Segundo
a Organização Mundial de Saúde, até 2030, serão mais de 27 milhões de novos
casos e 17 milhões de mortes causadas pela patologia
Cuidar
da pele não é meramente vaidade, é questão de saúde. "Quando alertamos os
pacientes para usar protetor solar é, exatamente, para prevenção das doenças
causadas pela exposição sem devida proteção. O uso do produto independe da
idade ou sexo da pessoa", explica o
dermatologista Bruno Vargas.
Atualmente, o câncer de pele não melanoma é o tipo da doença mais comum no país
e, só em 2016, atingiu 175 mil pessoas, segundo dados do Instituto Nacional do
Câncer (INCA). Por isso, anualmente, no mês em que começa o verão, ocorre a campanha
do Dezembro Laranja para alertar sobre a necessidade da prevenção e de se ter
cuidados com o maior órgão do corpo.
O
fato de o Brasil ser um país tropical faz com que a incidência de raios UV seja
intensa o ano todo, por isso, é preciso estar sempre atento aos cuidados com a
saúde da pele. “Grande parte das pessoas pensa que só devemos nos proteger do
sol quando vamos à praia ou à piscina, e esse é um hábito perigoso, pois
estamos suscetíveis aos danos dos raios UV em todas as estações”, explica Vargas.
O
radio-oncologista, Leonardo Chamon, explica que são vários os fatores de risco.
“O sol, com certeza é o principal causador da doença e, como seu efeito é
acumulativo, é mais comum a incidência da doença em indivíduos com mais de
cinquenta anos”, afirma. Ainda segundo o especialista, quando se tem
antecedentes familiares, é preciso estar ainda mais atento e fazer
acompanhamento mais freqüente.
Estudos
feitos recentemente na Universidade Yale, nos Estados Unidos, sobre a melanina,
pigmento que dá coloração e ajuda na proteção à pele, apontam que, ao contrário
do que se pensava, não só pessoas com a pele clara (com menor quantidade de
melanina) estão suscetíveis à doença. Isso acontece porque os danos causados
pelos raios UV ao DNA dos melanócitos (células produtoras de melanina), fazem
com que os prejuízos à pele continuem se agravando durante horas, mesmo quando
a pessoa já não está exposta ao sol.
Quando se preocupar
É
muito comum aparecerem manchas e irritações na pele, quando os devidos cuidados
não são tomados. Então, como saber o que pode ser sintoma de um câncer? “Grande
parte dos brasileiros possui pintas ou manchas e nunca procurou avaliar com um
dermatologista se há algum risco. O ideal é visitar um especialista
regularmente ou quando observar quaisquer anormalidades, já que a chance de
cura sobe para 90%, quando diagnosticado precocemente”, aconselha Vargas.
Existem
tipos diferentes de câncer de pele, os principais deles o Carcinoma basocelular
(CBC), o Carcinoma espinocelular (CEC) e o Melanoma. “Nos dois primeiros casos
(CBC e CEC), o câncer atinge camadas da epiderme (camada superior da pele) e
apresenta mais chances de eficácia no tratamento, que pode ser feito por meio
de cirurgia ou radioterapia”, conta Chamon. Ele completa que no caso do melanoma,
camadas mais profundas da pele são atingidas e, consequentemente, o tratamento
mais intenso e invasivo.
Tratamento
“É
preciso estar em dia com as consultas de rotina, porque quanto mais cedo for
diagnosticado, maiores as chances de cura, assim como em outros tipos de
câncer”, pondera o radio-oncologista. Apesar de muito se ouvir a respeito do
melanoma, ele é o tipo menos frequente de câncer de pele, e também o mais
grave.
Segundo
o especialista, a radioterapia é um dos tratamentos indicados em casos de
câncer, podendo ser utilizado como forma exclusiva de combate ou combinado a
outros métodos como cirurgia e quimioterapia. “Na maioria dos casos, os efeitos
da radioterapia são bem tolerados pelos pacientes, desde que a dosagem indicada
para o tratamento seja respeitada”, explica.
Saiba mais
sobre as manchas
Normalmente, o câncer de pele apresenta formas de
manchas rosadas, pintas pretas/ castanhas ou feridas. “Elas podem surgir em
diversas regiões do corpo, porém, locais mais expostos ao sol têm incidência
mais frequente, como orelhas, pescoço, face, couro cabeludo, ombros e
costas”, pontua o dermatologia Bruno Vargas. Caso apresente alguma das
características a seguir, é preciso procurar um especialista.
• Coceira;
• Mudança da coloração da pele;
• Bordas irregulares;
• Aumento de tamanho;
• Sangramento.
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