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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Perda de memória e o papel da tecnologia




A memória é uma faculdade cognitiva fundamental à preservação e continuidade da vida. No entanto, alguns fatores tendem a ameaçá-la: uso de drogas, estresse, insônia e doenças psiquiátricas ou neurológicas, que podem interferir na capacidade de reter as memórias de curto e longo prazo.

É importante ressaltar que estes são apenas alguns dos hábitos que podem prejudicar ou influir na memória negativamente. Atualmente, a tecnologia também pode ser uma das vertentes, dependendo do modo e frequência de uso; smartphones, tablets, computadores e smartwatches são exemplos de como os avanços tecnológicos são capazes de conectar as pessoas em tempo integral e, por vezes, substituir o que antes era designado à nossa mente.

De acordo com a dra. Jerusa Smid, secretária do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), estes dispositivos são utilizados como uma espécie de memória externa: “Percebemos em nosso cotidiano o quanto transferimos o papel de nossa memória aos incontáveis utensílios tecnológicos, de maneira que, se você não o possui, na hora que precisa, sente como se não fizesse o registro de algo da maneira que deveria”, afirma.

Apesar deste cenário, ainda é difícil precisar o quanto a tecnologia de fato interfere negativamente na memória dessa geração ou seu efeito nas gerações posteriores, a despeito das pesquisas já realizadas em torno do assunto.


Alternativa
 
Em oposição ao estigma de que a culpa é dos avanços tecnológicos, desenvolvedores de aplicativos e startups começam a investir em aplicativos e dispositivos que auxiliem no tratamento da perda de memória e até mesmo em seu treinamento.

Um modelo bem sucedido é o Lumosity, aplicativo que ganhou espaço em terapias, que conta com exercícios que envolvem aspectos da memória como concentração, velocidade de raciocínio e resolução de problemas.

“Por ser uma plataforma com uma certa acessibilidade, pode ser usado para esse fim. Em contrapartida, existem limitações principalmente aos mais idosos, a faixa etária que mais sofre com problemas relacionados à memória. Ou seja, é uma vantagem restrita, não está disponível à toda população”, observa dra. Jerusa.

Diante disso, qualquer sinal de perda de memória anormal, acompanhada de outros sintomas, recomenda-se procurar um especialista para realização de exames neurológicos até chegar a um diagnóstico correto, seguido do melhor tratamento para evolução do prognóstico.





Câncer de pele é o mais comum no Brasil



Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2030, serão mais de 27 milhões de novos casos e 17 milhões de mortes causadas pela patologia


Cuidar da pele não é meramente vaidade, é questão de saúde. "Quando alertamos os pacientes para usar protetor solar é, exatamente, para prevenção das doenças causadas pela exposição sem devida proteção. O uso do produto independe da idade ou sexo da pessoa", explica o dermatologista Bruno Vargas. Atualmente, o câncer de pele não melanoma é o tipo da doença mais comum no país e, só em 2016, atingiu 175 mil pessoas, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Por isso, anualmente, no mês em que começa o verão, ocorre a campanha do Dezembro Laranja para alertar sobre a necessidade da prevenção e de se ter cuidados com o maior órgão do corpo.  

O fato de o Brasil ser um país tropical faz com que a incidência de raios UV seja intensa o ano todo, por isso, é preciso estar sempre atento aos cuidados com a saúde da pele. “Grande parte das pessoas pensa que só devemos nos proteger do sol quando vamos à praia ou à piscina, e esse é um hábito perigoso, pois estamos suscetíveis aos danos dos raios UV em todas as estações”, explica Vargas.

O radio-oncologista, Leonardo Chamon, explica que são vários os fatores de risco. “O sol, com certeza é o principal causador da doença e, como seu efeito é acumulativo, é mais comum a incidência da doença em indivíduos com mais de cinquenta anos”, afirma.  Ainda segundo o especialista, quando se tem antecedentes familiares, é preciso estar ainda mais atento e fazer acompanhamento mais freqüente.

Estudos feitos recentemente na Universidade Yale, nos Estados Unidos, sobre a melanina, pigmento que dá coloração e ajuda na proteção à pele, apontam que, ao contrário do que se pensava, não só pessoas com a pele clara (com menor quantidade de melanina) estão suscetíveis à doença. Isso acontece porque os danos causados pelos raios UV ao DNA dos melanócitos (células produtoras de melanina), fazem com que os prejuízos à pele continuem se agravando durante horas, mesmo quando a pessoa já não está exposta ao sol.


Quando se preocupar
É muito comum aparecerem manchas e irritações na pele, quando os devidos cuidados não são tomados. Então, como saber o que pode ser sintoma de um câncer? “Grande parte dos brasileiros possui pintas ou manchas e nunca procurou avaliar com um dermatologista se há algum risco. O ideal é visitar um especialista regularmente ou quando observar quaisquer anormalidades, já que a chance de cura sobe para 90%, quando diagnosticado precocemente”, aconselha Vargas.

Existem tipos diferentes de câncer de pele, os principais deles o Carcinoma basocelular (CBC), o Carcinoma espinocelular (CEC) e o Melanoma. “Nos dois primeiros casos (CBC e CEC), o câncer atinge camadas da epiderme (camada superior da pele) e apresenta mais chances de eficácia no tratamento, que pode ser feito por meio de cirurgia ou radioterapia”, conta Chamon. Ele completa que no caso do melanoma, camadas mais profundas da pele são atingidas e, consequentemente, o tratamento mais intenso e invasivo.


Tratamento
“É preciso estar em dia com as consultas de rotina, porque quanto mais cedo for diagnosticado, maiores as chances de cura, assim como em outros tipos de câncer”, pondera o radio-oncologista. Apesar de muito se ouvir a respeito do melanoma, ele é o tipo menos frequente de câncer de pele, e também o mais grave.

Segundo o especialista, a radioterapia é um dos tratamentos indicados em casos de câncer, podendo ser utilizado como forma exclusiva de combate ou combinado a outros métodos como cirurgia e quimioterapia. “Na maioria dos casos, os efeitos da radioterapia são bem tolerados pelos pacientes, desde que a dosagem indicada para o tratamento seja respeitada”, explica.



Saiba mais sobre as manchas
Normalmente, o câncer de pele apresenta formas de manchas rosadas, pintas pretas/ castanhas ou feridas. “Elas podem surgir em diversas regiões do corpo, porém, locais mais  expostos ao sol têm incidência mais frequente, como orelhas, pescoço, face, couro cabeludo, ombros e costas”, pontua o dermatologia Bruno Vargas. Caso apresente alguma das características a seguir, é preciso procurar um especialista.
•      Coceira;
•      Mudança da coloração da pele;
•      Bordas irregulares;
•      Aumento de tamanho;
•      Sangramento.






Pintas e sardas: quando apresentam perigo?




Mais comuns no rosto, tórax, braços, costas e mãos, as pintas e sardas podem ser consideradas puro charme, mas quando em excesso e com colorações diferenciadas devem receber atenção especial, pois são alterações da derme e podem até tornar-se câncer de pele.

As principais diferenças entre pintas e sardas são: as pintas são caracterizadas por lesões planas ou elevadas e de coloração variada. Já as sardas são manchas pigmentadas que podem variar do marrom claro para o escuro, muito comum em pessoas de pele branca, loiros e ruivos. Alguns fatores como, por exemplo, medicamentos, baixa imunidade, alterações hormonais, genética, gravidez, exposição solar, o avanço da idade ou puberdade podem contribuir para o desencadeamento dessas manchas.


Mas quando elas representam perigo?

De acordo com o cirurgião plástico Dr. Marcelo Olivan, há três indícios para um possível diagnóstico de câncer: cor da pele (quanto mais clara, mais risco a pessoa tem), quantidade de manchas, local em que a pessoa vive (exposição ao sol aumenta o risco de câncer). “É preciso ficar atento às características das manchas, que podem se transformar em melanoma maligno”, avisa Dr. Olivan. A exposição aos raios UVA/UVB é um fator preponderante para o câncer de pele.

Vale lembrar que a nossa pele é constituída de diversas células, entre elas estão os melanócitos, responsáveis pela coloração da pele e do cabelo. Quando uma célula é atingida, principalmente pela radiação solar, poderá ocorrer uma agressão ao DNA celular, processo que origina o câncer conhecido como melanoma. Cerca de 50% são originários de uma mancha pré-existente.

O câncer de pele é temido pela formação de metástases que se alastram rapidamente para outras partes do corpo. Para evitar a mutação, os pacientes deverão ficar atentos com os mais variados tipos de manchas (pintas e sardas): as normais são pintas de formato simétrico (arredondada ou oval), tem borda regular, definida e cor castanha ou cor de pele, com diâmetro de 6mm ou menor, que não representam risco para a saúde. Já as atípicas são as pintas assimétricas, com borda irregular, variação de cor e maior do que 6 mm podem ser uma indicação de um câncer de pele melanoma ou não-melanoma.





Dr. Marcelo Olivan -  tem doutorado em Cirurgia Plástica pela USP. É Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery, Médico da Disciplina de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina da USP, Médico do ICESP - Complexo Hospital das Clínicas, Médico do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês, Alemão Oswaldo Cruz, São Luiz, entre outros.




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