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sábado, 18 de maio de 2024

5 reflexões essenciais antes de cogitar o casamento

 

O casamento consumado de forma precoce tem um risco 40% maior de divórcio, diz estudo

 

Apesar de estarmos no Mês das Noivas, o casamento parece já não ter mais o mesmo valor de antigamente. Ao menos, não no quesito longevidade. No Brasil, segundo Estatísticas do Registro Civil divulgados pelo IBGE, houve uma diminuição no tempo médio de duração dos casamentos, caindo de aproximadamente 16 para 13,8 anos. Cerca de metade dos divórcios ocorridos em 2022 envolveram casais que estavam juntos há menos de 10 anos. 

Um estudo global feito pelo professor Paul Amato, do Departamento de Sociologia da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos; revelou que casais que oficializam a união antes de completarem um ano de namoro têm cerca de 40% mais chances de se divorciar do que aqueles que tiveram um relacionamento de dois anos ou mais. 

Outros estudos também indicam que a duração do relacionamento, antes de dar o próximo grande passo, tem grande influência na longevidade do casamento. Uma pesquisa realizada pela Universidade Emory, nos Estados Unidos, envolvendo 3 mil casais, mostrou que aqueles que namoraram por três anos ou mais antes de casar reduziram em 50% as chances de divórcio. 

O que dizem as especialistas: Para Claudia Petry, terapeuta sexual, membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana) e especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC); o que vale é o bom senso. 

“Os dados são estimativas importantes, mas não existe uma fórmula universal, até porque cada casal tem suas particularidades. Entretanto, a decisão de se vincular formalmente a outra pessoa exige maturidade e profundidade na relação, o que só se consegue com maior tempo de convívio e conhecimento sobre o outro”, reconhece. 

Segundo a psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein; durante o namoro, principalmente nos primeiros meses, idealizamos a pessoa. “Aos olhos de quem está apaixonada, o outro é perfeito! Mas, ao longo de uma relação estável, não demora para se perceber que não existe perfeição em nada”. 

Sendo assim, para não tomar nenhuma atitude precipitada, confira as reflexões abaixo e veja se está pronta para uma vida a dois: 


Você está no auge da paixão? Conforme a psiquiatra Danielle H. Admoni, pesquisadora e supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM); a paixão aumenta a liberação de uma série de hormônios, como dopamina, adrenalina, ocitocina e vasopressina. 

“A elevação destes hormônios gera sensações intensas de prazer, euforia, bem-estar, felicidade, excitação, entre outras”, conta a especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Além disso, na fase da paixão, o raciocínio lógico fica comprometido. “O sistema de recompensa do cérebro diminui a atividade do córtex pré-frontal, região responsável pela capacidade de pensar e agir racionalmente”, explica Admoni. 

Segundo Claudia Petry, aí que mora o perigo. “A pessoa perde o senso crítico sobre o indivíduo por quem está apaixonada. Não à toa, existe a famosa expressão ‘o amor é cego’. Daí a importância de deixar a paixão abrandar antes de tomar qualquer decisão”.   

De acordo com Monica Machado, é possível notar que a idealização está deixando de ocorrer quando surgir uma nova forma de identificação mútua. “O casal entra em uma fase mais madura da relação, onde terá uma visão mais clara da realidade a dois – e se ela realmente funciona para ambos”.  


O sexo é ótimo? Um estudo realizado na Alemanha investigou a vida sexual de mais de mil casais, focando em diversos aspectos como frequência sexual e a qualidade do relacionamento. Foi constatado que após os primeiros dois anos de convivência, os casais tendem a ter uma redução na atividade sexual, realizando, em média, cinco vezes a menos por mês. 

“Ou seja, se no ápice do namoro você já sente que não há compatibilidade no sexo, imagine após anos de casamento, quando a tendência é diminuir a frequência e a disposição sexual?”, questiona Claudia Petry, que também é professora no Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville (SC). 

Segundo ela, uma vida sexual saudável nutre a intimidade entre o casal. “Isso gera sentimentos de conquista, sedução, desejo e realização, elevando a autoestima e autoconfiança, essenciais para uma relação sólida”. 

“Mas, se você realmente gosta da pessoa e acha que a situação pode ser reversível, busque ajuda de um terapeuta sexual. Em muitos casos, a orientação profissional auxilia o casal a encontrar sua sintonia na cama”. 


A diferença de idade é muito grande? Uma pesquisa da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, revelou que casais com uma diferença de idade de 5 anos ou mais apresentam um aumento de 18% nas chances de divórcio, em comparação aos que têm idades próximas. 

Para casais com uma diferença de 10 anos, a probabilidade aumenta para 39%. Mas, se a diferença for de pelo menos 20 anos, as chances chegam a 95%. Segundo Danielle Admoni, todo relacionamento tem desafios, mas namorar alguém de uma geração diferente traz suas próprias complicações. 

“Essa discrepância reflete estágios de vida diferentes. Cada um está vivenciando sua própria jornada, com outras realidades econômicas, profissionais e sociais. Essas diferenças vão se manifestando na rotina, desde escolher um filme para assistir, ou frequentar lugares e conviver com pessoas que não têm nada a ver com você”. 

Há outro desafio: a diferença de idade pode interferir no sexo, envolvendo desejo, preferências sexuais, questões biológicas/fisiológicas e até tabus. Claudia ressalta que os homens, geralmente, atingem seu auge sexual por volta dos 20 anos, devido ao aumento nos níveis de testosterona, enquanto as mulheres tendem a atingir seu ápice entre 30 e 40 anos. 

“Contudo, se ambos tiverem gostos e mentalidades semelhantes, além de projetos futuros compatíveis, vale engatar um namoro sério e desafiar as probabilidades. Afinal, a idade pode mesmo ser só um número para muitos casais”, pontua a sexóloga.

 

Ambos querem filhos? Quando um dos dois quer filhos e o outro, nem pensar, a questão se torna bem complicada, pois, uma vez casados, cada qual com sua opinião formada, é enorme a chance de ocorrer crises lá na frente (e até mesmo uma separação dolorida). 

“Claro que um dos dois pode mudar de ideia, mas é um risco que não se deve correr. Sejam firmes e claros quanto aos seus objetivos, sem deixar falsas expectativas. Portanto, se o seu maior sonho é constituir uma família, talvez a melhor saída seja terminar o namoro, por mais que vocês se amem. Afinal, ter um filho não é uma decisão que pode ser negociada em um casamento”, pondera Monica Machado.

 

Vocês são muito diferentes? Parece ser lenda que os opostos se atraem. Um estudo divulgado no jornal Nature Human Behaviour indica que, na realidade, pessoas com características semelhantes têm maior probabilidade de se sentirem atraídas uma pela outra. 

“Se houver diferenças importantes relacionadas a valores, interesses e objetivos de vida, a preocupação com a compatibilidade a longo prazo pode surgir. Por isso, tentem criar planos colaborativos, fortalecer o que vocês têm em comum e descobrir juntos novas experiências”, orienta Danielle Admoni. 

Uma boa dica, segundo ela, é morar junto antes de se casar, já que a convivência diária permitirá que ambos tenham maior proximidade e conhecimento sobre o outro. 

“Lembre-se: ‘para sempre’ é tempo demais, especialmente porque vivemos mais agora do que quando a instituição do casamento foi inventada. Além dos filhos, há poucas coisas com as quais nos comprometemos por toda a vida. Portanto, é essencial que um compromisso tão sério demande mais racionalidade e menos impulsividade”, finaliza Claudia Petry.


Bisbilhotar ou “Stalkear” – Em que momento a curiosidade se torna tóxica?


 

Que as redes sociais nos aproximaram e facilitaram a comunicação, é uma realidade. Por outro lado esse avanço tecnológico também vem trazendo situações desconfortáveis para os usuários, uma vez que interfere no tipo de comportamento social das pessoas.

 

Por exemplo, o famoso “stalkeamento” na vida do outro virou uma tendência diante de tamanha exposição. Bisbilhotar tornou-se incrivelmente fácil. As redes sociais - e a enorme vitrine que elas oferecem - permitem o completo anonimato enquanto se "vasculha" a vida do outro, seus relacionamentos, os lugares que frequenta, seu padrão de vida e, até mesmo, seus hábitos alimentares. E quando essa “curiosidade” se torna tóxica? O Stalkear da vida alheia faz mal para nossa saúde mental?

 

Vamos entender melhor essa dinâmica. Muitos vão justificar esse tipo de comportamento como sendo apenas uma situação comum, por pura curiosidade. Mas até onde essa curiosidade intensa faz bem para quem está bisbilhotando ou para quem está sendo bisbilhotado?

 

A grande verdade é que, ao percorrer as vidas alheias online, podemos nos deparar com comparações prejudiciais, sensação de inferioridade e até mesmo elevação da ansiedade. O que poderia ser uma simples "atualização sobre as novidades" pode se transformar em um ciclo de autocrítica e insatisfação. Isso se torna ainda pior quando envolve comportamentos compulsivos, como o "stalking", que significa "caçar" ou "perseguir" alguém - inclusive no mundo online.

 

Acompanhar pelas redes alguém que se admira é normal, desde que seja feito com bom senso e a uma distância respeitosa, sem invadir o espaço do outro. No entanto, a linha entre "curiosidade saudável" e "invasão de privacidade" é sutil - e por este motivo, é vital refletirmos sobre os impactos emocionais desse hábito. O equilíbrio no uso das redes sociais requer autoconsciência e o aprendizado sobre como usá-las de forma consciente e construtiva.

 

O desafio de questionar nossos hábitos online, promove uma cultura de respeito e empatia, sobretudo com nós mesmos, além de auxiliar no reconhecimento do motivo de se estar vasculhando a vida do outro em detrimento de um cuidado e atenção com nossa própria vida.

 

É essencial reconhecer quando esse comportamento se torna prejudicial para a saúde emocional. É necessário se livrar dos medos, das comparações e do sentimento de inferioridade para romper com possíveis padrões familiares de limitação e assim encontrar a cura para um comportamento desvirtuado.

 

Enfim, o primeiro passo para se livrar da necessidade de “bisbilhotar” a vida alheia e reconhecer que se está fazendo isso e identificar porque está fazendo. Se essa ação causa desconforto, faz mal, evitar buscar o que incomoda já é uma ação de autocuidado.

 

Caso não consiga admitir sozinho e se livrar dessas atitudes disfuncionais, a ajuda de um profissional de saúde mental será fundamental. Pois, através de ferramentas psicoterápicas específicas, ele oferecerá um espaço para a construção de limites saudáveis, a partir da compreensão das motivações ligadas ao impulso de stalkear com foco excessivo no outro.

 

Compreender que o foco deve ser no cultivo de uma relação mais saudável com o seu tempo e suas emoções, é libertador e ajudará na busca pelo equilíbrio emocional necessário, na navegação dentro das redes sociais. 




Andrea Ladislau - doutora em Psicanalise Contemporânea, Neuropsicóloga. Graduada em Letras - Português/ Inglês, Pós graduada em Psicopedagogia e Inclusão Digital, Administração de Empresas Administração Hospitalar. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
Instagram: @dra.andrealadislau


Sinais de que as redes sociais estão prejudicando a saúde mental e estratégias para manter uma relação saudável

Preventivamente, precisamos ter um olhar consciente para as redes sociais.Usadas de uma forma equilibrada, elas oferecem soluções produtivas e proveitosas. Porém, utilizando as redes como meio de entretenimento ou ferramenta profissional, de toda maneira acessamos a vitrine do mundo em tempo real, vemos a vida de pessoas que têm uma realidade totalmente diferente. Se a mente está condicionada a ver somente o que as crenças permitem, o frequentador das redes pode acreditar que 100% daquilo que está exposto é real, que não há nenhum tipo de edição, que a vida é sempre linda e isso pode ser perigoso, principalmente para quem sofre de depressão. 

Abaixo, listo alguns sinais de alerta que evidenciam que o uso excessivo das redes sociais está prejudicando a saúde mental do usuário. 

 1) Isolamento social – veja como é paradoxal. Apesar de serem chamadas de redes sociais, uma das primeiras características de alguém que se torna “dependente digital” é deixar de lado a vida social. Então, recomendo atenção redobrada para a pessoa que você ama e que, aos poucos, tem ficado cada vez mais tempo em um canto, sem interagir, restrita ao microuniverso do telefone celular; 

 2) Descompromisso com os relacionamentos – outro termômetro que indica a proximidade da pessoa com a depressão é o momento em que ela prioriza as redes sociais e não se preocupa com as consequências que isso pode acarretar aos seus relacionamentos. Por exemplo: casais que se sentam à mesa para almoçar e, na verdade, só fazem “navegar”. Antes que a depressão se instale, o caminho é reduzir o distanciamento social, passando a interagir, viver e conviver; 

3) Agressividade – proponha retirar o celular de alguém ou observe o comportamento da pessoa quando a internet cai. Se qualquer dessas situações deixar a pessoa agressiva, o sinal de alerta está aceso. 

4) Bullying digital – estamos acostumados a ouvir ou ver esse tema debatido presencialmente, quase sempre no ambiente escolar. Entretanto, é nas redes sociais que os nossos filhos interagem e, uma vez lá, podem ser ofendidos pela aparência, pelo estilo ou por razões diversas. As pessoas que frequentam as redes sociais podem ser bem cruéis, o que deixa para nós, pais e educadores, o compromisso de entender “de quem” os nossos filhos são “amigos” e se recebem dessas pessoas o merecido respeito; 

 5) Comparação digital – cuidado com as associações e comparações involuntárias. Cada ser é único por essência, mas não é fácil legitimar essa unicidade, uma vez que vemos nas redes pessoas mais magras, mais belas, mais ricas, mais isto e mais aquilo. Lembre-se de algo que há de fazer toda a diferença no sentido de que você não se aproxime da depressão: a única pessoa que pode fazer comparações é você. Ou seja, ninguém vai forçar você a se comparar e, além disso, é possível ser feliz e manter a alegria do jeitinho que você é, com aquilo que possui e com as pessoas que escolheu para viverem ao seu lado. 


     ‍ Cinco estratégias para estabelecer uma relação saudável com as redes sociais


Abaixo, listo orientações simples, mas que fazem toda a diferença, e cabe ainda lembrar de que o óbvio, muitas vezes, não é tão evidente para quem enfrenta os males que afetam a mente. 

1) Gestão do tempo – a maioria, quando quer navegar pelas redes, pega o celular ou o computador e começa, sem método ou controle. A dica é que estabeleça e respeite horários para navegar. Além de não ficar refém dos posts e dos vídeos, essa estratégia há de permitir que consiga tempo para as demais pessoas e áreas da vida que precisam de atenção; 

 2) Gestão de lugar – por mais que a empresa permita o uso de telefone celular ou das redes sociais no trabalho, cabe ao profissional o bom senso de evitá-las pela perspectiva pessoal. Ou seja, se está usando as redes para divulgar o produto ou serviço da empresa, sem problemas. Contudo, usar o horário que deveria ser dedicado ao trabalho para verificar posts pessoais é uma ação que não prejudica somente a empresa ou o patrão. Pelo contrário, o profissional prejudica a sua imagem, produtividade e carreira como um todo;  

3) Excesso de grupos – observe que, nos últimos meses, decerto você foi convidado (em alguns casos, convocado) a fazer parte de um ou vários grupos das redes. Em dado momento, cabe estudar a hora de gentilmente se desligar, pois os grupos são os principais ladrões de tempo e escondem ainda um perigo: quase todo grupo tem protagonistas, opiniões acaloradas, ofensas, coisas positivas e outras nem tanto. Ao identificar o instante em que determinado grupo deixou de fazer bem a você, não hesite, nem se sinta obrigado a manter-se ali porque aprecia quem o incluiu. Certamente, a pessoa vai entender que você deseja sair para focar outras áreas importantes;  

4) Respeito ao não uso das redes – há um certo preconceito em relação àqueles que decidiram usar pouco ou não usar as redes sociais, que preferem uma vida analógica e regada ao convívio presencial. Por mais que sejamos antagônicos sobre essa decisão, precisamos estar cientes de que é um direito da pessoa, que não pode nem deve ser julgada por isso, pois ela não está certa ou errada, simplesmente fez uma escolha e sente-se bem assim;  

5) Redução – não é um assunto fácil, mas deve ser retratado. Às vezes, alguém nos pede amizade porque há amigos em comum e aceitamos. Com o tempo, descobrimos por meio das postagens que discordamos da maneira com que essa pessoa enxerga o mundo, a vida, as convicções e, sem querer, passamos a ter na rede uma pessoa de comentários tóxicos, inconvenientes, sempre disposta a embates desrespeitosos. Se esse é o caso, a recomendação é que não mantenha dentre os seus “amigos” alguém cujo conteúdo não lhe faz bem.

 

Julio Cerquetane - @julio.cerquetane.oficial - formado em Ciências Contábeis desde 1997. É empresário do segmento ceramista, é empreendedor social e fundador do Projeto “Eu Posso”. Estudioso do comportamento e da mente, ministra palestras e dedica parte de seu tempo aos estudos nesse campo, com certificações em diversas áreas afins. Começou a escrever durante o enfrentamento de sua depressão, culminando no seu primeiro livro, “O Fim da Depressão” e tem presença ativa nas redes sociais, onde compartilha tudo o que aprendeu ao se libertar da doença, com o objetivo de ajudar a pessoa deprimida e os mais próximos que também são afetados, como a família, os relacionamentos de amizade, amorosos e os de trabalho.


A separação e o impacto nos filhos

Especialista e terapia familiar, Dra. Fabiana Cassar traz orientações para uma coparentalidade saudável


Um momento delicado em uma relação, é quando o casal decide separar, e mais desafiador quando há filhos envolvidos. Nesse ambiente, a psicóloga Fabiana Cassar, especialista em terapia familiar, traz orientações que possam ajudar os pais a passarem por este processo, com cuidado e sabedoria.

“É importante reconhecer que cada criança tem uma reação diferente à separação, e há fatores que devem ser levados em conta, como idade, histórico familiar e personalidade”, ressalta e psicóloga.

Saber se comunicar com os filhos de maneira aberta e honesta é essencial nessa fase, da mesma forma que é importante ouvir os filhos, seus sentimentos e suas dúvidas. Dar espaço para eles falarem, é primordial, e mostra o quão são importantes nessa relação.

Buscar apoio profissional, é uma ferramenta valiosa para promover o entendimento e fortalecer os laços. Através da terapia familiar, é possível lidar com as frustrações, ansiedades, medos e traumas.

Priorizar as necessidades e o bem-estar dos filhos, criando um ambiente saudável, torna esse rompimento mais confortável, trazendo segurança e mostrando que o divórcio não diminui o valor da família.

Ter cuidado com a exposição dos filhos, não deixar que ouçam ou vejam brigas entre o casal, protegendo os filhos de se sentirem mal, ou até mesmo culpados.

E para o melhor desenvolvimento dos filhos, “pais se unam para trabalharem juntos e cuidarem bem dos filhos, garantindo que estejam felizes e saudáveis”.

"Como psicóloga, sei que uma separação nem sempre é fácil e amigável, mas é essencial priorizar o bem-estar dos filhos em todo o processo”, afirma Fabiana Cassar. 

 

Fabiana Cassar - Psicóloga apaixonada pela mente humana. Desde sua graduação, vem se dedicando ao apoio e à orientação de quem busca o equilíbrio e bem-estar mental. Pós-graduada em terapia familiar sistêmica pelo CEFATEF - Centro de Formação e Estudos Terapêuticos da Família, adquiriu habilidades em atendimento individual e familiar sob uma perspectiva sistêmica, e hoje contribui como supervisora para estagiários em formação. Especializada em atendimento ambulatorial: cuidados primários em saúde mental, possui aprimoramento no tratamento das psicoses no Instituto A Casa. Além disso, aprofundou sua prática participando de uma capacitação em práticas colaborativas no IBPC, Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica.

 

Pedagogia, Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia: entenda as diferenças entre as áreas

 Segundo Mara Duarte, apesar de diferentes, as especialidades se complementam e trabalham com o objetivo de ajudar crianças e adolescentes na aprendizagem


No dia 20 de maio é comemorado o dia do pedagogo, profissional que tem foco no processo de aprendizagem e é de grande importância na área de educação. Existem, porém, algumas dúvidas frequentes relacionadas ao que esta área e outras especialidades, como a psicopedagogia e a neuropsicopedagogia, têm em comum. 

Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo Rhema Neuroeducação, é preciso considerar que se tratam de áreas com algumas diferenças, mas complementares. “O pedagogo ensina o indivíduo a processar informações e o ajuda a aplicar de forma generalizada. Ele planeja, coordena e desenvolve atividades para melhorar o processo de aprendizagem, contribuindo para a definição de objetivos e metodologias de ensino de forma geral. Já o psicopedagogo procura identificar o processo intrínseco relacionado à aprendizagem de cada aluno. Ele busca decifrar como ocorre o processo de construção de conhecimento dos indivíduos”, explica. 

De acordo com Mara, a psicopedagogia propõe identificar entraves na aprendizagem, principalmente relacionadas à leitura, escrita e matemática; atuar de maneira preventiva; e elaborar estratégias e ferramentas que possam facilitar o aprendizado. “Com o olhar da Psicopedagogia, fica mais claro aos profissionais da educação quais dificuldades de aprendizagem uma determinada criança ou jovem apresenta, quais testes aplicar, como intervir, tratar e solucionar os problemas, potencializando para o crescimento”, afirma. 

Ela ressalta que um psicopedagogo consegue avaliar transtornos de linguagem e outros como dislexia; disgrafia; disortografia e etc. “Além disso, ele consegue utilizar a metodologia e ferramentas adequadas para facilitar o ensino para seus alunos. Também poderá atuar de forma preventiva e assertiva e entender como diagnosticar, intervir, solucionar o problema e tratá-lo”, diz.

É importante saber que dentro da Psicopedagogia também há áreas diferentes de atuação. “É possível trabalhar, por exemplo, com psicopedagogia clínica, educacional, empresarial e hospitalar. Todas buscam compreender o processo de aprendizagem e atuar de forma preventiva e interventiva nos problemas que podem surgir ao longo da aquisição de conhecimentos dos indivíduos”, afirma Mara Duarte.

Já a Neuropsicopedagogia, segundo a especialista, busca suas bases teóricas e práticas nas Neurociências e Educação. “Assim, o estudo das Neurociências ajuda o neuropsicopedagogo a compreender o funcionamento do cérebro e como ele se relaciona com o processo de aprendizagem, ao mesmo tempo em que trabalha com diagnósticos, intervenções e tratamentos dos transtornos de aprendizagem”. 

Segundo Mara Duarte, a Neuropsicopedagogia é capaz de ajudar o professor a garantir uma aprendizagem efetiva por meio da Identificação e criação de novos métodos de aprendizagem; detecção de crianças com dificuldades e transtornos de aprendizagem; aplicação de testes diferenciados para o diagnóstico; estimulação de um ensino com igualdade, no qual todos se sentem incluídos; e mediação, intervenção e tratamento de áreas como leitura, matemática e escrita.

De acordo com a diretora do Grupo Rhema Neuroeducação, é fundamental que profissionais da área procurem aprimorar cada vez mais seus conhecimentos nas mais diversas áreas para que possam atuar como agentes de transformação no processo educacional. “Seja em Pedagogia, Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia, os conhecimentos adquiridos sempre ajudarão a aplicar ações práticas para melhorar o processo de aprendizagem. No Grupo Rhema Neuroeducação, oferecemos uma série de cursos para que o profissional possa se aprimorar”, finaliza. 

 

Mara Duarte da Costa - neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional, além de diretora do Grupo Rhema Neuroeducação. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Grupo Rhema Neuroeducação. As instituições já formaram mais de 80 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse o site rhemaeducacao.com.br ou pelo instagram.com/maraduartedacosta.


Skincare infantil: especialista alerta para os perigos à pele

Divulgação
Movimento nas redes sociais incentiva meninas e adolescentes a usarem produtos de forma inadequada


Por natureza, as crianças reproduzem o que veem. Com os estímulos das redes sociais, isso se torna ainda mais palpável e perigoso. Meninas de 9 a 13 anos reproduzem, sem muito conhecimento, trends feitas por influenciadores da mesma faixa etária sobre os cuidados com a pele, a famosa rotina skincare. São citados ácidos, séruns, retinol, cremes etc. Mas, até que ponto esse excesso de cuidado pode se tornar prejudicial?

 

Dados recentes apontados pelo portal Statista1, indicam que o mercado de cosméticos para a pele de crianças e bebês deverá alcançar a casa do bilhão de dólares até 2028, apresentando uma taxa de crescimento anual de 7,71%, chegando a atingir 160,7 milhões de pessoas. Ou seja, o público pré-adolescente deve ser o novo alvo das marcas de cosméticos e produtos de cuidado com a pele.

 

A desinformação é a palavra-chave definida pela Dra. Paula Colpas2 quando se trata da questão do skincare precoce. A dermatologista e consultora da TheraSkin alerta: “A pele da criança antes da adolescência é mais sensível e mais fina. A ação das glândulas sebáceas que protegem a pele, é reduzida até os 12 anos, o que deixa a cútis mais suscetível às substâncias químicas”, explica.

 

A partir disso, a médica conta que o cuidado em excesso com a pele e o uso de produtos inadequados para idade podem causar diversos danos. “Os efeitos colaterais podem vir em dermatites de contato, alergias, irritações, surgimento de acne e até mesmo intolerância solar”. Colpas também conta que “o aumento da oleosidade é típico nesta idade, por conta da puberdade, e, muitas vezes não há a necessidade do uso de tantos produtos”.  

 

O uso de retinol, um ativo antienvelhecimento, e de alfa-hidroxiácidos pelas crianças e pré-adolescentes são frutos da desinformação causada pelas redes sociais: “Por se orientarem através da internet e não se consultarem com um dermatologista, os jovens acabam usando produtos voltados para adultos e pessoas mais velhas de forma inadequada”, aponta a especialista.

 

Mas então, quais cuidados com a pele devem ser feitos para as crianças e pré-adolescentes? A Dra. Paula resume bem: “limpeza, hidratação e protetor solar, sempre feitos com produtos suaves e adequados para cada faixa etária. A única exceção é o caso de a criança apresentar alguma doença de pele, como dermatite ou alergias. Em qualquer caso, sempre é indicada a consulta com um dermatologista”.

 

A limpeza da pele de forma suave é feita perfeitamente pelo gel de limpeza Cleany®Controle . O produto é feito com a tecnologia Syndet, não possuindo sabão, e sim, agentes que limpam suavemente sem ressecar a pele, reduz o excesso de oleosidade e brilho, desobstrui os poros e trata os quadros de acne. Cleany® Controle preserva as defesas naturais da pele e não contém corantes, conservantes ou quaisquer ingredientes que possam causar irritação ou sensibilização.

 

Para manter a barreira da pele sempre hidratada, Klaviê® Clinical é o ideal. O creme hidratante é indicado para adultos, crianças e bebês que possuam a pele seca, extrasseca, sensível, sensibilizada e irritada, pois hidrata profundamente o rosto, corpo e áreas específicas. Sua fórmula não causa alergias, não contém fragrâncias, reduz coceiras rapidamente e diminui os sintomas de alergia por suas propriedades anti-inflamatórias.

 

No caso de irritações ou alergias na pele, Amilia® Repair é o melhor aliado. O produto é uma loção prebiótica que acalma, hidrata e recupera a pele, reduzindo a vermelhidão, acalmando a irritação, coceira e sensação de calor. A loção equilibra e protege a microbiota cutânea, com ação cicatrizante, restaurando da barreira da pele.

 

TheraSkin®
http://loja.theraskin.com.br


1Statista
2Dra. Paula Tavares Colpas (CRM/SP: 129556 - RQE: 34206), médica dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).


Como falar sobre as enchentes com as crianças?

Foto: Wynitow Butenas
Hospital Pequeno Príncipe
Hospital pediátrico destaca a importância de agir com sensibilidade e estar atento aos sinais de sofrimento manifestados pelos pequenos

 

Há duas semanas, chuvas intensas atingiram o Rio Grande do Sul, provocando inundações e destruição em mais de 400 municípios gaúchos. O estado de calamidade pública, que afetou mais de 2,1 milhões de pessoas, tomou conta de todos os veículos de imprensa e redes sociais. Diante disso, surge a preocupação: como falar sobre as enchentes com as crianças? Veja, a seguir, as orientações das psicólogas que atuam no Pequeno Príncipe, o maior hospital pediátrico do país.

 

Como falar sobre as enchentes com as crianças?

A melhor abordagem é iniciar a conversa a partir do interesse demonstrado pela criança sobre o assunto. “Ela pode verbalizar o desejo de saber e comunicar isso verbalmente. Ou demonstrar por meio de mudanças de comportamento e expressões faciais (choro, angústia, tensão, incômodo, emoção)”, explica a psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, Angelita Wisnieski da Silva. 

Por isso, é fundamental que os adultos estejam presentes para oferecer suporte e criar um ambiente seguro para a criança expressar seus sentimentos e ter suas emoções validadas. “O diálogo precisa ser conduzido de forma gradual e com sensibilidade. E sempre respeitar os limites e direcionamento dados pelas próprias crianças”, completa a psicóloga Simone Passos Valesi. 

Além disso, os pequenos podem manifestar medo, ansiedade e preocupação com o que estão presenciando nas notícias e ter receio de que aconteça o mesmo com eles. Nesses casos, os adultos devem estar atentos para oferecer conforto e explicar que eventos como esses são atípicos, ou seja, não são esperados que aconteçam. Ainda mais, reforçar a importância da solidariedade e que existem pessoas no Brasil inteiro trabalhando para ajudar as vítimas.

 

Como lidar com as crianças que vivem essa tragédia?

As crianças afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul perderam não apenas seus pertences materiais, mas também as referências que tinham em casa, na escola e na comunidade. O Hospital Pequeno Príncipe destaca a importância de criar um ambiente de segurança, proteção e afeto para esses pequenos, que enfrentam um trauma de proporções imensuráveis

“Diante desse cenário de catástrofe, é fundamental que essas crianças tenham a família de referência por perto. Se elas estão em abrigos, que sejam perto da sua comunidade, com as pessoas que elas já conhecem. Com isso, a gente traz uma ideia que se estuda muito na psicologia de emergência e desastres, que é a de pertencimento”, diz Angelita. 

Em situações assim, atípicas e traumáticas, estar perto de pessoas de referência é fundamental para a redução da angústia e ansiedade causadas pelas perdas. Por isso, compartilhar esse momento com as pessoas com quem a criança já convive, pode estimular o sentimento de comunidade, de cuidado com o outro e o engajamento na recuperação das áreas atingidas. 

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul recomenda a doação de brinquedos, materiais lúdicos e livros para colorir, proporcionando às crianças a oportunidade de preservar sua infância e expressar suas emoções por meio do brincar. Do mesmo modo, a psicóloga faz um alerta: quando a criança não consegue mais brincar e nem se expressar por meio das brincadeiras, quer dizer que precisa de atenção profissional especializada e muito acolhimento.

 

Orientações para proteção de meninos e meninas

  1. Quando conversar, procure manter a calma e respirar. As crianças sentirão o mesmo que veem em você.
  2. Em caso de evacuação do local onde moram, explique brevemente o que vai acontecer. Se as condições permitirem, deixe que fiquem com um objeto especial, como um brinquedo.
  3. Pergunte o que a criança sabe sobre a situação e ouça o que ela tem a dizer. É provável que ela repita muitas vezes o que pensa. Diga que as perguntas são importantes.
  4. Se a criança não quiser conversar, não a pressione. Se chorar, não peça para parar ou reprimir as emoções. O choro é uma forma saudável de descarga emocional.
  5. Se estiver em um abrigo, veja se é possível reservar um espaço para que as crianças brinquem em segurança.
  6. Lembre-se de que você também está sob estresse emocional. Cuide-se para poder dar apoio aos pequenos. Compartilhe o que sente com outras pessoas.

Fonte: UNICEF

 

Livros lúdicos sobre as enchentes

Com o objetivo de explicar os últimos eventos de forma lúdica para as crianças, várias psicólogas criaram e disponibilizaram gratuitamente livros sobre as enchentes no Rio Grande do Sul. O conteúdo fornece informações adequadas à idade sobre o que está acontecendo. Confira abaixo:


Cyberbullying: os desafios para proteger crianças e adolescentes dos crimes virtuais

Pais ou responsáveis têm que estar sempre atentos aos conteúdos que estão sendo acessados por seus filhos

 

Cometido por meio de canais virtuais, o cyberbullying é um crime que tem, cada vez mais, preocupado pais e educadores. Atraído pelo mundo digital, aplicativos de mensagens ou grupos on-line, o público infantojuvenil está o tempo todo em contato com desafios perigosos, entre eles pedofilia e fake news, e, se agir por impulso, fica mais vulnerável a essas armadilhas.

A psicóloga, autora, pedagoga e palestrante de inclusão e diversidade, Natalie Schonwald, afirma que o período de confinamento causado pela Covid-19 mudou a forma como os adolescentes interagem, e isso pode ser uma explicação para o aumento da importunação. “A internet foi o meio de comunicação mais utilizado durante a pandemia. Com o fácil acesso às tecnologias e, principalmente às redes sociais, as crianças estão mais suscetíveis à influência das informações sem analisar sua veracidade ou as consequências ao repassar essas mensagens, assim, o bullying por meio da internet ganhou um alcance muito maior que no ambiente físico, por isso, lutar contra esse assédio é de fundamental importância e urgente para preservar a integridade das crianças”.

De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) / Europa, uma em cada seis crianças em idade escolar sofre cyberbullying e, embora as tendências gerais do bullying escolar tenham permanecido estáveis desde 2018, o cyberbullying aumentou, ampliado pela crescente digitalização das interações dos jovens.

No Brasil, para reforçar que qualquer prática agressiva de intimidações e perseguições no ambiente virtual tenham sérias consequências, foi sancionada em janeiro deste ano a Lei 14.811/2024, que prevê pena de reclusão de quatro anos e multa para os praticantes dos crimes de bullying e cyberbullying. No entanto, Natalie pontua: “A lei é importante, é um passo para o fim do cyberbullying, mas, assim como outros tipos de intimidação e perseguição, depende de uma transformação social para que uma mudança aconteça de fato. Pode ser um processo demorado, mas possível”.


Preocupações

Muitos homens se passam por adolescentes para realizar a prática da pedofilia e convencem a vítima a ir ao seu encontro. Natalie explica que as crianças, principalmente as meninas, precisam sempre estar orientadas em relação aos riscos que existem por trás das telas para evitar qualquer tipo de constrangimento, e que, caso ocorra, é preciso ir a uma delegacia e denunciar o agressor.  “Os pais ou responsáveis têm que estar sempre atentos aos conteúdos que estão sendo acessados por seus filhos, e um dos motivos relevantes é que estes acessos estão ocorrendo com maior frequência e mais cedo. Normalmente, as meninas confiam mais nos homens, sem pensar muito nas consequências, e supostamente não acreditam que serão traídas pelo agressor, que muitas vezes pede para filmar uma relação, por exemplo, e jura que não passará para frente, mas acaba espalhando esse vídeo, principalmente para as pessoas da escola”.


Consequências

Depressão, isolamento, crises de ansiedade, síndrome do pânico e suicídios são alguns desfechos trágicos das vítimas do cyberbullying apontados por Natalie, e, segundo ela, podem ser evitados. É preciso garantir que o público infantojuvenil tenha sua privacidade respeitada, online e em outros ambientes, mas que os pais e responsáveis estejam sempre atentos. 



Natalie Schonwald - psicóloga, pedagoga, palestrante de inclusão e diversidade e autora dos livros “Na Cidade da Matemática” e “Na Cidade da Matemática – Bairro das Centenas”. É pós-graduanda em Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades (SP). Na área da educação e alfabetização, trabalha com os anos finais da Educação Infantil e iniciais do Ensino Fundamental I. Nesta área da educação, Natalie completa seu trabalho escrevendo artigos. A profissional também faz parte da direção da Associação dos AVCistas do Brasil - uma organização comunitária de acolhimento às vítimas de AVC e seus familiares. Como atleta, também participou do mundial de adestramento paraequestre em 2003 – pratica esporte desde seus 9 anos e também é embaixadora da equipe feminina de surfe adaptado.
@pedagoga_nati


Religião: conexão ou possibilidade de negócio?

 Qual a sua religião? Alguma vez você já deve ter recebido este tipo de pergunta. A grande questão é se de fato a semântica da palavra religião tem cumprido o seu papel em nossas vidas, religar, reconectar e nos ajudar transcender.

Quando estava me preparando para a maratona de Chicago em 2019, só falava de corrida, acompanhava profissionais envolvidos na cosmovisão do mundo da corrida, seguia atletas nas redes sociais que falava absolutamente tudo e adivinha sobre o que? Corrida.

Por um tempo parecia um fanático e aprendi que todo excesso esconde uma falta. Em meados de 2010 era apaixonado por carnaval, cheguei a desfilar em 9 escolas de samba em um mesmo ano, o grande objetivo era me conectar e aprender novos métodos, pois cada bateria de escola de samba tem suas tradições, modelos mentais sobre gestão e liderança de pessoas, é uma verdadeira empresa formada por mais de 200 ritmistas tocando sem parar durante 65 minutos.

Cosmovisão é um termo que aprendi estudando “Teologia Bíblica do Trabalho” onde significa como utilizamos nossas crenças, valores e experiências para formar nossa visão de mundo. Tudo que vivemos serve como lição, se tivermos um princípio milenar executado e praticado em nossas vidas: Humildade.

Grandes igrejas estão se expandindo tanto no Brasil, como em Orlando (USA) e até pela Europa, em alguns momentos parece um processo de franquias, já recebi muitas perguntas no meu instagram sobre qual minha opinião entre “organismo e organização” e o negócio envolvendo igrejas.

Existem custos referente ao tempo de estudo e certificações robustas, fora estruturas necessárias para manter um projeto sério e sólido aberto, acredito que existem muitos benefícios em participar de uma comunidade local, a grande questão é você refletir sobre suas motivações. E aqui está o grande diferencial na minha opinião: Compreender como está sua expectativa de vida e o que você busca, de forma intencional nos lugares que frequenta. 

Participei recentemente de um evento muito popular em Alphaville chamado Método Destiny - organizado pelo Tiago Brunet e uma equipe extremamente competente. Vemos um movimento gigantesco em busca de autoconhecimento e desenvolvimento no Brasil desde 2010, esse “bum” pode ajudar muitas pessoas e empresas, desde que seja compreendido que mudanças estruturais são gradativas e não existe receita mágica.

Segundo a OMS (organização mundial da saúde) tivemos uma abstração, definição sobre saúde envolvendo um estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doenças e enfermidades.

Já em 1999, a mesma organização compreendeu que o aspecto espiritual deveria ser inserido no conceito de saúde.De acordo com a Escola de Saúde Pública de Harvard Health Publishing , um artigo do medscape mostrou os impactos positivos da espiritualidade: o envolvimento religioso e a espiritualidade estão associados a melhores resultados na saúde, uma maior longevidade, melhor qualidade de vida, menos ansiedade e menores taxas de depressão e suicídio”.

Um dos maiores cientistas de todos os tempos, Albert Einstein, disse em um Simpósio de Ciência, Filosofia e Religião, em 1941: “A ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega”.  (pg 19 Método Destiny)

A problemática é quando existe um objetivo certo, com a motivação errada.Existem lobos em peles de cordeiro e precisamos ficar atentos a promessas, profecias que mais iludem as pessoas do que promovem a mudança e um bem-estar biopsicossocial.

A melhor maneira de verificar se a religião faz bem para uma pessoa ou sociedade é observar o que ela faz, e não somente o que fala. As palavras podem convencer, emocionar e até iludir, mas o exemplo arrasta. Seja corrida, carnaval, investimentos, escola de samba ou ir a igreja aos domingos pela manhã, o que realmente lhe ajuda a se conectar com sua essência e se tornar uma pessoa melhor para você e para sociedade?


Gabriel Ferraz Vidiri - MBA em Desenvolvimento Humano pela FGV, palestrante e podcaster no Papo de Progresso


Solidariedade: a Luz de uma tragédia

Todos nós, ou melhor dizendo, a grande maioria de nós, está muito sensibilizado com o que está sendo vivido pela população do Rio Grande do Sul. Em meio ao estado de calamidade que se instalou nos municípios afetados pela tempestade, seguida de enxurradas e enchentes, ficamos sabendo, através das notícias ou até mesmo através de amigos ou familiares que lá se encontram, sobre pessoas e animais que morreram ou que estão desaparecidos ou desabrigados, casas, prédios, condomínios, hospitais, escolas, pontes que foram destruídos, prejuízos nos setores agrícola, industrial, comércios locais e outros e até mesmo sobre a insegurança relacionada à violência de pessoas que acabam se aproveitando da fragilidade da situação para cometer saques, roubos e furtos. Com isto, todos nós somos afetados, não há como fechar os olhos para a dor do outro, fingir que não é com a gente, ficar passivo ou indiferente diante de uma situação como esta. 

Eventos como este são capazes de provocar uma sensibilização coletiva extrema, evidenciando em nós, alguns aspectos que transcendem o nosso entendimento meramente racional, e quando percebemos, estamos envolvidos emocionalmente pela dor e pelo sofrimento de outras pessoas, pessoas estas que talvez nem conhecemos, mas que acabam se tornando, de certa forma, mais próximas de nós. 

É despertado dentro de nós um impulso de ajuda humanitária que nos transfere de um lugar egocêntrico, ou seja, de uma posição focada somente em nós mesmos, para um lugar altruísta, humilde, na tentativa de proporcionar um certo alívio daquele sofrimento, um acolhimento, um conforto para as pessoas que estão em uma posição extremamente vulnerável tanto física quanto emocional. Quando nos posicionamos de maneira alocêntrica, considerando as necessidades dos demais a fim de consolidar algo maior, uma meta, um objetivo, desenvolvemos e exercitamos a solidariedade, que intrinsecamente nos pertence. 

Vários fatores motivam a solidariedade. Há um instinto de sobrevivência coletivo em ser solidário, afinal de contas, somos seres sociais, interdependentes, nossa natureza é vivermos em sociedade, queremos estar com pessoas, trocar ideias, afetos, informações, valores, experiências, portanto, ao presenciarmos uma situação como esta, instintivamente queremos ajudar. Outro fator que pode estar presente é a cultura em que cada pessoa está inserida, que ensina valores que são importantes para a construção do caráter, como por exemplo, a solidariedade. Há também a visão da neurociência apontando que diferentes partes do cérebro são acionadas quando ajudamos alguém, ativando neurotransmissores que nos proporcionam bem-estar, ou seja, quando temos atitudes solidárias estamos ajudando ao próximo assim como a nós mesmos. 

Quando vemos as pessoas passando por este tipo de situação, são ativados em nós sentimentos como empatia, compaixão, generosidade, proteção, cuidado, cooperação, altruísmo que são partes integrantes do ser humano e que também provocam atitudes de solidariedade. 

Diante de uma catástrofe natural como esta e tantas outras que já aconteceram, percebo a sombra de uma sociedade que necessita de mais consciência e atenção às responsabilidades ambientais e percebo a solidariedade como a Luz que nos conscientiza a cuidar uns dos outros e do nosso planeta, criando um vínculo simbólico que nos torna humanos e nos conduz a uma evolução e maturidade emocionais, espirituais elevando assim a nossa consciência e o significado da nossa existência. 

Observar o movimento de solidariedade das pessoas, perceber a presença da cooperação, da bondade, do sentimento de pertencimento, do sentimento de fazer parte de algo maior com vistas a tornar algo sólido, toca profundamente o meu coração, me faz acreditar na evolução do ser humano e ter esperanças de um futuro mais harmonioso. 

Faça você também a sua parte, ainda que pequena, mas faça!

 Vamos amenizar esta dor que é de todos nós!

 


Renata Nascimento - psicóloga clínica de orientação Junguiana


5 Dicas para manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Atualmente, passamos a maior parte do nosso tempo no ambiente de trabalho, e isso pode ter um grande impacto em diversos aspectos da nossa vida. Desde o estresse do dia a dia até as questões físicas, é importante compreender como o trabalho influencia diretamente na nossa saúde.

De acordo com uma pesquisa realizada por uma empresa especializada em consultoria de recursos humanos, a Randstad, em 2021, 81% das pessoas entrevistadas desejam um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional. 

Um desequilíbrio, com excesso de trabalho, pode levar ao estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde como dores musculares e articulares, distúrbios do sono, queda da imunidade, enxaquecas e até mesmo condições de pele como acne, devido ao estresse.

Além disso, um estudo feito pela International Workplace Group (IWG) com o Serviço Nacional de Saúde (NHS) no Reino Unido em 2023, 66% dos colaboradores entrevistados, que trabalham em regime híbrido, relataram uma melhoria na saúde mental.

Dicas para ter mais equilíbrio entre vida pessoal e trabalho

Para manter um equilíbrio nesse cenário é importante estabelecer limites garantindo tempo para descanso e relaxamento, mesmo quando o trabalho é remoto, e algumas dicas podem ser essenciais:

  • Estabeleça limites claros: é preciso definir horários de início e fim do trabalho, evitando estender o expediente e levar trabalho para casa - a menos que seja extremamente necessário. Também é fundamental desligar notificações de e-mail e mensagens fora do horário de trabalho.
  • Crie um espaço de trabalho dedicado: Tenha um local específico em casa para trabalhar, separado das áreas de lazer. Não realize suas atividades do sofá ou da cama sempre que possível, para não confundir o cérebro.
  • Pratique atividades de desconexão: Após o expediente, faça exercícios, leia, assista a um filme ou saia com amigos, esses momentos ajudam a desligar do trabalho e recarregar as energias.
  • Estabeleça prioridades: Busque identificar o que é realmente importante na sua vida pessoal e profissional, fazendo com que o trabalho não consuma toda a sua energia.
  • Comunique-se com sua equipe: Além de manter as questões que podem ser desenvolvidas na vida pessoal, durante o trabalho, é importante ser transparente com a equipe e pedir apoio quando sentir necessidade para evitar sobrecargas.

Mantendo o bom equilíbrio, além do aumento de produtividade no ambiente profissional, o indivíduo também terá uma qualidade de vida melhor. Portanto, buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental para sua saúde, felicidade e desempenho no trabalho a longo prazo. 



Aline Sabino - psiquiatra na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo


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