

Existem várias formas de reduzir a inflamação e aliviar as dores decorrentes da Bursite no Calcanhar, sendo, na maioria, abordagens não cirúrgicas, informa Mateus Martinez:

Aplicação de gelo no local – vai ajudar a reduzir a inflamação e até a dor.

Repouso – Enquanto a Bursa estiver inflamada é recomendável reduzir ou mesmo interromper as atividades físicas que geram impacto no local afetado. Converse com seu treinador físico sobre o tipo de atividade mais adequada para evitar que a Bursa volte a inflamar. Atividades de baixo impacto, como natação, pilates, remo, entre outras.

Medicamentos antiinflamatórios – Sempre com prescrição médica, para ajudar na redução da dor e da inflamação. 

Exercícios de alongamento e fortalecimento – Para relaxar a musculatura atrás do calcanhar, aliviando a dor.

Avalie seus calçados – Procure substituir os calçados que apertam ou atritam o calcanhar. Opte por modelos confortáveis, que ofereçam um bom suporte e acomode adequadamente os seus pés. A Pés Sem Dor desenvolve calçados sob medida, feitos de acordo com as dimensões dos seus pés, com espaço adequado para acomodar e proporcionar conforto. 

Use palmilhas ortopédicas sob medida – Feitas de acordo com sua necessidade e respeitando as dimensões dos seus pés, as Palmilhas sob Medida da Pés Sem Dor oferecem um suporte especial para a região do calcanhar, proporcionando mais estabilidade e reduzindo o atrito na região. A Palmilha sob medida também tem uma elevação na área do calcanhar que joga o peso do corpo para a parte da frente dos pés, aliviando a área dolorida e prevenindo novas lesões na região do calcanhar.


Consulte um especialista

Para saber se a sua dor no calcanhar é realmente em decorrência de uma bursite é importante contar com ajuda profissional. A Pés Sem Dor oferece uma avaliação gratuita em todas as suas unidades de atendimento. Conduzida por um especialista em pés, tornozelos e joelhos e contando com equipamentos de última geração, a avaliação da Pés Sem Dor identifica a origem das dores nos pés e esclarece como resolver o problema com o uso regular de palmilhas sob medida. Interessados podem agendar sua avaliação gratuita pelo site https://www.pessemdor.com.br/agendamento/ ou pelo telefone 4003-8883. 



Links Úteis:
Vídeo: Bursite no Calcanhar: o que é, causas e tratamentos - https://youtu.be/YyzsNOjeQkI?si=Hd4WBs7M2Zp1EfQM
Bursite Retrocalcânea - https://www.pessemdor.com.br/blog/bursite-retrocalcanea/
Calçados sob medida - https://www.pessemdor.com.br/calcados-sob-medida/
Palmilhas sob medida para calcanhar - https://www.pessemdor.com.br/blog/palmilha-para-dor-no-calcanhar/
Avaliação gratuita - https://www.pessemdor.com.br/como-funciona/


Bons hábitos contribuem para a fertilidade feminina

 Especialista em reprodução humana traz dicas de atitudes que podem ajudar mulheres a engravidar

 

Ter uma boa alimentação, reduzir vícios, se exercitar, manter um bom peso e entre outros hábitos de vida saudáveis ajudam a reduzir inúmeros problemas de saúde, tanto físico e mentais, mas também contribuem no processo de fertilidade da mulher. Vale lembrar que a idade além dos bons hábitos também é um fator muito importante para a gestação, ainda mais que a partir dos 35 anos, a reserva ovariana da mulher diminui, reduzindo ano a ano as probabilidades de uma possível gestação. 

“Cada mulher tem um tipo de organismo diferente e isso também pode interferir na hora de começar a incluir novos hábitos na rotina”, explica o especialista em reprodução humana, Dr. Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva.
 

Alimentação 

Uma dieta rica e balanceada é o pontapé inicial para a mudança de hábitos que contribuem na fertilidade, alimentos simples e que facilmente são encontrados são grandes aliados da saúde como as verduras, cereais integrais, frutas ácidas, óleos vegetais ricos em vitamina C e E e gorduras boas que possam ajudar na construção do metabolismo celular e no funcionamento hormonal. 

Alimentos ricos em ferro e ácido fólico, como carnes brancas e leguminosas também ajudam a potencializar a fertilidade.
 

Vícios 

O uso de cigarros traz diversos danos na saúde feminina, um deles é diminuir a qualidade dos óvulos e também alterar hormônios. A ingestão de álcool em excesso pode contribuir para uma entrada mais rápida das mulheres na menopausa.
 

Exercícios 

A prática de exercícios físicos é primordial em qualquer fase da vida e contribui muito para quem quer engravidar. Além de ajudar no metabolismo, ajuda o sistema reprodutor e digestivo a trabalharem melhor. 

“Uma rotina de exercícios regulares também contribui na regulação do peso, já que o excesso de peso pode interferir no ciclo menstrual da mulher e trazer riscos para uma futura gestação. Unir a alimentação balanceada e a atividade física já é um grande aliado na fertilidade feminina”, explica Frantz.
 

Sono e saúde mental 

Dormir bem faz a diferença no humor, na disposição e na saúde como um todo. Uma boa noite de sono ajuda na estabilização hormonal e é tão importante quanto a saúde mental. 

De acordo com o especialista, altos níveis de estresse influenciam na queda da produção de hormônios. Dessa forma é importante que a mulher tenha atividades em sua rotina que possam ajudá-la a fugir do estresse. 

Vale lembrar que manter a saúde sexual ativa também é importante, porém, ela não pode ser vista como um peso. Converse com seu parceiro não só sobre a vida sexual, mas também sobre outros aspectos que possam interferir na vida do casal e no psicológico neste período em que se está tentando uma gestação. 

“É de extrema importância procurar um profissional de reprodução humana para ajudá-los nesse processo e acompanhar caso a caso para que se consiga chegar no objetivo principal que é a chegada de um bebê na família”, conclui Frantz.


Posso atender pacientes. E agora?

 

No ano passado, o Brasil ultrapassou a marca de 560 mil médicos, o dobro do número registrado em 2010, chegando a uma proporção de 2,6 profissionais para cada mil pessoas, segundo o levantamento Demografia Médica no Brasil. A mesma pesquisa apontou que, em 2024, outros mais de 31 mil médicos estarão se formando, o dobro do número dos registrados pelo Conselho Federal de Medicina em 2021. 

Além dos médicos, anualmente, milhares de profissionais de saúde de outras áreas concluem a formação se habilitando a atender pacientes e todos enfrentam o dilema: e agora? Essa pergunta se desdobra em outras, como: onde farei meus atendimentos? Como conciliar a vida pessoal com a profissional? Onde quero estar daqui alguns anos? Meu objetivo com este texto é ajudar a responder as perguntas acima para decidir sobre qual caminho seguir. 

Vou focar nas 5 principais possibilidades que estão à nossa disposição como profissionais de saúde:

Montar o consultório próprio;

Dividir o consultório em sociedade com amigos/colegas;

Trabalhar para alguém que já tenha o consultório estabelecido;

Alugar períodos dentro de clínicas que disponibilizam espaço;

Montar consultório próprio dentro de espaços compartilhados. 

A principal coisa que você deve lembrar é que o seu verdadeiro ativo é a sua carteira de pacientes. Seu trabalho é fazer com que ela aumente como reflexo de sua competência profissional. Quando avaliar um caminho, se pergunte: os pacientes serão meus? Se a resposta for negativa, minha sugestão é que se certifique de que realmente não há outra alternativa antes de seguir nessa direção. Entre os citados, o 1, 2 e 5 permitem que você construa sua carteira de pacientes. Já o 4, somente em alguns casos. 

“Quem irá pagar pelo meu serviço?” é a segunda pergunta que você deve responder. A fonte pagadora pode ser o próprio paciente. Operadoras de saúde (convênios e seguradoras) são fontes para um número cada vez menor de médicos e profissionais de saúde que montam seus consultórios, e um dos motivos é a verticalização em busca de maior eficiência. Sabendo quem pagará por seu serviço, você poderá eliminar opções de negócio onde não haverá retorno sobre o seu investimento. Entre as possibilidades acima, 3, 4 e 5 demandam menor investimento inicial, favorecendo o retorno financeiro. 

“Quanto tempo posso/quero dedicar para a gestão do consultório?” Ao pensar nessa questão, leve em conta o crescimento da carga de trabalho administrativo conforme sua carteira de pacientes aumenta. Sem considerar esse aspecto na sua estratégia profissional, você poderá colocar seu consultório em uma posição de fragilidade crescente conforme o número de pacientes aumenta e seu tempo para gestão diminui. Dentre as opções acima, 3, 4 e 5 demandam menor dedicação de tempo para gestão. 

Mobilidade é um aspecto cada vez mais importante para todos, profissionais e pacientes. Isso vai além de estar presente em mais de um endereço, significa também estar disponível em dias e horários diferentes. Quanto maior sua amplitude geográfica e de tempo, mais rapidamente você construirá sua carteira de pacientes. Entre as opções citadas, 1 atende melhor à disponibilidade de horário, mas exige investimento próprio em novas localidades para aumentar a atuação geográfica, e 5 atende aos dois pontos. 

Independente do caminho escolhido por você, ele não deve ser imutável. Fique atento às novidades do mercado e mantenha-se capaz de testar novas soluções que poderão ser a diferença entre conseguir ou não construir a carreira que deseja para si. Todos os mercados mudam constantemente e o segmento de saúde evolui rapidamente, com avanços clínicos e tecnologias que influenciam o comportamento e expectativas dos pacientes e abrem oportunidades para evoluirmos na relação que temos com nossos consultórios.
 


Fábio Medaglia Soccol - médico formado pela Faculdade de Medicina do ABC, especialista em oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e possui MBA em Gestão de Serviços de Saúde pela UNIFESP. Tem mais de 20 anos de experiência com consultório e é co-fundador da Livance, healthtech que oferece soluções de gestão de consultórios para médicos e profissionais da saúde.


Mês de combate a meningite: um terço dos jovens apresentam sequelas neurológicas após a doença

 

Dores de cabeça, febre alta e vômito estão entre
os sintomas da meningite bacteriana
 
 Divulgação

Pesquisa feita pelo Instituto Karolinska alerta como a meningite bacteriana pode afetar jovens. No Brasil, doença registrou mais de 80 mil casos entre 2007 e 2020

 

Abril é o mês designado para conscientizar sobre a luta contra a meningite, uma doença que ganhou destaque após a publicação de um estudo realizado pelo Instituto Karolinska, da Suécia, e publicado na revista científica JAMA. O estudo revelou que um terço dos jovens que contraem meningite bacteriana desenvolvem sequelas neurológicas.

No Brasil, o Ministério da Saúde registrou mais de 80 mil casos da doença entre 2007 e 2020. Em 2023, foram confirmadas mais de 800 mortes por meningite. A maior parte desses óbitos foi causada pela meningite pneumocócica, totalizando 250 casos.

Os neurologistas do Grupo São Lucas, Jorge Alberto Martins Pentiado Junior (CRM: 141933/RQE: 39979) e Dr. Thales Pardini Fagundes (CRM: 220298/RQE: 124154), explicam que esse aumento pode ser atribuído a diversos fatores, como a baixa taxa de vacinação, condições sanitárias precárias (falta de saneamento básico), uso disseminado de tratamentos que comprometem a imunidade, envelhecimento populacional e aprimoramento do diagnóstico.

A meningite é uma inflamação das meninges, que são as estruturas que envolvem o cérebro e a medula espinal. Pode ser causada por doenças infecciosas, como vírus, bactérias, fungos ou parasitas, ou por doenças não infecciosas, como câncer do sistema nervoso ou doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico.

Entre as bactérias mais comuns que causam meningite estão o Pneumococo (Streptococcus pneumoniae), o Meningococo (Neisseria meningitidis) e o Haemophilus influenzae tipo B. Elas podem ser transmitidas através das vias respiratórias, gotículas e secreções do nariz e da garganta. Esses patógenos se alojam nessas regiões e, posteriormente, invadem as meninges, resultando em uma infecção grave.

“A boa notícia é que existem vacinas disponíveis contra essas três bactérias", explica o neurologista Jorge Alberto. "No entanto, características específicas de algumas cepas dessas bactérias, especialmente o Pneumococo, como maior virulência e resistência a antibióticos, ainda são desafios a serem enfrentados. Por isso, o estímulo à vacinação e a melhoria das condições sanitárias continuam sendo muito importantes para reduzir cada vez mais a ocorrência de meningite no Brasil”, completa.

Segundo ele, é importante estar atento aos sintomas em bebês e crianças, tais como febre alta ou hipotermia (diminuição da temperatura corporal), sonolência, dificuldade para movimentar o pescoço, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça, recusa alimentar, vômitos súbitos e fontanela (moleira) elevada.

“A meningite é diagnosticada pela história clínica, aliada ao exame físico, e confirmada através do exame do líquor, o líquido da espinha. O tratamento específico depende do agente identificado, utilizando-se antibióticos para as formas bacterianas e alguns vírus. Além disso, recomenda-se o uso de dexametasona para diminuir a inflamação e prevenir sequelas causadas por certas bactérias. Por fim, tratam-se os sintomas, como analgésicos para dor de cabeça e antitérmicos para febre”, complementa.

Já as sequelas neurológicas ocorrem devido à intensa reação inflamatória, que pode causar danos às células cerebrais, especialmente se o tratamento com antibióticos e dexametasona não for iniciado rapidamente. Entre as sequelas estão perda de audição, dificuldade de aprendizagem e memória, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, deficiências motoras, alterações visuais, hidrocefalia, crises convulsivas e até mesmo acidente vascular cerebral (AVC).

Entre os motivos dessas bactérias afetarem crianças e adolescentes estão a imunidade em desenvolvimento, o frequente contato em ambientes coletivos, vacinação incompleta e comportamentos sociais, como o compartilhamento de itens pessoais.

Dr. Thales compara a meningite bacteriana aguda a um “incêndio no cérebro” causado por bactérias. Para combatê-lo, os médicos usam uma combinação de "extintores de incêndio". Os antibióticos tratam a infecção, enquanto a dexametasona, um corticoide, ajuda a controlar a inflamação e a proteger o cérebro. O tratamento deve ser iniciado imediatamente após a coleta de exames de sangue, não sendo necessária a coleta do líquido da espinha para iniciar a terapia.

Ele ainda destaca que a Organização Mundial da Saúde está empenhada em um plano ambicioso para erradicar as epidemias de meningite bacteriana até 2030. Isso envolve a implementação de estratégias como vacinação ampliada, melhor diagnóstico e tratamentos mais eficazes.

“Na rede pública de saúde brasileira, estão disponíveis, gratuitamente, vacinas contra as formas mais graves de meningite, como Meningite tipo C (Meningococo tipo C), Meningite pneumocócica, Meningite por Haemophilus influenzae e Meningite tuberculosa. Por fim, o aumento da cobertura vacinal e a melhoria das condições sanitárias são cruciais para diminuir a incidência de meningite bacteriana aguda”, conclui Dr. Thales.



Grupo São Lucas de Ribeirão Preto (SP)

País com maior envelhecimento da UE, Portugal atrai profissionais de saúde brasileiros

Para cuidar da população idosa e de públicos como PCDs, conterrâneos se matriculam em cursos certificados pelo governo luso que dão direito a vistos de residência e permissão para trabalhar nas 27 nações da UE 

 

Portugal é o país da União Europeia (UE) com maior envelhecimento em 2023. Das 27 nações que compõem o bloco econômico, Portugal lidera o ranking com a maior proporção de pessoas com 65 anos de idade ou mais (24%), acima da média de 21,3% na UE. A idade média da população da UE aumentou 2,3 anos desde 2013, quando era de 42,2 anos, e Portugal ocupa o topo da tabela, com 4,4 anos em média de envelhecimento, em apenas uma década. No total da população dos 0 aos 14 anos, Portugal tem as percentagens mais baixas (12,9%), juntamente com Malta (12,7%) e Itália (12,4%), segundo dados do Eurostat.

“O envelhecimento demográfico é considerado um problema porque indica uma redução da população economicamente ativa, que é o número de habitantes – geralmente entre 15 e 60 anos – aptos a trabalhar e, portanto, a sustentar a economia. Isso faz com que haja uma demanda de profissionais para trabalhar nos mais diversos setores, mas principalmente no de saúde, e para supri-la se recrutam estrangeiros. Uma das nacionalidades mais valorizadas nas diversas áreas ligadas à saúde é a brasileira. Além do profissionalismo com que brasileiros costumam atuar, costumamos ser reconhecidos pelos portugueses pela nossa gentileza, simpatia e carisma. E isso faz toda a diferença em profissionais que trabalham com a população idosa”, afirma Renata Maida Freire, brasileira que reside em Lisboa e é diretora da Academia eFuturo para o Brasil.

Para Renata, esta oportunidade trazida pelo envelhecimento da população europeia é cada vez mais aproveitada pelos brasileiros que já moram em Portugal ou os que pretendem se mudar para o país irmão. “Para trabalhar legalmente em Portugal e ainda ter uma certificação validada pelo governo lusitano e reconhecida em toda a UE, nossos conterrâneos estão fazendo cursos profissionalizantes como os de Técnico Auxiliar de Geriatria, Técnico de Apoio Domiciliário, Técnico Auxiliar de Saúde e Auxiliar de Fisioterapia e Massagem. Pela lei portuguesa, todos os que se matricularem em cursos certificados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), com duração de um ano ou mais, têm direito a vistos de residência que permitem trabalhar em território luso e, por extensão, em outras 26 nações que integram a UE”, explica a diretora da escola que capacita estrangeiros.

Um dos brasileiros que trabalham em saúde em Portugal é o carioca João Sena. Fisioterapeuta, ele se mudou para Portugal em agosto de 2018 e atualmente é diretor técnico na APPDA (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo), em Lisboa. "Os brasileiros são bem-vistos na área de cuidados de pessoas idosas ou com maior necessidade de apoio, como pessoas com deficiência (PCDs), pois nos consideram pessoas mais meigas, carinhosas e alegres na forma de cuidar. Para cuidadores, em especial, há oportunidade de emprego em qualquer período do ano", afirma. A entidade onde João trabalha nas mais diversas áreas de apoio às famílias e pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA). Nela, coordena 45 colaboradores que compõem uma equipe multidisciplinar, entre portugueses, brasileiros e africanos que atuam como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicomotricistas, educadores físicos, técnicos de educação especial, animadores socioculturais, auxiliares de ação direta (cuidadores) e auxiliares de serviços gerais.

Segundo Renata, a faixa salarial varia de 820 euros, o valor do salário-mínimo português, para quem está começando em sua carreira profissional na área de saúde, até 3.500 para cargos de gestão. Para quem já tem mais experiência, mas ainda é um profissional júnior, pode atingir 1.000 euros. Profissionais mais sêniores e com mais expertise têm um salário médio de 1.300 euros. Já um supervisor, coordenador, gerente e diretor têm salário entre 1.500 a 3.500 euros mensais.  


Cursos com alta empregabilidade

Todos os mais de 20 cursos disponibilizados atualmente pela eFuturo – incluindo os ligados à saúde – são os que efetivamente precisam de mão de obra no mercado de trabalho português. “No sistema de formação profissional de Portugal, quando não há mais demanda de vagas os cursos deixam de existir ou somente voltam a ser oferecidos quando houver nova necessidade de contratações. Por isso, como existem para atender demandas pontuais, os cursos profissionalizantes certificados pela DGERT têm, em média, 80% de empregabilidade, sendo uma boa estratégia de transição de carreira ou mesmo de reciclagem de conhecimentos para quem já atua nessas áreas”, enfatiza Renata. 

Confira, abaixo, cada um dos cursos ligados à saúde, um segmento extremamente aquecido no mercado de trabalho, repleto de oportunidades e possibilidades de crescimento profissional em Portugal e outros países da UE:

 

·        Técnico Auxiliar de Geriatria – Pela natureza do seu trabalho, é um profissional que deve ter conhecimentos técnicos, intervir sobre os problemas associados ao envelhecimento e possuir competências de comunicação, empatia e relacionamento interpessoal. O curso é composto de dez módulos, incluindo nutrição e hidratação, cuidados de higiene e conforto, posicionamentos e transferências, higienização de espaços e equipamentos, primeiros socorros, medicação, processo de envelhecimento, cuidados específicos em geriatria e acompanhamento no final da vida. O profissional pode trabalhar em lares de terceira idade, hospitais, clínicas, centros de acolhimento ou comunitários, residências ou em serviços de apoio domiciliário.

 

·        Técnico de Apoio Domiciliário – Em seus nove módulos, o curso capacita os formandos para a prestação de cuidados específicos de saúde, relacionados entre outros com cuidados de higiene e conforto, posicionamento, mobilidade e transporte, noções básicas de primeiros socorros, higienização de espaços e equipamentos, baby-sitting e acompanhamento no final da vida. O técnico de apoio domiciliário pode exercer funções em hospitais, lares, clínicas, centros de apoio domiciliário, creches e casas particulares.

 

·        Técnico Auxiliar de Saúde – O profissional formado pode trabalhar em hospitais públicos e privados, consultórios médicos, clínicas e outros estabelecimentos de saúde, centros de acolhimento, domicílio e, também, institutos de estética. Em seus dez módulos, o curso inclui nutrição e hidratação, cuidados de higiene e conforto, mobilidade, posicionamentos e transferências, higienização de espaços e equipamentos, primeiros socorros, medicação, cuidados específicos de saúde, efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização e acompanhamento no final da vida.

 

·        Auxiliar de Fisioterapia e Massagem – Os nove módulos do curso incluem: enquadramento da profissão, anatomofisiologia, fisiopatologia, prevenção e controle de infecções, cuidados importantes no quotidiano, medicina física de reabilitação, indicações e contraindicações, técnicas de massagem e primeiros socorros. Por ser um mercado profissional ainda com déficit de mão de obra em Portugal, este tipo de técnico é muito demandado e pode exercer as suas funções em áreas de reabilitação, como a traumática, manutenção e cuidados de saúde, medicina esportiva, lazer e turismo, medicina do trabalho e assistência e recuperação de idosos. O técnico auxiliar de fisioterapia atua em conjunto com o fisioterapeuta. Neste sentido, os formados podem trabalhar em lares da terceira idade, residências geriátricas, academias, centros de estética, hospitais, clínicas, centros de terapia, residências e serviços de apoio domiciliário.

Renata ressalta que após o término da parte teórica dos cursos – que pode ser feita do Brasil enquanto a documentação para a mudança para Portugal é organizada –, a eFuturo apoia o processo de enquadramento profissional, garantindo o estágio, por meio de sua rede de parceiros, formada por mais de 500 empresas em Portugal. O estágio presencial em terras lusas não é obrigatório, mas além de um futuro contrato de trabalho, ele incentiva o networking, abrindo chances para outras oportunidades.  

“Em Portugal, porém, o estágio não costuma ser remunerado. Por isso, recomendo que o estudante conte com uma poupança para se garantir até a formatura ou mesmo até que se encontre emprego”, pontua a diretora. Ela ressalta que as escolas profissionalizantes portuguesas certificadas pela DGERT não se responsabilizam por vistos, fornecendo apenas a prova de matrícula dos alunos que querem estudar em Portugal. 

Ao pedir o visto de estudo, é preciso que o requerente esteja atento à duração do curso escolhido, pois não deve ser inferior a 12 meses, o prazo mínimo para se ter o visto de estudante que permite residência e trabalho. “Brasileiros que concluíram cursos profissionais certificados também podem requerer um visto de acompanhamento familiar, agregando seus filhos e cônPAUTA: País com maior envelhecimento da UE, Portugal atrai profissionais de saúde brasileirosjuge desde que cumpram com os pré-requisitos da Portaria 1563/2007 para comprovação de meios de subsistência, o que atualmente um visto de procura de trabalho não permite. E se o interessado tiver dupla cidadania, brasileira e de algum país da UE, nem é necessário pedido de visto para morar em Portugal”, observa Thiago Soares, advogado brasileiro com registro na Ordem dos Advogados Portugueses (OAP).

Os imigrantes são essenciais para a economia portuguesa: eles contribuíram em 2022 com cerca de 1,87 bilhões de euros para a Segurança Social, ao passo que se beneficiaram de cerca de 257 milhões de euros em benefícios sociais. O valor das contribuições é, portanto, sete vezes superior ao das prestações que receberam do Estado.

 

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