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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Síndrome de Burnout: esgotamento profissional está ligado a doenças autoimunes, hipertensão e depressão


Estima-se que 32% dos profissionais sofram com o problema


A tensão emocional e o estresse, muitas vezes ligados às condições de trabalho desgastantes, se tornaram a nova doença do século: a Síndrome de Burnout. Chamada também de síndrome do esgotamento profissional, trata-se de um distúrbio psíquico, cujas principais características são o estresse crônico, tensão, despersonalização e o esgotamento físico e emocional.

"O nome Burnout tem origem no verbo inglês 'to burn', que quer dizer queimar-se por completo, consumir-se. É uma doença característica do trabalho que atinge, principalmente, profissionais da área da saúde, educação, comunicação e tecnologia", alerta Aline Grou, psicóloga da Clínica Maia, especializada em saúde mental. 

Segundo a profissional, a autocobrança excessiva, o acúmulo de funções, pressão intensa, áreas que estão diretamente ligadas às relações humanas ou que exigem do trabalhador afetividade, assim como dificuldade de relacionamento na equipe de trabalho são algumas das causas ligadas ao problema, que já virou questão de saúde pública. Segundo a Associação Internacional de Gestão de Estresse do Brasil, estima-se que 32% dos profissionais sofram com o esgotamento.

"Quem sofre com a síndrome, entre outros sintomas, sente cansaço a todo o momento, fortes dores de cabeça, dores musculares, distúrbio do sono e problemas gastrointestinais como gastrites e úlceras. No quesito emocional, ocorrem sinais como falta de atenção e concentração, alteração da memória e do humor, ansiedade, depressão, pensamentos negativos, isolamento, sentimentos de derrota e desesperança, podendo até chegar ao suicídio", afirma a especialista. Há também um alto índice de uso de álcool e drogas, bem como utilização de medicamentos como uma forma de minimizar a angústia.

A Síndrome de Burnout pode causar também desenvolvimento de doenças cardiovasculares (hipertensão), síndromes autoimunes e queda de cabelo e é tratada através de psicoterapia e medicamentos, com antidepressivos e/ou ansiolíticos. "O tratamento dura no mínimo três meses, mas pode ser mais longo dependendo do caso. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, hábitos cotidianos saudáveis, com atividades físicas relaxantes, lazer e meditação, por exemplo, são importantes", comenta Aline.

De acordo com a psicóloga, o ideal seria estruturar um planejamento diário com tempo suficientemente adequado para conclusão de todas as atividades, evitando também a sobrecarga de responsabilidades. "A doença pode, inclusive, levar o trabalhador ao afastamento de sua função, algo que tem se tornado cada vez mais comum devido à alta incidência do problema. E é importante lembrar que o trabalho não deve ser apenas um meio de sustento para garantir a sobrevivência, mas também uma fonte de prazer e realização pessoal, se possível", completa.


MIOPIA: Uma distorção ocular que vai muito além da hereditariedade


A "dificuldade em ver ao longe" é um problema ocular em que se consegue ver perfeitamente os objetos próximos, porém os que estão mais afastados ficam desfocados


Esta refração visual tem na genética sua principal origem, mas fatores externos também podem afetar a visão e influenciar no desenvolvimento do problema, como por exemplo a grande incidência de luz nos olhos originada pelo uso constante de computadores, tablets e smartphones, por longos períodos.

De acordo com um levantamento realizado pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) / TIC Kids On-line, o uso intensivo de equipamentos tecnológicos por crianças e adolescentes, bem como seus potenciais riscos à saúde, vem se tornando objeto de inúmeras pesquisas, com relatos frequentes de problemas em idades cada vez mais precoces na literatura e em consultórios médicos. Entre os riscos à saúde associados ao uso intensivo de equipamentos tecnológicos, podem ser citados os problemas oculares, como a miopia. (*)

Para o presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR-BRASCRS), o oftalmologista Prof. Dr. Walton Nosé, o uso de aparelhos eletrônicos próximos aos olhos contribui para um esforço excessivo de acomodação ocular. "Isso porque o músculo dos nossos olhos, que trabalha como uma espécie de zoom para a captura da imagem precisa fazer esse trabalho de maneira repetitiva, o que pode proporcionar o início da miopia. E qualquer pessoa que, com muita frequência passa mais de duas horas diante desses aparelhos sem pausa, pode ser afetada gerando nelas o ressecamento dos olhos, a miopia, entre outras alterações oculares".

Como forma de prevenção para este caso, o especialista pontua algumas dicas importantes:

A cada 50 minutos de trabalho no computador, o ideal é descansar de cinco a dez minutos, de preferência olhando para o horizonte para mudar o foco.
O computador deve ser utilizado em ambientes iluminados, porém evitando reflexos de janelas na tela.

É importante piscar mais, mesmo que voluntariamente, para lubrificar os olhos.
Evitar luzes apontadas diretamente para os olhos, como luminárias de mesa. Isso pode causar ofuscamento.

Tomar cuidado com a utilização de computador em áreas com ar-condicionado muito forte. Isto ajuda a contribuir para o ressecamento dos olhos.

Manter o monitor sempre limpo por causa da estática, pois é grande o acúmulo de pó na tela, o que piora a imagem.

Se o ressecamento dos olhos for muito acentuado, é primordial procurar um oftalmologista que indicará um colírio.

O monitor deve ficar a uma distância de 50 centímetros dos olhos.
Nunca ficar com o monitor acima do nível dos olhos. "Além de forçar mais os músculos, essa posição exige que a fenda palpebral fique mais aberta, agravando o ressecamento".

O Prof. Dr. Walton Nosé afirma que a miopia é a causa mais frequente de deficiência de visão à distância no mundo. "O crescimento de casos de miopia, em âmbito mundial, pode prejudicar a qualidade de vida e a saúde de quem sofre com esta distorção visual. Além de ser incômoda, a miopia aumenta o risco de doenças graves, como degeneração macular míope, descolamento de retina, glaucoma e catarata, sendo uma das principais causas de deficiência visual e cegueira em muitos países".

Estudos internacionais relatam que o início precoce da miopia aumenta a carga econômica da vida relacionada à perda de produtividade e independência, levando a uma redução da qualidade de vida. "Um erro refrativo não corrigido poderá afetar na atuação profissional e social de uma pessoa, que deixará de exercer suas atividades de forma plena. O impacto que isso gera é imensurável, pois grande parte do relacionamento humano com o meio ambiente depende da visão", comenta o presidente da ABCCR.

Para corrigir este erro refrativo, o tratamento de miopia pode ser feito com a indicação de óculos de grau ou lentes de contato que deverão possuir lentes que auxiliam no deslocamento do ponto focal para trás, corrigindo a distância focal do olho míope, ajudando a reduzir a taxa de progressão da miopia. "Se isto não resolver o problema de visão, a cirurgia refrativa é outra opção e as técnicas aplicadas neste procedimento serão escolhidas pelo especialista com base nas características e necessidades do paciente", relata Dr. Walton Nosé.

Intervenções farmacológicas que afetam as mudanças na esclera também têm se revelado uma terapêutica promissora. "Para reduzir o impacto da miopia nas décadas futuras, ainda são necessários mais trabalho e esforço, inclusive por parte de governos e organizações internacionais de saúde ocular a fim de disseminar informações educativas para orientar populações de áreas carentes quanto aos cuidados essenciais com a visão".






Dr. Walton Nosé sugere ainda que o aumento do tempo ao ar livre pode reduzir o início da miopia.





Atenção e cuidados nos quadros de aneurisma cerebral


Fruto de uma malformação vascular que compromete as artérias cerebrais, tornando suas paredes mais finas e frágeis, o aneurisma pode ser congênito, a maioria dos casos, ou adquirido, em consequência de infecções, processos traumáticos ou degenerativos

 

Por conta desse processo e como o sangue arterial funciona sob pressão, ocorre o abaulamento do vaso sanguíneo, que pode romper e causar hemorragia – a gravidade do quadro vai depender do volume do sangramento.

O rompimento é mais comum entre adultos jovens, de 20 a 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. Existe um leve predomínio entre as mulheres, mas sem explicações científicas que determinem o motivo. Estatísticas americanas mostram que a mortalidade chega a 45% frente ao quadro hemorrágico. Entre os sobreviventes, 60% apresenta algum déficit neurológico permanente.

“Sua importância está ligada à sua emergência, ou seja, assim como pode não acontecer nada no decorrer da vida, pode haver complicação e não há como prever”, explica dr. Rubens José Gagliardi, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Uma vez detectado, o próximo passo é investigar suas características, como localização, tamanho e forma. Com a avaliação do risco, adotam-se condutas na tentativa de evitar a ruptura do aneurisma.

Em casos de baixo risco, são indicados cuidados clínicos, mantendo a pressão arterial estável, assim como mudanças nos hábitos de vida, com alimentação saudável para manter o peso, prática de exercícios físicos, cessação do tabagismo, níveis baixos de estresse e, eventualmente, medicação.


Se o risco de rompimento for alto, a intervenção cirúrgica está indicada, que pode ser a convencional, com a clipagem do aneurisma a fim de interromper a irrigação que o nutre, ou neurointervencionismo, com a embolização por cateterismo.

Não há prevenção, exceto manter atenção ao risco familiar, maior determinante para o aneurisma, assim como dores de cabeça súbitas e intensas, além de doenças associadas. Nestes casos, a descoberta em fase assintomática permite uma terapêutica preventiva que evite o rompimento.

“Importante ressaltar que, ao apresentar evidências clínicas fora da normalidade em termos de intensidade e surgimento, como dores de cabeça súbitas, quadros vertiginosos, síncope, déficit de força e de sensibilidade, vale uma avaliação do especialista para identificar a causa e iniciar o tratamento imediatamente”, alerta dr. Rubens.

Para o diagnóstico, o exame ideal é a angiografia, que comprova a existência da doença, tendo a digital-arterial como o método mais preciso e mais complexo, porém, com mais riscos. A angiografia cerebral por ressonância magnética ou tomografia computadorizada também são importantes instrumentos de avaliação do distúrbio.



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