O mês de junho é conhecido por ser o Mês da Conscientização da Infertilidade, doença que atinge aproximadamente 15% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
As causas da infertilidade são várias e pode-se dizer que é necessário investigar se o casal não atingiu a concepção dentro de 12 meses de atividade sexual regular desprotegida.
A seguir, a ginecologista do Hospital Icaraí, Dra. Flavia do
Vale, responde cinco dúvidas a respeito da infertilidade feminina:
1- Qual a idade indicada para as mulheres congelarem os
óvulos?
Não há uma idade específica universalmente indicada para que
as mulheres congelem seus óvulos, pois a decisão pode depender de vários
fatores individuais, como saúde reprodutiva, estilo de vida e objetivos
pessoais. No entanto, geralmente, muitas mulheres consideram o congelamento de
óvulos em seus 30 anos, quando ainda estão em sua fase reprodutiva, mas desejam
adiar a gravidez por motivos pessoais, profissionais ou médicos.
É importante destacar que a reserva ovariana diminui com o
tempo, e a qualidade dos óvulos também pode ser afetada pelo envelhecimento.
Portanto, quanto mais cedo o congelamento de óvulos for realizado, maiores as
chances de preservar a qualidade e a quantidade de óvulos saudáveis para o
futuro.
No entanto, cada situação é única, e é recomendado que as
mulheres interessadas em congelar seus óvulos consultem um especialista em
fertilidade. Dessa forma, poderão obter informações específicas sobre suas
circunstâncias individuais e tomar uma decisão informada com base em suas
necessidades e desejos pessoais.
2- Produtos químicos podem causar infertilidade?
Alguns produtos químicos podem ter potencial para afetar a
fertilidade, dependendo da exposição e das circunstâncias individuais. Certos
produtos químicos tóxicos e substâncias químicas presentes em ambientes de
trabalho, produtos de limpeza, pesticidas, plásticos e produtos de cuidados
pessoais podem ter efeitos prejudiciais sobre o sistema reprodutivo humano.
Alguns desses produtos químicos podem interferir nos
hormônios do corpo, afetar a produção de esperma nos homens, causar
desequilíbrios hormonais nas mulheres e levar a problemas de fertilidade. Além
disso, a exposição a essas substâncias pode aumentar o risco de aborto
espontâneo, complicações durante a gravidez e problemas no desenvolvimento
fetal.
É importante ressaltar que a extensão do impacto desses
produtos químicos na fertilidade pode variar amplamente e depender de vários
fatores, como a quantidade de exposição, a duração da exposição e a
suscetibilidade individual.
Para minimizar os riscos, é aconselhável adotar medidas de
segurança adequadas ao lidar com produtos químicos, seguir as orientações de
saúde e segurança no trabalho, usar equipamentos de proteção quando necessário
e limitar a exposição a substâncias químicas potencialmente nocivas. É sempre
recomendável consultar um médico ou especialista em fertilidade para obter
informações mais precisas e personalizadas sobre os riscos e precauções
relacionados à fertilidade.
3 – Existe idade fértil feminina?
Sim, existe uma idade fértil para as mulheres, que está
relacionada à capacidade de conceber e ter uma gravidez saudável. A maioria das
mulheres tem sua idade fértil durante o período conhecido como idade
reprodutiva, que começa com a primeira menstruação (menarca) e geralmente termina
na menopausa.
Durante a idade fértil, que normalmente ocorre entre os 15 e
45 anos, as mulheres têm a capacidade de liberar óvulos maduros dos ovários e
engravidar, desde que outras condições de saúde também sejam favoráveis. É
importante observar que a idade fértil de cada mulher é única e pode variar
devido a fatores individuais.
No entanto, à medida que as mulheres envelhecem, a qualidade
e a quantidade de seus óvulos podem diminuir, o que pode afetar a fertilidade e
aumentar as chances de complicações durante a gravidez. Isso pode resultar em
uma diminuição natural da fertilidade e um aumento na probabilidade de
dificuldades para conceber. Além disso, o risco de certos problemas de saúde,
como anomalias genéticas e abortos espontâneos, também pode aumentar com o
avanço da idade.
Cada mulher é única, e é sempre recomendável consultar um
médico ou especialista em fertilidade para obter informações específicas e
orientações personalizadas sobre a idade fértil, considerando-se fatores
individuais e histórico médico.
4 – Métodos caseiros para engravidar são seguros?
Não é recomendado confiar em métodos caseiros para
engravidar como uma alternativa segura e eficaz. A concepção bem-sucedida
envolve uma série de fatores complexos, e existem métodos médicos comprovados
para auxiliar casais que estão tentando engravidar.
Métodos caseiros, como certas posições durante o sexo,
calendários de ovulação, uso de plantas medicinais ou remédios alternativos,
não possuem evidências científicas sólidas de eficácia e podem, na verdade, ser
ineficazes ou até mesmo arriscados.
Se você está tentando engravidar, é recomendável consultar
um médico ou especialista em fertilidade. Eles podem fornecer orientações
específicas com base no seu histórico médico, solicitar e realizar exames e
oferecer tratamentos adequados, como monitoramento da ovulação, técnicas de
inseminação ou fertilização in vitro, se necessário.
Lembrando que cada casal é único e pode enfrentar
circunstâncias individuais que podem influenciar a fertilidade. Portanto, é
importante buscar aconselhamento profissional para receber orientações precisas
e adequadas às suas necessidades específicas.
5 – Alimentação saudável ajuda na fertilidade da mulher?
Sim, uma alimentação saudável desempenha um papel importante
na saúde reprodutiva e pode ter um impacto positivo na fertilidade das
mulheres. Uma dieta equilibrada e nutritiva pode ajudar a promover a regularidade
hormonal, melhorar a função ovariana e aumentar as chances de concepção.
Entre as diretrizes gerais sobre alimentação saudável que
podem beneficiar a fertilidade feminina, estão:
1. Consumir uma variedade de alimentos: inclua frutas,
legumes, grãos integrais, proteínas magras e fontes saudáveis de gorduras em
sua dieta diária. Isso garante uma ingestão adequada de nutrientes essenciais
para a saúde reprodutiva.
2. Priorizar alimentos ricos em antioxidantes: eles ajudam a
combater o estresse oxidativo e a inflamação, que podem afetar negativamente a
fertilidade. Exemplos incluem frutas vermelhas, vegetais folhosos, nozes e
sementes.
3. Escolher carboidratos complexos: opte por carboidratos de
digestão mais lenta, como grãos integrais, legumes e batata doce, em vez de
carboidratos refinados. Isso ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue e a
manter a estabilidade hormonal.
4. Consumir proteínas saudáveis: inclua fontes de proteína
magra, como carnes de aves e peixes, ovos, leguminosas e produtos lácteos com
baixo teor de gordura. A proteína é importante para a saúde e a função
hormonal.
5. Equilibrar a ingestão de gorduras: opte por gorduras
saudáveis, como as encontradas em abacates, azeite de oliva, peixes gordurosos
e nozes. Evite gorduras saturadas e trans em excesso.
6. Manter-se hidratada: beba bastante água para manter a
hidratação adequada e promover uma função celular saudável.
Embora uma alimentação saudável seja benéfica, é importante lembrar que a fertilidade é influenciada por vários fatores, incluindo saúde geral, idade, histórico médico e estilo de vida. É sempre aconselhável consultar um médico ou nutricionista especializado para obter orientações personalizadas e adequadas à sua situação.
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