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quarta-feira, 2 de março de 2022

Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizadas no SUS em dois anos de pandemi

O rastreamento do câncer colorretal por colonoscopia foi afetado durante os dois primeiros anos de Covid-19, aponta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Comparado com 2019, houve redução de 30,4% em 2020 e de 12,4% em 2021 no número de exames no SUS. A colonoscopia tem o potencial de evitar a doença, pois possibilita retirar pólipos que podem evoluir para câncer no intestino grosso e reto.

O câncer colorretal (intestino grosso/cólon e reto) é o segundo tumor maligno, excluindo o câncer de pele não melanoma, mais comum em homens e mulheres no Brasil, atrás apenas, respectivamente, de câncer de próstata e mama. São 41 mil novos casos previstos para 2022, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer. Em alusão ao Março Azul Marinho, mês de conscientização sobre a doença, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) alerta para um dado ainda mais preocupante que esta já alta incidência de tumores colorretais. Ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizados no Sistema Único de Saúde nos últimos dois anos.

Este número foi levantando pela SBCO ao conferir o banco de dados do DATASUS. O sistema registra a realização de 347.098 colonoscopias em 2019. Em 2020, quando houve medidas mais restritivas para contenção da disseminação do SarsCov-2, o que incluiu o fechamento de serviços de colonoscopia, foram realizados 241.329 exames (redução de 30,4% no ano passado)Em 2021, foi registrada uma retomada na procura pelo exame, porém, observou-se ainda uma significativa redução (304.004 colonoscopias, um volume 12,4% menor em relação a 2019).

O cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, explica que o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo, sem apresentar nenhum sintoma. Por conta disso, a vertiginosa redução de colonoscopias na pandemia é preocupante. “Quando o paciente apresenta sintomas, já pode ser sinal de uma doença mais avançada. É fundamental a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos em pessoas sem sintomas– ou 40 anos, caso haja histórico de câncer na família. Este exame pode evitar a doença, pois, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”, explica.

O cirurgião oncológico Bruno Roberto Braga Azevedo, membro da diretoria da SBCO e titular do Hospital Pilar e do Grupo Oncoclínica, explica que o papel da colonoscopia é evitar que o paciente desenvolva a doença e necessite de cirurgia. “Nosso papel, apesar de sermos cirurgiões, é evitar que o paciente chegue a precisar desse procedimento. A decisão dependerá da extensão, tamanho e localização do tumor, assim como das condições gerais de saúde do paciente. Dependendo do caso, o tratamento pode incluir a radioterapia associada ou não à quimioterapia, no intuito de diminuir a possibilidade de retorno do tumor. No caso de metástase, as chances de cura ficam reduzidas, mas há terapias eficazes, envolvendo quimioterapia e resgate cirúrgico. Por isso, em casos específicos, os pacientes metastáticos podem atingir longos períodos de sobrevida e até mesmo a cura, dependendo do quadro e resposta ao tratamento.

Quais são os sinais de alerta? - Alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), assim como alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas), são sintomas de alerta, que devem ser investigados. Os demais sintomas mais comuns são sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia e perda de peso sem causa aparente.

Como prevenir? - Recomenda-se a adoção de uma dieta que contemple o consumo de frutas e hortaliças, assim como evitar o consumo de alimentos processados e de bebidas alcoólicas, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.  Moderação também é a palavra-chave em relação à carne vermelha e alimentos calóricos e/ou gordurosos. Os demais fatores de risco são sedentarismo, obesidade e tabagismo.

A hereditariedade representa entre 5% a 10% dos casos, sendo a síndrome de Lynch a mais prevalente. Há também a polipose adenomatosa familiar, que é quando os pacientes apresentam um maior número de pólipos, devendo ser submetidos mais frequentemente à colonoscopia. 

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)


Estilo alimentar com baixo consumo de carboidratos é eficaz no tratamento adjuvante de doenças neuropsiquiátricas

Já a dieta com muitos alimentos processados e carboidratos refinados, está relacionada com aumento de casos de depressão e ansiedade - inclusive entre as crianças

Associar alimentação e aspectos emocionais e mentais do ser humano é praxe do senso comum. Não é preciso ser um estudioso da área de nutrição ou psiquiatria para detectar que comer determinado alimento ou ficar sem se alimentar pode tornar uma pessoa mais irritável, por exemplo.

Segundo o médico psiquiatra, especialista em psiquiatria nutricional e membro da Brasil Low Carb, Regis Chachamovich, o que é relativamente novo é a descoberta de que o estilo alimentar impacta em quadros psiquiátricos, podendo ser utilizado no tratamento adjuvante e principal de doenças neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.

Chachamovich afirma que cada vez mais evidências científicas e clínicas confirmam que uma alimentação saudável, principalmente baseada em “comida de verdade”, (de origem natural e minimamente processada) pode ser de grande eficácia para o manejo de diversas doenças acima mencionadas.

Conforme o médico psiquiatra, as doenças neuropsiquiátricas aumentaram significativamente nas últimas décadas e alguns tratamentos (a maioria a base de medicamentos) não apresentam resultados satisfatórios. Nesse sentido, aumentou a busca por alternativas que complementem o uso de remédios, fazendo com que as doenças sejam combatidas com mais eficácia. “E na minha prática e de colegas, cuidar da alimentação tem se mostrado uma boa forma de mitigar essas doenças”, afirma.

Isto porque alguns alimentos, se consumidos em excesso, costumam trazer complicações ao organismo humano de modo geral, inclusive ao cérebro. O açúcar, por exemplo, é responsável por mecanismos – amplamente aceitos pela comunidade científica – que podem acarretar diversas doenças neuropsiquiátricas. Entre estes mecanismos estão: inflamação crônica em nível do sistema nervoso central; diminuição da produção de energia proveniente da glicose; resistência à insulina em âmbito cerebral; desbalanços de neurotransmissores; e aumento do estresse oxidativo.

De acordo com Chachamovih, ao preconizar o baixo consumo de carboidratos e priorizar a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras, a dieta cetogênica promove importantes alterações metabólicas no corpo como um todo e também no cérebro, fazendo com que seja capaz de atuar em diversos dos mecanismos responsáveis pelas doenças neuropsiquiátricas. “Desse modo, a estratégia alimentar torna-se uma ferramenta importante para auxiliar no tratamento dessas doenças”, diz.

O paciente, contudo, de maneira nenhuma, deve interroper o tratamento que está realizando para iniciar uma terapia alternativa por conta própria. “O uso da dieta cetogênica para o tratamento de distúrbios mentais necessita do acompanhamento de um profissional com conhecimento sobre a doença e sobre o manejo da alimentação”, diz Chachamovich. O médico psiquiatra explica que, apesar de a estratégia alimentar ser bastante segura para a maioria das pessoas, são necessários cuidados importantes em relação à implementação e fase de adaptação, ao controle das medicações em uso, e ao acompanhamento de alguns parâmetros.

Por fim, o membro da Brasil Low Carb reitera que o fato de estratégia alimentar com redução de carboidratos ter se mostrado eficaz no combate de mecanismos que levam a doenças neuropsiquiátricas não significa que a terapêutica concorre com uso de medicamentos tradicionais. “Estes muitas vezes têm um papel definitivo em diversos casos”, afirma. A melhor abordagem, destaca Chachamovich, deve ser decidida entre paciente e médico, após avaliação individual, levando em conta preferências pessoais e contra indicações.


Chupar limão é sinal de transtorno alimentar?

Entenda os sintomas que o corpo apresenta em casos de anorexia e bulimia


Nas últimas semanas, o programa de televisão Big Brother Brasil trouxe à tona um assunto ligado à nutrição e saúde mental quando uma das participantes mostrou hábitos alimentares não tão convencionais, como chupar limão e fazer longos jejuns.

Muita gente se perguntou se esses costumes estariam relacionados a possíveis transtornos alimentares, como a anorexia e a bulimia. No primeiro caso, a pessoa acaba evitando comer para não engordar. Já no segundo, o indivíduo come de tudo, mas depois acaba forçando um vômito por se sentir culpado de ter se alimentado.

Já outro participante ficou conhecido por comer demais. Nesse caso, há quem aponte que o problema seja uma compulsão alimentar. Nessa situação, a pessoa sente que precisa comer a todo instante, mesmo quando não está sentindo fome.

Mas como saber se essas atitudes podem mesmo indicar um transtorno alimentar? Separamos a seguir alguns dos principais sintomas relacionados às doenças por comer demais ou em pouca quantidade:

4 sinais de transtornos alimentares


Shutterstock

Aparência diferente

Notou uma perda de peso repentina ou o corpo mais cansado? Esses indícios são comuns entre pacientes com transtornos alimentares. Além deles, desmaios e tonturas frequentes, sensação constante de frio, letargia e perda da libido também podem indicar o problema de saúde.

Cuidados orais

Ao reparar em sinais como mau hálito frequente, calos nos dedos das mãos, dentes rachados e inchaço na bochecha e mandíbula, suspeite que a pessoa pode estar forçando o vômito, uma prática comum entre indivíduos com transtornos alimentares.

Seletividade e irritação

Não somente o corpo físico apresenta sinais, mas a mente também. Ficar preocupado com comida, apresentar ansiedade ou irritação na hora das refeições, impor que um alimento é bom ou ruim sem mesmo provar, usar a comida como fonte de conforto constante ou utilizá-la como autopunição por algo errado são exemplos ligados aos sintomas de transtorno alimentar.

De olho no comportamento

Jejuns, contagem de calorias, idas frequentes ao banheiro na hora das refeições, comer sozinho, uso de roupas mais largas e rituais antes e depois de comer também podem ser considerados sinais de que uma pessoa está passando por dificuldades relacionadas à alimentação.

Afinal, chupar limão é mesmo um sinal de transtorno alimentar?

A resposta é que varia para cada caso. O consumo excessivo de um mesmo alimento, principalmente em substituição a refeições, pode indicar que algo está errado. Mas só um profissional de saúde poderá avaliar se, de fato, o comportamento está relacionado a um transtorno alimentar. De forma geral, o que sabemos é que o limão é bastante usado para o controle de náuseas e que o consumo da fruta em excesso pode apresentar manchas nos dentes ou causar aftas pela acidez, mas isso não é prova de que uma pessoa está passando por um caso de anorexia ou compulsão.

Na dúvida, ao apresentar os sintomas explicados, busque por ajuda nutricional para entender a melhor forma de lidar com o problema.

Quer saber mais sobre transtornos alimentares? Siga o Nutritotal – Para Todos no Instagram e confira dicas imperdíveis sobre nutrição!

*Este conteúdo não substitui a orientação de um especialista. Agende uma consulta com o nutricionista de sua confiança.

 

Redação Nutritotal

Jessica M. et al. Symptom trajectories into eating disorders: A systematic review of longitudinal, nonclinical studies in children/adolescents. European Psychiatry, 2020.

National Eating Disorders Collaboration. Australian Government Department of Health, 2020.

Confira uma lista com 6 dicas de alimentação pós-Carnaval para ajudar você a voltar com foco total

1. Voltar à rotina

A primeira e mais importante. Se você já tem um acompanhamento e um planejamento alimentar, volte a seguí-lo. Costumamos assumir uma postura durante as festas ou férias, que nos tiram da nossa rotina “eu já comi errado todos esses dias mesmo, um dia a mais não vai fazer diferença”. “O ideal é sempre manter o máximo possível da semelhança da rotina de casa com os dias de festa, seja na alimentação, ou suplementação e treinos, mas se você saiu totalmente da rotina, voltar o quanto antes, será melhor.” esclarece a médica nutróloga Marianna Magri Real.
 

2. Beber muita água

Segundo Marianna, se atentar a ingestão hídrica durante o carnaval é sempre importante. Beber muita água é o segundo passo pra ajudar a recuperar o organismo. Geralmente durante esses dias, se consome mais bebidas com teor alcoólico, e isso desidrata nosso corpo e nosso cérebro, é importante que a ingesta de água seja constante.
 

3. Abusar de alimentos naturais

Se você exagerou no feriado, abuse de alimentos naturais, frescos. Como legumes, verduras e tubérculos/raizes e frutas.
“Evite industrializados e alimentos processados. Essa é uma dica para seguir sempre, mas agora é especialmente importante.” alerta Marianna Magri Real.
 

4. Destoxificar o organismo

Chás, Kombucha e temperos naturais ajudam pela ação antiinflamatória, diurética, digestiva e alguns otimizam o metabolismo. Chá de cavalinha, carqueja, laranja amarga, gengibre. Temperos como cúrcuma, alecrim, orégano. Use sua criatividade e varie nas ervas e complementos, pois todos tem propriedades benéficas.
 

5. Controlar a fome

A nutróloga Marianna explica que quando passamos alguns dias comendo de forma inadequada e irregular a fome pode aumentar. Para controlar a fome, aumentar o consumo de fibras, proteínas e gorduras de qualidade é interessante. Alimentos como abacate, coco e castanhas por exemplo, possuem gorduras de qualidade. Proteínas como peixes, frango e leguminosas para vegetarianos pode ser uma boa pedida também. As fibras podem ser encontradas em vegetais, verduras e frutas.
 

6. Alimentação saudável

Mantenha uma rotina saudável sempre! Se você recomeça sua dieta no pós-festa e logo na primeira semana tem refeições “não-saudáveis” pode ser mais difícil aderir à alimentação saudável por muito tempo.

“Pense que quando ativamos o nosso paladar com alimentos muito doces, artificiais e com gorduras super processadas (os chamados alimentos mais palatáveis) é mais difícil no dia seguinte ter prazer em comer alimentos frescos e naturais, que não tem todos esses temperos e estimulantes artificiais para nossas papilas gustativas. Volte a rotina e adapte seu paladar a sentir o gosto real dos alimentos.” finaliza Marianna Magri Real.

 

Marianna Magri Real - Médica Ecografista titulada pela Associação Médica Brasileira e Colégio Brasileiro de Radiologia. Médica Nutróloga - Hospital Albert Einstein. Food and Health ( Stanford).


Saiba o que é preciso para ter uma gestação tardia com tranquilidade

“Tenho mais de 35 anos e quero engravidar. E agora, será que vou conseguir ser mãe?” Às vezes escuto essa indagação em meu consultório. Não se preocupe, você não está sozinha. No século 21, as mulheres estão engravidando mais tarde, uma vez que muitas dedicam a vida à estabilidade e segurança financeira e, então, após se sentirem seguras e consolidadas profissionalmente, tentam pôr em prática a maternidade.

De acordo com as estatísticas mais atuais do Registro Civil de 2019, o número de mulheres que deram à luz entre os 30 e 34 anos aumentou 27,5% na comparação a 2009. Já entre os 35 e os 39 anos, o aumento foi de 63,6%. Entre os 40 e 44 anos de idade, a alta no número de partos foi de 57% e na faixa etária dos 45 aos 49 anos, de 27,2%. Entre as mulheres com mais de 50 anos de idade, a alta foi de 55%. Em contrapartida, o número de mulheres que deram à luz com menos de 15 anos de idade caiu 26,3% nos últimos dez anos.

No entanto, a gravidez tardia tem sido motivo de preocupação, pois na fisiologia da mulher o ápice de fertilidade acontece entre os 20 e 30 anos e, atualmente, muitas vezes a estabilidade financeira acontece após esse período. O que você precisa saber é que existe a possibilidade de se programar para prolongar sua capacidade reprodutiva e garantir uma gestação tardia saudável.

Excluindo-se as causas anatômicas ou algumas condições clínicas preexistentes, o fundamental depende de você: manter um estilo de vida saudável e controlar algumas doenças. Fatores fisiológicos como sobrepeso, falta de atividade física, estresse, insônia, poluição, má alimentação, entre outras situações prejudiciais ao organismo, afetam diretamente a capacidade reprodutiva por piorar a qualidade dos gametas masculinos e femininos e, assim, a qualidade do embrião. E um embirão de menor qualidade reduzem as taxas de sucesso, ou seja, de gravidez.

No caso da mulher, os óvulos começam a envelhecer a partir do nascimento, mas nossa reserva sofre uma queda brupta após a segunda metade dos 30 anos e isso, reduz sua eficiência reprodutiva (reduz não apenas a quantidade de óvulos, mas sua qualidade). É possível conhecer a reserva ovariana através de um exame simples que dosa o hormônio antimülleriano o qual vai apontar se o envelhecimento ovariano está adequado para a idade da mulher, ou se já está mais adiantado. Essa técnica também dá a estimativa se a mulher terá mais tempo para se programar para uma gestação ou se precisará agir rapidamente (devido a possibilidade de uma menopausa precoce). A partir daí, caso ela não entenda ser o momento para uma gravidez, é feito o congelamento dos óvulos para que eles se mantenham na qualidade da idade na qual foram congelados e para serem utilizados no momento favorável.

Embora não exista um protocolo infalível, a maneira mais eficiente de a mulher manter o sonho da maternidade por bastante tempo é promover sua saúde, com foco nos bons hábitos e alimentação saudável, procurando equilíbrio na dieta (que garanta quantidades adequadas de carboidratos, proteínas e gorduras, além de vitaminas, minerais, fitoquímicos e probióticos), além de uma suplementação personalizada. A dieta mediterrânea é considerada a mais eficiente e pode ser adaptada à alimentação brasileira, pois é um padrão alimentar com quantidade e qualidade adequada de carboidratos, maior consumo de gorduras boas (azeite, nozes, peixes – este último consumido com cautela devido a contaminação de metais pesados), equilíbrio nas proteínas, presença de fitoquímicos e antioxidantes, e menos industrializados.

Outra maneira de preservar sua saúde reprodutiva é evitando substâncias que agridem os óvulos, como os xenobióticos. Por exemplo, recomendamos a ingestão de antioxidantes que evitam maiores dados às células e ao seu DNA, como vitaminas A, B, C, alguns minerais e a Coenzima Q10, por exemplo. Lembrando de evitar ingestão excessiva da suplementação, pois pode causar o efeito inverso. O sono saudável também é importante para a saúde e na produção de melatonina, que além de regular nosso ciclo circadiano e proporcionar mais disposição e foco, por exemplo, também favorece a saúde reprodutiva por ser um importante antioxidante.

Portanto, para manter as saúdes física, mental e, por extensão, a reprodutiva é necessário buscar a zona de excelência por meio da construção de atitudes que proporcionam uma vida sadia, pois o óvulo é apenas uma parte de um todo que compõe o corpo em bom funcionamento. Dessa forma, se você está programando uma gravidez tardia, coloque a mão na massa e comece a reavaliar seus hábitos e alimentação, para manter boas condições de saúde e poder realizar seu grande sonho.

 

Dra. Camila Varella - nutricionista, mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo/USP, pós-graduada em Nutrigenética e Modulação Intestinal. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Tem formação livre em Personal Coaching, Genõmica Nutricional, Nutrição e Fertilidade, Saúde da Mulher e Nutrição Comportamental. Atua a mais de 20 anos em consultório, sendo também autora de livros, palestrante e experiência na gestão de qualidade de vida em empresas.


Estilo alimentar com baixo consumo de carboidratos é eficaz no tratamento adjuvante de doenças neuropsiquiátricas

Já a dieta com muitos alimentos processados e carboidratos refinados, está relacionada com aumento de casos de depressão e ansiedade - inclusive entre as crianças

 

Associar alimentação e aspectos emocionais e mentais do ser humano é praxe do senso comum. Não é preciso ser um estudioso da área de nutrição ou psiquiatria para detectar que comer determinado alimento ou ficar sem se alimentar pode tornar uma pessoa mais irritável, por exemplo.

Segundo o médico psiquiatra, especialista em psiquiatria nutricional e membro da Brasil Low Carb, Regis Chachamovich, o que é relativamente novo é a descoberta de que o estilo alimentar impacta em quadros psiquiátricos, podendo ser utilizado no tratamento adjuvante e principal de doenças neuropsiquiátricas, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.

Chachamovich afirma que cada vez mais evidências científicas e clínicas confirmam que uma alimentação saudável, principalmente baseada em “comida de verdade”, (de origem natural e minimamente processada) pode ser de grande eficácia para o manejo de diversas doenças acima mencionadas.

Conforme o médico psiquiatra, as doenças neuropsiquiátricas aumentaram significativamente nas últimas décadas e alguns tratamentos (a maioria a base de medicamentos) não apresentam resultados satisfatórios. Nesse sentido, aumentou a busca por alternativas que complementem o uso de remédios, fazendo com que as doenças sejam combatidas com mais eficácia. “E na minha prática e de colegas, cuidar da alimentação tem se mostrado uma boa forma de mitigar essas doenças”, afirma.

Isto porque alguns alimentos, se consumidos em excesso, costumam trazer complicações ao organismo humano de modo geral, inclusive ao cérebro. O açúcar, por exemplo, é responsável por mecanismos – amplamente aceitos pela comunidade científica – que podem acarretar diversas doenças neuropsiquiátricas. Entre estes mecanismos estão: inflamação crônica em nível do sistema nervoso central; diminuição da produção de energia proveniente da glicose; resistência à insulina em âmbito cerebral; desbalanços de neurotransmissores; e aumento do estresse oxidativo.

De acordo com Chachamovih, ao preconizar o baixo consumo de carboidratos e priorizar a ingestão de alimentos ricos em proteínas e gorduras, a dieta cetogênica promove importantes alterações metabólicas no corpo como um todo e também no cérebro, fazendo com que seja capaz de atuar em diversos dos mecanismos responsáveis pelas doenças neuropsiquiátricas. “Desse modo, a estratégia alimentar torna-se uma ferramenta importante para auxiliar no tratamento dessas doenças”, diz.

O paciente, contudo, de maneira nenhuma, deve interroper o tratamento que está realizando para iniciar uma terapia alternativa por conta própria. “O uso da dieta cetogênica para o tratamento de distúrbios mentais necessita do acompanhamento de um profissional com conhecimento sobre a doença e sobre o manejo da alimentação”, diz Chachamovich. O médico psiquiatra explica que, apesar de a estratégia alimentar ser bastante segura para a maioria das pessoas, são necessários cuidados importantes em relação à implementação e fase de adaptação, ao controle das medicações em uso, e ao acompanhamento de alguns parâmetros.

Por fim, o membro da Brasil Low Carb reitera que o fato de estratégia alimentar com redução de carboidratos ter se mostrado eficaz no combate de mecanismos que levam a doenças neuropsiquiátricas não significa que a terapêutica concorre com uso de medicamentos tradicionais. “Estes muitas vezes têm um papel definitivo em diversos casos”, afirma. A melhor abordagem, destaca Chachamovich, deve ser decidida entre paciente e médico, após avaliação individual, levando em conta preferências pessoais e contra indicações.


Sete cuidados que não podem faltar no verão


No verão é de extrema importância redobrar a atenção sobre alguns cuidados com a saúde, pois as altas temperaturas podem ocasionar inúmeros problemas. Outra situação da estação é que ela ocorre no maior período de férias escolares, ao contrário do que acontece no hemisfério Norte, onde naturalmente há um maior relaxamento dos pais e das crianças com relação à proteção, principalmente quando estão mais desatentos por estarem na praia ou na piscina. 

Para a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Sonia Oliveira, a temporada exige maior atenção. "Com a chegada do verão, é comum que as pessoas passem mais tempo em espaços abertos como clubes, parques e praias. No entanto, é importante sempre lembrar de se hidratar com certa frequência, não só em dias ensolarados, mas também em dia nublados, para repor a água que o corpo elimina mantendo a temperatura adequada no organismo", comenta a especialista. 

Veja abaixo, algumas dicas passadas pela coordenadora para se cuidar no verão:
 

1. Hidratação:

O corpo é formado por 70 % de água. Somos formados basicamente por água, sendo que ela é a grande aliada para as funções vitais do nosso organismo. No verão, transpiramos mais porque a água eliminada serve para a manter a temperatura corporal. É recomendado beber 2 litros de água por dia. A boa hidratação é responsável por ajudar no controle de calorias, melhorar o funcionamento dos órgãos e evitar a retenção de líquidos.
 

2. Fuja da maior incidência do Sol

Praticar atividades físicas ao ar livre em horários em que o Sol está mais forte pode causar desidratação e elevação da temperatura corporal. Os melhores horários para praticar exercícios são no início da manhã, até às 10 horas, e após às 16 horas.
 

3. O filtro que não pode faltar

É importante intensificar o uso de filtro solar. De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de pele responde a 33% dos diagnósticos de tumores no Brasil.
 

4. Alimentação leve

Ingerir alimentos pesados e gordurosos pode não ser a melhor alternativa, já que eles exigem um trabalho maior de digestão, o que aumenta a temperatura corporal. Dê preferência para refeições mais leves e alimentos com bom percentual de água. Durante o verão também é comum casos de intoxicações alimentares, pois o calor colabora para o estrago mais rápido dos produtos. Por isso, fique atento às datas de validades e a procedência dos alimentos.
 

5. Doenças do verão

Conjuntivite, dermatose e insolação são doenças comuns durante o verão. A estação também é favorável à reprodução do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue Chikungunya e Zika. Manter uma boa hidratação, proteger-se do sol, checar a qualidade dos alimentos, ter uma boa higiene e não deixar água parada são algumas das recomendações.
 

6. Ficamos estressados com o calor?

O excesso de calor influencia na quantidade de cortisol (hormônio do estresse) no organismo. Conhecido como "estresse térmico", quanto maior a temperatura, maiores são as chances de ficarmos irritados com algo. Uma alternativa bastante efetiva para controlar o estresse térmico é manter a hidratação, visto que a falta de água também afeta o funcionamento dos órgãos e pode contribuir para elevação do cortisol.
 

7. Roupas mais leves

O vestuário contribui para a elevação da temperatura corporal. Por isso, é importante ceder espaço para roupas mais leves. Busque tecidos de fibras naturais, como o algodão, linho, seda e crepe, que deixam o corpo respirar melhor. Dê preferência para as cores claras, uma vez que tonalidades escuras tendem a absorver o calor e, com isso, prejudicam o conforto.



 
Anhanguera

https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/

 Kroton

www.kroton.com.br


Você sabe o que é covid longa?


Especialista da Medicar Emergências Médicas alerta sobre

a necessidade de exames específicos para um diagnóstico adequado

Você pegou covid-19 recentemente e continua se sentindo exausto, com dores de cabeça ou sua memória está falhando? Você pode estar com o que os especialistas estão chamando de covid longa, uma consequência da doença que dura mais de um mês e vem se manifestando em algumas pessoas. Aqui no Brasil ainda não há estatísticas conclusivas, mas no Reino Unido, por exemplo, pesquisas apontaram a presença desse diagnóstico em mais de 1 milhão de pessoas que foram infectadas pelo vírus. 

“Quando falamos em cuidados após infecção pelo Sars-Cov2 podemos perceber que a reação é muito variada e os sintomas da covid longa podem mudar de pessoa para pessoa. Mas, em geral, a atenção precisa estar focada em três principais órgãos, o coração, pulmão e cérebro”, explica o médico responsável da Medicar Emergências Médicas, Dr. Alexandre Francisco. 

Segundo o especialista, entre as queixas mais comuns, percebe-se o cansaço excessivo, palpitações, falta de ar, alterações prolongadas no olfato e no paladar. “Em um estudo realizado pela Universidade de Campinas (Unicamp), foi detectado que 40% dos pacientes apresentavam dor de cabeça, 40% tinham fadiga, 30% alteração de memória, 28% sofriam de ansiedade, 20% de depressão, 16% tinham perda de paladar e 28% de olfato”, comenta. 

O coração, conforme informa o médico, vem sendo um dos órgãos mais afetados pela doença. Por este motivo, fazer um check up com um cardiologista é muito importante. “Essa procura médica de forma preventiva é fundamental, pois somente o especialista poderá avaliar se há algum tipo de fibrose do miocárdio, que é algo que pode levar o paciente a ter dores no peito e palpitações. Arritmias e miocardites também têm sido detectadas após infecção de covid”, alerta Dr. Alexandre Francisco. 

Como cuidados essenciais nesse período pós-infecção, o médico salienta ser de suma importância realizar exames preventivos com regularidade e adotar um estilo de vida mais saudável com rotinas de exercício físico, alimentação equilibrada, evitar o consumo de álcool, bem como evitar o cigarro além de ter uma rotina de sono reparadora. “A prevenção sempre será o melhor meio de mantermos a saúde em dia”, conclui o especialista da Medicar.


Óculos de realidade virtual tornam-se aliados na reabilitação de pacientes em hospital SUS

Tecnologia permite que internados se sintam fora do ambiente hospitalar por alguns momentos


Lucas Erichsen sentia-se triste. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), onde se viu novamente isolado e distante de sua rotina. O primeiro internamento havia sido em 2017, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Três anos depois, um aneurisma e uma pneumonia o fizeram retornar ao hospital para receber cuidados médicos. Mais uma vez, todos os seus planos foram suspensos e ele deu início ao período mais difícil: a luta pela vida.

Mas o sorriso de Lucas, de 22 anos, voltou a estar estampado no rosto após ser convidado a mergulhar em um novo universo. "Ali tudo era possível, desde andar de carro até pilotar um helicóptero", conta. A experiência vivida pelo jovem não foi magia nem alucinação. Foi, sim, parte do tratamento do fisioterapeuta Rafael Cavalli, que faz uso de óculos de realidade virtual (RV) no atendimento a pacientes do hospital 100% Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba. "A ferramenta ajuda a tornar as sessões de reabilitação mais divertidas e eficazes, auxiliando pacientes com limitações motoras na recuperação", explica o fisioterapeuta.

De uns tempos para cá, a realidade virtual vem ganhando espaço no cotidiano. São computadores, videogames, óculos especiais e outros dispositivos que têm como principal proposta fazer com que o indivíduo se sinta imerso em uma espécie de existência fictícia. Não é de estranhar que essas ferramentas invadam os corredores de hospitais, consultórios e laboratórios. "Os óculos de RV podem ser usados para ajudar na locomoção de pacientes com mal de Parkinson, na fisioterapia de quem sofreu derrame cerebral e para amenizar os sintomas da depressão, por exemplo", detalha Rafael Cavalli. 


O que as pesquisas dizem

Inicialmente desenvolvida para o entretenimento, a realidade virtual tem sido testada no tratamento de diversos problemas de saúde, como o estresse pós-traumático. A primeira utilização da tecnologia para esse fim foi em 1997, quando pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia, nos Estados Unidos, realizaram um estudo com 10 veteranos de guerra traumatizados e que não haviam conseguido melhora pelas terapias convencionais. O programa, chamado Vietnã Virtual, expunha os ex-soldados a situações realistas que eles haviam vivenciado décadas antes na guerra.

Em um espaço seguro, controlado e com o acompanhamento de um profissional ao lado, a RV os levava de volta às selvas vietnamitas. Enquanto o terapeuta manipulava o software e intensificava os sons de batalha, os pacientes eram convidados a narrar seus traumas. O tratamento durou um mês e, no fim desse período, os 10 voluntários demonstraram melhora no quadro. A partir daí, foram iniciados mais testes, com número maior de participantes, tratados nos mais diversos cenários que simulavam situações distintas.

Logo, a realidade virtual se mostrou ser mais do que apenas uma ferramenta descolada para transportar o usuário para outros cenários. De acordo com pesquisa feita pelo hospital americano Cedar-Sinai, publicada no periódico JMIR Mental Health, a tecnologia também contribui para diminuir dores de pacientes. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores contaram com a ajuda de 100 pacientes diagnosticados com dor nível 3, em uma escala de 0 a 10. Metade deles usou óculos de realidade virtual e os outros 50 pacientes assistiram à televisão, ambos com cenas relaxantes. Os resultados mostraram que aqueles que usaram os óculos tiveram uma queda média de 24% na escala de dor, já para quem assistiu na tela 3D a dor diminuiu apenas 13%.

Além da dor, a RV vem sendo minuciosamente estudada como um moderno instrumento de apoio à prática fisioterapêutica, podendo  ser  aplicada  de  múltiplas  formas. Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) concluíram que o uso da realidade virtual provoca níveis leves e moderados de atividade física em pacientes da UTI. Durante as 100 sessões de fisioterapia monitoradas na pesquisa, os pacientes internados nas unidades do Departamento de Emergência do Instituto Central do Hospital das Clínicas atingiram grau leve de atividade em 59% da duração das sessões, e 38% de nível moderado de atividade.


Tecnologia que humaniza

"Não estou atendendo bem um paciente pelo que ele tem, mas pelo que ele é". A frase do fisioterapeuta Rafael Cavalli explica a importância de iniciativas inovadoras dentro do SUS. No Hospital Universitário Cajuru, o tratamento com óculos de realidade virtual permite ouvir, oferecer conforto e compreender as opiniões dos pacientes. Longe de perder o protagonismo no processo de reabilitação, os profissionais de saúde passam a atuar como supervisores de todo processo. "Se fosse eu internado lá, será que eu ia gostar de receber apenas um tratamento padrão? A realidade virtual vem nesse sentido, de personalizar e humanizar o atendimento", relata o fisioterapeuta.

O objetivo do tratamento de reabilitação é estimular os movimentos musculares de modo que o paciente crie uma memória motora. É nesse contexto, então, que entra a realidade virtual. Uma ferramenta inovadora na fisioterapia e que tem sido utilizada na avaliação e reabilitação de pessoas com distúrbios do movimento, do equilíbrio postural e da marcha. "Imagine um paciente que perdeu movimentos de determinadas partes do corpo e precisa se submeter à fisioterapia. E se esses exercícios pudessem ser facilitados com o uso de cenários de realidade virtual?", questiona o fisioterapeuta. 

É por essa razão que a realidade virtual já está sendo utilizada como parte do tratamento para alguns pacientes em reabilitação, como o Lucas Erichsen, sendo uma maneira mais lúdica de aplicar as atividades. "O Lucas é um paciente jovem que estava há três meses internado no hospital. Após uma conversa, descobri que ele gostava de corrida, música eletrônica e aviação. A partir disso montei um vídeo que se encaixasse naquilo e o resultado foi surpreendente", complementa Rafael.

A humanização no tratamento devolve esperança para pacientes e permite que eles voltem a sonhar. Com um acompanhamento mais próximo e especializado, é possível reduzir o sofrimento e proporcionar um tratamento mais digno. "Foi bom receber esse carinho durante a internação no hospital. O tratamento me ajudou a evoluir e sair da depressão", revela Lucas. 


Entenda como a falta de higiene bucal profissional pode influenciar em doenças cardíacas

 O novo método GBT (Guided Biofilm Therapy) já é considerado um divisor de águas pela classe odontológica

 

O acesso dos brasileiros à saúde bucal já foi extremamente difícil e limitado na década de 60-70. Com o surgimento de novas técnicas e/ou protocolos de tratamento, os profissionais intensificaram os alertas para a importância do cuidado da saúde da boca e como ela reflete em todo o corpo. Aliado a este propósito, o Ministério da Saúde também passa a reforçar que a higiene bucal adequada e a ida regular ao dentista diminui o risco de desenvolvimento de problemas de saúde. 

Entre os cuidados, a higiene bucal profissional é uma das medidas mais importantes que uma pessoa pode adotar para manter seus dentes, gengiva e até o corpo como um todo saudáveis. Para falar sobre este assunto, entrevistamos Maria Fernanda Kolbe, especialista e mestre em periodontia, sócia da Clínica Sorr, em São Paulo. Acompanhe:

 

Do que é formado o biofilme dentário e por que é importante manter o seu controle em dia? 

O biofilme dentário, antigamente chamado de placa bacteriana, se forma na superfície dos dentes. Trata-se de uma massa formada por resto de alimentos, acúmulo de microrganismos e seus produtos que se aderem à superfície dentária. Essas bactérias estão presentes naturalmente na cavidade bucal, mas podem aumentar se a higiene não for realizada adequadamente. O acúmulo de biofilme acarreta doenças como a cárie dentária, a gengivite e a periodontite. Esta última pode até levar à perda dos dentes, por causar reabsorção dos tecidos de sustentação. Por isso, é fundamental manter o controle do biofilme em dia.

 

O biofilme pode causar mau hálito? 

A halitose é, frequentemente, um problema de desequilíbrio da cavidade bucal, seja por excesso de biofilme, inflamações ou infecções. A falta de controle do biofilme dental causa um aumento da decomposição bacteriana de material orgânico na cavidade bucal. É importante ressaltar que a maior causa de mau hálito vem da boca e não do estômago, como muitos podem imaginar. Além disso, podem gerar halitose os cáseos amigdalianos (bolinhas brancas presas na amigdalas formadas por restos de alimentos e saliva) e a amigdalite, doença infecciosa que causa inchaço nas amígdalas, forte dor de garganta, dificuldade para engolir e febre.

 

A falta de uma limpeza dental profissional pode afetar o organismo em geral e provocar doenças além das que ocorrem na boca? 

A negligência com a saúde bucal tem impacto sim na saúde sistêmica. Vários estudos mostram que a doença periodontal aumenta risco de infarto, parto prematuro, bebês de baixo peso ao nascer, Alzheimer, doenças cardíacas, infertilidade, complicações respiratórias entre outras comorbidades. Além disso, a periodontite pode agravar a diabetes, e vice-versa: a diabetes descontrolada aumenta a inflamação e destruição dos tecidos ao redor do dente, acelerando sua perda.

 

Quais os métodos mais eficazes para o controle do biofilme dentário? 

O meio mais eficaz para controlar o biofilme dental é a escovação eficiente e uso de fio/fita dental, adequados a cada situação (escova tradicional, escova unitufo, escova interdental, passa-fio etc.). Os hábitos de higiene oral devem ser diários, adaptados a cada indivíduo e às suas necessidades e deverão ser orientados pelo odontologista. 

A anatomia dentária, a posição dos dentes na cavidade oral, a dificuldade de acesso e também o uso de próteses e aparelhos fixos obriga à adesão de limpeza profissional dos dentes. Os métodos mais comuns são: profilaxia com borrachas ou escovas e pastas profissionais, jatos abrasivos, raspagem e aplanamento radicular, limpeza periodontal, instrumentos sônicos ou ultrassônicos. Mas, o que vem sendo aplicado e com muito sucesso é o método GBT (Guided Biofilm Therapy). 

 

Na sua opinião qual a importância de um protocolo como a GBT, que evidencia e revela o biofilme para o paciente e para o profissional? 

O principal objetivo da GBT é oferecer um tratamento suave e eficaz, com foco na eficiência dos resultados e no conforto dos pacientes, porque remove o biofilme dental de forma confortável, prevenindo diversas doenças e identificando o local exato em que a limpeza precisa acontecer. Este novo protocolo é o mais eficiente na atualidade porque é menos abrasivo e proporciona maior preservação dos tecidos e da dentina.

 

Baseado em sua experiência de uso do protocolo GBT, como tem sido a satisfação dos seus pacientes? Quais os comentários mais comuns que eles fazem após a sessão?

Ainda não completei um ano que estou aplicando a GBT em meus pacientes, mas os resultados e a satisfação deles é fantástica. Com este protocolo, os pacientes ficaram chocados ao ver o quanto o dente estava sujo, porque a GBT dá a possibilidade do paciente visualizar, de modo personalizado, o biofilme revelado em duas cores, diferenciando a placa mais antiga da mais recente. Nos métodos que eram aplicados antes não era possível evidenciar a situação para o paciente e, consequentemente, eles não eram influenciados de como a falta de higiene profissional era tão primordial para a qualidade da saúde bucal. 

Outro ponto muito importante é o conforto na realização do procedimento. Sem dor, de modo mais eficiente e mais satisfatório, a GBT proporciona uma excelente experiência ao paciente de modo que ele siga o seu regime de retorno para a nova limpeza de acordo com a avaliação de risco de sua saúde bucal. Desta forma, a GBT, além, da profilaxia dental profissional, proporciona a manutenção da saúde bucal do paciente.

 

Como a GBT tem impactado sua prática dental neste ano de trabalho com este novo protocolo? 

Pela minha experiência e dos meus pacientes, posso afirmar que a GBT é um divisor de águas. É um método indolor e oferece maior bem-estar para o paciente que fica motivado, pois o evidenciador preconizado pela metodologia permite identificar em cores diferentes o biofilme mais recente e mais antigo demonstrando onde precisa melhorar a higienização. Enquanto para o profissional, facilita a profilaxia direcionada. 

Já do ponto de vista financeiro, também é muito vantajoso. Antes, em minha prática clínica, como periodontista, precisava anestesiar 50% dos pacientes quando aplicava o protocolo que desenvolvi para dar mais conforto a eles. Hoje, com a GBT preciso anestesiar apenas 2% deles, que são casos de extrema sensibilidade. Antes, um tratamento convencional levava em média 90 minutos e com este novo protocolo desenvolvido pela EMS, Electro Medical Systems, a terapêutica é realizada em 60 minutos. Isto demonstra um ganho significativo tanto para o paciente, que fica menos tempo no consultório, como para o especialista que pode atender mais pacientes para realizar o mesmo tipo de tratamento.

 

SEM -Electro Medical System


Mudança no rol da ANS é avanço com sensação de derrota para tratamento do câncer

Agência terá 180 dias para analisar, recomendando a aprovação ou rejeição da droga. Após aprovada, a medicação em questão deverá ser fornecida ao paciente em até dez dias após a prescrição médica.


Uma nova Medida Provisória (MP 1067/2021) foi aprovada pelo Congresso  no mês de fevereiro e visa garantir acesso mais ágil às drogas orais contra o câncer pelos usuários de planos de saúde. A nova MP aprovada estabelece que a atualização da lista de medicamentos com cobertura obrigatória pelos planos deve ser feita de forma mais frequente. “Sem dúvida, é um avanço, porém foi uma solução “intermediária” para o que era esperado.  Ao invés de ser atualizada a cada dois anos, deverá ser feita “continuamente”, ou seja, as empresas solicitantes da aprovação podem enviar a requisição a qualquer momento e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) terá até 180 dias para analisar, recomendando a aprovação ou rejeição daquele produto. Após aprovada, a medicação em questão deverá ser fornecida ao paciente em até dez dias após a prescrição médica. São praticamente 200 dias para conseguir a mediação e, infelizmente, o câncer não espera”, afirma o oncologista Rafael Luís, do Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia.

No ano passado, um projeto que tentava garantir a obrigatoriedade de cobertura pelos planos de saúde de medicações orais para tratamento do câncer, assim que houvesse aprovação na Anvisa, a chamada Lei da Droga Oral (PL6330/2019) foi aprovada no Congresso em julho de 2021, mas, infelizmente, foi vetada pelo presidente Bolsonaro. “Agora, em fevereiro, o veto foi (estranhamente) mantido pelo Congresso. Sendo assim, o acesso a essas drogas continua restrito e atrasado em até 3-4 anos em relação a sua comprovação de benefício. As medicações injetáveis não passam por essa barreira; elas são cobertas pelos planos tão logo são aprovadas pela Anvisa em bula”, explica Rafael

Além disso, a MP cria uma Comissão de Atualização do Rol, com membros de conselhos e entidades relacionadas ao assunto, com poder de deliberação e análise dos dados científicos e econômicos. “Não há como negar que é uma evolução no processo, que pode reduzir em mais de 75% o tempo para aprovação de uma medicação contra o câncer. Entretanto, ainda é uma regulação morosa e redundante, e cujo ônus do atraso é única e exclusivamente dos pacientes, que deveriam ser o foco de toda a discussão. Não faz sentido haver distinção entre remédios orais e injetáveis, pois cada doença tem um tipo de tratamento. A solução talvez seja uma regulação única, mais racional e ágil, que leve em conta não só a realidade econômica brasileira, mas também o interesse da população”, finaliza o médico.  

 

           Rafael Luisé -mestre em Oncologia pela Unicamp. Tem graduação e residência em Clínica Médica e Oncologia Clínica também pela Unicamp. Realizou Fellowship no MD Anderson Cancer Center Madrid.É membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO). Rafael faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe –Oncologia e Hematologia e atua no Radium – Instituto de Oncologia, no Hospital Santa Tereza, Hospital Madre Theodora e Santa Casa de Valinhos.

 

Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia

www.sonhe.med.br 

@gruposonhe


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