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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Setembro: mês de conscientização para a prevenção do suicídio


De acordo com dados divulgados, em 2014, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de um milhão de pessoas cometeram suicídio em todo o mundo. O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, mostra que no Brasil, em 2012, foram registrados oficialmente 11.821 casos, o que representa uma média de 32 mortes por dia. O país é considerado o oitavo em número absoluto de suicídios. Porém, estima-se que muitas declarações de óbito omitem a informação sobre esse tipo de morte, o que contribui para a subnotificação.

E como forma de prevenir esse tipo de ato, setembro tornou-se o mês de conscientização para a prevenção do suicídio. A campanha foi mobilizada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), e ficou conhecido como o “Setembro Amarelo”. O principal objetivo dessa ação é alertar as pessoas sobre o suicídio e, principalmente, diminuir e prevenir o crescimento de mais casos. 

Não importa o gênero, a classe social ou a idade, o comportamento suicida pode atingir qualquer pessoa. Existe uma série de fatores de risco socioculturais, genéticos, filosóficos, existenciais e ambientais que levam o indivíduo a cometer esse ato.  A existência de um transtorno mental encontra-se presente na maioria dos casos, e os que mais estão associados são: depressão, transtorno afetivo bipolar, abuso e dependência de álcool e outras drogas psicoativas, esquizofrenia e transtorno de personalidade.

O risco de suicídio fica ainda maior quando o diagnóstico inclui dois ou mais distúrbios como, por exemplo, bipolaridade e abuso de drogas. Porém, é preciso ficar atendo a outros fatores que também estão ligados à questão, como desesperança, busca de sentido existencial, falta de habilidade para resolução de problemas, isolamento social, impulsividade e acesso a meios letais.

É importante saber que o suicídio pode ser prevenido e, para isso, é importante ficar atendo a alguns sinais que podem ser um alerta quando uma pessoa apresenta por exemplo, determinados comportamentos como não ver sentido na vida, alteração brusca de humor, nutrir sentimento de vingança, alto nível de ansiedade, se achar um fardo para os outros, isolar-se do resto da sociedade por vergonha ou sentimento de humilhação, não cuidar da higiene pessoal, abusar de drogas lícitas e ilícitas, entre outros. Isso não significa que todos os indivíduos que se enquadram nesses quesitos irão um dia cometer suicídio, mas são sim sintomas de transtornos mentais, que podem levar a cometer o ato em si se não houver um cuidado.

E a melhor maneira de ajudar quem está nessa situação é dar a devida atenção e fazer com que ela fale sobre o problema. É preciso lutar contra esse tabu do suicídio, que por uma série de questões culturais e religiosas, ainda enfrenta muitos obstáculos perante a sociedade.  É importante procurar ajuda médica psiquiátrica ou psicológica, mas a prevenção vai além da rede de saúde. É necessário investir em ações nas escolas e universidades, usar o poder das mídias para disseminar campanhas preventivas, controlar acesso aos métodos mais utilizados para cometer o ato como, venenos e arma de fogo, e principalmente incentivar espaços de promoção a saúde e criação de grupos de apoio e autoajuda em instituições, ONGs, empresas e centros religiosos.

Por fim, é fundamental ressaltar que tão importante quanto a prevenção é a posvenção do suicídio, trabalho que consiste em ajudar os “sobreviventes suicidas”. O tratamento é feito de acordo com um plano terapêutico multidisciplinar tanto para o paciente quanto para os familiares, que inclui habilidades e estratégias para cuidar e ajudar, informar e prevenir um novo episódio. 





Dra. Hanah Mustapha Abou Arabi - médica coordenadora de interconsultas psiquiátricas do HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São Paulo.


Por que a pobreza aumentou?


Segundo dados do IBGE, o número de brasileiros abaixo da linha da pobreza (os que vivem com até US$ 5,50 por dia, ou R$ 387,07 por mês) aumentou 9,1 milhões e passou de 43,1 milhões em 2014 para 52,2 milhões em 2017. Na categoria de pobreza extrema (os que vivem com US$ 1,90 por dia, ou R$ 133,72 por mês) estavam 13,3 milhões em 2016, contra 8 milhões em 2014. O quadro da pobreza havia melhorado de 2004 a 2013, mas a recessão e o desemprego dos últimos três anos demoliram a renda das camadas mais pobres e, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), há 7 milhões de pobres sem nenhum tipo de assistência social.

Um relatório do Fórum Econômico Mundial circulou em 2004, assinado por dois economistas norte-americanos, e afirmava que a estagnação da África era a maior tragédia econômica do século 20. Segundo dados oficiais, a África abrigava 10% dos pobres do mundo em 1970 e essa taxa era de quase 50% em 2000. Os autores afirmam que as causas do fracasso africano são: conflitos militares, corrupção, desprezo pela lei, políticas fiscais indisciplinadas, infraestrutura precária e baixo investimento em capital físico.

Alguns analistas de esquerda disseram que aquelas causas eram elementos do capitalismo, em que o modo de produção está assentado no direito de propriedade, organização empresarial da produção, trabalho assalariado e austeridade financeira na gestão das contas públicas. Na época, lembrei-me da cidade de Nogales, cortada ao meio por uma cerca, tendo, do lado norte, Nogales no estado do Arizona (Estados Unidos) e, do lado sul, Nogales na província de Sonora (México). Em “Nogales do norte”, a renda por habitante é de US$ 30 mil/ano, enquanto na Nogales mexicana é um terço disso. Quanto às condições de saúde, escolaridade, segurança e moradia, a situação da Nogales norte-americana é de longe superior à Nogales mexicana.

É intrigante como as duas metades da mesma cidade, mesmo povo, mesmo solo, mesmo clima, são tão diferentes. Uma conclusão é óbvia: Nogales no Arizona desfruta das instituições norte-americanas, de alta qualidade, propícias ao desenvolvimento econômico e social, enquanto Nogales em Sonora sofre com as instituições mexicanas – que são de baixa qualidade, ineficientes e corruptas –, maus governos e estrutura política apodrecida.

Em alguns países, entre eles o Brasil, diante da pobreza causada por maus hábitos culturais e políticos, maus governos e instituições ruins e corruptas, muitos pedem mais Estado e mais governo, ou seja, doses maiores do veneno que os mata. Os países desenvolvidos são os que têm um forte setor produtivo privado, ambiente favorável aos investimentos, leis boas e estáveis, governo razoavelmente eficiente, respeito ao direito de propriedade e liberdades individuais. O exemplo das duas cidades de Nogales – que, apesar de tão iguais, são tão diferentes – é uma boa mostra do que funciona e do que não funciona.

O Brasil, tão rico de recursos, insiste em ser pobre e, nos últimos anos, viu a pobreza aumentar de forma intensa. Ressalte-se que a presidente Dilma não teve a mesma sorte de Lula. De 2002 a 2010, a economia mundial cresceu, as exportações brasileiras aumentaram, os preços das commodities subiram e a situação internacional favoreceu o período Lula. Logo no primeiro ano de Dilma, a situação se inverteu e ajudou a criar a crise brasileira, que teve por base os erros do período Dilma.

As mesmas mazelas do continente africano citadas no relatório do Fórum Econômico Mundial em 2004 estão presentes no Brasil, agravadas por baixa qualidade das instituições, falta de confiança nelas e maus governos. Assim, não é difícil entender por que o Brasil continua pobre, corrupto e violento.





José Pio Martins - economista e reitor da Universidade Positivo.
 

Os impactos de uma possível mudança nas regras do visto EB-5

Há perspectivas de que o visto EB-5, forma mais rápido e segura de se chegar ao green card e que concede ao solicitante, dependentes solteiros até 21 anos e cônjuge, os mesmos direitos do que um cidadão americano, vá mudar no dia 30 de setembro. O prazo para protocolar o passivo de 500 mil dólares e o ativo de um milhão, no direto, estará próximo de terminar.

Vale lembrar que todas as informações neste artigo são extraoficiais, mas essa análise que quero compartilhar, pensando em quem está buscando mais informação sobre o assunto, é baseada nos mais de dez anos operando neste mercado. Tenho os meus estudos, pesquisas e gráficos que levei algum tempo para interpretar, mas que me conduzem para esta linha de pensamento.

Há muito tempo, havia uma necessidade de se reajustar a legislação que rege o EB-5, principalmente sobre o dinheiro investido, que tem como finalidade a geração de emprego e de desenvolvimento de determinadas regiões. De uma forma muito simples, podemos afirmar que essa é a finalidade deste visto, além de gerar empregos e movimentar capital.

Se pegarmos as 10 mil cotas de EB-5 disponibilizada anualmente pelo governo americano, e multiplicarmos por 500 mil, isso sem contar com a quantia de 1 milhão que é EB-5 direto, vai resultar em um número muito expressivo. Sendo que alguns centros regionais foram criados a partir deste montante.

Há muitos polos grandes, mais sólidos e estruturados nos Estados Unidos que já estão alicerçados, ou seja, não dependem deste capital. Os menores usam este recurso para ter uma taxa menor de juros, para no final ter um dinheiro mais barato.

Esses centros menos conhecidos contam com o investidor EB-5 para colocar 500 mil no caixa, pagando desta forma uma remuneração baixa anual, ao invés de levantar essa quantia em um banco que vai cobrar um pouco mais. Isso é feito como uma ferramenta para reduzir custos. Não que eles precisem deste dinheiro, porque já existe um fundo em uma instituição financeira ou com investidores privados ou até mesmo de capital próprio. Alguns adotam esta postura, outros não. Eles colocam no orçamento a venda daquele capital como investimento para o EB-5, e assim, executar a obra.

Há inúmeros centros regionais que dependem deste repasse. Venho acompanhando o desenvolvimento de cada um e posso afirmar que ainda há muitas cotas abertas, porque eles são polos muito pequenos e desconhecidos, ou seja, não tem tradição no mercado e então as pessoas tem receio de destinar qualquer quantia.

Existe o início da obra e a contratação prévia dos funcionários mas ainda falta capital naquele fundo. E, se agora, entrar em vigor essa norma nova, onde há o reajuste, esses polos irão quebrar. E eu entendo que, se isso acontecer, vai haver uma geração de desempregos muito grande.

Vamos imaginar o seguinte cenário. Cerca de 50 polos, sendo que cada obra tem mais ou menos 100 funcionários. Mudando o que temos como base hoje em termos de regras do EB-5, isso resultará em 5 mil pessoas sem postos de trabalho no dia 1 de outubro, o que vai trazer inúmeros impactos para a economia norte americana.

Volto a reforçar que não existe nada oficial nesses termos, apenas a minha tese, como se eu estivesse no congresso e estaria brigando para não acontecer. Eu lutaria para que houvesse uma prorrogação para no máximo mais 90 dias, que é o prazo para que essas pessoas possam venderem esses polos ou alavancarem o dinheiro de uma outra forma, uma vez que é possível repassar esses projetos para grandes centros e investidores ou incorporadores que têm capital para concluir a obra. Se isso não ocorrer, esses gestores irão responder posteriormente pelo prejuízo que muitos terão e sabemos que essa não foi a intenção.

Tenho a certeza absoluta que algo será feito, ou para proteger esses polos, ou prorrogar por mais ou menos 90 dias. Posso estar equivocado, mas quero ser muito transparente porque hoje, essa é a forma com que enxergo. Esses polos receberam um tempo para fazer a lição de casa que eles não conseguiram conclui. Tentaram, mas precisam de mais tempo e isso aconteceu por uma série de razões, inclusive da própria economia.

Então hoje, caso eu não esteja errado, nos próximos dias teremos notícias com relação a essa questão de subir para 925 mil dólares a cota do EB-5 passivo. Se eu estivesse no congresso, estaria lutando para que essas pessoas tivessem tempo realmente de concluir o que foi programado em março.
Eu torço para que haja esse tempo, desta forma os polos pequenos possam se ajustar. Quem tem investimento nos grandes está tranquilo, mas os menores estão realmente sem dormir porque houve pouco tempo para que eles pudessem se ajustar com essa questão financeira e pode ser que o congresso enxergue isso, porque caso contrário, a economia terá que amargar o desemprego de mais de 5 mil trabalhadores. São postos que deixarão de existir do dia para a noite.







Daniel Toledo - advogado especializado em direito internacional, consultor de negócios e sócio fundador da Loyalty Miami. Para mais informações, acesse: http://www.loyalty.miami ou entre em contato por e-mail contato@loyalty.miami. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 55 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiamiusa com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A empresa agora possui sede em Portugal e na Espanha.

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