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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Colírios podem piorar doenças crônicas

Levantamento mostra que o uso indiscriminado de colírios no inverno compromete 20% dos tratamentos de doenças crônicas.

 

Quando a temperatura cai o uso indiscriminado de colírio para aliviar o desconforto nos olhos aumenta.  De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, embora seja só uma gotinha nenhum colírio  eve ser instilado sem prescrição médica porque contêm substâncias ativas que podem piorar doenças crônicas pré-existentes. Queiroz Neto afirma que o inverno dobra o número de atendimentos por interação medicamentosa no hospital. Atinge 20% dos pacientes.   É o que mostra um levantamento realizado pelo oftalmologista nos prontuários de 1,2 mil pacientes do Instituto. 

O especialista afirma que alérgicos formam um dos principais grupos de riscos porque o frio intensifica a poluição e faz quem já tem alguma alergia sofrer mais com olho seco. A atenção sobre o uso de colírios por conta própria  também deve ser redobrada entre idosos, salienta. “Isso porque, tomam em média cinco medicamentos/dia para controlar doenças crônicas que podem agravar pela interação medicamentosa, pontua. A recomendação é sempre levar ao oftalmologista a lista de medicamentos utilizados continuamente para evitar conflito entre as prescrições. 

“Mulheres que tomam anticoncepcional ou fazem TRH (Terapia de Reposição Hormonal) devem ficar alertas com o uso de todo tipo de antibiótico. Isso porque, estudos mostram que o antibiótico inibe a absorção dos hormônios sintéticos. O oftalmologista ressalta que os contraceptivos também interferem na lubrificação dos olhos e não adianta usar um lubrificante qualquer. “O correto é passar por uma avaliação completa do filme lacrimal e dependendo do resultado do exame passar por sesses de luz pulsada para estimular a produção da camada lipídica que evita a evaporação da camada aquosa da lágrina.

 

Alergia, aspirina e colírio vasoconstritor

Para se ter ideia dos riscos, a aparente mistura da inofensiva aspirina para tratar resfriado com colírio vasoconstritor bastante usado durante o inverno para deixar os olhos bem branquinhos pode facilmente resultar em derrame subconjuntival entre pessoas alérgicas que têm hábito de esfregar os olhos..  Queiroz Neto afirma que este é o tipo de sangramento ocular mais comum. Tem como característica a formação de uma mancha de sangue vivo na parte branca do olho e geralmente é causado pela ruptura de um vaso da conjuntiva, trauma, tosse prolongada ou outro tipo de esforço, explica. Mas pode ocorrer espontaneamente entre pessoas que tomam aspirina por tempo prolongado, porque o medicamento tem ação antiplaquetária e por isso predispõe a hemorragias. Queiroz Neto afirma que geralmente o derrame subconjuntival desaparece sozinho e a aplicação de compressas frias acera o desaparecimento da mancha no olho. Caso haja dor, observa, é necessário consultar um oftalmologista.

 

Interações que afetam o glaucoma e cardíacos

O oftalmologista ressalta que outra interação perigosa é a do colírio betabloqueador, que serve para controlar a pressão interna dos olhos, e os remédios broncodilatadores, usados contra problemas pulmonares. Isso porque este tipo de colírio para glaucoma pode causar asma e falta de ar.

Quem tem glaucoma, observa, também deve evitar o uso de descongestionante nasal que inibe o efeito do colírio. Em caso de congestão nasal a higiene com soro fisiológico é a mais recomendada.

Para cardíacos, o oftalmologista afirma que todo colírio vasoconstritor é contraindicado porque pode aumentar a pressão arterial e aumentar a frequência cardíaca.

 

Como usar colírio

Queiroz Neto afirma que a oclusão do canal lacrimal, pressionando o canto interno com o polegar, evita a interação dos medicamentos com colírios.  Os 12 passos para o uso correto de colírios elencados pelo especialista são:


1.    Lave as mãos antes da aplicação.


2.    Verifique no frasco se é recomendado agitar o produto antes de usar


3.    Incline a cabeça para trás.


4.    Flexione a pálpebra inferior com o indicador.


5.    Com a outra mão segure o dosador.


6.    Coloque o medicamento sem relar no bico dosado para não contaminar o medicamento.


7.    Feche os olhos por 3 minutos para garantir o efeito.


8.    Pressione com o polegar o canto interno do olho para reduzir efeitos colaterais.


9.    Se usar lentes de contato retire-as antes da aplicação.


10. Recoloque as lentes de contato depois de 10 minutos da aplicação.


11. Em caso de prescrição de mais de um colírio aguarde 15 minutos entre um e outro


12. Só aplicar medicação dentro do prazo de validade estipulado na embalagem.



Políticas públicas podem reduzir mortes por câncer de mama

Drazen Zigic
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) defende no Conasems, em Brasília, diretrizes para agilizar diagnósticos e tratamento da doença que lidera as causas de óbitos em mulheres no País

 

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) apresentou ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), em Brasília (DF), diretrizes para a redução da mortalidade por câncer de mama, primeira causa de óbitos por câncer em mulheres no Brasil. Como representantes do Departamento de Políticas Públicas da SBM, os mastologistas Paula Saab e Victor Rocha destacaram a importância de novas tecnologias aplicadas à mamografia para diagnóstico e a necessidade de reduzir de 50 para 40 anos de idade o início do rastreamento da doença. Os especialistas também mostraram resultados da Casa Rosa, experiência realizada em Campo Grande (MS) que em 18 meses zerou as filas de consultas em mastologia, punções e biópsias de mama no SUS (Sistema Único de Saúde).

De acordo com a mastologista Paula Saab, a primeira reunião da Sociedade Brasileira de Mastologia, realizada este mês a convite do Conasems, reforça ao Ministério da Saúde como instância superior, a necessidade de aplicação de três pilares preconizados nas diretrizes da SBM: pré-diagnóstico, diagnóstico e tratamento de câncer de mama, “com o propósito de reduzir, urgentemente, a mortalidade pela doença no Brasil”, destaca a especialista.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 73.610 novos casos de câncer de mama até o fim deste ano. O número de mamografias realizadas no SUS atinge cerca de 20% do público-alvo, sendo que o ideal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é 70%. “Esta situação, sem dúvida, corrobora para o alto índice de mortalidade pela doença no Brasil”, diz a médica.

A mamografia, até o momento, é o único exame com evidência científica para o rastreamento de câncer de mama em mulheres assintomáticas. Neste sentido, os representantes da SBM destacaram na reunião em que estiveram presentes o secretário executivo do Conasems, Mauro Guimarães Junqueira, e o assessor técnico, Elton da Silva Chaves, a importância de investimentos em novas tecnologias em mamografia.

“No encontro solicitamos, ainda, apoio para mudar a idade do início de rastreamento do câncer de mama com a mamografia”, enfatiza o mastologista Victor Rocha. “O Ministério da Saúde indica a realização anual do exame a partir dos 50; a SBM, a partir dos 40 anos”, diz.

Vice-presidente Regional da SBM em Mato Grosso do Sul, Rocha também está à frente da experiência Casa Rosa, que foi apresentada ao Conasems. Em Campo Grande (MS), o projeto liderado pela equipe do especialista conseguiu zerar as filas de consultas em mastologia, punções e biópsias no SUS. “Em 18 meses de funcionamento, fizemos o diagnóstico de 102 casos de câncer de mama através da consulta integrada e resolutiva”, conta o mastologista. “Em um único local, realizamos consultas, exames, biópsia e imuno-histoquímica em 14 dias. Este resultado, sem dúvida, serve de exemplo para o País”, completa.

Ao mesmo tempo em que classificam como “muito produtiva” a reunião com o Conasems, os representantes da SBM ressaltam as possibilidades de parcerias entre o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Mastologia com o propósito de reduzir a mortalidade por câncer de mama. “Em todo o Brasil, este é o objetivo que demanda todos os nossos esforços”, finaliza a médica Paula Saab.


Atraso na ampliação do Teste do Pezinho expõe crianças brasileiras a alto risco

Ampliação do exame no SUS pode salvar 300 recém-nascidos por ano que sofrem de Atrofia Muscular Espinhal (AME) no Brasil  

 

É uma corrida contra o tempo. Os primeiros dias de vida são decisivos para um bebê que nasce com Atrofia Muscular Espinhal (AME). O que se passa nesse período determina se a criança terá liberdade para brincar e crescer com mais autonomia. Nos casos mais severos, dependente de alguém que lhe dê comida na boca, banho, troque de roupa e supervisione os equipamentos que a ajudam a respirar a cada minuto.

 

Todas essas graves consequências podem ser evitadas. Mas, por questões que vão do excesso de burocracia à falta de conhecimento sobre a doença, bem como a imobilidade do poder público, temos condenado quase 300 crianças por ano no Brasil a essas condições ou, nos piores cenários, à morte. 

Considerada urgência pediátrica, a AME é o maior fator genético de mortalidade infantil, atualmente. Uma doença rara, que afeta os neurônios, gerando fraqueza muscular e atrofia. Em poucos meses, pode resultar na perda de controle dos braços, pernas e pescoço, dificuldades respiratórias e de deglutir um simples alimento. Quanto mais rápido se reconhecer o quadro, melhor chance há de dar qualidade de vida à criança, inclusive com manutenção dos movimentos, da respiração e de total – ou quase completa – independência. Se é assim, o que falta para avançarmos no tratamento?

 

Entre os fatores primordiais, o acesso ao diagnóstico. A triagem neonatal, também conhecida como Teste do Pezinho, é obrigatória pela legislação e é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de reconhecer precocemente e tratar doenças antes de os sintomas aparecerem. Com o diagnóstico precoce, uma criança que tenha testado positivo para AME, se medicada até os 06 meses de idade, pode nem desenvolver a doença.

 

O Teste do Pezinho tradicional abrange apenas seis doenças. Em 2021, a Lei nº 14.154 estendeu para 52 o número de enfermidades identificadas e propôs um escalonamento em cinco fases para a incorporação das doenças. A AME será incorporada apenas na última fase. A extensão proposta pela lei democratiza o acesso às informações sobre saúde e facilita a realização do tratamento adequado. Considerando a complexidade de incorporação dessas “novas” doenças na triagem, o Ministério da Saúde ainda não se debruçou sobre essa questão. Por isso, após dois anos de a lei ter sido sancionada, o processo segue com pouquíssimos avanços. Até o momento, foi incorporada apenas 1 doença, disposta na primeira fase do escalonamento. Ainda não temos sequer um cronograma oficial de incorporação, o que compromete o cuidado com inúmeras doenças raras no país. Além de dar celeridade a essas fases, é essencial que a incorporação da AME seja antecipada.

 

Boas razões não faltam. A partir do diagnóstico e apesar de a cura ainda não ter sido descoberta, o tratamento é realizado no próprio SUS com medicações altamente eficazes. Associado a esse ponto, há uma rede de apoio sólida aos pacientes proporcionada por organizações da sociedade civil e uma capacidade admirável de transformar a vida das pessoas para sempre com o tratamento.

 

Somado à possibilidade de reduzir despesas do governo e das famílias com o tratamento ao longo das décadas, apoiar o Teste do Pezinho ampliado traz um forte componente humano. Uma maneira nobre de salvar vidas e permitir que homens e mulheres de todas as classes sociais sonhem, cresçam e se tornem uma prova viva de que essa luta é essencial para melhorar as condições de saúde da população. 



Adriane Loper - uma das líderes do Universo Coletivo AME (Atrofia Muscular Espinhal), maior coalizão em prol da causa no Brasil, e presidente do Instituto Fernando, criado em memória do filho. Engenheira de computação e professora universitária, também é mãe de Marcela, 13 anos.


Andréa Gozetto - consultora em Advocacy, coordenadora acadêmica da Formação Executiva Advocacy e Políticas Públicas da FGV/IDE e doutora em Ciências Sociais pela Unicamp. É co-autora do Guia para construção de estratégias de Advocacy: como influenciar políticas públicas.


Dor nas costas: como se livrar do problema que já afetou 80% da população em todo o mundo

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Profissional de Educação Física da TotalPass explica que má postura, sedentarismo e qualidade do sono estão diretamente relacionados com o aumento dos sintomas


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas no mundo têm, tiveram ou terão dores nas costas ao longo da vida. O Estudo Global de Carga de Doenças, Lesões e Fatores de Risco (GBD) revelou que o problema afetou 619 milhões de pessoas no mundo, apenas em 2020. Embora, muitas vezes, o mau jeito seja associado como o principal motivo, na verdade, existem muitas causas que podem provocar dores, como a má postura, problemas de saúde, prática incorreta de exercícios físicos, qualidade do sono e até mesmo sedentarismo.

“Este desconforto na região dorsal surge pela falta de atenção à maneira correta de sentar e até mesmo por ficar longos períodos na mesma posição, já que a postura incorreta aumenta a sobrecarga do próprio peso”, explica Jessé Ramos, Profissional de Educação Física da TotalPass, uma das principais soluções de saúde integrada do Brasil no âmbito corporativo. Além da má postura, problemas de saúde como doenças neurológicas (enxaqueca), ortopédicas (artroses) e reumatológicas (artrites e osteoporose) também podem provocar dores na região.

Para o especialista, praticar atividade física traz inúmeros benefícios à saúde física e mental. No entanto, é importante reforçar que a execução incorreta dos movimentos também pode provocar dores. “Independente da modalidade escolhida, a execução incorreta dos exercícios, excesso de carga e a falta de descanso entre os treinos podem causar estresse muscular na região das costas e, consequentemente, desconfortos. Para reduzir os riscos, o mais adequado é contar com o acompanhamento profissional”, reforça.

Por outro lado, o sedentarismo pode intensificar ainda mais os problemas. “Quando o corpo não está em movimento, os músculos ficam enrijecidos e tensionados. Com isso, toda a região da coluna passa a sofrer dores e até mesmo alterações das curvas fisiológicas da coluna vertebral, que podem provocar hérnia de disco e artroses”, complementa.

Outra causa relacionada às dores é a qualidade do sono. A densidade do colchão e a posição do corpo na hora do descanso podem causar má circulação na região dorsal. “ Se o colchão for duro ou mole demais, os músculos vão ficar tensos como uma resposta natural para compensar o desconforto, fazendo com que a coluna não fique na posição correta, desenvolvendo a dor”, diz Ramos.

“Por isso, manter uma rotina de exercícios físicos de forma adequada, além de melhorar o rendimento nas tarefas do dia a dia e trazer mais disposição, fortalece os músculos da região dorsal e lombar, contribuindo diretamente para minimizar e até mesmo eliminar a dor nas costas”, finaliza.


No Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade ginecologista esclarece 5 dúvidas sobre o tema

O mês de junho é conhecido por ser o Mês da Conscientização da Infertilidade, doença que atinge aproximadamente 15% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

 

As causas da infertilidade são várias e pode-se dizer que é necessário investigar se o casal não atingiu a concepção dentro de 12 meses de atividade sexual regular desprotegida.  

 

A seguir, a ginecologista do Hospital Icaraí, Dra. Flavia do Vale, responde cinco dúvidas a respeito da infertilidade feminina:

 

1- Qual a idade indicada para as mulheres congelarem os óvulos?

 

Não há uma idade específica universalmente indicada para que as mulheres congelem seus óvulos, pois a decisão pode depender de vários fatores individuais, como saúde reprodutiva, estilo de vida e objetivos pessoais. No entanto, geralmente, muitas mulheres consideram o congelamento de óvulos em seus 30 anos, quando ainda estão em sua fase reprodutiva, mas desejam adiar a gravidez por motivos pessoais, profissionais ou médicos.

 

É importante destacar que a reserva ovariana diminui com o tempo, e a qualidade dos óvulos também pode ser afetada pelo envelhecimento. Portanto, quanto mais cedo o congelamento de óvulos for realizado, maiores as chances de preservar a qualidade e a quantidade de óvulos saudáveis para o futuro.

 

No entanto, cada situação é única, e é recomendado que as mulheres interessadas em congelar seus óvulos consultem um especialista em fertilidade. Dessa forma, poderão obter informações específicas sobre suas circunstâncias individuais e tomar uma decisão informada com base em suas necessidades e desejos pessoais.

 

2- Produtos químicos podem causar infertilidade?

 

Alguns produtos químicos podem ter potencial para afetar a fertilidade, dependendo da exposição e das circunstâncias individuais. Certos produtos químicos tóxicos e substâncias químicas presentes em ambientes de trabalho, produtos de limpeza, pesticidas, plásticos e produtos de cuidados pessoais podem ter efeitos prejudiciais sobre o sistema reprodutivo humano.

 

Alguns desses produtos químicos podem interferir nos hormônios do corpo, afetar a produção de esperma nos homens, causar desequilíbrios hormonais nas mulheres e levar a problemas de fertilidade. Além disso, a exposição a essas substâncias pode aumentar o risco de aborto espontâneo, complicações durante a gravidez e problemas no desenvolvimento fetal.

 

É importante ressaltar que a extensão do impacto desses produtos químicos na fertilidade pode variar amplamente e depender de vários fatores, como a quantidade de exposição, a duração da exposição e a suscetibilidade individual.

 

Para minimizar os riscos, é aconselhável adotar medidas de segurança adequadas ao lidar com produtos químicos, seguir as orientações de saúde e segurança no trabalho, usar equipamentos de proteção quando necessário e limitar a exposição a substâncias químicas potencialmente nocivas. É sempre recomendável consultar um médico ou especialista em fertilidade para obter informações mais precisas e personalizadas sobre os riscos e precauções relacionados à fertilidade.

 

3 – Existe idade fértil feminina?

 

Sim, existe uma idade fértil para as mulheres, que está relacionada à capacidade de conceber e ter uma gravidez saudável. A maioria das mulheres tem sua idade fértil durante o período conhecido como idade reprodutiva, que começa com a primeira menstruação (menarca) e geralmente termina na menopausa.

 

Durante a idade fértil, que normalmente ocorre entre os 15 e 45 anos, as mulheres têm a capacidade de liberar óvulos maduros dos ovários e engravidar, desde que outras condições de saúde também sejam favoráveis. É importante observar que a idade fértil de cada mulher é única e pode variar devido a fatores individuais.

 

No entanto, à medida que as mulheres envelhecem, a qualidade e a quantidade de seus óvulos podem diminuir, o que pode afetar a fertilidade e aumentar as chances de complicações durante a gravidez. Isso pode resultar em uma diminuição natural da fertilidade e um aumento na probabilidade de dificuldades para conceber. Além disso, o risco de certos problemas de saúde, como anomalias genéticas e abortos espontâneos, também pode aumentar com o avanço da idade.

 

Cada mulher é única, e é sempre recomendável consultar um médico ou especialista em fertilidade para obter informações específicas e orientações personalizadas sobre a idade fértil, considerando-se fatores individuais e histórico médico.

 

4 – Métodos caseiros para engravidar são seguros?

 

Não é recomendado confiar em métodos caseiros para engravidar como uma alternativa segura e eficaz. A concepção bem-sucedida envolve uma série de fatores complexos, e existem métodos médicos comprovados para auxiliar casais que estão tentando engravidar.

 

Métodos caseiros, como certas posições durante o sexo, calendários de ovulação, uso de plantas medicinais ou remédios alternativos, não possuem evidências científicas sólidas de eficácia e podem, na verdade, ser ineficazes ou até mesmo arriscados.

 

Se você está tentando engravidar, é recomendável consultar um médico ou especialista em fertilidade. Eles podem fornecer orientações específicas com base no seu histórico médico, solicitar e realizar exames e oferecer tratamentos adequados, como monitoramento da ovulação, técnicas de inseminação ou fertilização in vitro, se necessário.

 

Lembrando que cada casal é único e pode enfrentar circunstâncias individuais que podem influenciar a fertilidade. Portanto, é importante buscar aconselhamento profissional para receber orientações precisas e adequadas às suas necessidades específicas.

 

5 – Alimentação saudável ajuda na fertilidade da mulher?

 

Sim, uma alimentação saudável desempenha um papel importante na saúde reprodutiva e pode ter um impacto positivo na fertilidade das mulheres. Uma dieta equilibrada e nutritiva pode ajudar a promover a regularidade hormonal, melhorar a função ovariana e aumentar as chances de concepção.

 

Entre as diretrizes gerais sobre alimentação saudável que podem beneficiar a fertilidade feminina, estão: 

 

1. Consumir uma variedade de alimentos: inclua frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e fontes saudáveis de gorduras em sua dieta diária. Isso garante uma ingestão adequada de nutrientes essenciais para a saúde reprodutiva.

 

2. Priorizar alimentos ricos em antioxidantes: eles ajudam a combater o estresse oxidativo e a inflamação, que podem afetar negativamente a fertilidade. Exemplos incluem frutas vermelhas, vegetais folhosos, nozes e sementes.

 

3. Escolher carboidratos complexos: opte por carboidratos de digestão mais lenta, como grãos integrais, legumes e batata doce, em vez de carboidratos refinados. Isso ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue e a manter a estabilidade hormonal.

 

4. Consumir proteínas saudáveis: inclua fontes de proteína magra, como carnes de aves e peixes, ovos, leguminosas e produtos lácteos com baixo teor de gordura. A proteína é importante para a saúde e a função hormonal.

 

5. Equilibrar a ingestão de gorduras: opte por gorduras saudáveis, como as encontradas em abacates, azeite de oliva, peixes gordurosos e nozes. Evite gorduras saturadas e trans em excesso.

 

6. Manter-se hidratada: beba bastante água para manter a hidratação adequada e promover uma função celular saudável.

 

Embora uma alimentação saudável seja benéfica, é importante lembrar que a fertilidade é influenciada por vários fatores, incluindo saúde geral, idade, histórico médico e estilo de vida. É sempre aconselhável consultar um médico ou nutricionista especializado para obter orientações personalizadas e adequadas à sua situação.

 

Por que sentimos mais fome quando estamos com frio?

 

O inverno se inicia nesta terça-feira (21), e é comum ficarmos com mais fome quando a temperatura cai. Comer é a maneira que o corpo tem para se aquecer. Portanto, se você estiver exposto a um clima mais frio (mesmo que apenas por alguns minutos), sua temperatura central começa a cair, desencadeando o apetite.

 

Isso não significa necessariamente que você precisa de mais comida. (Arrepios podem queimar até 400 calorias por hora). Mas para aqueles que gostam de se exercitar ao ar livre, essa é uma maneira de aumentar a queima de calorias. Seu corpo queima até 13% mais calorias em condições mais frias. Por exemplo, se você queimar 500 calorias durante sua corrida matinal na primavera, você pode esperar queimar cerca de 65 calorias adicionais no frio.


 

É fome mesmo ou é vontade de comer?

 

Guilherme Renke (@endocrinorenke), sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), endocrinologista e médico do esporte, mestre em cardiologia, explica que assim que as temperaturas caem, nosso apetite aumenta por alimentos ricos em calorias e carboidratos – Isso porque o corpo gasta bastante calorias para equilibrar a temperatura corporal. Em lugares mais frios, as pessoas precisam de camadas extras de gordura corporal para sobreviver ao inverno. 

 

Em suma, sentir frio desencadeia um modo de autopreservação que envia ao corpo uma mensagem para se aquecer rapidamente. E essa mensagem é muitas vezes representada como um desejo por alimentos ricos em açúcares e amidos que fornecem o impulso instantâneo de “calor” que seu corpo precisa no momento. O apetite aumenta por alimentos ricos em calorias e carboidratos – ensopados, purê de batatas, macarrão com queijo – os pratos que nos fazem sentir quentes e aconchegantes. 

 

O endocrinologista enfatiza que “o inverno é a melhor época para emagrecer, pois o corpo gasta bastante calorias para equilibrar a temperatura corporal, e isso consome gordura”. Se soubermos controlar a alimentação, o frio será um aliado no emagrecimento. 


 

Como suprir a necessidade de comer de forma saudável e sem engordar? 

 

Para Fabiana Albuquerque, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais) e especialista em nutrição esportiva e funcional pela Vp, se alimentar de caldos e sopas com bastante legumes, sempre adicionando uma fonte de proteína. Uma dica é salpicar na sopa sementes e grãos (como chia ou semente de abóbora), pois são ótimas fontes de gordura, dando mais saciedade.

 

Dicas que ajudam a tornar os alimentos adequados para o frio sem torná-los engordativos:

 

Não se esqueça das frutas - uma boa opção é aquecê-las no forno (ex: maçã, banana ou pêra com canela) funciona como “comfort food”. incluí-las em shakes, pois substituir leite integral por leite vegetal, para o preparo. 

 

Por exemplo, acrescentar canela, que é termogênica, em comidinhas como banana amassada com aveia; comer mais folhas refogadas em vez de saladas cruas; mas não usar molhos gordurosos.

 

Chás - invista nos chás, pois nessa época não costumamos beber tanto líquido.

 

Vontade de comer doce - para substituir a vontade de doce, uma dica é fazer um cappuccino proteico: 150ml de leite vegetal + canela + 1 dose de café + ½ dose de whey protein de chocolate.

 

FONTES:

Guilherme Renke- (@endocrinorenke), sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), endocrinologista e médico do esporte, mestre em cardiologia.

Fabiana Albuquerque - nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais) e especialista em nutrição esportiva e funcional pela Vp. CRN 13101170.



REFERÊNCIAS:

Dinâmica de peso de inverno em Microtus Pennsylvanicus -

https://esajournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.2307/1940353

Variações históricas nas temperaturas domésticas internas de inverno e implicações potenciais para o ganho de peso corporal


60ª Corrida e Caminhada contra o Câncer de Mama acontecerá em 15/10 no Ibirapuera

De volta ao Ibirapuera, corrida arrecada recursos para o IBCC Oncologia, hospital referência no combate ao câncer que atende pacientes do SUS

 

O mês de outubro é dedicado à campanha Outubro Rosa, que é focada na prevenção do câncer de mama. Em 2023, o IBCC Oncologia realizará mais uma edição da Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama no dia 15 de outubro (domingo), no Ibirapuera, na capital paulista. O evento já está em sua 60ª edição. A venda do primeiro lote de ingressos já começou pelo site oficial do evento www.corridaibccsaocamilo.com.br.

A ação já reuniu mais de 195 mil pessoas desde o seu início em 1999, entre aqueles que participaram ou estiveram presentes para prestigiar o evento. Com o apoio da Prefeitura de São Paulo, a corrida faz parte da Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, que tem como objetivo promover a conscientização sobre o câncer de mama, o tipo de câncer que mais mata mulheres no país, bem como destacar a importância da prevenção e detecção precoce da doença.

“O IBCC enxerga essa edição de maneira especial pelo fato de estarmos retornando ao Ibirapuera, local onde a corrida e caminhada foi realizada por muitos anos”, destaca Juliana Mauri, gerente geral do IBCC Oncologia, localizado no bairro Mooca, na capital paulista.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais incidente em mulheres, no entanto, quando diagnosticado precocemente possui uma chance alta de cura. O INCA acredita que, entre 2023 e 2025, surgirão cerca de 73 mil casos de câncer de mama no Brasil.

A Corrida e Caminhada será realizada no dia 15 de outubro, e terá Caminhada de 3 KM , e Corrida de 5 KM e 10 KM. O evento é realizado em prol da Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, que gera recursos para o IBCC Oncologia, hospital filantrópico e referência no combate ao Câncer de Mama que atende primordialmente pacientes do SUS.


Como participar?

Para participar, é necessário se inscrever por meio do site oficial: www.corridaibccsaocamilo.com.br. A venda do primeiro lote de ingressos já está disponível. 

Criada em 1999, a Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama já faz parte do calendário de milhares de pessoas, atletas ou não, que todos os anos vestem a camiseta estampada com o Alvo Azul, e participam do evento para comemorar a vida e a importância da prática regular da atividade física.

“A campanha também tem como objetivo disseminar a conscientização a respeito da importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama. 95% dos casos, quando diagnosticados nos estágios iniciais, têm chance de cura”, explica Mauri.

Serviço:
60ª Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama São Camilo

Dia: 15 de outubro de 2023 (domingo)
Local: Ibirapuera
Inscrições: a partir de 30 de maio de 2023

Valor da inscrição (1º Lote): R$104,90 + taxa de serviço
Saiba mais: www.corridaibccsaocamilo.com.br



Sobre a Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”

A Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda” foi idealizada em 1994 por Ralph Lauren junto com seus colegas do Council of Fashion Designers of America (CFDA), que criaram uma fundação (CFDA Foundation) para angariar recursos para o combate ao Câncer de Mama. O IBCC Oncologia – São Camilo é o detentor exclusivo da marca no Brasil desde 1995. Licenciando a marca do “Câncer de Mama no Alvo da Moda” para produtos de consumo e realizando parcerias com empresas, os recursos arrecadados desde o início da Campanha têm sido revertidos em instalações, equipamentos, e melhorias no atendimento aos pacientes do SUS. Em 2023 a Campanha completará 28 anos nos EUA, e será realizada a 60ª Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama.

Siga à campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda” nas redes sociais: @alvoazul


Sobre o IBCC Oncologia

Fundado em 1968, o IBCC Oncologia é conhecido por ser um Centro de Tratamento Oncológico de alta complexidade e possuir um Centro de Pesquisa Clínica renomado. É pioneiro no combate ao câncer de mama e ginecológico e trouxe o primeiro mamógrafo para o Brasil em 1971.

Durante a década de 70 e 80, atuou com o maior programa de prevenção do câncer do colo uterino e de mama já realizado por uma instituição, com atendimento a mais de 2 milhões de pessoas. Foi considerado pela Secretaria de Estado da Saúde do Estado de SP o melhor hospital em atendimento humanizado e classificado entre os 10 melhores hospitais do estado, assim como, entre os anos de 2004 a 2007, recebeu, consecutivamente, o Troféu “Hospital Best” na categoria Instituição Filantrópica. 

Desde 1988, a instituição passou a ser Entidade Camiliana, se tornando o IBCC Oncologia. Também foi escolhido para ser no Brasil a instituição detentora da Campanha “O Câncer de Mama no Alvo da Moda”, em 1995. Há 55 anos é referência na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer em São Paulo. Para mais informações: https://ibcc.org.br/ 


Julho Verde - Radioterapia pode ser o único tratamento necessário para tumores de cabeça e pescoço descobertos em fase inicial

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Em tumores iniciais na região de cabeça e pescoço, a radioterapia pode ser a única modalidade de tratamento necessária, com chances de cura equivalentes à cirurgia. Em casos mais avançados, a radioterapia pode ser associada à quimioterapia para se preservar o órgão afetado. Julho Verde é o mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, doença que vê o seu perfil epidemiológico em mudança por conta do aumento dos casos associados à infecção pelo vírus HPV 


Quando diagnosticados precocemente, os tumores de cabeça e pescoço têm taxas de cura acima de 80-85%. Esses casos iniciais podem ser tratados com radioterapia ou cirurgia. A escolha deve levar em consideração as possíveis consequências e eventuais sequelas associadas a cada uma das possíveis opções de tratamento. Como modalidade de tratamento isolada em tumores iniciais, a radioterapia oferece chances de cura equivalentes à cirurgia.

A radioterapia também pode ser indicada como abordagem adjuvante, ou seja, após a cirurgia, cenário em que reduz o risco de recidiva de tumores mais avançados, que representam a maioria dos casos ao diagnóstico.

Além disso, a radioterapia pode ser associada à quimioterapia em tumores inoperáveis ou nos casos em que a preservação do órgão afetado seja uma prioridade. Em linhas gerais, o tratamento é individualizado, requerendo discussão multidisciplinar na condução do tratamento e levando em consideração o estadiamento da doença, as especificidades e localização do tumor e as condições de saúde do paciente.

Destaque deve ser dado à radioterapia de intensidade modulada (IMRT), uma tecnologia, incluída no ROL de procedimentos com cobertura obrigatória da Agência Nacional de Saúde (ANS) para tumores na região de cabeça e pescoço, a qual permite entregar uma dose de radiação melhor concentrada apenas nas áreas a serem tratadas, poupando de forma mais significativa os tecidos saudáveis. “É feita uma modulação do feixe de radiação de modo a permitir que doses altas sejam entregues com ainda mais segurança à região desejada, maximizando a proteção dos tecidos adjacentes e minimizando as consequências agudas e tardias relacionadas ao tratamento”, explica o radio-oncologista Diego Chaves Rezende Morais, membro da comissão de título de especialista da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e titular do departamento da radioterapia da Oncoclínicas Recife e do Hospital Santa Águeda em Caruaru, Pernambuco.

Na saúde pública, a forma de remuneração atual dos procedimentos não estimula a incorporação de tecnologias mais avançadas, como a IMRT, devido ao pagamento de um mesmo valor, independente da técnica de tratamento utilizada. Na saúde suplementar, a cobertura para IMRT em cabeça e pescoço, tem uma remuneração geralmente diferenciada quando comparada a outras técnicas.

Outro desafio importante é garantir o acesso ao tratamento em tempo hábil, principalmente no que diz respeito à radioterapia. A radioterapia é uma modalidade essencial no tratamento desse tipo de câncer, porém a falta de serviços e a má distribuição dos centros de radioterapia dificultam o acesso dos pacientes, especialmente na saúde pública. A concentração de serviços de radioterapia nas regiões sul e sudeste do país é uma realidade preocupante, deixando muitas regiões carentes desse recurso vital. A distância entre as cidades e a necessidade de tratamentos diários por várias semanas tornam difícil para os pacientes se submeterem ao tratamento. Além disso, a falta de serviços de radioterapia em algumas regiões resulta em longas viagens e dificuldades adicionais para os pacientes iniciarem e concluírem o tratamento em tempo adequado.


Atenção aos possíveis efeitos colaterais

O radio-oncologista Diego Chaves Rezende Morais explica que, apesar dos importantes avanços tecnológicos ocorridos nessa área, alguns efeitos colaterais permanecem associados à radioterapia para tumores de cabeça e pescoço. São sintomas como dor ao engolir (odinofagia), perda do paladar (ageusia) e o surgimento de aftas e feridas na cavidade oral (mucosite).  O especialista explica que esses efeitos podem ser ainda mais intensos se a radioterapia é combinada com a quimioterapia.

“Ao mesmo tempo, é encorajador e estimulante que o uso da IMRT seja uma opção eficaz para minimizar a gravidade e a incidência dos efeitos adversos relacionados à radioterapia, em especial da xerostomia, a sensação de boca seca, um efeito colateral tardio associado ao tratamento”, diz. O médico acrescenta que é importante os pacientes saberem que a radioterapia é um tratamento rápido (10-15 minutos), indolor e que dispensa jejum para sua realização. Nos casos de tumores de cabeça e pescoço, porém, é exigido que o paciente use uma máscara para imobilizar a região a ser tratada e garantir a reprodutibilidade do tratamento, que é feito diariamente.


Cuidado multidisciplinar e multiprofissional

A participação de vários especialistas no cuidado ao paciente é essencial, bem como na tomada de decisões. “Seja qual for a estratégia de tratamento escolhida, ela precisa ser avaliada e discutida de modo multidisciplinar, com o envolvimento de cirurgiões, oncologistas clínicos e radio-oncologistas”, diz Diego Morais. Ele ressalta, também, a importância da equipe multiprofissional composta por profissionais de odontologia, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia, enfermagem e psicologia, no preparo e transcurso do tratamento bem como no seguimento e reabilitação do paciente submetido à radioterapia.

“A equipe multiprofissional é imprescindível na condução desses pacientes e dispor de um time especializado no manejo de tumores de cabeça e pescoço, além de um privilégio, faz toda a diferença no tratamento do paciente. A odontologia, em especial, desempenha um papel crucial na preparação do paciente, durante a radioterapia e no pós-tratamento, utilizando técnicas como a laserterapia para minimizar a mucosite relacionada ao tratamento. Nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e psicologia também trazem contribuições inegáveis e tornam o manejo dos tumores de cabeça e pescoço desafiador, mas extremamente estimulante para todos os profissionais envolvidos”, diz.

Outros membros da equipe, como os enfermeiros, cuidam dos aspectos relacionados à pele, e a fisioterapia pode atuar em casos de edema na região do pescoço, por exemplo. A fonoaudiologia cuida da reabilitação da fala e da deglutição, enquanto a nutrição colabora no cuidado com a alimentação. Essa abordagem multiprofissional se estende não apenas ao tratamento com radioterapia, mas também a pacientes que passaram por cirurgia, enfrentando sequelas que podem alterar funções como a fala e a deglutição. Como o tratamento pode afetar funções essenciais para o dia a dia do paciente, a reabilitação pós-tratamento é imprescindível. “A oncologia moderna evoluiu e, hoje, não se limita apenas à cura, mas também se preocupa em reabilitar o paciente proporcionando o mínimo de impacto na sua qualidade de vida futura”, reforça o radio-oncologista.    


Diagnóstico em pacientes mais jovens

Julho é o mês escolhido para as campanhas de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, uma denominação que engloba os tumores que ocorrem nos lábios, cavidade oral, laringe, tireoide e toda a faringe. “As estatísticas apontam que os tumores de cabeça e pescoço representam cerca de 3% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, resultando em aproximadamente 10 mil mortes anuais, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).  

Em homens, os tumores de cabeça e pescoço mais comuns são os de cavidade oral e laringe. Em cada ano do triênio 2023-2025, a estimativa é que mais de 17 mil pessoas do sexo masculino vão desenvolver um destes tumores (10.900 de boca e 6.570 de laringe). Entre as mulheres, o câncer de cabeça e pescoço mais comum é o de tireoide, com 14.160 novos casos anuais.

Nas últimas duas décadas, de acordo com Diego Morais, observa-se uma mudança progressiva, no perfil epidemiológico desses tumores, em especial dos tumores de orofaringe (garganta). Tradicionalmente, o câncer de cabeça e pescoço sempre foi mais frequente em homens com mais de 60 anos, adeptos do tabagismo e consumidores frequentes de álcool ao longo da vida. “Nas últimas décadas tem havido um aumento da incidência dessa doença entre pacientes mais jovens secundária à infecção pelo HPV, tanto homens como mulheres. Surpreendentemente, muitos desses pacientes jovens nunca fumaram nem consumiram bebidas alcóolicas ao longo da vida, ou tiveram apenas uma história prévia de etilismo social”, ressalta o radio-oncologista.

Essa mudança do perfil epidemiológico da doença implica, necessariamente, em uma adequação das estratégias de prevenção. Além do combate ao tabagismo e ao etilismo e o estímulo a boa higiene oral, que são fatores de risco bastante conhecidos para esses tumores, as campanhas de vacinação contra o HPV (Human Papilomavírus) ganharam mais relevância no Brasil e no mundo. A infecção pelo vírus HPV é um fator de risco bem estabelecido na literatura para tumores de orofaringe (como amígdala e base da língua). Trata-se de um vírus que circula na comunidade e a transmissão não depende apenas de práticas sexuais que incluam penetração. A exemplo do que ocorre em muitos países, no Brasil os especialistas têm notado um aumento no número de pacientes com tumores relacionados ao HPV nos últimos anos. “A recomendação é vacinar todas as crianças a partir dos 9 anos de idade preferencialmente”, orienta Morais.

 


Sociedade Brasileira de Radioterapia - SBRT
https://sbradioterapia.com.br/


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