O Dia Mundial de
Conscientização do Autismo é lembrado anualmente em 2 de abril. A data foi
criada pela ONU com o intuito de chamar a atenção da sociedade para o
diagnóstico e o tratamento do transtorno
Por algum tempo, a falta de conhecimento, pesquisas
e informações a respeito do autismo, foram consideradas grandes barreiras no
tratamento do transtorno. Felizmente, hoje, com o avanço da medicina, é
possível obter bons resultados. A intervenção precoce pode garantir qualidade
de vida e até mesmo mudar o futuro de pessoas com transtorno do
espectro autista.
O tratamento adequado, bem como o entendimento da
situação, apoiado por uma boa relação da família, amigos, professores e
conhecidos tem impacto significativo e podem ser cruciais para que os pacientes
tenham uma vida adulta independente.
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA),
segundo os novos manuais do Código Internacional de Doenças (CID), se
caracteriza por dois pilares, os déficits qualitativos e persistentes da
comunicação e da interação social; e o que diz respeito aos padrões restritos e
repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
De acordo com Roberta Caramico Pinto, neuropediatra
e médica convidada da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi
para falar sobre o transtorno, “exemplos dos déficits qualitativos da
comunicação e da interação social, são alterações de comunicação verbal ou não
verbal”.
Em relação aos padrões comportamentais restritos e
repetitivos, existem quatro principais traços:
- Estereotipias: podem ser
motoras ou verbais, portanto, pode ser um comportamento como andar nas pontas
dos pés, repetir uma frase ou palavras;
- Adesão a rotinas e rituais: ser adepto
a uma rotina inflexível, ou seja, qualquer experiência fora do costume gera
desconforto;
- Interesses fixos e altamente restritos: interesse
por um assunto ou objeto que se manifesta de uma forma muito profunda, deixando
a pessoa monotemática;
- Questões sensoriais, hiper ou hiperatividade a
estímulos sensoriais: alterações sensoriais que afetam o cotidiano, por
exemplo, hipersensibilidade ao barulho ou a luz, causando reações extremas até
de ordem fisiológica, como o vômito.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
estima-se que, em todo o mundo, uma em cada 160 crianças tenha o transtorno.
Graus de autismo
O autismo pode ser dividido como leve, moderado e
grave, porém, dentro de cada grupo existem outras divisões, como um grau bem
leve ou um leve mais para moderado. “É daí que vem o nome espectro. Uma maneira
de enxergar como uma régua, em que há vários pontos, e não só 1cm, 2cm, e assim
por diante”, afirma a neuropediatra. Existem crianças que apresentam sintomas
leves de autismo, e que são diagnosticadas em torno dos 2 ou 3 anos de idade.
Diagnóstico
Normalmente, o diagnóstico acontece quando a
criança ingressa na escola e passa a ter contato direto com outras, é quando os
primeiros sinais aparecem, ou seja, problemas na comunicação, dificuldades em
se sociabilizar e alterações no comportamento.
O diagnóstico do TEA é baseado nos critérios
clínicos determinados por especialistas e descritos no Manual de Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais. Atualmente, não existe um marcador
biológico que possa acusar o TEA, ou seja, não há exames laboratoriais que identificam
a doença, como o exame de sangue, de imagem ou genético. A forma mais precisa
de chegar ao diagnóstico é por uma avaliação multidisciplinar realizada por
profissionais com experiência na área.
“Não existe idade mínima para se fazer o diagnóstico
de TEA. Podemos observar sinais de alarme antes mesmo de a criança completar o
primeiro ano de vida. Estudos mostram que é possível realizar o diagnóstico de
TEA de forma precisa em crianças com menos de dois anos de idade”, afirma a
neurologista Flora Brasil Orlandi, também convidada pela Prati-Donaduzzi.
Tratamento
Estudos científicos mostram que o tratamento do TEA
deve se basear em terapias de alta intensidade com equipe multiprofissional
especializada e qualificada, especialmente nas técnicas baseadas na Análise de
Comportamento Aplicada (ABA).
Além da terapia ABA, que geralmente é conduzida por
psicólogos, dependendo da necessidade, pacientes que têm o transtorno tendem a
necessitar de terapia com o apoio de fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais,
psicopedagogos, dentre outros profissionais, além do uso de fármacos. “É
possível utilizar medicamentos para auxiliar no manejo de sinais e sintomas
associados ao TEA, como agitação, agressividade, impulsividade, muitas vezes
ajudando no aproveitamento dos pacientes na terapia”, ressalta Orlandi.
*Este conteúdo é elaborado pela indústria
farmacêutica Prati-Donaduzzi, com o objetivo de levar mais informações sobre
saúde à população. A empresa também oferece para médicos, de forma exclusiva, o
acesso a conteúdos sobre diversas patologias, entre outros materiais
no website: https://www.evolucaoparavida.com.br/.