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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

5 fatos que mostram como uma doença pulmonar ligada ao fumo pode afetar a sua vida


 A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) tem uma mortalidade de 44,5 pessoas por 100.000 habitantes no Brasil1 e será a terceira causa de mortalidade no mundo em 20202-3 

As mulheres são as mais afetadas4 e têm maior tendência a comorbidades como ansiedade e depressão5-8
  1. Apesar de ser uma doença crônica, ela pode ser prevenida e tem tratamento9

O cigarro pode causar cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao coração, doenças respiratórias e cânceres10. Em cada tragada, o fumante inala milhares de substâncias tóxicas, impactando diretamente a saúde e qualidade de vida do usuário.  

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, também é o momento para alerta sobre a ligação entre tabaco e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)2-3, que tem como característica a redução progressiva da capacidade do pulmão11-14. A enfermidade reúne duas doenças, a bronquite crônica e a enfisema pulmonar11-14. Com mais de 18 milhões de fumantes no Brasil15, a mortalidade pela DPOC no país chega à média de 44,5 para cada 100.000 habitantes, o que pode representar quase 100 mil casos por ano1. E as mulheres são as mais prejudicadas4.

Entre os quase 15 milhões de pacientes diagnosticados no mundo com DPOC, 58% são mulheres4. Segundo a avaliação da Associação Americana do Pulmão, elas ainda têm 37% mais propensão à DPOC que os homens4. O número de novos casos está crescendo quase 3 vezes mais rápido em mulheres do que em homens16 e a taxa delas por causa da doença quadriplicou desde 19804.

Veja abaixo cinco fatos que mostram como a DPOC, geralmente adquirida pelo uso do cigarro, pode impactar a vida de quem tem a doença:

  1. A DPOC é uma doença com alta mortalidade e representará em 2020 a terceira principal causa de morte no mundo.2-3
     
  2. Pacientes hospitalizados por conta das crises (exacerbações) recorrentes causadas pela DPOC têm mais chances de sofrerem infarto ou de terem um acidente vascular cerebral.17
  3. Falta de ar ao se exercitar, subir escadas, correr ou ao andar em um ritmo mais acelerado são alguns dos principais sintomas que as pessoas com a DPOC não controlada sentem2,18-19. É preciso ficar atento a esses sinais e buscar um pneumologista caso perceba essas dificuldades no dia-a-dia.
     
  4. Não há cura para a DPOC. Após o diagnóstico médico, os cuidados individuais, parar de fumar e uso de medicamentos, entre eles os broncodilatadores, reduzem os sintomas, aumentam a capacidade de realizar exercício e agregam mais qualidade de vida2-12.
     
  5. A presença de DPOC pode estar associada à maior ocorrência de ansiedade, depressão e osteoporose, sendo mais frequente nas mulheres5-8.

A médica Dra. Iara Fiks explica que apesar desse cenário, parar de fumar, a prática de exercícios físicos - de acordo com a orientação médica, e a adesão ao tratamento correto pode oferecer uma nova perspectiva de vida5. “Os pacientes de DPOC moderada a grave também contam com opções de terapias que associam dois tipos de broncodilatadores em um só medicamento.14 Esse tipo de tratamento já é considerado como o padrão por pesquisas internacionais por oferecer uma melhor condição respiratória aos pacientes”.15   

Com as terapias mais atuais, é possível prevenir as crises de piora dos sintomas respiratórios (exacerbações), diminuindo hospitalizações, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.2-12





Novartis






Referências
  1. São José BP, Corrêa RA, Malta DC et al. Mortality and disability from tobaco-related diseases in Brazil, 1990 to 2015. Rev Bras Epidemiol MAIO 2017; 20 SUPPL 1: 75-89
  2. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Diseasease (GOLD). Global Strategy for Diagnosis, Management, and Prevention of COPD (2017). Disponível em: http://www.goldcopd.org/ Último acesso em 30/01/2017;
  3. Murray CJ, Lopez AD. Alternative projections of mortality and disability by cause 1990-2020: Global burden of disease study. Lancet. 1997 May 24;349(9064):1498-504.
  4. American Lung Association. Taking Her Breath Away: The Rise of COPD in Women. Disponível em: http://www.lung.org/assets/documents/research/rise-of-copd-in-women-full.pdf. Último acesso em 08/02/2018.
  5. Agusti A, et al. Respir Res 2010;11:122;
  6. Dal Negro RW, et al. Multidiscip Respir Med 2015;10:24;
  7. Di Marco F, et al. Respir Med 2006;100(10):1767–74;
  8. Jenkins CJ, et al. Chest 2017;151(3):686–96;
  9. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global Strategy for Diagnosis, Management, and Prevention of COPD (2018).Disponível em: http://goldcopd.org. Último acesso em 23/08/2018.
  10. INCA. Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2588. Acesso em agosto de 2018
  11. Doença Pulmonar obstrutiva crônica. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc. Visualizado em 13/08/2018
  12. Global Iniciative for Chronic Obstructive Lund Disease. Disponível em: https://goldcopd.org/wp-content/uploads/2016/04/GOLD_PatientGuide_2012.pdf. Visualizado em 13/08/2018.
  13. COPD Foudantion. Disponível em: https://www.copdfoundation.org/What-is-COPD/Understanding-COPD/What-is-COPD.aspx. Visualizado em 13/08/2018.
  14. Doenças Pulmonares e Torácicas. Disponível em:https://hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/especialidades/nucleo-doencas-pulmonares-toracicas/Paginas/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc.aspx. Visualizado em 13/08/2018.
  15. Ministério da Saúde. Número de fumantes no País diminuiu nos últimos 25 anos. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2017/04/Numero-de-fumantes-no-pais-diminuiu-nos-ultimos-25-anos. Acesso em: 18 de janeiro de 2018
  16. Mannino DM, Homa DM, Akinbami LJ, et al. Morbidity and Mortality Weekly Report (MMWR). Chronic Obstructive Pulmonary Disease Surveillance --- United States, 1971--2000 Surveill Summ. 2002 Aug;51:1–16. Disponível em: http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss5106a1.htm. Último acesso em 08/02/2018.
  17. Donaldson GC, Hurst JR, Smith CJ , et al.  Increased risk of myocardial infarction and stroke following exacerbation of COPD. Chest. 2010 May;137(5):1091-7
  18. Associação Brasileira de Portadores de DPOC. Perguntas Frequentes. Disponível em: http://www.dpoc.org.br/perguntas-frequentes Acessado em 22/08/2017.
  19.  Price D, Freeman D, Cleland J, et al. Earlier diagnosis and earlier treatment of COPD in primary care. Prim Care Respir J. 2011 Mar;20(1):15-22
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DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO: AMB publica declaração e recomendações aos médicos



No Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/08) a Associação Médica Brasileira (AMB), por meio de sua Comissão de Combate ao Tabagismo, divulga a todas as suas federadas, sociedades de especialidades, médicos associados, escolas médicas e da área de saúde, serviços da rede pública de saúde e da saúde suplementar e população em geral, dois importantes documentos: DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS DA AMB EM RELAÇÃO AO TABACO e RECOMENDAÇÃO DA INCLUSÃO DO CID 10 – F17: TABAGISMO ATIVO E DO CID 10 – Z58.7 TABAGISMO PASSIVO NOS REGISTROS MÉDICOS.


Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB foi criada em 1979. Desde então trabalha no combate ao consumo do tabaco, principal causa evitável de doença e morte no Brasil e no mundo.

Na declaração divulgada hoje aos médicos destaca-se o cumprimento integral do  Código de Práticas para o Controle do Tabaco para Instituições e Profissionais de Saúde (WHO, 2004), especialmente no que se refere a não permitir a interferência da indústria do tabaco junto aos médicos, sociedades médicas, faculdades de medicina e centros de pesquisa universitários.

Já na recomendação o destaque é para que o tabagismo ativo e passivo em todos os prontuários, boletins de atendimento e atestados de óbitos dos tabagistas atendidos com seus respectivos códigos da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde da Organização Mundial da Saúde (CID 10, OMS).

Abaixo a íntegra dos dois documentos ou acesso pelo site https://amb.org.br/voceconsegue/, onde encontrará outros materiais sobre o assunto.


DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS DA AMB EM RELAÇÃO AO TABACO


A Associação Médica Brasileira (AMB), organização não governamental, criada em 1951, representando as sociedades médicas de especialidades e federadas, e a sua Comissão de Combate ao Tabagismo, criada em 1979, em razão da constante e crescente ameaça à saúde que representa o consumo de tabaco em todas as suas formas, 


RESOLVE:
Adotar e recomendar aos médicos e às suas afiliadas, a seguinte posição com relação ao controle do tabagismo e à indústria do tabaco, extensiva às suas organizações ou fundações patrocinadas:


Princípio Geral:
A AMB recomenda que se cumpra integralmente o Código de Práticas para o Controle do Tabaco para Instituições e Profissionais de Saúde (WHO, 2004), especialmente no que se refere a não permitir a interferência da indústria do tabaco junto aos médicos, sociedades médicas, faculdades de medicina e centros de pesquisa universitários, de acordo com os artigos da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT; OMS, 2003), ratificada pelo Brasil em 2005, especialmente em seu artigo 5.3.

  1. Recomenda que seja cumprida a lei 12.546/2011 – Lei Antifumo que proíbe fumar em ambientes fechados – em todas as reuniões e eventos científicos promovidas pela AMB e ou por suas entidades afiliadas. A AMB não irá colaborar com eventos ou reuniões nas quais esta regra não seja aceita e cumprida.
  2. Apoiar as iniciativas para converter os hospitais e instituições de saúde em ambientes livres do tabaco.
  3. Apoiar, desenvolver e estimular a participação das afiliadas e médicos em programas e campanhas – dia mundial sem tabaco e dia nacional de combate ao fumo - para informar e conscientizar os médicos e o público, em geral, sobre os riscos do consumo de tabaco para a saúde.
  4. Apoiar os programas dirigidos especialmente a crianças, adolescentes, adultos jovens e gestantes/nutrizes para prevenir a iniciação ao consumo do tabaco, informando também sobre os danos ocasionados pelos produtos similares com consumo emergente nestas faixas de idade, como o narguilé e os dispositivos eletrônicos ddmaos dotina (DEFs).s jovens para prevenir o a a saRESOLVE adotar a de nicotina (DEF’s), conhecidos como cigarros eletrônicos e cigarros aquecidos.
  5. Apoiar os programas e iniciativas governamentais no Sistema Único de Saúde e na Saúde Suplementar direcionados a oferecer ajuda para o tratamento do tabagismo (artigo 14 da CQCT).
  6. Recomendar aos médicos que registrem o CID 10 – F17, tabagismo como doença neurocomportamental, em todos os prontuários, boletins de atendimento e atestados de óbitos dos tabagistas atendidos no SUS e na Saúde Suplementar.
  7. Recomendar às escolas médicas e universidades com cursos de graduação na área de saúde que incluam o tema tabagismo na grade curricular, por se tratar de um problema de saúde pública de grande magnitude, reconhecido como a principal causa evitável de morte no Brasil e no mundo e responsável por mais de 50 doenças relacionadas ao consumo de tabaco.
  8. Encorajar o médico a ser um modelo de comportamento —ao não consumir tabaco— e que seja um porta-voz ativo nas campanhas de conscientização e educação em saúde do público sobre os efeitos nocivos do tabaco para a saúde.
  9. Recomendar as escolas médicas e da área de saúde, e serviços de saúde em geral, que ofereçam programas de tratamento do tabagismo para alunos, professores e funcionários.
  10. Rechaçar qualquer forma de patrocínio ou financiamento através da indústria do tabaco e / ou de suas fundações associadas, para pesquisas, assistência, ensino ou eventos médicos relacionados ao tabaco.
  11. Recomendar às escolas médicas, instituições de pesquisa e aos pesquisadores a adotarem o princípio 9 desta declaração, com o objetivo de não comprometer a ética e a credibilidade de suas pesquisas, nem participar nas chamadas campanhas de “responsabilidade social” da indústria do tabaco.
  12. Recomendar as revistas científicas da AMB e das sociedades afiliadas que não aceitem artigos que sejam financiados direta ou indiretamente pela indústria do tabaco e / ou fundações a ela associada.
  13. Nenhum diretor ou membro da Associação Médica Brasileira e das sociedades afiliadas poderá aceitar convites ou favores e receber pagamentos, ou ter alguma relação financeira com a indústria do tabaco, o que se configura como conflitos de interesse, sob pena de afastamento da função, conforme reza o artigo 5.3 da CQCT.
  14. Desaprovar enfaticamente qualquer negociação ou convênio com a indústria do tabaco que envolva tanto órgãos governamentais, em todas as suas esferas, federal, estadual e municipal, quanto os privados. 
  15. A AMB considera a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde, como o mecanismo internacional idôo de Combate ao Tabagismodo Tabaco da Organizaçes estabelecidas pela CQCT. a de saneo para  o controle do tabagismo e insiste em sua efetiva implementação.

Esta declaração de princípios será amplamente divulgada junto à classe médica, sociedades de especialidades e federadas, escolas médicas e da área de saúde, serviços da rede pública de saúde e da saúde suplementar e à população.




São Paulo, 29 de agosto de 2018
Dr. Lincoln Lopes Ferreira
Presidente da Associação Médica Brasileira
          

Prof. Antônio Pedro Mirra
Presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB
          


RECOMENDAÇÃO DA INCLUSÃO DO CID 10 – F17: TABAGISMO ATIVO
E DO CID 10 – Z58.7 TABAGISMO PASSIVO NOS REGISTROS MÉDICOS

A Associação Médica Brasileira (AMB), organização não governamental, criada em 1951, representando as sociedades médicas de especialidades e federadas, e a sua Comissão de Combate ao Tabagismo, criada em 1979, em razão da constante e crescente ameaça à saúde que representa o consumo de tabaco, em todas as suas formas, e considerando que o tabagismo é a principal causa evitável de adoecimento e morte no Brasil (156 mil por ano; Fiocruz, 2017) e no mundo (7,3 milhões por ano, WHO, 2018), e considerando ainda que é um causa associada a mais de doenças 50 doenças tabaco-relacionadas (Surgeon General, 2010).

RESOLVE:
Recomendar a todas as sociedades afiliadas e médicos membros que passem a incluir, de forma regular, em seus registros de saúde, os códigos da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde da Organização Mundial da Saúde, (CID 10, OMS), o tabagismo ativo, código: F17, e tabagismo passivo: Z58.7, em todos os prontuários, boletins de atendimento e atestados de óbitos dos tabagistas atendidos no SUS e na Saúde Suplementar.




São Paulo, 29 de agosto de 2018
Dr. Lincoln Lopes Ferreira
Presidente da Associação Médica Brasileira
          

Prof. Antônio Pedro Mirra
Presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB




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