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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Como evitar golpes financeiros em sua empresa? Serasa Experian dá dicas sobre gerenciamento de risco e prevenção à lavagem de dinheiro

Para evitar essas situações é necessário investir em tecnologias de inteligência antifraude

 

Os golpes em empresas estão em toda parte: fraudes, questões regulatórias, vazamento de dados e origem de recursos financeiros, até as situações externas praticamente incontroláveis – como um escândalo político/financeiro ou a ocorrência de um desastre natural. Nesse sentido, ter um plano de gerenciamento de riscos, segundo o Diretor de Soluções de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha, com o uso de tecnologia de ponta, pode ser crucial para blindar a saúde financeira e a reputação de um negócio.

“Toda e qualquer empresa pode estar sujeita a ataques digitais e danos financeiros ou reputacionais. Por isso, criar uma estratégia de autenticação e prevenção a fraudes deve ser um processo de dentro para fora. A finalidade é a de minimizar as probabilidades da ocorrência de qualquer incidente e ter uma resposta imediata e eficiente caso algo venha a acontecer”, completa o executivo.

 

Existem dois riscos comuns nas empresas, o primeiro de compliance e implementação de controles internos, e o segundo de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Para Caio, “é interessante começar com a identificação e a avaliação de riscos reputacionais e econômicos que possam estar associados à atividade da empresa, e passa pela utilização de soluções que proporcionem o monitoramento e autenticação constantes de todos esses pontos que foram identificados”. Em ambas as situações é possível criar protocolos prévios de gerenciamento de ameaças e utilização de tecnologias e analytics. Confira:

 

1.    Compliance e implementação de controles internos: com significado em inglês de “conformidade, estar dentro das regras”, os profissionais da área são responsáveis por criar políticas que garantam a identificação de conflitos de interesses no momento da contratação de fornecedores e parceiros comerciais. Em conformidade com os órgãos regulatórios, a empresa deve estabelecer quais são as políticas que podem automatizar o monitoramento e a auditoria de processos internos.

 

O “Alerta Perfil Laranja” da Serasa Experian é um exemplo de solução de identificação de possíveis fraudes ligadas ao uso de contas laranjas. O “Due Diligence” também é outro tipo de controle interno estabelecido por times de Compliance para a avaliação de empresas em processos de fusões e aquisições ou que estejam estabelecendo parcerias. Nele, vários tipos de informação sobre a empresa são levantados para embasar a decisão final (patrimônio, passivos judiciais, recursos humanos, tecnologia, contabilidade, valor de mercado, entre outros);

 

2.    Prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento de terrorismo (PLD/FTD): lavagem de dinheiro é “o ato de ocultar ou dissimular a origem ilícita de bens ou valores que sejam frutos de crimes”. Existe, inclusive, o Dia da Prevenção à Lavagem de Dinheiro, em 29 de outubro.

 

Criar protocolos de prevenção dessa prática consiste na implementação de estratégias que ajudem a identificar transações financeiras e clientes suspeitos de ocultar a origem ilícita de um recurso, para fins de reinserção destes na economia ou para o financiamento de atividades ligadas ao terrorismo. A lavagem de dinheiro no mercado financeiro é um ponto ainda mais crítico, já que a reputação da instituição envolvida nestes casos, em última instância, coloca em risco a estabilidade do sistema financeiro e, por consequência, a integridade financeira do país.

 

A Lista PEP da Serasa Experian possui funcionalidades que identificam a presença de Pessoas Politicamente Expostas (PEPs) com cargos, empregos ou funções públicas relevantes nos últimos cinco anos no Brasil, seus relacionamentos comerciais (dados de sócios, administradores e cônjuge) e parentes (pai, mãe, filhos, irmãos, avós e netos), além de dados do quadro societário. Empresas do segmento regulatório podem usar, como seguradoras, bancos, instituições financeiras e indústrias de bens de alto valor agregado (entre outros). Companhias de setores não-regulatórios também, como grandes varejistas que oferecem crédito por meio de serviços financeiros e as empresas de Telecom que optam por manter esse tipo de monitoramento ativo.

 

“Mais do que ter uma área dedicada ao Compliance, toda companhia precisa treinar os funcionários para que sejam capazes de identificar problemas e alertar os responsáveis. Desta forma, com a ajuda de um plano eficiente de monitoramento e prevenção a fraudes, eles podem se comprometer a disseminar essa cultura dentro de suas equipes e evitar que essas situações ocorram”, finaliza Caio Rocha.

Para saber mais, acesse a página de soluções de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian.

 

Serasa Experian
www.serasaexperian.com.br


Inadimplência e endividamento na capital paulista se mantêm estáveis em maio

Pesquisa da FecomercioSP aponta que 23% das famílias têm contas em atraso, enquanto outras 73,1% lidam com alguma dívida

 

Maio foi marcado pela manutenção no índice de famílias endividadas e inadimplentes na cidade de São Paulo. No período, um pouco mais de 927 mil lares paulistanos declararam ter contas em atraso, o que representa 23% do total — no mês anterior, o índice era de 22,9%. Os endividados somam 73,1% do grupo, ante os 72,9% registrados em abril. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A tendência de uma estabilidade mensal no endividamento e na inadimplência é similar quando analisadas as duas faixas de renda da PEIC. 

 

Dentre as famílias com renda até dez salários mínimos, o porcentual que afirmou ter alguma dívida passou de 75,2% para 75,5%. Entre a faixa de renda superior a dez salários, a variação atingiu 66%, ante os 66,2% em abril. A inadimplência, por sua vez, subiu 0,1 ponto porcentual (p.p.) no primeiro grupo de renda, chegando a 27,7%. Por outro lado, recuou 0,02 p.p. no segundo, de renda mais elevada (10,6% das famílias).

 

Principais dívidas


O cartão de crédito segue como a principal forma de dívida entre as famílias, citado por 84,5%. Na sequência estão os carnês, com 13,4%, e o crédito pessoal, com 11,7%. Segundo o levantamento, um dado positivo é a redução anual no porcentual de endividados no cheque especial: de 6% para 3,5%. Para a FecomercioSP, trata-se de um movimento importante nos lares, uma vez que a taxa média de juros na modalidade chega a 129% ao ano (a.a.), contra 42% do crédito pessoal, de acordo com dados do Banco Central (Bacen).

 

Cenário longe do ideal


Ainda de acordo com a PEIC, as condições econômicas das famílias estão melhores do que há um ano, porém ainda longe de um ideal — cenário confirmado pela pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também da FecomercioSP. No quinto mês do ano, a variação recuou 1,8%.

 

Todos os sete itens analisados pelo ICF apontaram resultado negativo no mês. As maiores quedas foram vistas no crédito e nas perspectivas de emprego e consumo. O acesso a crédito retraiu 2,7%, seguido de perspectiva profissional, que apresentou índice negativo de 2,3%, e perspectiva de consumo, com queda de 2,2%. No Índice de Confiança do Consumidor (ICC), a tendência também foi de queda mensal (-2,3%). 

 

Consumidores menos otimistas


No mês, também se identificou queda no otimismo dos consumidores paulistanos, tanto no curto quanto no longo prazo. O índice das condições econômicas atuais retraiu 2%, ao passo que o de expectativa do consumidor apresentou queda de 2,5%. De acordo com a Federação, as três pesquisas apontam que a inflação, embora arrefecida, permanece em patamar elevado. Essa situação dificulta um ganho mais forte das condições econômicas. 

 

Por outro lado, o quadro é mais favorável do que o visto no mesmo período de 2022. No entanto, para que haja um avanço mais significativo dos índices de confiança e redução da inadimplência, é necessário a combinação entre maior geração de empregos, inflação mais baixa e dissipada e redução dos juros. 


A queda nos preços da gasolina e do gás de cozinha, no quinto mês do ano, pode ser benéfica à economia do orçamento doméstico, aliviando o bolso dos consumidores. Esse cenário que pode gerar aumento da confiança e, ao mesmo tempo, espaço para pagar contas em atraso. Segundo a FecomercioSP, ainda que a conjuntura seja desafiador — e por mais que os dados de maio tenham fugido da trajetória dos últimos meses —, a tendência no longo prazo é de melhora.

 

Notas metodológicas


PEIC


A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor. O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.

 

ICF

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.

 

ICC


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

 

FecomercioSP


Com tecnologia já disponível, fraude das Americanas poderia ter sido evitada, alerta especialista

Adoção do blockchain inviabiliza as inconsistências contábeis da empresa, avalia Antonio Hoffert, sócio-fundador da H3aven


O reconhecimento da própria empresa ontem (13.06) de que houve fraude em balanço divulgado no início do ano colocou as Americanas novamente sob os holofotes do mercado financeiro. Para analistas ligados ao setor de tecnologia, como Antonio Hoffert, sócio-fundador da H3aven, a adoção da tecnologia blockchain poderia ter evitado que as inconsistências contábeis da companhia fossem executadas. 

Hoffert explica que, por meio da blockchain, é possível blindar as informações de balanço contábil com segurança, para que se tornem auditáveis em tempo real, sem necessidade de auditorias externas, que recentemente estão se mostrando ineficazes para proteger investidores. “Escândalos empresariais recentes comprovam esse problema de agência das auditorias, que recebem seus pagamentos dos próprios objetos de análise. Isso afeta grandes empresas mundo afora e contamina segmentos inteiros”, avalia o especialista. 

Ele lembra que as Americanas tiveram uma nota alta em “governança corporativa e alta gestão” no Índice de Desenvolvimento Sustentável da B3, publicado ainda no começo do ano, antes da explosão da crise contábil que tomou os noticiários e pegou o mercado financeiro de surpresa — a holding brasileira recebeu nada menos que 91,79 pontos de um total de 100, o que garantia seu lugar entre as vinte empresas mais sustentáveis do país. 

“Em um cenário de interesses conflitantes, como na miscelânea contábil da Americanas, a excelente avaliação de governança como prelúdio de um revés contábil, digno de associação com o episódio do Lehman Brothers, parece um problema até então sem solução, fadado a se repetir inúmeras vezes. Porém, a minha visão é diferente: entendo que a tecnologia blockchain permite a criação de uma camada de confiança capaz de armazenar consensos entre clientes e fornecedores a fim de garantir uma inequivocabilidade e impossibilitar a fraude”, defende Hoffert.

 

Mecanismos de consenso


A solução se daria mediante uma aplicação denominada mecanismo de consenso, no qual as partes integrantes de um acordo seriam capazes de registrar um acordo sobre a natureza de toda transação. “Uma compra de uma mercadoria envolve um consenso entre duas partes: as condições de pagamento e o valor do produto. Com esse consenso registrado em Blockchain, um contrato inteligente automaticamente atualizaria os demonstrativos contábeis com os resultados financeiros e físicos da transação”, explica o especialista.
 

Uma vez que a contabilidade da empresa seria 100% validada em tempo real por terceiros que têm interesses difusos, muitas vezes antagônicos aos da empresa, “chegamos à verdade por meio de um processo dialético registrado em um cartório agnóstico. Dessa forma, a reputação da própria cadeia de valor com a qual a organização interage se torna o lastro de sua governança contábil. Assim, os acionistas e o conselho administrativo ganham visibilidade completa da saúde financeiro/contábil sem precisar confiar em relatórios de um gestor específico”, completa.


O G do ESG 

Ele acredita que o episódio expõe ainda uma das maiores lacunas do “G” da sigla ESG: enquanto conhecemos diversos sistemas e aplicações automatizadas para controle de estoque e gestão de pessoas, por exemplo, falta tecnologia que garanta a governança. “É nessa lacuna que a tecnologia blockchain se tornou vital para companhias que precisam ancorar ações reais de ESG”.

 

Antonio Hoffert - economista e pioneiro na estruturação de soluções baseadas em blockchain da América Latina. Autor de um plano de Desenvolvimento Econômico Sustentável para o Governo Brasileiro e da obra “Criptonomia – Economia pós Blockchain”, -- que recentemente foi listada como bibliografia oficial do Tribunal Superior de Justiça -- Hoffert também é professor de Aplicações de Blockchain e Finanças Corporativas nos cursos de mestrado da Grande École de Commerce et de Management.


A profissão de Social Media como alternativa ao desemprego

O Brasil enfrenta um desafio constante no que diz respeito ao desemprego. A falta de oportunidades e a instabilidade econômica afetaram a vida de milhões de brasileiros. Para muitos, as chances de recolocação no mercado de trabalho são pífias, sobretudo quando os desempregados tentam conseguir um emprego com ganhos equivalentes aos que tinham. 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no país ficou em 14,7% no primeiro trimestre de 2023, o que representa cerca de 15,6 milhões de pessoas desempregadas. Esses números evidenciam a urgência de buscar novas alternativas e oportunidades de trabalho. 

Nesse contexto, surge a profissão de Social Media como uma alternativa promissora para aqueles que buscam (re)inserção no mercado de trabalho. As oportunidades e benefícios dessa profissão, como flexibilidade, autonomia, diversidade de setores e boa remuneração são alguns elementos que atraem cada dia mais pessoas a se qualificarem para exercer essa função. 

Em meio ao cenário ansioso do desemprego, a profissão de Social Media vislumbra como uma área em crescimento no Brasil. O avanço tecnológico e a transformação digital têm impulsionado a presença das empresas nas redes sociais, aumentando assim a necessidade de profissionais em gerenciamento de suas mídias sociais. 

Segundo o relatório digital de 2022, da We Are Social e da Hootsuite, o Brasil possui cerca de 150 milhões de usuários ativos nas redes sociais, tornando-se um mercado estratégico para as empresas. Isso impulsiona a demanda por profissionais de mídias sociais, capazes de criar estratégias eficientes para os clientes a fim de alcançar e engajar seu público-alvo. 

Já um estudo da consultoria McKinsey mostra que empresas que utilizam mídias sociais de forma estratégica têm 2,5 vezes mais chances de ter um desempenho financeiro acima da média. Isso evidencia o impacto positivo que uma presença forte nas redes sociais pode ter nos resultados de uma empresa. 

No entanto, para aproveitar as oportunidades no campo da mídia social é importante desenvolver habilidades fundamentais. Um dos requisitos indispensáveis do Social Media consiste no conhecimento das plataformas, dominando as principais redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, TikTok e WhatsApp. Compreender suas funcionalidades e, principalmente, seu público, é fundamental para criar estratégias assertivas de comunicação. 

Em tempos de instabilidade econômica e desemprego, somados aos novos recursos tecnológicos, como a inteligência artificial e, ainda, a mudança de comportamento das pessoas, como assistir menos tv e passar mais tempo nas redes sociais, constata-se uma radical transformação no mercado de trabalho, onde as empresas querem marcar presença onde há audiência. 

Nessas condições, uma qualificação profissional em Social Media abre caminhos para oferecer às empresas soluções eficazes em ambientes que lhe trarão os resultados almejados. É uma excelente chance de trabalho que independe de cenários adversos da economia, que pode garantir ao profissional bons clientes e, consequentemente, ótimos ganhos financeiros. O desemprego assusta aqueles que não criam suas próprias oportunidades. 



Vinícius Taddone - diretor de marketing e fundador da VTaddone®
www.vtaddone.com.br


Advogado opina sobre proposta de Trump para acabar com cidadania de filhos de pais indocumentados nos EUA

De acordo com Daniel Toledo, advogado e especialista em Direito Internacional, a ideia é inconstitucional e há alternativas melhores


Recentemente, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as suas redes sociais para abordar vários assuntos, mas um em especial chamou a atenção. O republicano afirmou que, se for eleito, tentará acabar com a cidadania para filhos de pais indocumentados no país. Será que a proposta é constitucional?

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, muitas promessas de campanha funcionam apenas como isca para chamar a atenção dos eleitores mais radicais, mas não necessariamente são levadas adiante.  “Neste caso,  acredito que seria algo inconstitucional, pois retiraria o direito à cidadania por territorialidade. Entendo que o ex-presidente pode usar a promessa como um mote da campanha, mas para que de fato fosse colocada em prática, teria que contar com o apoio do Congresso, o que não acredito que teria”, opina.

O advogado explica que, em sua opinião,  haveria alternativas para melhorar a qualidade da imigração nos Estados Unidos sem restringir o direito à cidadania por territorialidade. “O que eu mudaria, por exemplo, seria a transmissão “eterna” de green cards. Atualmente, quando a pessoa se torna cidadã, pode trazer até os irmãos e os pais, porém, o green card foi concedido a um determinado perfil e não faz sentido que outras pessoas totalmente diferente ganhem a cidadania por colateridade”, acredita.

O especialista em Direito Internacional aponta que há pesquisas que indicam que cada imigrante, que recebe o direito de viver nos Estados Unidos, poderia levar até outras quinze pessoas atreladas. “Ou seja, um único casal poderia garantir a vinda de outras trinta pessoas para os Estados Unidos, sendo que o benefício, por uma série de razões, foi concedido apenas ao casal”, conclui.



Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos


Toledo e Advogados Associados
http://www.toledoeassociados.com.br


A Amazônia tem solução

 Quanto Custa um Pacto Floresta, Planeta e Pessoas?


É possível, sim, concertar os interesses que compõem a equação amazônica, hoje estancada em um debate político polarizado e estéril. Urge um diagnóstico realista e corajoso, que pavimente o caminho entre anseios e realidade. Empacado em perigosa zona de conforto, o debate prestigia os extremos em conflito. Uns querem destruir totalmente, outros manter a Amazônia intocada. No centro, 29 milhões de amazônidas fazem no cotidiano a escolha entre preservar e sobreviver.

De forma simplificada, prevalecem dois extremos de percepção da questão amazônica.

Num lado, os defensores incongruentes da liberdade invocam princípios como propriedade privada, soberania, livre iniciativa, mas não aceitam cumprir o código ambiental. Naquilo que lhes convém, clamam pela Lei. Argumentam que a questão ambiental é mero protecionismo, e as mudanças climáticas um pano de fundo para o neocolonialismo.

No outro extremo, os ambientalistas neomalthusianos acreditam num cataclisma ambiental global e defendem uma Amazônia intocável, trazendo propostas cada vez mais restritivas. Não aceitam o código ambiental como um instrumento soberano e legítimo. Nutrem a polarização entre “agronegócio e agricultura familiar”. Ao questionarem a legitimidade da propriedade privada, inibem soluções como o pagamento por serviços ambientais.

A edição do código ambiental foi precedida de longo debate em nossa sociedade, equacionou um emaranhado de leis anteriores, buscou legalizar quem queria cumprir a Lei.

Mas a sua efetiva implementação não é tão simples, porque na visão de uns, a regularização ambiental e também a fundiária representam uma ameaça existencial para o Planeta, porque torna legítimo desmatar até 20% de área dos imóveis na Amazonia, alguns destes imóveis, argumentam, apropriados de áreas públicas ou de povos tradicionais. Insistem que no Brasil têm pelo menos 120 milhões hectares já desmatados, que estão subutilizadas produtivamente ou que servem apenas para especulação imobiliária, há espaço para produzir sem desmatar. Para outros, protelar permite conviver com a ilegalidade e não ter que arcar com o ônus de reflorestar áreas produtivas ocupadas

irregularmente. Enquanto polos antagônicos se enfrentam e se sabotam, o desmatamento avança.

Os produtores brasileiros devem reduzir parte produtiva de seus imóveis em reservas ambientais (no caso do bioma Amazônia 80%). É como construir um hotel, mas não poder utilizar comercialmente todos os seus apartamentos. É um problema de alocação eficiente de recursos e também um paradoxo, porque os serviços ambientais resultantes da preservação são um bem público (usufruídos por toda a humanidade), mas suportados por ônus e risco de um privado. É preciso considerar o pagamento pelos serviços ambientais.

O Brasil é dono de 851.000.000 hectares, dos quais pode-se considerar que 25% (212 milhões de hectares) são reservas ambientais privadas, mantidas pelos proprietários de terra. Considerando o custo de oportunidade da atividade pecuária (segundo dados da Inttegra, um ganho médio de R$ 400,00/hectare/ano) remunerar 212 milhões de hectares custaria anualmente cerca de US$ 16 bilhões de dólares. E quanto vale para humanidade a preservação de 212 milhões de hectares, convertida em mitigação dos gases de efeito estufa e de riscos diversos derivados das mudanças climáticas?

O orçamento do setor bélico global equivale a 2,2% de US$ 96,5 trilhões, ou seja US$ 2,2 trilhões/ano. Ora, investir US$ 16 bilhões de dólares em preservação efetiva representaria apenas 0,2% do PIB planetário.

Em contrapartida, o produtor deveria considerar que não faz sentido avançar em desmatamento, mesmo legal, que o caminho da incorporação tecnológica permite romper com ciclo vicioso de baixa produtividade, baixa renda e pressão sobre novas áreas.

Um pacto entre produtores rurais, outros atores econômicos, ambientalistas e as perspectivas da Ciência e do Estado começa pelo desarme de preconceitos e ideologias. As soluções tecnológicas que assegurem emprego e renda sustentáveis, comprometidos com a responsabilidade social, ambiental e econômica já existem. As moedas de troca para a construção desse pacto são pagamento pelos serviços ambientais, a inclusão tecnológica e a moratória do desmatamento.

 

Oberdan Pandolfi Ermita - economista, produtor rural e dirigente cooperativista

 

quarta-feira, 14 de junho de 2023

14/06 – Dia Mundial do Doador de Sangue

Legislação poderá ampliar produção de medicamentos à base de plasma no país


Derivado do sangue trata hemofilia, insuficiência renal crônica, doenças do fígado, imunodeficiências e outras enfermidades, mas o Brasil ainda não consegue atender a demanda
 

O plasma é um componente do sangue fundamental para tratar diversas doenças. Entretanto, a maior parte do plasma coletado nas doações de sangue pelos hemocentros privados brasileiros é jogada no lixo, porque a legislação não permite o seu aproveitamento. 

Medicamentos feitos com plasma tratam hemofilia, insuficiência renal crônica, doenças do fígado, imunodeficiências e outras enfermidades, mas o Brasil ainda não consegue atender a demanda de todos os pacientes por meio do sistema público de saúde. O tema está sendo discutido no Congresso, pela PEC 10/2022, que defende a entrada da iniciativa privada para melhorar o atendimento à população e salvar milhares de vidas anualmente. 

Confira o atual panorama deste hemoderivado no país:


Perda da voz é uma das principais causas de afastamento de professores

Profissionais do Voice Center do Hospital Paulista vão ensinar técnicas vocais a esse público nesta quinta-feira (15), no Sesc Vila Mariana


Patrocinador da Campanha Nacional da Voz – que segue até o final de julho em todo o país – o Hospital Paulista vai capitanear em parceria com Sesc Vila Mariana, mais uma ação integrada à iniciativa, no dia 15 de junho. Dessa vez mirando os professores de escolas públicas e privadas e demais interessados no tema. O objetivo é orientá-los sobre cuidados que devem ter em relação ao uso da voz - instrumento essencial para quem exerce carreira na docência.                                                                                                                       

Por esse motivo é que o Dr. Domingos Tsuji, médico especialista em diagnóstico de patologias de laringe e responsável pelo Voice Center do Hospital Paulista, virá especialmente a esse encontro, acompanhado da fonoaudióloga Bruna Rocha. 

Ambos falarão da voz sobre um ponto de vista especializado aos docentes, além de auxiliá-los em exercícios de aquecimento e treinamento. A conversa ocorrerá em formato de bate-papo, a ser apresentado por Octávio Weber, da Gerência de Educação para Sustentabilidade e Cidadania do Sesc, que fará a mediação entre os entrevistados e a plateia presente. Alunos do curso de canto do Sesc Consolação também farão parte da integração. 

"É muito importante que nós, profissionais da voz, tenhamos uma interface maior com os docentes. Não só pela natureza da atividade, que exige muito da voz e por isso merece cautela redobrada, mas por serem grandes multiplicadores de conhecimento e informação. É importante que eles tragam essa discussão para o meio deles e estejam atentos às preocupações que envolvem o tema", observa o Dr. Tsuji. 

Na mesma linha, a fonoaudióloga Bruna Rocha entende que o compartilhamento de experiências e conhecimentos pode fazer toda a diferença no dia a dia dos profissionais de ensino. "Há medidas simples que são muito eficientes para a prevenção de problemas vocais. Beber bastante água, por exemplo, assim como fazer exercícios para diminuir a tensão na região do pescoço e dos ombros; não tentar competir com os ruídos em sala de aula; alterar períodos de explanação com outras atividades. Há várias maneiras de evitar a fadiga da voz". 

Pesquisa do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinprosp), em parceria com o Centro de Estudos da Voz, aponta que 63% dos professores já tiveram problemas com a voz. No setor público, dados do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP (Apeoesp) indicam que a perda de voz é um dos motivos que mais justificam afastamento de professores por questões médicas.

 

Campanha Nacional da Voz 

Lançada no último dia 10 de abril, a Campanha Nacional da Voz segue até o dia 31 de julho com ações em todo o país focadas nos mais variados públicos. O objetivo é alertar a população sobre os principais cuidados com a voz e sobre a importância da prevenção de doenças vocais.  

O Hospital Paulista é o patrocinador oficial da campanha, que tem como organizadores a Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) em parceria com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

 

 

Serviço

Bate-papo sobre os Cuidados com a Voz com Profissionais do Voice Center do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Dia: 15/6
Quinta-feira às 19h
Praça de Eventos – Sesc Vila Mariana
Autoclassificação: livre

* Apresentação será gratuita, sem necessidade de retirada de ingressos.

 

Sesc Vila Mariana | Informações
Endereço: Rua Pelotas, 141, Vila Mariana - São Paulo
Central de Atendimento (Piso Superior – Torre A): terça a sexta, das 9h às 20h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (obs.: atendimento mediante a agendamento). 
Estacionamento: R
5,50 a primeira hora + R 2,00 a hora adicional (Credencial Plena: trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). R 12 a primeira hora + R 3,00 a hora adicional (outros). 125 vagas.
Paraciclo: gratuito (obs.: é necessário a utilização travas de seguranças). 16 vagas


Inteligência Artificial na saúde: conheça os benefícios e os cuidados que se deve ter

 Especialista fala sobre a atuação dos robôs em atendimentos médicos, os desafios e o futuro do setor


A relação de dependência das pessoas com a tecnologia vem, ao longo dos anos, crescendo em ritmo acelerado, principalmente após o início da pandemia da Covid-19, em 2020, quando foi necessário o isolamento social entre as medidas preventivas para se evitar a disseminação da doença. Com ela, também foram intensificados os múltiplos usos da telemedicina e o aperfeiçoamento da Inteligência Artificial (IA) na área da saúde. 

De acordo com Kenneth Corrêa, especialista em negócios digitais e metaverso, a chamada IA Generativa está passando por uma fase de revolução com a criação da ferramenta  Chat GPT, a mais nova inteligência artificial capaz de atuar com rapidez e agilidade na criação de novos conteúdos, inclusive na área da saúde.

“O que nos deixa mais fascinados pelas IA é a velocidade com que as coisas acontecem e a assertividade com que estão sendo obtidos os diagnósticos médicos. Inclusive, recentemente, foi desenvolvido um teste com pacientes atendidos por médicos humanos e pela ferramenta Chat GPT. Embora não soubessem que estavam conversando com uma IA, 80% das pessoas preferiram o atendimento feito pelo robô”, conta o especialista, referindo-se ao estudo publicado em abril/23 pela JAMA Medicina Interna .

Recentemente, o Google anunciou a evolução de sua plataforma de inteligência artificial e seu próprio modelo de linguagem, o PaLM (para concorrer com o GPT da OpenAI e o LLaMA da Meta). A empresa global ressaltou que, dentre as várias áreas que estão usando, existe uma específica para o atendimento médico: o Med-PaLM-2, que passou com excelência no exame de proficiência americano.  A ferramenta foi testada por médicos especialistas e é capaz de ler exames (inclusive de Raio X), resumir conceitos e elaborar relatórios médicos.

Na área da saúde, Kenneth também ressalta a utilização das técnicas Machine Learning e Redes Neurais, as quais possibilitam a leitura de exames de imagem, como raio-x e ressonância magnética, e a leitura de exames de padrões, como ecocardiograma.


Agilidade no atendimento

A inteligência artificial na saúde funciona como uma enciclopédia. “Ela tem uma base de dados com basicamente todos os diagnósticos que foram feitos num determinado hospital, por exemplo, e que estejam registrados em sistema, contando todo o histórico do paciente. 

Essas informações são cruzadas com as de livros de Medicina, de todo o Catálogo Internacional de Doenças. Assim, a IA reconhece e identifica sinais, sintomas e exames e, a partir dali, recomenda o diagnóstico mais provável”, explica Kenneth, lembrando que, por conta da regulamentação global, o laudo final quem assina é o médico humano, após analisar as respostas dadas pela IA.

Um dos principais ganhos na aplicação da IA na saúde refere-se à chamada personalização em escala, ou seja, a possibilidade de prestar um atendimento personalizado, com qualidade, para uma grande quantidade de pessoas.

 “Eu não vejo, ainda, uma modificação no sistema de saúde em que o robô vai fazer um atendimento completo. Mas, se ele beneficia a operação de atendimento fazendo uma triagem, por exemplo, o médico ganha agilidade. Então é muito válido utilizar a IA como ferramenta de apoio, pela facilidade e praticidade”.

É o caso do Sistema Laura, que, em 2020, começou a ser instalado em instituições brasileiras de saúde pública. A partir desta IA e da tecnologia cognitiva, os dados da rotina hospitalar são gerenciados e alertas são emitidos para a equipe assistencial, para que os pacientes mais críticos sejam atendidos com prioridade e recebam o tratamento adequado o quanto antes. Milhares de vidas já foram salvas por causa desta tecnologia, desenvolvida pela healthtech Laura. 


Mas é seguro?

Com tantos avanços na IA na área da saúde, a pergunta que paira no ar é: os atendimentos feitos pelos robôs são seguros? 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta, no último dia 16, de que é preciso muita cautela ao usar a nova tecnologia em busca de diagnósticos e tratamentos.

Kenneth se posiciona a favor deste alerta, uma vez que, em sua opinião, “algo que a gente não está pronto para fazer como humanidade, como sociedade organizada do ano 2023, é o robô fazer o diagnóstico, tampouco ser responsabilizado pelo diagnóstico”.

Segundo o especialista, é possível a IA confundir uma informação e seguir o atendimento de maneira errônea. “Por isso, a forma como eu recomendo que centros clínicos, hospitais, os próprios profissionais da saúde utilizem o que já tem disponível de IA é sempre como um apoio na produtividade, na realização do pré-diagnóstico, de forma que o robô ajude o profissional de saúde, o qual deve ser responsável e sempre checar todas as informações passadas pela máquina antes de realizar um atendimento”.


Os desafios atuais

A questão da responsabilização é um dos desafios da Inteligência Artificial. “Quem será responsabilizado caso o atendimento apresente uma falha de sistema? É claro que, por trás de todo atendimento, tem que estar o médico humano e a sua responsabilidade por aquele paciente”.

Outra dificuldade é a aceitação das pessoas em serem atendidas por um robô. “Tudo bem dizer que, no teste citado, a qualidade no atendimento do Chat GPT ganhou nota mais alta. Mas será que o paciente sabia que estava sendo atendido por um robô? As pessoas gostam de conversar com outra pessoa, sentem-se mais seguras em saber que estão sendo atendidos por alguém que dá a devida atenção ao caso delas”.

E um terceiro desafio a ser pontuado é o custo. “Como a IA funciona como uma enciclopédia, só é possível gerar conhecimento de atendimento médico, de diagnóstico, em cima de um histórico, em cima da base de dados. E então, se você usa uma IA Proprietária, que foi desenvolvida, por exemplo, por uma universidade de Medicina, ela vai te liberar o uso e vai cobrar por isso. Ou então você terá que lidar com os investimentos de criar sua própria base de dados”. 


O futuro da IA na área da saúde

Para Kenneth, o futuro da aplicação da inteligência artificial na área da saúde é bastante promissor. “Com a revolução do Chat GPT, de outubro de 2022 para cá, as pessoas estão aceitando muito mais que existe IA, que ela já é usada no dia a dia em algumas áreas específicas. Essas mudanças ajudam a diminuir bloqueios e barreiras. As pessoas vão percebendo que o mundo está cada vez mais complexo e que é possível usar a IA ao nosso favor. Sem contar que o Chat GPT é acessível e qualquer pessoa pode desenvolver uma solução usando a ferramenta”.

Além da aceitação, outro fator importante para o futuro da IA na saúde são os investimentos feitos pelos grandes players de tecnologia. “Multinacionais como Google, Meta, Amazon, IBM estão apostando alto em IA. Em geral, para onde vai o dinheiro, há um desenvolvimento acelerado, resultando em boas ideias e boas soluções”, conclui. 

 

Kenneth Corrêa – especialista em inovação, negócios digitais, novas tecnologias, inteligência artificial e metaverso. Professor de MBA da FGV. Há mais de 15 anos desenvolve e monitora projetos de marketing e tecnologia, atendendo empresas como Suzano, Mosaic Fertilizantes, Leica Microsystems, entre outras. Diretor de Estratégia da agência 80 20 Marketin
 

Cidades com mais áreas verdes registram menos internações por doenças respiratórias

Pesquisadores da PUCPR analisaram dados referentes a 397 municípios do Paraná a partir de fontes como DATASUS, IBGE e Senatran


As internações hospitalares por doenças respiratórias são menores em municípios com mais áreas verdes. Foi o que comprovou estudo conduzido por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O objetivo do trabalho era avaliar como a infraestrutura verde urbana (IVU), composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde da população.

“A IVU contribui com as ações voltadas à mitigação e adaptação às mudanças climáticas, reduz os riscos de desastres associados a eventos meteorológicos extremos e auxilia no planejamento e desenvolvimento urbano sustentável. Adicionalmente, ela age nos estressores ambientais urbanos relacionados de várias formas à saúde humana, como as poluições sonora e do ar, assim como nas ilhas e ondas de calor e na redução da poluição atmosférica, que aumenta os riscos e está muitas vezes associada à ocorrência de enfermidades respiratórias”, comenta a engenheira civil Luciene Pimentel, professora do PPGTU da PUCPR e uma das autoras da pesquisa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 99% da população mundial respira ar que excede os limites de qualidade recomendados pela entidade. Ainda, estima-se que, além de inúmeros problemas de saúde, a poluição atmosférica cause 7 milhões de mortes anuais no planeta.

Para desenvolver o estudo, os pesquisadores da PUCPR analisaram informações de 397 cidades do estado do Paraná, a partir de técnicas de mineração de dados de domínio público, oriundos de fontes como DATASUS, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná.

Algumas características foram ponderadas pela população total e por segmentos relacionados a sexo e faixa etária. Dois indicadores foram escolhidos para representar a IVU: um associado à arborização de ruas e outro à área de unidades de conservação da biodiversidade por habitante nos limites do município.

“Os resultados mostraram que as características selecionadas para o estudo foram adequadas e tiveram sucesso na representação do fenômeno, no caso, as internações hospitalares por saúde respiratória. Nossa conclusão foi no sentido de que os espaços verdes urbanos como unidades de conservação da biodiversidade têm um efeito positivo na proteção para doenças respiratórias, uma vez que estes indicaram um efeito na redução das taxas de hospitalização”, pontua Luciene, acrescentando que indicadores de pobreza também são relevantes para analisar o cenário.

A professora da PUCPR ainda aponta que as taxas de internação por enfermidades do aparelho respiratório, descritas no Capítulo X da 10ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), foram inversamente correlacionadas com as taxas de biodiversidade. Em média, as internações por doenças respiratórias foram menores para os municípios com áreas verdes de biodiversidade. Ademais, o indicador de biodiversidade se mostrou mais relacionado à proteção da saúde respiratória do que o de arborização urbana.

“Esses resultados podem subsidiar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e da gestão da saúde urbana. A redução das taxas de internações por doenças respiratórias têm um benefício colateral na redução dos custos com hospitalizações por agravos de saúde e outras infecções, podendo contribuir ainda para a redução do absenteísmo escolar e no trabalho”, diz a engenheira civil. 

O artigo “Ecosystems services and green infrastructure for respiratory health protection: A data science approach for Paraná, Brazil” (“Serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil”, em tradução livre) pode ser acessado na íntegra no link: https://www.mdpi.com/2071-1050/14/3/1835. O estudo também é assinado pelos professores Edilberto Nunes de Moura e Fábio Teodoro de Souza, da PUCPR, e pelo doutorando do PPGTU Murilo Noli da Fonseca.


Prática de exercícios físicos na gestação é fundamental para a saúde da mãe e do feto

Ressalta-se ainda a importância de adaptar os exercícios físicos na gestação, pois é comum a mulher perceber oscilações na disposição e tolerância à intensidade dos exercícios físicos rotineiros

 

A prática de atividade física é fundamental para uma gestação saudável, contribuindo tanto para a manutenção da saúde da mãe quanto do feto. A médica obstetra, com mais de 20 anos de experiência profissional, dra. Bruna Pitaluga explica que a importância da atividade física na gravidez se dá muito em razão de sua influência na angiogênese (formação de novos vasos), processo importante por oferecer o suporte necessário para a placenta, órgão altamente invasivo e que requer um ambiente adequado.

Segundo dra. Bruna, para que a angiogênese ocorra é imprescindível uma boa oxigenação e aporte nutricional e estes são garantidos pela atividade física. “Quando a mulher está em repouso não é possível fornecer os fatores indispensáveis para o processo de formação de novos vasos. Muito pelo contrário, a falta de atividade física favorece à inflamação do corpo, que é condição prejudicial à gestação”, explica.

Movimentar o corpo é benéfico à gestação também devido a seu papel na contração do músculo, tecido responsável pelo bom funcionamento do organismo, ao produzir energia, melhorar a resistência à insulina e participar do metabolismo da glicose, carboidratos e colesterol. “A prática de atividade física ajuda ainda a gestante a dormir melhor, reduz seus níveis de estresse e ansiedade e auxilia na redução dos níveis de cortisol, que podem interferir no metabolismo fetal”, afirma dra. Bruna.

Além do mais, destaca a médica obstetra, estudos apontam que bebês de mães que praticam atividades físicas têm circunferência craniana maior, ou seja, apresentam massa cerebral de potencial superior comparado a outros grupos e, consequentemente, uma maior cognição.

Nesse sentido, com o objetivo de proporcionar circunstâncias adequadas para o crescimento e desenvolvimento fetal, assim como para a saúde materna, não apenas a atividade física é recomendada, mas também o exercício físico. Este, destaca dra. Bruna, fornece melhores condições e benefícios para aquela, por ser atividade bem estruturada, com uma sequência sistematizada de movimentos do corpo.

Não obstante a recomendação da prática de exercício físico durante os noves meses de gestação, a médica obstetra salienta a necessidade de se compreender que há pontos diferentes que devem ser considerados ao longo da gravidez, de acordo com a demanda de cada mulher. “Por isso a análise do histórico clínico de cada paciente é imprescindível para determinar o tipo e a intensidade da atividade física no período gestacional”, diz.

Dra. Bruna destaca que a própria gestante pode ajudar nessa modulação da atividade física a ser praticada. Isto porque ela consegue perceber seu corpo mais ou menos cansado para a prática do exercício físico conforme a gestação avança. Por exemplo, ao longo do segundo trimestre gestacional, ela tende a se sentir bem e disposta, em razão da diminuição da gonadotrofina coriônica, da produção do lactogênio e do aumento placentário próprios desse período. Já a partir das 24ª e 28ª semanas, a sensação de cansaço aumenta, porque as funções cardiovasculares ficam sobrecarregadas com a expansão do volume do feto em decorrência de seu crescimento.

Assim, ressalta a médica obstetra, identificando os momentos de dificuldade e facilidade, tanto dos tipos de estímulos quanto da força utilizados ao se exercitar, de acordo com as sensações corporais, a gestante consegue adaptar a prática de exercícios, de maneira que ela seja benéfica à sua própria saúde e a do feto. “Para isso, é fundamental que a gestante busque um profissional capacitado que preste a assistência necessária durante a prática de exercícios físicos ao longo do período gestacional”, alerta.

 

Dra. Bruna Pitaluga - Formação em Medicina pela Universidade de Brasília – UnB. Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de Brasília – UnB. Pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN. Especialização em Medicina Funcional pelo Instituto de Medicina Funcional - IFM, EUA. Curso em Nutrigenômica pela Universidade da Carolina do Norte - UNC, EUA


Proteína identificada no carrapato-estrela pode ser alvo para uma vacina contra a febre maculosa

Molécula estudada por pesquisadores da USP favorece
 o crescimento do aracnídeo transmissor da doença,
que mata até 28% dos infectados no Brasil. Resultados
 foram divulgados na revista 
Parasites & Vectors 
(
foto: Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes/ICB-USP)

Estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na revista Parasites & Vectors aponta um potencial alvo para o desenvolvimento de uma vacina contra a febre maculosa.

No Brasil, a doença é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente pelo carrapato-estrela e comum na região do Cerrado e em áreas degradadas da Mata Atlântica. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos três anos, foram registrados, em média, 160 casos por ano, com letalidade de cerca de 28%. Três mortes decorrentes da infecção foram confirmadas esta semana no Estado de São Paulo pelo Instituto Adolfo Lutz. As três vítimas estiveram em um mesmo evento realizado na região de Campinas no dia 8 de junho. A doença tem como principais sintomas febre alta e súbita, dor de cabeça, abdominal e muscular. Pode haver erupções no local da picada do carrapato. O tratamento imediato com antibióticos é recomendado para evitar o agravamento do quadro.

Estudos anteriores do mesmo grupo da USP, sediado no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), já haviam mostrado que, ao infectar o carrapato-estrela, a Rickettsia rickettsii é capaz de inibir no hospedeiro um processo chamado apoptose (que é a morte programada das células do aracnídeo), favorecendo seu crescimento. Essa “sobrevida” dá à bactéria tempo para se proliferar e infectar novas células.

No trabalho mais recente, apoiado pela FAPESP por meio de três projetos (13/26450-220/16462-7 e 21/03649-4), a ideia foi silenciar a expressão gênica da principal proteína inibidora da apoptose, a IAP (do inglês, inhibitor of apoptosis protein), com o objetivo de reduzir o crescimento da bactéria e tornar o carrapato-estrela mais resistente à infecção. Para isso, a alimentação dos aracnídeos foi reproduzida em laboratório, com sangue de coelhos infectados e não infectados por R. rickettsii.

“Observamos que, independentemente da infecção, os carrapatos morriam ao se alimentar, destacando a importância da IAP para sua sobrevivência”, explica Andréa Cristina Fogaça, professora do Departamento de Parasitologia do ICB-USP e coordenadora do estudo. “Essa informação sugere algo ainda mais interessante do que apenas bloquear a infecção: é possível conter e diminuir a densidade populacional do hospedeiro.”

As taxas de mortalidade dos carrapatos-estrela durante o experimento ficaram acima de 92%. Esses resultados sugerem que a alimentação do carrapato, independentemente de estar infectado, gera radicais livres que ativam a apoptose. Com a IAP silenciada, os carrapatos não conseguem sobreviver.

Foco no hospedeiro

A importância de centrar esforços científicos no carrapato-estrela para criar uma possível vacina contra a febre maculosa é simples: “Além de transmissor, o carrapato funciona como um reservatório de Rickettsia rickettsii no ambiente”, explica Fogaça. “Uma vez infectada, a fêmea pode fazer a transmissão para a prole, mantendo a bactéria ativa por gerações consecutivas nas populações de carrapatos.”

Os próximos passos da pesquisa são confirmar que a alimentação sanguínea é realmente o fator que promove a apoptose pela produção de espécies reativas de oxigênio e, possivelmente, expandir os experimentos para outras espécies de carrapato.

Além da importância médica, com a diminuição da transmissão da bactéria para seres humanos, a pesquisadora destaca o impacto econômico que uma vacina capaz de diminuir a densidade populacional do carrapato-estrela teria na pecuária. Por se tratar de uma espécie sem preferência de alimentação determinada, o aracnídeo afeta também outros animais que estejam à disposição, como o gado, causando anemia e marcando seu couro. Apesar de ainda não haver estimativa de valores de prejuízos para a atividade, já há relatos de aumento da infestação.

O artigo The survival of Amblyomma sculptum ticks upon blood-feeding depends on the expression of an inhibitor of apoptosis protein pode ser lido em: https://parasitesandvectors.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13071-023-05701-8.


Julia Moióli
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/proteina-identificada-no-carrapato-estrela-pode-ser-alvo-para-uma-vacina-contra-a-febre-maculosa/41641/


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